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51.O COMPORTAMENTO VERBAL.
51.O COMPORTAMENTO VERBAL.

OSNY MATTANÓ JÚNIOR

 

 

 

 

 

 

 

 

O BEHAVIORISMO MITOLÓGICO

 

 

O COMPORTAMENTO VERBAL

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

03/08/2018

 

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PREFÁCIO

 

Foi preciso muito tempo para escrever este livro. Uma classificação de respostas verbais como uma primeira versão da II Parte foi terminada no verão de 1934. Alguns experimentos de apoio foram então realizados com a Somatória Verbal, e foram feitas análises estatísticas de várias obras literárias, de dados obtidos com experimentos de associação de palavras e do comportamento da adivinhação. Todo esse material foi usado em cursos sobre Comportamento Verbal e Literário na Universidade de Minnesota, nos últimos anos da década de trinta, e na Universidade de Harvard, no verão de 1938, e na Universidade de Chicago, no verão de 1939. Um manuscrito da extensão deste livro deveria ser completado sob os auspícios de uma bolsa da Guggenheim em 1941, mas a guerra interferiu no projeto. A bolsa foi retomada em 1944--1945 e uma versão ficou quase pronta. Essa versão foi a base de um curso sobre Comportamento Verbal na Universidade de Coimbra, no verão de 1947; no ano seguinte, notas taquigráficas do mesmo, mimeografadas, foram postas em circulação pelo Dr. Ralph Hefferlein.

 

No outono de 1947, do manuscrito preparado para as William James Lectures, na Universidade de Harvard extraiu-se um material do qual várias centenas de cópias mimeografadas têm circulado desde então. Na preparação dessas conferências verificou-se que o manuscrito estava começando a adquirir o caráter de uma revisão bibliográfica e que o tema central estava-se tornando obscuro. Por isso, ao completar o manuscrito para fins de publicação, foram omitidos os sumários da literatura acerca do assunto. O término do manuscrito final foi então adiado em favor da realização de um livro sobre o comportamento humano (Ciência e Comportamento Humano), o qual disporia uma referência sobre assuntos não essencialmente verbais. A atual versão ê duas vezes mais longa que as James Lectures e contém muitas mudanças feitas para se adaptarem aos progressos recentes realizados na análise experimental do comportamento humano ou não. Com exceção dos dois últimos capítulos, ela foi escrita durante o período de primavera de 1955, em Putney, Vermont.

 

O trabalho foi generosamente subvencionado pela Society of Fellows da Universidade de Havard (uma bolsa de 3 anos) pela Universidade de Minnesota (uma licença sabática de meio ano), pela Fundação Guggenheim (uma bolsa de meio ano), pela Universidade de Harvard (conferencista das Wiliiam James Lectures e uma licença sabática). Devo agradecimentos a todas essas instituições. Infelizmente, não é possível reconhecer de forma adequada a generosa ajuda recebida de alunos e colegas durante estes anos, bem como as críticas feitas às versões anteriores, publicadas ou inéditas... O manuscrito final foi muito beneficiado pelas críticas e pelo auxílio editorial recebido de Mrs. Susan R. Meyer, da Dra. Dorothy Cohen e pela preparação cuidadosa feita por Mrs. Virgínia N. Maclaury.

 

Cambridge, Massachusetts.                                                          B. F. Skinner

 

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Parte I

 

UM PROGRAMA

 

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CAPÍTULO 1

 

UMA ANÁLISE FUNCIONAL DO COMPORTAMENTO

 

VERBAL

 

 

 

Os homens agem sobre o mundo, modificam-no e, por sua vez são modificados pelas conseqüências de sua ação. Alguns processos que o organismo humano compartilha com outras espécies alteram o comportamento para que ele obtenha um intercâmbio mais útil e mais seguro em determinado meio ambiente. Uma vez estabelecido um comportamento apropriado, suas conseqüências agem através de processos semelhantes para permanecerem ativas. Se, por acaso, o meio se modifica, formas antigas de comportamento desaparecem, enquanto novas conseqüências produzem novas formas.

 

Mattanó explica que mitologicamente os seres humanos em seus rituais modificam o mundo, mas também são modificados pelas consequências de suas ações nos rituais, produzindo um intercâmbio entre o ser humano e o mundo, mediado pelos rituais, as consequências permanecem reforçadoras e ativas, se o meio ambiente se modifica comportamentos desaparecem e outros comportamentos surgem com novas consequências, estes fenômenos produzem novos contextos que produzem novamente estímulos, respostas, consequências e novos contextos. Dentre os fenômenos observados como desencadeadores deste processo comportamental, estão os significados, os sentidos, os conceitos, os contextos, as funcionalidades, a topografia, a intensidade, a magnitude, a frequência, a latência, os comportamentos, as relações sociais e as simbologias, bem como o Episódio Verbal Completo e o Episódio Verbal Incompleto, e o Episódio Onírico Completo e o Episódio Onírico Incompleto, que produzem esse intercâmbio, essas modificações. Por exemplo, através dos sonhos a linguagem e o meio se modificam, formas antigas de comportamento desaparecem, enquanto novas consequências produzem novas formas de comportamento que aparecem  nos sonhos.

 

 

 

 

O comportamento altera o meio através de ações mecânicas, e suas propriedades ou dimensões se relacionam freqüentemente, de uma forma simples, com os efeitos produzidos. Quando um homem caminha em direção a um objeto, ele se vê mais próximo deste; quando procura alcançá-lo, é provável que se siga um contacto físico; se ele o segura, levanta, empurra ou puxa, o objeto costuma mudar de posição, de acordo com as direções apropriadas. Tudo isso decorre de simples princípios geométricos e mecânicos.

 

Mattanó aponta que o comportamento nos ritos se modifica por meio de ações mecânicas e suas propriedades ou dimensões se relacionam com os efeitos produzidos. Assim quando o iniciado caminha descalço sobre a fogueira e segue adiante sem sentir dor, ele costuma mudar de posição, mudar de lugar, caminhar adiante e chegar até o final do seu caminho, o caminhar obedece a princípios mecânicos e o não sentir dor a princípios fisiológicos e perceptivos mecânicos que se ¨interrompem¨ ou se alteram para não sentir a dor, devido aos estímulo – resposta – consequência, ou seja, caminho com fogueira – caminhar – não sentir dor, um processo mecânico que se modifica por ações mecânicas.

 

 

Muitas vezes, porém, um homem age apenas indiretamente sobre o meio do qual emergem as conseqüências últimas de seu comportamento. Seu primeiro efeito é sobre outros homens. Um homem sedento, por exemplo, em vez de dirigir-se a uma fonte, pode simplesmente "pedir um copo d'água", isto é, pode produzir um comportamento constituído por certo padrão sonoro, o qual por sua vez induz alguém a lhe dar um copo d'água. Os sons em si mesmos são facilmente descritíveis em termos físicos, mas o copo de água só chega ao falante como conseqüência de uma série complexa de acontecimentos que incluem o comportamento de um ouvinte. A conseqüência última, o recebimento de água, não mantém qualquer

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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relação geométrica ou mecânica com a forma do comportamento de "pedir água". Na verdade, é característico deste comportamento o fato de ele ser impotente contra o mundo físico. Raramente nossos gritos derrubam as muralhas de Jerico, ou somos bem sucedidos ao ordenar ao sol para que não se mova ou para que as ondas se acalmem. Palavras não quebram ossos. As conseqüências de tal comportamento surgem por intermédio de uma série de acontecimentos não menos físicos ou ine-vitáveis que as ações mecânicas, mas bem mais difíceis de descrever.

 

Mattanó mostra que o fato de o ser humano ser impotente frente ao mundo físico o condicionou verbalmente, o dotou de comportamento verbal para se apropriar e reapropriar do mundo físico, muitas vezes as palavras são maiores do que as ações mecânicas, até mesmo do que a telepatia e seus efeitos ou consequências. Mitologicamente as palavras descrevem os ritos de forma melhor do que as ações e as dramatizações, por isso temos os cerimoniais e os rituais de hoje cheios de discursos e eventos verbais.

 

 

Os comportamentos que só são eficientes através da mediação de outras pessoas possuem tantas propriedades topográficas distintas que se justifica um tratamento especial e, até mesmo, se exige tal tratamento. Problemas colocados por esse modo especial de ação usualmente são atribuídos ao campo da linguagem ou da fala. Infelizmente, o termo "fala" destaca o comportamento vocal e dificilmente pode ser aplicado a situações em que a pessoa mediadora é afetada de forma visual, como ao escrever um bilhete. A palavra "linguagem" está agora satisfatoriamente afastada de suas ligações originais com o comportamento vocal, mas, por outro lado, acabou por se referir mais às práticas de uma comunidade lingüística do que ao comportamento de um de seus membros. O adjetivo "lingüístico" sofre das mesmas desvantagens. O termo "comportamento verbal" tem muitas vantagens, que recomendam-lhe o uso. Sua sanção etimológica não é excessivamente poderosa, mas destaca o falante individual e, quer seja reconhecido ou não por quem o usa, especifica o comportamento modelado e mantido pelas conseqüências mediatas. Tem também a vantagem de ser relativamente pouco familiar aos modos tradicionais de explicação.

 

Mattanó explica que nas mitologias os comportamentos ritualizados que só são eficientes através da mediação de outras pessoas justificam um tratamento especial. Problemas colocados por esse modo especial são atribuídos, normalmente, ao campo da linguagem. A linguagem pode se referir às práticas de uma comunidade; na comunidade destacamos o comportamento verbal, que destaca um falante individual, o comportamento modelado e mantido pelas consequências mediatas. Mitologicamente a linguagem destaca um falante individual que entra em ação no ritual de forma que seus comportamentos no rito só serão eficazes por meio da mediação de outros membros que pertencem ao rito, que justificam um tratamento especial ou diferenciado, assim seu comportamento estará sendo modelado e mantido pelas consequências.

 

 

Uma definição do comportamento verbal como comportamento reforçado pela mediação de outras pessoas precisa, como veremos, de maiores esclarecimentos. Além do mais, tal definição não nos diz muito sobre o comportamento do ouvinte, mesmo que houvesse pouco comportamento verbal a considerar se alguém ainda não tivesse adquirido respostas especiais para os padrões de energia gerados pelo falante. Essa omissão pode ser justificada, pois o comportamento do ouvinte, ao servir de mediador para as conseqüências do comportamento do falante, não é necessariamente verbal em nenhum sentido especial. Na verdade, não podemos distingui-lo do comportamento em geral e uma descrição adequada do comportamento verbal precisa cobrir apenas aqueles aspectos do comportamento do ouvinte necessários para explicar o comportamento do falante. O comportamento do falante e do ouvinte juntos compõem aquilo que podemos chamar de episódio verbal total. Não há em tal episódio nada além do comportamento combinado de dois ou mais indivíduos. Nada "emerge" na unidade social. O falante pode ser estudado pressupondo-se um ouvinte, e o ouvinte pressupondo-se um falante. As descrições separadas que daí resultam esgotam o episódio do qual os dois participam.

 

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Seria loucura subestimar a dificuldade deste assunto, mas progressos recentes, obtidos pela análise do comportamento, permitem-nos abordá-lo com certo otimismo. Novas técnicas experimentais e novas formulações revelam um novo nível de ordem e de precisão. Os processos e as relações básicas que dão ao comportamento verbal suas características especiais são agora bastante bem compreendidos. Muito do trabalho experimental responsável por tal progresso foi realizado com outras espécies, mas os resultados revelaram-se surpreendentemente livres de restrições quanto às espécies. Trabalhos recentes revelaram que os métodos podem ser estendidos ao comportamento humano sem sérias modificações. Longe da possibilidade de extrapolar descobertas científicas específicas, essa formulação fornece uma nova abordagem, muito proveitosa do comportamento humano em geral e nos habilita a tratar mais eficazmente desta subdivisão chamada verbal.

 

O comportamento verbal mediado pelo outro aponta-nos ou leva-nos a discriminar o comportamento do ouvinte e do falante. O comportamento do falante junto ao comportamento do ouvinte constituem o episódio verbal. O falante pressupõe o ouvinte e o ouvinte pressupõe o falante.

Para Mattanó o falante e o ouvinte compõem o Episódio Verbal Completo e o Episódio Verbal Incompleto. No primeiro há total compreensão ou discriminação dos significados, sentidos, conceitos, contextos, funcionalidades, comportamentos e simbologias, e no segundo não há total discriminação de todos estes eventos comportamentais.

 

 

A "compreensão" do comportamento verbal é algo mais do que o uso de um vocabulário consistente, com o qual instâncias específicas podem ser descritas. Ela não deve ser confundida com a confirmação de qualquer grupo de princípios teóricos. Os critérios devem ser mais exigentes. O alcance de nossa compreensão do comportamento verbal numa análise "causal" deve ser avaliado pelo alcance das nossas previsões de ocorrência de casos específicos e, eventualmente, pela extensão de nossa capacidade de produzir ou controlar tais comportamentos mediante a alteração das condições em que ele ocorre. Na apresentação de tal objetivo, é salutar ter em mente certas tarefas específicas do planejamento. Como pode o professor estabelecer os repertórios verbais específicos, que constituem os principais produtos finais da educação? Como pode o terapeuta revelar o comportamento verbal latente numa entrevista terapêutica? Como pode o escritor evocar seu próprio comportamento verbal no ato da composição? Como pode o cientista, o matemático ou o lógico manipular seu comportamento verbal no pensamento produtivo? Problemas práticos desse tipo são, é claro, infindáveis. Resolvê-los não é o alvo imediato de uma análise científica, mas eles estão subjacentes aos tipos de processos e relações que tal análise deve considerar.

 

A discriminação ou compreensão do comportamento verbal é algo que passa pela extensão de nossa capacidade de produzir ou controlar tais comportamentos mediante a alteração das condições em que ele ocorre. Mitologicamente a discriminação do comportamento verbal leva a produção ou ao controle de tais comportamentos através da alteração das condições em que ele ocorre no ambiente, portanto, conseguir discriminar o comportamento verbal leva a uma produção e controle de tais comportamentos por meio das alterações das condições em que ele se dá no ambiente, isso leva ao autoconhecimento e ao autocontrole.

 

 

 

Formulações Tradicionais

 

 

 

A ciência do comportamento não encontrou este campo desocupado. Sistemas altamente elaborados de termos para descrever o comportamento verbal já foram desenvolvidos. O vocabulário leigo é abundante. A retórica clássica, a gramática, a lógica, a metodologia científica, a lingüística, a crítica literária, a patologia da fala, a semântica e muitas disciplinas contribuíram com termos técnicos e princípios. De maneira geral, porém, o assunto aqui considerado ainda não foi claramente identificado, nem métodos apropriados para seu estudo foram ainda projetados. A

 

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lingüística, por exemplo, registrou e analisou os sons da fala e práticas semânticas e sintáticas, mas comparações de línguas diferentes e o traçado das mudanças históricas assumiram precedência sobre o estudo do falante individual. A Lógica, a Matemática e a metodologia científica reconheceram as limitações que as práticas lingüísticas impõem ao pensamento humano, mas de maneira geral satisfizeram-se com uma análise formal; de qualquer modo, elas não desenvolveram as técnicas necessárias para uma análise causai do comportamento do homem pensante. A retórica clássica foi responsável por um elaborado sistema de termos que descrevem as características das obras de arte literária, aplicáveis igualmente ao falar cotidiano. Ela também deu alguma atenção aos efeitos sobre o ouvinte. Mas as primeiras e precoces promessas de uma ciência do comportamento verbal nunca foram realizadas. A crítica literária moderna, excetuando-se, algumas vezes, o uso do vocabulário técnico da psicanálise, raramente vai além dos termos empregados por um leigo inteligente. Um ataque frontal eficiente (uma formulação apropriada a todos esses campos especiais) não emergiu sob os auspícios de nenhuma dessas disciplinas. Talvez esse fato seja responsável pelo surgimento da semântica como uma descrição geral do comportamento verbal. O estudo técnico do significado já estava sendo realizado como um campo periférico da lingüística quando, em 1923, Ogden e Richards1 demonstraram a necessidade de uma ciência mais ampla do simbolismo. Esta deveria ser uma análise geral do processo lingüístico aplicável a qualquer campo e não estar dominada por nenhum interesse especial. Foram feitas tentativas para levar a cabo tal recomendação, mas uma ciência adequada do comportamento verbal não foi obtida. Existem vários tipos correntes de semântica e elas representam os mesmos interesses especiais e empregam as mesmas técnicas especiais de até então. O método original de Ogden e Richards era filosófico com tendências psicológicas. Alguns dos sistemas mais rigorosos são francamente lógicos. Em lingüística, a semântica continua a ser uma questão de como os significados são expressos e como se modificam. Alguns semanticistas lidam principalmente com o maquinário verbal da sociedade, particularmente a propaganda. Outros são essencialmente terapeutas que afirmam que muitos dos problemas do mundo são erros lingüísticos. O uso corrente do termo "semântica" revela a necessidade de uma ciência do comportamento verbal que esteja divorciada de interesses especiais e que seja útil onde quer que a linguagem seja usada, mas a ciência em si mesma não surgiu sob esta égide.

 

 

Mattanó aponta que também vem estudando a linguística através da semântica e da alfabetização, bem como através da resignificação atribuída ao papel contingencial da Pulsão Auditiva de Mattanó. A Pulsão Auditiva  tem um papel discriminador e contingencial que desencadeia e modela comportamentos operantes (aprendidos para solução de problemas psíquicos ou mentais e comportamentais) e respondentes (ligados ao sexo que são instintivos, que são emparelhados com estímulos neutros, por exemplo) efetuando o condicionamento pavloviano. É através da semântica que Mattanó estuda os significados, os sentidos e os conceitos, como eles se expressam e se modificam. Para muitos de meus estudos os problemas do mundo estão na semântica, nos erros linguísticos, que determinam contingências erradas ou problemáticas em função de uma semântica errada e problemática.

 

 

A responsabilidade final caberá às ciências do comportamento e particularmente à psicologia. O que ocorre quando um homem fala ou responde a uma fala é claramente uma questão relativa ao comportamento humano e, portanto, uma

 

 

  • Ogden, C. K. e Richards, I. A., O significado do Significado (Nova Iorque, 1923).

 

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questão a ser respondida com os conceitos e técnicas da psicologia enquanto ciência experimental do comportamento. À primeira vista, isto não parece constituir uma questão particularmente difícil. Excetuando-se o aspecto relativo à simplicidade, o comportamento verbal tem muitas características favoráveis enquanto objeto de estudo. Sua observação costuma ser fácil (se não o fosse, ele seria ineficaz como comportamento verbal); nunca houve falta de material (os homens falam e ouvem muito); os fatos são reais (observadores cuidadosos geralmente concordarão acerca do que é dito em qualquer circunstância dada); e o desenvolvimento da prática arte de escrever proporcionou um sistema pronto de notação para o registro do com-portamento verbal, o qual é mais conveniente e preciso do que qualquer outro disponível no campo não-verbal. O que está faltando é um tratamento causai ou funcional satisfatório. Ao lado de outras disciplinas relacionadas com o comporta-mento verbal, a psicologia já arrolou fatos e às vezes ordenou-os numa ordem conveniente, mas nessa massa de material ela não conseguiu ainda demonstrar as relações significativas que constituem o núcleo de uma descrição científica. Por razões que, retrospectivamente, não são muito difíceis de descobrir, ela foi levada a negligenciar alguns dos fatos necessários para uma análise funcional ou causai. Ela o fez porque o lugar de tais fatos vinha sendo ocupado por certas causas fictícias das quais a psicologia custou a se desembaraçar. Examinando mais de perto algumas dessas causas, podemos encontrar uma explicação para a demora do surgimento de uma ciência do comportamento verbal.

 

Mattanó explica que para podermos encontrar explicações mitológicas sobre o comportamento verbal necessitamos do surgimento de uma ciência que aborde o comportamento verbal e a mitologia.

 

Admite-se, geralmente, que para explicar o comportamento, ou qualquer um de seus aspectos, devemos atribuí-lo a fatos ocorridos no organismo. No campo do comportamento verbal, esta prática outrora foi representada pela doutrina da expressão das idéias. Entendia-se que uma alocução se explicava por apresentar as idéias que expressava. Se o falante tivesse tido idéias diferentes, ele teria pronunciado palavras diferentes, ou as mesmas palavras numa ordenação diferente. Se sua alocução era pouco comum, isto se dava porque suas idéias eram novas ou originais. Se ela parecia vazia, ele deveria ter sentido a falta de idéias ou ter sido incapaz de expressá-las em palavras. Se ele era incapaz de se manter em silêncio, era por causa da força de suas idéias. Se falava de forma hesitante, era porque suas idéias surgiam lentamente ou estavam mal organizadas. E assim por diante. Assim se explicavam todas as propriedades do comportamento verbal.

 

Mattanó explica que para explicar o comportamento ou mesmo seus aspectos, devemos atribuí-lo a fatos que se dão no organismo, do tipo: no comportamento verbal a prática é representada pela expressão das ideias, uma alocução se explicava por apresentar as ideias que apresentava, assim, no ritual se o iniciado fala de forma extasiante, era porque suas ideias surgiam de forma que criavam esse êxtase, ou se o iniciado falava de forma fugidia, era porque suas ideias surgiam de forma que lhe causavam fuga ou esquiva, assim se explicavam as propriedades do comportamento verbal nos ritos.

 

 

Tal prática tem obviamente o mesmo alvo que a análise causal, mas não os mesmos resultados. A dificuldade reside no fato de que as idéias para cuja expressão os sons são pronunciados não podem ser observadas de forma independente. Se pedimos uma prova de sua existência, é provável que a reafirmemos com outras palavras, mas uma reafirmação não está mais próxima da idéia do que o enunciado original. A reafirmação mostra apenas que a idéia não se identifica com uma única expressão. De fato, freqüentemente, ela é definida como algo comum a duas ou mais

 

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expressões. Mas nós não alcançaremos esse "algo" mesmo que expressemos uma idéia de todas as maneiras concebíveis.

 

Mattanó aponta que uma ideia nos rituais pode se transformar em duas ou mais expressões, ou mesmo em duas ou mais ideias.

 

 

Outra resposta comum é o apelo às imagens. Diz-se que a idéia é aquilo que passa pela mente do falante, aquilo que o falante vê, ouve e sente quando ele está "tendo" a idéia. Foram tentadas explorações dos processos mentais subjacentes ao comportamento verbal pedindo-se aos pensantes para que descrevessem experiências dessa natureza. Mas apesar de alguns exemplos selecionados terem sido por vezes convincentes, apenas uma pequena parte das idéias expressas em palavras pôde ser identificada com o tipo de acontecimento físico sobre o qual repousa a noção de imagem. Um livro sobre Física é muito mais do que a descrição das imagens das mentes dos físicos.

 

Mattanó aponta que a ideia pode se transformar em imagens, pois a ideia é aquilo que se passa pela mente do falante, aquilo que o falante vê, ouve e sente quando está tendo a ideia. Contudo nem todas as ideias são expressas ou se transformam em palavras, nem todas as palavras são capazes de descrever as imagens das mentes das pessoas.

 

 

 

Há, é óbvio, algo suspeito na facilidade com a qual descobrimos num conjunto de idéias precisamente aquelas propriedades necessárias para explicar o comportamento que as expressa. Nós, evidentemente, construímos as idéias à vontade, a partir do comportamento a ser explicado. Não há, é claro, uma verdadeira explicação. Quando dizemos que uma observação é confusa porque a idéia não é clara, parece que estamos falando acerca de dois níveis de observação, embora só exista, de fato, um único. É a observação que é confusa. Esta prática pode ter sido defensável quando as investigações acerca dos processos verbais eram filosóficas, e não científicas, e quando se pensava que uma ciência das idéias pudesse um dia ordenar melhor o assunto; mas hoje o assunto é encarado de outra forma. É função de uma ficção explicativa mitigar a curiosidade e levar a investigação a um fim. A doutrina das idéias teve esse efeito na medida em que ela parecia transferir problemas importantes do comportamento verbal a uma psicologia de idéias. Os problemas pareciam então ir além do alcance das técnicas do estudante de linguagem ou pareciam ter-se tornado excessivamente obscuros para qualquer estudo ulterior proveitoso.

 

 

Mattanó explica que nós construímos as ideias a vontade, a partir do comportamento a  ser explicado; contudo com a telepatia as ideias deixam de ser construídas a vontade, por meio da liberdade, para serem construídas e explicadas a partir da interação entre comportamentos encobertos e ausência de liberdade com liberdade, pois estamos abordando os comportamentos encobertos, não há como impedir os processos bioquímicos e neurológicos que equilibram o nosso cérebro, inclusive os nossos sonhos, contudo este fenômeno causa sofrimento mental, pois construímos nossas ideias sobre sofrimento mental a partir do comportamento a ser explicado, o comportamento problema, a telepatia.

 

Talvez hoje em dia ninguém mais seja enganado por uma "idéia" como uma ficção explicativa. Idiomas e expressões que parecem explicar o comportamento verbal em termos de idéias são tão comuns em nossa língua que é impossível evitá-las, mas elas podem ser pouco mais que figuras de retórica moribundas. A formulação básica todavia foi preservada. O sucessor imediato da "idéia" foi o "significado" e o lugar deste último está correndo o risco de ser disputado por um recém-chegado, a "informação". Todos esses termos têm o mesmo efeito, o de desencorajar uma análise funcional e o de copiar certas práticas inicialmente associadas com a doutrina das idéias.

 

 

Mattanó explica que o termo sucessor do termo ¨ideia¨ foi o ¨significado¨ e o deste último a ¨informação¨. Mattanó aponta que podemos aumentar ainda mais este campo de investigação acrescentando os termos: sentido, conceito, contexto, funcionalidade, comportamento, topografia, simbologia e relações sociais.

 

Uma conseqüência funesta é a crença de que a fala tem uma existência independente do comportamento do falante. As palavras são encaradas como ferramentas ou instrumentos, análogos a marcas, fichas ou bandeiras de sinalização

 

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que são, algumas vezes, empregadas para fins verbais. É verdade que o comportamento verbal comumente produz entidades objetivas. A gravação de uma fala, as palavras numa página, os sinais transmitidos por telefone ou telégrafo são registros produzidos pelo comportamento verbal. Como fatos objetivos, todos eles podem ser estudados, como já o foram ocasionalmente, pela lingüística, pela engenharia de comunicações, pela crítica literária e por outras disciplinas. Mas embora as propriedades formais dos registros das expressões vocais sejam interessantes, temos de preservar a distinção entre uma atividade e seus traços. Devemos, particularmente, evitar a formulação artificial do comportamento verbal como "uso de palavras". Não temos maiores razões para dizer que um homem "usa a palavra água" ao pedir para beber do que para dizer que ele "usa um instrumento de alcance" ao pegar o copo oferecido. Nas artes, nos ofícios, nos esportes, especialmente onde a instrução é verbal, os atos às vezes são nomeados. Dizemos que um jogador de tênis usa um drop stroke2 ou que um nadador é campeão no estilo crawl. Mas provavelmente ninguém se enganará quando nos referimos a drop stroke e a crawl como coisas, mas as palavras são um assunto diferente. Uma compreensão errônea tem sido comum e freqüentemente desastrosa.

 

Mattanó mostra que as palavras não tem uma existência a parte, a fala e as palavras não têm uma existência independente do comportamento do falante. Assim na mitologia as palavras e as falas não existem por si só, mas dependem da existência do iniciado, do falante para existirem, ou seja, os rituais dependem do indivíduo para existirem, dependem de suas falas e palavras para existirem e fazerem significado e transmitirem uma informação.

 

 

 

 

Uma prática complementar tem sido a de atribuir uma existência independente aos significados. O "significado", bem como a "idéia", tem sido entendido como algo que é expresso ou comunicado por uma expressão vocal. Um significado explica a ocorrência de um conjunto particular de palavras com o sentido de que, se houvesse um significado diferente a ser expresso, um conjunto diferente de palavras teria sido empregado. Uma expressão vocal será afetada dependendo de o significado ser claro ou vago, e assim por diante. O conceito tem certas vantagens. Onde quer que "idéias" (assim como "sentimentos" e "desejos", que são também considerados como exprimíveis por palavras) devam estar no interior do organismo, há uma possibilidade promissora de que os significados possam ser mantidos do lado de fora da pele. Nesse sentido, eles são tão observáveis como qualquer parte física.

 

Mattanó mostra que o significado só existe por causa das palavras e da fala, do conjunto particular de palavras com sentido; já os conceitos também o são exprimíveis por palavras e estão no interior do organismo, expressos nas palavras e na fala; o contexto também o é exprimível pela fala e pelas palavras; o comportamento, a funcionalidade, a topografia, a simbologia e as relações sociais também são exprimíveis por meio de palavras e da fala.

Mattanó alerta que a telepatia só é exprimível e discriminável se for por meio de palavras e da fala, pois está no interior do organismo, por isso torna-se uma falsidade a telepatia como uma comunicação puramente mental ou telepática, pois depende da fala e das palavras, depende da interação entre codificador e decodificador da mensagem.

 

 

Podemos nós, porém, identificar de uma forma objetiva o significado de uma alocução? Um argumento promissor pode ser apresentado no caso de nomes próprios e de alguns substantivos comuns, verbos, adjetivos e advérbios — palavras em relação às quais a doutrina das idéias dificilmente poderia ser sustentada por meio do apelo às imagens. Mas, e no caso de palavras como átomo, ou gen, ou menos um, ou o espírito do tempo, nas quais entidades não-verbais correspondentes não são facilmente discerníveis? E para palavras tais como todavia, contudo, embora o Drop stroke, rebate curto do tenista, fazendo a bola cair logo depois de ter ultrapassado a rede; to crawl, "arrastar-se" e, também, modalidade de nado de peito. (N. da T.)

 

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e ui! parece necessário procurar dentro do organismo a intenção, atitude ou sentimento do falante, ou qualquer outra condição psicológica.

 

 

Mattanó mostra que é necessário procurar dentro do organismo a intenção para suas palavras e que as palavras não são facilmente observáveis em relação as imagens, por isso, nos ritos a intenção é a responsável pelas transformações no ingresso e a suas palavras sustentam essa ideia.

 

 

 

 

Mesmo palavras que parecem preencher um padrão semântico exteriorizado apresentam problemas. Pode ser verdade que os nomes próprios mantêm uma correspondência biunívoca com as coisas, supondo-se que cada coisa tenha seu nome próprio, mas o que dizer dos nomes comuns? Qual é o significado de gato? É um gato a totalidade física de todos os gatos, ou a classe de todos os gatos? Ou devemos nós abrir mão da idéia de gato? Mesmo no caso dos nomes próprios a dificuldade permanece. Admitindo-se que haja um único homem chamado João, é o próprio João o significado de João? Certamente ele não é transmitido ou comunicado quando a palavra é usada.

 

Mattanó explica que nos ritos as palavras apresentam correspondência biunívoca com as coisas, por exemplo, com a palavra ¨morrer¨ num ritual, seu significado é literalmente o de ter que morrer, mas não pode ser ¨deixar de ser algo para ser outra coisa¨, ou cada morte nos parece uma única morte em seu significado mas não o é, são mortes, diferentes, de vidas e de indivíduos diferentes, de estágios da vida diferentes, em rituais diferentes para diferentes indivíduos. Padrões semânticos exteriorizados apresentam estes problemas.

 

 

A existência de significados torna-se ainda mais duvidosa quando passamos das palavras para os conjuntos que dizem alguma coisa. O que é dito por uma sentença é algo mais que o significado das palavras que a compõem. As sentenças não se referem apenas às arvores, ao céu e à chuva: elas dizem algo sobre eles. Este algo é às vezes chamado de "proposição" — que é um precursor algo mais respeitável da fala, mas muito semelhante à "idéia", a qual, segundo a antiga doutrina, era considerada algo que era expresso pela própria sentença. Definir uma proposição como "algo que pode ser dito em qualquer língua" não nos diz o que são as proposições, ou de que material elas são feitas. O problema também não se resolve definindo-se uma proposição como todas as sentenças que têm o mesmo significado que outra sentença qualquer, uma vez que não podemos identificar uma sentença como membro dessa classe sem conhecer seu significado — ponto, no qual nos vemos enfrentando nossos problemas originais.

 

Quando passamos das palavras para as sentenças observamos que estas têm em comum uma proposição com um significado, como todas as sentenças, e que não podemos identificar uma sentença como membro de uma classe sem identificar seu significado. Portanto num ritual identificamos os passos a seguir identificando o significado das proposições propostas pelas palavras representadas no ritual.

 

 

Tem sido tentador buscar estabelecer uma existência separada para as palavras e os significados, pois com isso torna--se possível obter uma solução bastante elegante para certos problemas. As teorias do significado usualmente tratam de arranjos correspondentes de palavras e coisas. Como as entidades lingüísticas, de um lado, podem corresponder às coisas ou fatos que constituem seu significado de outro lado, e qual é a natureza da relação entre elas que chamamos de "referência"? Num primeiro relance, os dicionários parecem suportar as noções de tais arranjos. Mas os dicionários não fornecem significado; na melhor das hipóteses eles oferecem palavras que possuem o mesmo significado. O esquema semântico, tal como é concebido usualmente, tem propriedades interessantes. Os matemáticos, os lógicos e os teóricos da informação têm explorado amplamente os possíveis modos de correspondência. Por exemplo: em que medida podem as dimensões da coisa comunicada serem representadas nas dimensões do meio de comunicação? Mas falta mostrar que tal construção guarda uma semelhança próxima com os produtos das atividades lingüísticas genuínas.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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       Mattanó explica que as teorias sobre o significado abordam-no com correspondência entre palavras e coisas. À relação entre as palavras e coisas chamamos de referência. Falamos de uma genuína linguística através do que chamamos de semântica, a ciência dos significados. Nos rituais os significados também podem ser estudados por meio do estudo da semântica.

 

De qualquer forma, tal prática negligencia propriedades importantes do comportamento original e levanta outros problemas. Não podemos, com sucesso, preencher um quadro de referência semântica recorrendo à "intenção do falante" até que uma explicação psicológica satisfatória da intenção tenha sido dada. Se o "significado conotativo" deve suplementar uma denotação deficiente, é necessário um estudo do processo associativo. Quando alguns significados são classificados como "emotivos", outro campo psicológico difícil e relativamente pouco desenvolvido é invadido. Todas essas tentativas constituem esforços para preservar a representação por meio da construção de categorias adicionais para palavras excepcionais. Elas constituem uma espécie de colcha de retalhos que conseguiu principalmente mostrar quão batida e gasta é a noção básica. Quando conseguimos fornecer o material suplementar necessário para esta representação do comportamento verbal, descobrimos que nossa tarefa foi proposta em termos embaraçosos, se não impossíveis. Os dados observáveis foram pré--esvaziados e o estudioso do comportamento viu-se a braços com "processos mentais" vagamente identificados.

 

 

Mattanó explica que não preenchemos a semântica recorrendo à ¨intenção do falante¨, mas ao processo associativo que demanda processos ¨emotivos¨ por meio da construção de categorias adicionais para palavras excepcionais, descobrindo processos embaraçosos, ¨processos mentais¨ vagamente identificados. Deste modo nos rituais os indivíduos recorrem à semântica quando recorrem aos processos associativos que suscitam processos emotivos e processos mentais embaraçosos, ou seja, é através da associação de palavras que surgem os significados que a semântica identifica.

 

O desejo de explicar o significado é facilmente compreensível. Perguntamos "O que você quer dizer?" porque a resposta é freqüentemente útil. O esclarecimento dos significados nesse sentido desempenha um importante papel em qualquer tipo de esforço intelectual. Para os fins do discurso efetivo, o método da paráfrase costuma ser suficiente; podemos não precisar de referências extraverbais. Mas não se deve permitir que a explicação do comportamento verbal gere um sentido de explicação científica. Não se explica uma observação pelo simples fato de parafrasear o "que ela significa".

 

Indubitavelmente, podemos definir idéias, significados, etc, de tal forma que eles poderiam se tornar cientificamente aceitáveis e até mesmo úteis na descrição do comportamento verbal. Mas tal esforço em conservar os termos tradicionais seria dispendioso. É a formulação geral que está errada. Nós procuramos as "causas" do comportamento que possuam um status científico aceitável e que, com sorte, possam vir a ser suscetíveis de medidas e de manipulação. Dizer que isto é "tudo o que se entende por" idéias ou significados é deturpar a prática tradicional. Precisamos encontrar as relações funcionais que governam o comportamento verbal a ser explicado; chamar tais relações de "expressão" ou "comunicação" é correr o perigo de introduzir propriedades e fatos enganadores e exteriores. A única solução é rejeitar a formulação tradicional do comportamento verbal em termos de significado.

 

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     Mattano aponta que a explicação do significado auxilia no desempenho e esforço intelectual, por meio da interpretação do significado, da paráfrase, podemos definir ideias e significados na descrição do comportamento verbal. Necessitamos achar as relações funcionais que governam o comportamento verbal a ser explicado; podemos chamar essas relações de ¨expressão¨ ou de ¨comunicação¨, mas poderemos nos enganar se nos apegarmos a estas contingências, a melhor solução é em termos de significado.

 

 

 

 

Uma Nova Formulação

 

A direção a ser tomada em outra alternativa dita a própria tarefa. Nossa primeira responsabilidade é simplesmente descritiva: qual a topografia desta subdivisão do comportamento humano? Uma vez respondida essa questão, pelo menos de forma preliminar, podemos avançar para o estágio da explicação: que condições são relevantes para a ocorrência do comportamento — quais são as variáveis das quais ele é função? Uma vez identificados tais fatores, podemos explicar as características dinâmicas do comportamento verbal dentro de um quadro apropriado ao comportamento humano como um todo. Ao mesmo tempo precisamos considerar o comportamento do ouvinte. Relacionando-o com o comportamento do falante, completamos nossa explicação do episódio verbal.

 

Mattanó  explica que devemos explicar a topografia, que condições são relevantes para a ocorrência do comportamento, quais são as variáveis das quais ele é função? Partiremos então para explicar as características dinâmicas do comportamento verbal, como o episódio verbal, relacionando o comportamento do ouvinte com o do falante. Para Mattanó o Episódio Verbal pode ser Completo ou Incompleto, de acordo com a discriminação dos significados, sentidos, conceitos, contextos, comportamentos, funcionalidades e simbologias.

 

 

Mas isto é apenas o começo. Uma vez estabelecido um repertório do comportamento verbal, uma porção de novos problemas surgem da interação de suas partes. O comportamento verbal é usualmente o efeito de múltiplas causas. Variáveis separadas combinam-se para ampliar seu controle funcional e novas formas de comportamento surgem da recombinação de velhos fragmentos. Tudo isso exerce influência sobre o ouvinte, cujo comportamento, por sua vez, exige análise.

 

Mattanó explica que problemas surgem com a interação de suas partes, por ser o comportamento verbal efeito de múltiplas causas. Variáveis separadas combinam-se para ampliar seu controle funcional e surgem novas formas de comportamento de velhos fragmentos. Estes eventos exercem influência sobre o ouvinte e seu comportamento. Causando ampliação do controle funcional oriundo das variáveis separadas do comportamento verbal e o surgimento de novas formas de comportamentos oriundos de velhos fragmentos. Como vemos no controle funcional da Pulsão Auditiva de Mattanó, onde amplia-se o controle funcional (S – R – C) e o surgimento de novos comportamentos verbais; eventos que exercem influência sobre o ouvinte.

 

 

Outro grupo de problemas surge do fato, freqüentemente apontado, de que um falante é também, normalmente, um ouvinte. Ele reage a seu próprio comportamento de várias maneiras importantes. Parte do que ele disse está sob o controle das outras partes de seu comportamento verbal. Referimo-nos a esta interação quando dizemos que o falante qualifica, ordena ou elabora seu comportamento no momento em que ele é produzido. A mera emissão de respostas constitui uma descrição incompleta quando o comportamento é composto. Outra conseqüência do fato de que o falante também é um ouvinte é que o comportamento do ouvinte se assemelha ao comportamento do falante, particularmente quando o ouvinte "entende" o que se diz.

 

 

Mattanó mostra que normalmente um falante também é um ouvinte, ou seja, ele reage ao seu próprio comportamento de vários modos, segundo seu comportamento verbal, quando o falante (codificador) qualifica, ordena ou elabora seu comportamento que é emitido e como consequência ele, o falante, também torna-se ouvinte, e o comportamento do ouvinte se assemelha ao comportamento do falante, sobretudo quando o ouvinte ¨entende¨ o que se diz, pois reforça o seu comportamento, reforça a codificação e o próprio processo comunicacional emissor (codificador) – canal (mensagem) – receptor (decodificador).

 

O ouvinte e o falante, quando são uma única pessoa, se engajam em atividades tradicionalmente descritas como "pensamento". O falante manipula seu comportamento; ele o revê e pode rejeitá-lo ou emiti-lo de forma modificada. A extensão em que ele realiza tais atos pode variar amplamente, determinada tal variação em parte pela medida em que ele funciona como seu próprio ouvinte. O falante hábil aprende a modificar o comportamento fraco e a manipular variáveis que gerarão e reforçarão novas respostas em seu repertório. Tal comportamento é comumente observado nas práticas verbais da literatura bem como da ciência e da lógica. Uma análise dessas atividades, assim como de seus efeitos sobre o ouvinte, leva-nos finalmente ao problema do papel do comportamento verbal no problema do conhecimento.

 

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Mattanó aponta que quando o falante e o ouvinte são a mesma pessoa (codificador e decodificador) ocorre a atividade do pensamento. O falante ou codificador pode revê-lo, reajeitá-lo ou emiti-lo de forma modificada. A extensão do que realiza pode variar amplamente conforme funciona seu próprio ouvinte. O falante hábil aprende a modificar seu comportamento fraco e a manipular variáveis que gerarão e reforçarão novas respostas em seu comportamento. Por meio da telepatia o falante ou codificador é também o ouvinte ou decodificador e ele pode controlar o seu próprio comportamento, revendo-o, reajeitando-o e modificando-o, manipulando variáveis que gerarão novas respostas em seu comportamento, inclusive o telepático. Tal comportamento é comumente observado nas práticas verbais da literatura, da ciência e da lógica. Ao compreendermos estes eventos começamos a compreender melhor o papel do comportamento verbal no problema do conhecimento.

 

 

 

Este livro descreve os principais traços de uma análise feita desse ponto de vista. A II Parte descreve a topografia do comportamento verbal relacionada com suas variáveis controladoras e na III Parte, algumas das conseqüências da interação de variáveis. A IV Parte descreve a manipulação do comportamento verbal no ato de composição, enquanto que a V Parte considera as atividades envolvidas na correção e na produção criativa de comportamento usualmente chamada pensamento verbal. Nenhuma suposição é feita acerca de qualquer característica exclusivamente verbal e os princípios e métodos empregados adaptam-se ao estudo do comportamento humano como um todo. Um tratamento extensivo do comportamento humano em geral, feito segundo o mesmo ponto de vista, pode ser encontrado alhures.3 A presente explicação é auto-suficiente.

 

 

 

 

 

 

 

Um traço importante da análise que vamos empreender é que ela se volta para o comportamento do falante e do ouvinte individual; não recorremos a conceitos estatísticos baseados em dados obtidos com grupos. Mesmo com respeito ao falante e ao ouvinte individual pouco uso se fará de resultados experimentais específicos. Os fatos básicos a serem analisados são bem conhecidos de qualquer pessoa educada e não precisam ser confirmados estatisticamente ou experimentalmente no nível de rigor aqui tentado. Não se fez nenhum esforço no sentido de acompanhar a "literatura" relevante. A ênfase será dada a um conjunto de fatos bem conhecidos, de acordo com a formulação do comportamento derivada de uma análise experimental mais rigorosa. A atual extensão ao comportamento verbal é assim um exercício de interpretação, mais do que uma extrapolação quantitativa de resultados experimentais rigorosos.

 

Mattanó adverte que seu trabalho também é um ato ou exercício de interpretação do comportamento verbal do falante e do ouvinte, sem recorrer a conceitos estatísticos, e que este trabalho também não acompanha a ¨literatura¨ relevante ou dominante.

 

 

A falta de rigor quantitativo é, até certo ponto, compensada pelo fato de que as condições a serem consideradas nesta análise devem, na medida do possível, ser accessíveis e manipuláveis. A formulação será eminentemente prática e sugerirá aplicações tecnológicas imediatas. Apesar da ênfase não ser experimental nem estatística, o livro não é propriamente um livro teórico no sentido comum. Ele não recorre a entidades explicativas hipotéticas. O objetivo último é a previsão e o controle do comportamento verbal.

 

Mattanó adverte que seu livro, faz a análise de entidades explicativas hipotéticas, como a telepatia e suas consequências no comportamento verbal, o objetivo último do autor é a previsão e o controle do comportamento verbal e de suas variáveis como a telepatia.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  • Skinner, B. F.: Science and Human Behavior (Nova Iorque, 1954). V 4

 

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CAPÍTULO 2

 

PROBLEMAS GERAIS

 

 

 

O Comportamento Verbal Como Uma Variável Dependente

 

Nosso assunto é o comportamento verbal e devemos aceitá-lo na forma crua em que ele é observado. Ao estudar a fala, temos de explicar uma série de atividades musculares complexas que produzem ruídos. Ao estudar a escrita ou os gestos, lidamos com outros tipos de respostas musculares. Há muito tempo reconhece-se que este é o material com o qual são feitas as línguas, mas tal reconhecimento tem sido qualificado de forma a destruir o ponto principal. Como disse Jespersen4 há muitos anos, "A única definição não impugnável de uma palavra é que ela é um hábito humano." Infelizmente, ele sentiu necessidade de acrescentar: "um ato habitual da parte de um indivíduo que tem, ou pode ter o efeito de evocar alguma idéia na mente de outro indivíduo". Da mesma forma, Bertrand Russel5 afirma que "assim como saltar é uma classe de movimento... assim também a palavra 'cachorro' é [outra] classe", mas ele acrescenta que as palavras diferem de outras classes de movimentos corporais porque têm um significado. Nos dois casos algo foi acrescentado para uma descrição objetiva.

 

Mattanó explica que nas mitologias e na telepatia estudar o comportamento verbal leva-nos a estudá-lo na sua forma crua, em primeiro lugar. Assim a fala é composta de ruídos e de atividades musculares complexas que produzem ruídos. A escrita ou os gestos tem outros tipos de respostas musculares. Deste modo compreendemos de que modo são feitas as línguas. Nas línguas temos as palavras que podem ser entendidas como evento capaz de evocar alguma ideia na mente de outro indivíduo. As palavras diferem das classes de movimentos corporais porque têm um significado. Deste modo, saltar, é uma classe de movimento, e a palavra, gato, é outra classe.

 

 

Tem-se dito freqüentemente que tal acréscimo é necessário, mesmo quando o comportamento não é verbal. Qualquer esforço para tratar o comportamento como um movimento das partes de um organismo enfrenta imediatamente a objeção de que não é o simples movimento que importa, mas o que o movimento significa, seja para o organismo que tem determinado comportamento seja para o observador.

 

Mattanó explica que nos ritos, quando o comportamento não é verbal, ou mesmo na telepatia, quando o comportamento é verborrágico, e portanto doentio, um padrão diferente de outro padrão anterior não verborrágico e telepático, desencadeado naturalmente ou artificialmente, contudo, verborrágico (com um rio sem fim de palavras que lhe vem a mente descontroladamente e não intencionalmente). Vemos que não é o movimento que importa, mas o que o movimento significa, seja para o organismo que tem esse determinado comportamento ou para o observador.

 

 

 

 

 

  • Jespersen, O. Language (Nova Iorque, 1922).

 

  • Russel, B. Inquiry into Meaning and Truth (Nova Iorque, 1940).

 

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Afirma-se comumente que podemos ver significado ou objetivo no comportamento e, portanto, não podemos omitir tal significado de nossa explicação. Mas o significado não é propriedade do comportamento enquanto tal, mas das condições sob as quais o comportamento ocorre. Tecnicamente, os significados devem ser buscados entre as variáveis independentes numa explicação funcional e não como propriedades da variável dependente. Quando alguém diz que pode perceber o significado de uma resposta, ele quer dizer que pode inferir algumas das variáveis das quais a resposta é uma função. A questão é particularmente importante no campo do comportamento verbal, onde o conceito de significado desfruta de tão grande prestígio.

 

Mattanó explica que na telepatia e nos ritos é normal observar o significado ou objetivo no comportamento e que esse significado não é propriedade do comportamento, mas das condições sob as quais o comportamento ocorre. Normalmente os significados devem ser explicados entre as variáveis independentes numa explicação funcional; assim podemos inferir algumas das quais a resposta é uma função.

 

 

Na definição de comportamento verbal como comportamento reforçado por intermédio de outras pessoas, não especificamos, nem o podemos fazer, qualquer forma, modo ou meio. Qualquer movimento capaz de afetar outro organismo pode ser verbal. Nós, provavelmente, escolhemos o comportamento vocal, não apenas porque é o mais comum mas também porque tem pouco efeito sobre o meio físico e porque é quase necessariamente verbal. Há porém linguagens escritas, linguagens por sinais e linguagens nas quais o "falante" estimula a pele do "ouvinte". O comportamento audível não vocal (por exemplo, bater palmas para chamar um criado ou tocar uma corneta) e os gestos são verbais, mesmo que não constituam uma linguagem organizada. O telegrafista hábil comporta-se verbalmente ao mover o pulso. Algumas dessas formas normalmente surgem apenas após o estabelecimento da forma vocal, mas isto não ocorre necessariamente. A escrita e a datilografia podem ser primordialmente verbais ou transcrições de uma forma vocal anterior. Indicar palavras é verbal, como aliás qualquer indicação, uma vez que só é eficaz quando altera o comportamento de alguém. A definição cobre também a manipulação de objetos físicos, realizada por causa de seu efeito sobre as pessoas, como por exemplo no caso dos adornos e das vestes cerimoniais. No caso de qualquer médium, o comportamento é ao mesmo tempo verbal e não-verbal: não-- verbal, em seu efeito sobre o meio; verbal em seus efeitos últimos sobre o observador. A linguagem cerimonial, a linguagem das flores, das pedras preciosas, etc. são de pequeno interesse, porque possuem um vocabulário pequeno e pouca ou nenhuma gramática, mas, de qualquer forma, segundo os termos de nossa definição, elas são verbais. Por ser o comportamento verbal vocal a forma mais comum, podemos tratá-lo como representativo. Quando for necessário ou útil, problemas paralelos de outras formas poderão ser considerados.

 

Mattanó explica que como o comportamento verbal que conhecemos, como o vocal,  a telepatia também é reforçada por intermédio de outras pessoas em interação com o telepath, seja interação pública ou privada (telepática), é através da vocalização que muitos dos outros comportamentos verbais surgem, e não é diferente com a telepatia, pois o verbal comum é representativo e essa representação altera o comportamento do ouvinte, propiciando canais para a instalação do comportamento telepático, que nos parece vir e ser selecionado pela intenção do falante que pode ou não ser um telepath.

 

 

Comportamento Vocal

 

O comportamento verbal vocal é executado por uma complexa musculatura: o diafragma, as cordas vocais, as falsas cordas vocais, a epiglote, a abóboda palatina, a

 

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língua, a bochecha, os lábios e o maxilar. O mais completo registro de um único exemplo de uma locução seria o registro elétrico ou mecânico da ação de todos os músculos envolvidos. Neste momento, o interesse por tal registro é puramente teórico, uma vez que até agora não se fez nada semelhante. Felizmente, uma ciência do comportamento verbal não precisa esperar por isso. As complexas respostas musculares do comportamento vocal afetam o meio verbal pela produção da "fala" audível, um dado muito mais acessível.

 

Mattanó acredita que as complexas respostas musculares do comportamento vocal criam uma funcionalidade no  meio verbal através do comportamento da fala audível, e que essa funcionalidade tem uma nova fórmula:
Ctx – S – R – C – NCtx

Ou seja,

Contexto – Estímulo – Resposta – Consequência – Novo Contexto

O contexto detém estímulo(s) que desencadeiam uma resposta que geram uma consequência e assim um novo contexto; este passa a ser o contexto novamente e o ciclo recomeça por toda a vida do indivíduo.

 

 

O produto acústico do comportamento vocal verbal pode ser registrado fonograficamente. O disco assim gravado pode ser convertido numa forma visível e, para maior conveniência, analisado num espectro de graus de intensidade. O registro acústico é menos preciso que um registro da ação muscular, porque diferentes padrões musculares presumivelmente produzem o mesmo som, mas ao menos ele é exeqüível. Ele é também mais conveniente, porque usa menos termos ou dimensões. É provável que não se perca nada importante porque o cientista se coloca essencialmente na mesma posição que o ouvinte e, para muitos fins, pode ignorar qualquer propriedade do comportamento verbal que não produza diferenças na corrente sonora. Mesmo assim, um registro acústico revela-nos mais do que usualmente queremos saber, exceto quando os detalhes acústicos devem ser especialmente destacados, e isso logo se torna difícil.

 

Mattanó destaca que além do registro fonográfico temos o registro digital do comportamento vocal verbal. O registro fonográfico é visível e o registro digital não é visível, ambos são executáveis e usam menos termos ou dimensões. Contudo notamos diferenças na qualidade sonora e na qualidade e quantidade de armazenamento quando comparados os dois tipos de gravação. Também temos o registro do comportamento vocal  verbal por meio de registros de audiovisuais onde podemos visualizar intermitentemente o registro da ação muscular, dos padrões musculares do falante e o comportamento do ouvinte, onde estudamos fenômenos como o feedback positivo, feedback negativo e o feedfoward. Com o feedback positivo há a continuidade da comunicação. Com o  feedback negativo a comunicação se extingue. E com o feedfoward fazemos nossos planos, planejamentos e cuidamos das nossas vidas no processo comunicacional, com esperança.                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                     

 

 

Outro tipo de registro tornou-se possível com a descoberta de que a fala podia ser dividida em seus sons componentes e pela descoberta de um alfabeto fonético para representar esses sons (Estes dois avanços, é claro, foram anteriores ao estudo científico). Uma amostra de comportamento verbal pode ser registrada colocando-se os símbolos apropriados numa ordem correspondente, tal como é feito, apesar de inexatamente, ao se escrever com o alfabeto inglês. No que nos interessa, tal registro torna simplesmente possível identificar algumas das propriedades acústicas de uma alocução. A transcrição permite que o leitor construa um fac-símile do comportamento, o qual terá sobre a comunidade verbal o mesmo efeito que a amostra original. Este tipo de registro é prático e econômico porque um número indefinido de acontecimentos acústicos diversos pode ser representado por meio de um pequeno número de símbolos.

 

Mattanó mostra que outro tipo de registro do comportamento vocal tornou-se possível com a descoberta de que a fala podia ser dividida em sons que a compunham, pela descoberta do alfabeto fonético.

 

 

Este uso de um alfabeto "fonético" não acarreta nenhum compromisso acerca do significado funcional das unidades identificadas. Podemos usar a grafia inglesa para registrar cantos de pássaros (to-whit, to-whoo, ou peewee) ou os ruídos de coisas inanimadas (pop e boom), no sentido de que ao ler registros em voz alta reconstruímos um fac-símile razoável dos cantos ou ruídos originais. Mas isto não quer dizer que os pássaros ou os tambores falem segundo "fonemas" ingleses. A função analítica (mais do que a transcritiva) do fonema na lingüística moderna surge, por um lado, de uma incursão no domínio da fonologia, que não terá que ser feita aqui, e por outro, do estudo e comparação das práticas de comunidades verbais

 

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em seu conjunto. O lingüista enfrenta os fatos seguintes: 1) numa comunidade verbal, as respostas pin e bin ocorrem em condições diferentes, enquanto que em outra comunidade verbal elas têm o mesmo efeito ou ocorrem nas mesmas condições; 2) numa comunidade verbal, as respostas pit e bit têm efeitos diferentes ou ocorrem sob circunstâncias diferentes, enquanto que em outra comunidade verbal elas têm o mesmo efeito ou ocorrem sob as mesmas circunstâncias; 3) nas comunidades em que pin e bin têm o mesmo efeito, pit e bit também têm o mesmo efeito; e onde as duas primeiras produzem efeitos diversos, as duas últimas também os produzem. Tais fatos apresentam problemas que se situam além da mera transcrição do comportamento verbal, porque incluem referências às condições de ocorrência do comportamento verbal ou aos efeitos produzidos no ouvinte. Trataremos aqui desses fatos adicionais de outra forma.

 

Mattanó também diz que o uso de um alfabeto "fonético" não acarreta nenhum compromisso acerca do significado funcional das unidades identificadas. Podemos descrever com palavras o som emitido dos animais e dos pássaros, mas isto não quer dizer que estes animais e pássaros tenham uma linguagem ou falem como nós seres humanos e se tornem inteligíveis, A função analítica (mais do que a transcritiva) do fonema na lingüística moderna surge, de uma incursão no domínio da fonologia, do estudo e comparação das práticas de comunidades verbais em seu conjunto. Vemos que o contexto é importante e vai além da mera transcrição do comportamento verbal, porque incluem referências às condições do comportamento verbal ou aos efeitos produzidos no ouvinte. Da mesma forma podemos identificar com palavras o som emitido do cérebro e da mente com a telepatia e isto não quer dizer que o cérebro e a mente estejam conversando ou falando com você, pois o cérebro e a mente não seguem as mesmas leis e princípios que a fala, que a língua falada, ou seja, eles não têm uma linguagem igual a da nossa fala.

 

 

 

 

O registro de uma alocução num alfabeto fonético proporciona, é claro, menos informação acerca de suas propriedades do que um registro acústico, mas isto não acarretará objeções caso possamos mostrar que as propriedades preservadas são as propriedades efetivas do comportamento verbal. Isto nos leva a um princípio importante da análise do comportamento. Distinguimos entre um exemplo de resposta e uma classe de respostas. Uma única resposta, como um exemplo de atividade de um organismo, pode ser descrita na medida das facilidades de que se dispuser. Mas, quando deparamos com o problema da predição do comportamento futuro, pode ser impossível predizer os numerosos detalhes de um único exemplo ou fazê-lo, mais provavelmente, pode não ter importância. Tudo o que queremos saber é se ocorrerá ou não uma resposta de determinada classe. Por "determinada classe" entendemos uma resposta que apresente certas propriedades selecionadas. Podemos querer saber se um homem abrirá uma porta, e não como ele gira a maçaneta. Não que desprezemos os detalhes do girar a maçaneta por não estarem submetidos a uma lei ou por serem indeterminados; simplesmente, tratamos do fato de ele abrir a porta sem atentarmos para os detalhes. A propriedade do comportamento em virtude da qual classificamos uma resposta como "abrir uma porta" constitui nosso interesse principal. Da mesma forma, não precisamos conhecer todos os detalhes de uma resposta vocal desde que o padrão sonoro que ela produz obtenha certo efeito sobre uma comunidade verbal específica. Há muitas razões práticas e teóricas para que se registre e analise certos exemplos de comportamento verbal tão detalhadamente quanto possível, mas elas não coincidem com nossos interesses de previsão e controle do comportamento, pelo menos no estágio atual da ciência. O "fonema" foi um reconhecimento precoce do princípio da propriedade definidora de uma resposta. Infelizmente, para nossos objetivos atuais, a extensão do conceito para a lingüística histórica e comparativa obscureceu sua relevância para a definição da unidade do comportamento verbal no falante individual.

 

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Mattanó destaca que a propriedade do comportamento em virtude da qual classificamos uma resposta como o significado de "abrir uma porta" constitui nosso interesse principal. Da mesma forma, não precisamos conhecer todos os detalhes de uma resposta vocal desde que o padrão sonoro que ela produz obtenha certo efeito sobre uma comunidade verbal específica. Há muitas razões práticas e teóricas para que se registre e analise certos exemplos de comportamento verbal tão detalhadamente quanto possível, mas elas não coincidem com nossos interesses de previsão e controle do comportamento, pelo menos no estágio atual da ciência. O "fonema" foi um reconhecimento precoce do princípio da propriedade definidora de uma resposta. O fonema não dá sinais para a discriminação ou não dá estímulos necessários para a discriminação do significado de respostas verbais ou de comportamentos verbais com significado, sentido e conceito, mas pode dar estímulos para a discriminação de respostas verbais com contextos, funcionalidade, topografia, simbologias e relações sociais, e assim levar a ciência atual mais adiante na análise do comportamento verbal.

 

O problema do som da fala torna-se mais claro e, ao mesmo tempo, perde parte de sua importância quando comparamos outros modos de comportamento. Se o comportamento verbal nunca fosse vocal, não existiria a fonética ou a fonologia. Todavia, muitos dos problemas a serem considerados no estudo do comportamento verbal permaneceriam. Numa comunidade, na qual todo comportamento verbal fosse escrito, teríamos que identificar "marcas de fala" e descobrir suas propriedades geométricas essenciais. Se tal linguagem se assemelhasse à escrita moderna, teríamos que estudar um maior número de marcas que funcionariam como, digamos assim, a letra a para podermos identificar seus traços comuns e para descobrir que propriedades poderiam, para muitos fins, serem ignoradas. Se tal comunidade falasse apenas por meio de máquinas de escrever, a extensão de propriedades seria menor. A vantagem de uma extensão menor para o leitor, assim como para o cientista, pode ser percebida pela instrução, tão freqüente: "Por favor, use letras de forma." A grafologia proporciona uma "fonética" rudimentar do comportamento verbal escrito; também aqui os "significados" exigem outras técnicas de análise.

 

Mattanó alerta que se o comportamento verbal nunca fosse verbal jamais haveria a fonética ou a fonologia. Do mesmo jeito se o comportamento verbal proporciona uma ¨fonética¨ rudimentar do comportamento verbal escrito por meio da grafologia, também aqui os ¨significados¨ exigem outras técnicas de análise. Mattanó acrescenta que o comportamento verbal proporciona uma telepatia, uma discriminação de suas respostas verbais encobertas por meio do conhecimento, também aqui os ¨significados¨ exigem outros caminhos para serem analisados, como por exemplo, através da análise dos significados, sentidos, conceitos, contextos, funcionalidades, comportamentos, topografias, simbologias e relações sociais, e do processo comunicacional.

 

 

Uma "citação direta" é um registro de comportamento verbal que depende mais explicitamente de um conhecimento das condições em que ocorreu o comportamento. Freqüentemente, porém, ela é pouco mais que uma transcrição fonética ou acústica que permite ao leitor reconstruir propriedades relevantes do "comportamento original. O relato falado de que alguém disse "São quatro horas" reconstrói no momento um caso de comportamento verbal. Um registro escrito permite que o leitor o reconstrua por si mesmo.

 

Mattanó  explica que a ¨citação direta¨ reconstrói por si mesma o comportamento verbal e suas propriedades, suas condições as quais ocorreu como comportamento verbal, ela é uma transcrição fonética ou acústica do comportamento original. Mattanó diz que na telepatia não há transcrição fonética ou acústica do comportamento original pois ele nunca é falado, é apenas pensado, é conhecimento, é organizado e reorganizado a todo momento, não existe transcrição fonética ou acústica de um evento não acústico,que não envolve a fala.

 

 

Uma técnica que permita a reconstrução de um dado é pouco usual. A ciência geralmente não recorre a modelos ou à imitação; suas descrições dos fatos não se assemelham a esses fatos. No campo do comportamento não-verbal, realmente não relatamos o comportamento imitando-o. Todavia, ao falar uma linguagem que está sendo estudada, o cientista usa a imitação em vez de métodos mais usuais de descrição, que não mantém uma correspondência ponto por ponto com a coisa escrita. (Esta distinção será discutida mais adiante no Capítulo 5.) Russell6 chamou a atenção para o fato de que exemplos raros de comportamento verbal, como o Juramento da Coroação ou o Pai-Nosso, possuem nomes próprios. Ele também menciona o método que se deve a Gõdel, pelo qual se atribuem números a palavras e, a partir daí, a todas as sentenças possíveis. O sistema de catalogação de uma biblioteca atribui nomes próprios (números identificadores) a amplas amostras do conhecimento verbal conhecidas como livros. Não é provável, todavia, que estes prenunciem um sistema descritivo no qual todas as respostas verbais venham a

 

 

 

 

 

 

6 Russell, B. Inquiry into Meaning and Truth (Nova Iorque, 1940),

 

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receber nomes próprios que não tenham maior semelhança com as coisas nomeadas do que as existentes entre os fatos e suas descrições numa outra ciência qualquer.

 

Mattanó acredita que a ciência geralmente não usa técnicas de imitação para descrever seus dados; no comportamento não-verbal não o imitamos, contudo no comportamento verbal quando o cientista estuda uma linguagem, como por exemplo, a da Pulsão Auditiva de Mattanó, ele a imita para poder estudá-la e descrevê-la, discriminar seus estímulos desencadeadores, suas respostas e suas consequências, inclusive os contextos, fazendo a análise funcional, e assim descobrir suas relações e associações comportamentais.

 

 

Não importa quão tentadora possa ser a utilização da possibilidade especial de uma transcrição fonética ou de uma citação direta para reconstruir o comportamento que está sendo analisado; devemos acentuar que, do ponto de vista do método científico, uma expressão como "São 4 horas" é o nome de uma resposta. Não se trata, obviamente, da resposta que está sendo estudada, porquanto ela foi dada por alguma outra pessoa em outro lugar. Ela simplesmente se assemelha àquela resposta do ponto de vista da forma. As condições responsáveis pela resposta original podem não ter nada em comum com as condições responsáveis pela resposta do cientista que descreve. Esta prática, chamada hipóstase, é uma anomalia no método científico. Como disse Quine7: "Uma citação não é uma descrição, mas um hieróglifo; ela designa seu objeto não por meio de uma descrição em termos de outros objetos, mas representando-o." Quine fala aqui dos registros escritos do comportamento verbal escrito. Em nenhuma outra ciência isto é possível porque em nenhuma outra ciência os nomes e as coisas nomeadas possuem estruturas similares.

 

Mattanó explica que tanto faz o quanto nos interessa que uma transcrição fonética reconstrua o comportamento analisado, devemos ter em mente que esse comportamento, por exemplo, ¨São 4 horas¨ é o nome de uma resposta. Uma citação não é uma descrição, ela designa seu objeto não por meio de uma descrição em termos de outros objetos, mas representando-o, ou seja, significando-o. Em nenhuma outra ciência isto é possível, em nenhuma outra ciência os nomes e as coisas nomeadas possuem estruturas similares. Mattanó vai mais longe: explica que além de significá-lo, dá sentido, conceito, contextualiza, funcionaliza, impõe comportamentos, simboliza e relaciona socialmente, além de servir para análises topográficas.

 

Uma citação é, usualmente, mais do que uma transcrição fonética ou acústica, mais do que um hieróglifo ou um nome. Em primeiro lugar, freqüentemente, embora não inevitavelmente, ela quebra em partes uma amostra claramente contínua de comportamento. Tais cortes não precisam refletir pausas atuais ou outras propriedades do padrão de tempo e de intensidade do comportamento. Ao citarmos um episódio falado, nós o separamos não apenas em sons da fala representados por letras, como também em unidades mais amplas, chamadas palavras ou sentenças, representadas por cortes especiais ou por pontuação. A diferença entre um registro fonético e uma citação direta pode ser percebida no treinamento exigido nos dois casos. Um pequeno repertório fonético é suficiente para transcrever a fala inglesa com vistas a uma reconstrução. Mas milhares de "palavras" diferentes devem ser aprendidas antes que citações diretas possam ser efetivamente escritas. O processo inclui, é claro, o aprender a soletrar bem como, particularmente, a distinção entre palavras homófonas. A habilidade em geral é adquirida durante o processo de aprendizagem da escrita e, uma vez adquirida, é amiúde considerada. Provavelmente, somos levados a desprezar o fato de que no momento está ocorrendo um processo de análise.

 

Mattanó explica que uma citação de um texto é uma quebra em partes de uma amostra contínua de comportamento e não uma transcrição fonética ou acústica. Da mesma forma na telepatia, com a citação do conhecimento temos uma quebra em partes de uma amostra contínua do comportamento e não uma transcrição fonética ou acústica, pois não se trata da fala, mas do pensamento, da mente, do cérebro, da bioquímica, das sinapses. Certamente o processo de transcrição da atividade cerebral ou mental que envolve a telepatia demandou aprendizagem e treinamento, experiências científicas, erros e acertos, periclitação da vida e da saúde das cobaias humanas, mas isto ainda é segredo que as autoridades não revelaram ao mundo!

 

Somos também levados, muito provavelmente, a menosprezar o fato de que, numa citação direta estamos inferindo algo acerca das condições sob as quais uma resposta foi emitida, ou sobre efeitos característicos num ouvinte. Pode-se fazer uma

 

 

 

 

 

 

7 Quine, W. V. Mathematical Logic (Nova Iorque, 1940), p. 26.

 

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transcrição fonética razoavelmente boa de uma língua que não se fala ou, como o estenógrafo mostra freqüentemente, de uma língua familiar sem todavia reagirmos a ela como um ouvinte. Mas as unidades de citação direta especificam as respostas verbais como unidades sob controle funcional. Ao fazermos uma distinção entre through e threw 8 ou entre Send me two e send me, too 9, estamos especificando ou as condições normais nas quais as respostas são dadas ou seus efeitos normais sobre o ouvinte. Nas citações indiretas dar-se-á maior ênfase a essas variáveis adicionais. He said that he would go [Ele disse que iria] permite apenas uma reconstrução muito grosseira de uma resposta verbal dada, pois apenas go sobreviveu do original possível I will go [Eu irei], e não poderíamos sequer ter certeza de que outra resposta característica da mesma situação não tivesse sido dada efetivamente. Mas sabemos, com alguma certeza, de que tipo de situação se tratava e que ripo de efeito a observação pode ter causado.

 

Mattanó explica que numa citação direta estamos inferindo algo acerca das condições sob as quais uma resposta foi emitida, ou sobre efeitos característicos num ouvinte, ou seja, sobre suas consequências sobre o ouvinte, que pode-se fazer uma transcrição fonética razoavelmente boa de uma língua que não se fala ou, como o estenógrafo mostra freqüentemente, de uma língua familiar sem todavia reagirmos a ela como um ouvinte, mas as unidades de citação direta especificam as respostas verbais como unidades sob controle funcional, ou seja, cada unidade citada evoca uma unidade sob controle funcional, fazemos isto com a Pulsão Auditiva de Mattanó onde as unidades de citação do tipo, como vemos na análise funcional a seguir: ¨through¨ (S) - ¨ansiedade¨ (R) - ¨threw¨ (C) ou ¨send me two¨ (S) - ¨apreensão¨ (R) - ¨send me, too¨ (C) estão especificando as condições do comportamento verbal do ouvinte sob as contingências da Pulsão Auditiva de Mattanó.

 

 

 

Uma Unidade de Comportamento Verbal

 

Do registro muscular ou acústico do comportamento verbal passamos, por meio da transcrição fonética, à citação direta e indireta. Na medida em que efetuamos essa passagem, guardamos cada vez menos informações sobre o exemplo específico. Esta perda de detalhes pode ser tolerada se as propriedades essenciais à previsão continuam a ser descritas. Ao mesmo tempo, começamos a acrescentar inferências ou fatos sobre as condições nas quais a resposta foi dada. Na tarefa de prever ou controlar o comportamento verbal devemos, é claro, levar em consideração tais variáveis adicionais, mas seu status deve ser esclarecido. As unidades tradicionais do comportamento verbal nunca fazem uma distinção clara entre o observado e o inferido. Vejamos, por exemplo, o conceito de "palavra". Tal como é usado pelo leigo e por muitos lingüistas, uma palavra pode ser uma simples alocução (" Quero dizer-lhe uma palavra" ou "A última palavra") ou uma subdivisão convencional de uma alocução ("O que seria dito em duas ou três palavras em inglês é freqüentemente dito com apenas uma em alemão") ou um símbolo objetivo real ou suposto ("escolher uma palavra" ou "juntar palavras") ou algo comum a dois ou mais modos de comportamento ("uma palavra pode ser dita ou escrita"). Com menos razão, nós até falamos da mesma palavra em duas línguas ("O Francês e o Inglês usam a mesma palavra para acordo: 'accord' "), ou em dois momentos histó-

 

 

 

 

  • Mantivemos no original os exemplos dados. Trata-se de palavras com a mesma pronúncia com sentido e grafia diferentes, como em português "mal" e "mau". (N. da T.)

 

 

  • Frases com pronúncia idêntica mas significado diferente: Envie-me dois"; "Envie-me, também". (N. da T.)

 

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ricos da mesma língua, ou em duas formas afins ("diamante" é a mesma palavra que "brilhante"). Às vezes "palavra" parece significar apenas um padrão léxico ("a palavra 'rápido'").

 

Mattanó explica que as unidades tradicionais do comportamento verbal nunca fazem uma distinção clara entre o observado e o inferido. Vejamos, por exemplo, o conceito de "palavra". Tal como é usado pelo leigo e por muitos lingüistas, uma palavra pode ser uma simples alocução ("Quero dizer-lhe uma palavra" ou "A última palavra") ou uma subdivisão convencional de uma alocução ("O que seria dito em duas ou três palavras em inglês é freqüentemente dito com apenas uma em alemão") ou um símbolo objetivo real ou suposto ("escolher uma palavra" ou "juntar palavras") ou algo comum a dois ou mais modos de comportamento ("uma palavra pode ser dita ou escrita"). Com menos razão, nós até falamos da mesma palavra em duas línguas ("O Francês e o Inglês usam a mesma palavra para acordo: 'accord' "), ou em dois momentos históricos da mesma língua, ou em duas formas afins ("diamante" é a mesma palavra que "brilhante"). Às vezes "palavra" parece significar apenas um padrão léxico ("a palavra 'rápido'"). Também com a Pulsão Auditiva de Mattanó e suas contingências funcionais, outras vezes a ¨palavra¨ parece significar ¨falalarva¨ ou ¨falarva¨ ou  ¨falava¨ ou ¨fala larva¨, depende da discriminação e do conhecimento do indivíduo que adquire este comportamento verbal por imitação, discriminação, atenção e/ou controle instrucional, depende também do seu mapa cognitivo e do seu GPS do comportamento que lhe indicam o caminho a seguir, estabelecendo regras e padrões comportamentais, resistências, e repertórios comportamentais, uma história de vida e de reforçamento que norteará seu comportamento encoberto e seu comportamento público através do condicionamento reflexo e operante, fenômeno que lhe possibilitará adquirir aprendizagem e socialização, para que venha a superar as adversidades do seu meio ambiente e do cosmos.

 

 

Aquilo de que necessitamos para nossos objetivos atuais — e do qual a "palavra" tradicional se aproxima — é uma unidade de comportamento constituída por uma resposta de forma identificável funcionalmente relacionada com uma ou mais variáveis independentes. Em termos tradicionais, podemos dizer que necessitamos de uma unidade de comportamento definida em termos de "forma e significado". A análise do comportamento não-verbal esclareceu a natureza de tal unidade em condições de laboratório nas quais a conveniência da unidade pode ser submetida a rigorosas verificações. Uma extrapolação desse conceito para o campo verbal é fundamental para a análise representada pelo resto deste livro. Os tipos de comportamento nos quais estamos usualmente interessados têm, como vimos, um efeito sobre o meio, o qual por sua vez tem um efeito de retorno sobre o organismo. Tal comportamento pode ser distinguido das atividades primariamente relacionadas com a economia interna do organismo chamando as atividades que operam sobre o meio de "comportamento operante". Qualquer unidade de tal comportamento é convenientemente chamada de "operante". Para muitos fins, o termo "operante" pode ser permutado com a tradicional "resposta", mas os termos permitem-nos fazer uma distinção entre um exemplo de comportamento (Fulano fumou um cigarro entre 2:00 e 2:10 horas") e um tipo de comportamento ("fumar cigarros"). O termo 'resposta" muitas vezes é usado para os dois casos, apesar de não trazer o segundo significado muito claro. A descrição de um exemplo de comportamento não requer a descrição das variáveis relacionadas ou de uma relação funcional. O termo operante, por outro lado, está ligado com a previsão e o controle de um tipo de comportamento. Apesar de observarmos apenas exemplos particulares, estamos lidando com leis que especificam tipos.

 

Mattanó aponta que necessitamos de uma formulação em termos de ¨forma e significado¨ em nosso comportamento. Precisamos de atividades que operam sobre o meio, chamadas de ¨comportamento operante¨. O termo operante está ligado à previsão e o controle de um tipo de comportamento. Prevemos e controlamos comportamentos operantes porque eles operam sobre o meio, ou seja, tem uma ¨forma e significado¨ em nosso comportamento. Os comportamentos da Pulsão Auditiva são operantes, os comportamentos da lavagem cerebral são operantes e os comportamentos da telepatia também são operantes, todos eles operam sobre o meio, tem uma ¨forma e significado¨, há como ter previsão e controle sobre eles; sobre a telepatia podemos dizer que ela pode ser controlada pelo comportamento do telepath falante sobre seus ouvintes por manipulação do comportamento, do meio ambiente, das tecnologias, da telepatia, do organismo, da saúde, da mesma forma que os outros comportamentos dos Homo Sapiens sobre uns pelos outros.

 

A distinção dá origem à questão do formalismo. Uma resposta, como um exemplo, pode ser completamente descrita como uma forma de comportamento. Um operante especifica pelo menos uma relação com uma variável — o efeito que o comportamento caracteristicamente, se bem que não inevitavelmente, tem sobre o meio — e não é por isso uma unidade puramente formal. Uma especificação formal não pode ser evitada, desde que uma resposta só pode ser considerada um exemplo de operante por meio de uma identificação objetiva. Mas não basta a identificação. Como um exemplo de operante verbal, a resposta deve ocorrer como função de certa variável. Nesse sentido, podemos distinguir entre o operante rápido no qual a variável controladora é partilhada pelo operante veloz, e o operante rápido no qual a variável controladora é semelhante à do operante fixo.

 

Um problema sempre presente na análise do comportamento verbal é o da dimensão da unidade. As unidades lingüísticas padronizadas são de dimensões

 

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variadas. Abaixo do nível da palavra jazem raízes ou, mais rigorosamente, as pe-quenas unidades "significativas" chamadas morfemas. Acima da palavra estão as frases, idiomas, sentenças, cláusulas etc. Cada uma delas pode ter unidade funcional como operantes verbais. Uma partícula de comportamento tão pequena quanto um único som pode estar sob controle independente de uma variável manipulável. (Veremos exemplos de tais operantes verbais atomizados mais tarde.) Por outro lado, um amplo segmento do comportamento — talvez uma frase como vasta maioria ou quando tudo foi dito e feito ou a verdade, toda a verdade e nada mais que a verdade ou toda uma sentença como quem muito quer tudo perde — podem variar sob controle unitário funcional semelhante. Apesar de partes desses operantes mais amplos terem a mesma forma que partes de outros operantes, ou mesmo de unidades completas, pode não haver interação funcional. Se isso pode parecer estranho para a análise lingüística tradicional, é preciso lembrar que o operante verbal é exclusivamente uma unidade de comportamento do falante individual. A unidade funcional de um amplo operante e a extensão em que a presença desse operante no repertório do falante pode afetar operantes de forma similar devem ser decididas a partir do estudo do comportamento deste falante. Nas práticas características de uma comunidade verbal, pode não ser possível estabelecer a unidade funcional de uma ampla amostra semelhante de comportamento.

 

Mattanó explica que abaixo das palavras existem os morfemas e acima das palavras estão às frases, idiomas, sentenças, cláusulas, etc.. Cada uma delas pode ter unidade funcional como operantes verbais. Assim como pode haver interação funcional pode não haver interação funcional entre essas unidades e os operantes verbais. O operante verbal não passa de uma unidade de comportamento do falante individual. Deste modo na telepatia um operante verbal é uma unidade de comportamento do falante (codificador) individual, esse operante pode afetar operantes de forma similar no comportamento verbal do falante (codificador) telepático, que produz conhecimento.

 

 

Fizemos notar que um falante possui um repertório verbal no sentido de que respostas de várias formas de tempo em tempo, aparecem, em seu comportamento relacionadas com condições identificáveis. Um repertório, como uma alocução de operantes verbais, descreve o comportamento verbal potencial de um falante. Perguntar onde está um operante verbal quando uma resposta não está sendo emitida é o mesmo que perguntar onde está o movimento do joelho quando o médico não está batendo na rótula. Um repertório de comportamento verbal é uma construção conveniente. A distinção entre "operante verbal" e "palavra" pode ser comparada à existente entre "repertório verbal" e "vocabulário".

 

Mattanó acredita que um repertório verbal aparece graças as respostas de várias formas de tempo em tempo. Uma alocução é descrita como potencialmente um comportamento verbal. Desta forma perguntar para um indivíduo um operante verbal quando uma resposta não está sendo emitida e nem está no contexto ambiental é não ser conveniente. Portanto fugir aos problemas de saúde mental e orgânica e de informação, direitos e de cidadania de um indivíduo ou de um país e até do mundo todo quando a resposta está sendo emitida pode não ser conveniente, pode parecer insensibilidade às contingências, não discriminação dos estímulos ou fuga, esquiva ou punição, etc.! Seja qual for a resposta, pode não ser conveniente!

 

Diz-se que uma pessoa possui um vocabulário de tantas mil palavras quando estas são observadas em seu comportamento verbal durante certo período de tempo.

Mas um vocabulário muitas vezes é encarado como um depósito de ferramentas inanimadas a partir do qual o falante faz uma seleção apropriada quando fala. O que se leva em consideração aqui não é apenas que certas formas específicas de comportamento verbal são observadas, mas que elas são observadas cm circunstâncias específicas. Estas circunstâncias controladoras acrescentam um caráter dinâmico ao "repertório" que falta ao "vocabulário".

 

       Mattanó acredita que operante verbal é diferente de palavra pois o primeiro é um meio

       de solucionar problemas com o comportamento verbal e a palavra é  a coisa escrita ou

       falada, é uma unidade funcional. O termo repertório verbal significa quantas palavras

       são observadas no comportamento de um indivíduo num intervalo de tempo. E vocabu-

      lário diz respeito a um depósito de ferramentas inanimadas a partir do qual o falante

      faz uma seleção apropriada quando fala.

      Mattanó acrescenta o termo repertório verbal telepático ou do conhecimento que é

      aquele repertório característico do comportamento do conhecimento ou da telepatia,

      pois a telepatia não passa de conhecimento.

 

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Probabilidade de Resposta

 

Algumas partes do repertório verbal surgem mais provavelmente que outras. Esta probabilidade é um conceito importante, se bem que difícil. Nosso dado básico não é a ocorrência de uma dada resposta enquanto tal, mas a probabilidade de que ela venha a ocorrer num certo momento. Cada operante verbal pode ser concebido como tendo, sob circunstâncias específicas, uma probabilidade de emissão que pode ser determinada — emissão convenientemente chamada de sua "força". Baseamos a noção de força em vários tipos de evidência.

 

Mattanó explica que cada operante verbal, inclusive o conhecimento ou a telepatia, tem

uma probabilidade de que ela venha a ocorrer num certo momento, a essa probabilida-

de de algumas partes do repertório verbal ocorrer mais provavelmente do que outras

chamamos de probabilidade de resposta.

 

 

Emissão de Resposta

 

Se a resposta é emitida, o operante provavelmente é forte. Todavia, a emissão é um sinal melhor de força se as circunstâncias são pouco comuns. Num tipo de lapso verbal, por exemplo, a resposta que se introduz ou que deforma o comportamento (Ver Capítulo 11) não é apropriada para a situação imediata, mas apesar disso surge como especialmente forte. A resposta que aparece em circunstâncias ambíguas, difíceis ou não-apropriadas, mas não é um lapso, provavelmente é forte pela mesma razão. O cientista que continua a falar sobre seu trabalho durante um emocionante jogo de futebol ou num barulhento trem de metrô e o conversador compulsivo que não toma conhecimento de interrupções evidenciam repertórios especialmente fortes. Outras formas de comportamento verbal, por exemplo, o escrever — apresentam evidência do mesmo tipo.

 

Entre as circunstâncias pouco comuns que evidenciam força podemos incluir estímulos verbais inadequados: do fato de uma pessoa ver seu nome numa relação escrita pouco clara ou muito sintética, ou ouvir seu nome em meio a uma conversação barulhenta, podemos inferir a força de seu nome em seu próprio repertório.

 

       Mattanó explica que quando uma resposta é emitida, seu operante provavelmente é forte.

       É em função disto que na telepatia o operante verbal é de solucionar problemas, até

       mesmo criando problemas como é característico com a telepatia, pois ela é conhecimen-

       to, e conhecimento é reforçador, conhecimento gera conhecimento, mesmo em situações

       difíceis, ambíguas e não-apropriadas como com a opção do uso da telepatia como ferra-

       menta de salvamento e de luta pela vida e contra o estupro, a morte, a loucura e o terro-

       rismo, e a corrupção que havia determinado o uso dessa ferramenta como forma de de-

       fesa e de luta telepática contra a própria telepatia e seu causador.

 

 

 

Nível de Energia

 

A emissão de uma resposta constitui uma medida de tudo ou nada. Ela nos permite inferir a força apenas em termos da adequação das condições em que ocorre a emissão. Um segundo tipo de evidência sugere-nos que a força está numa escala contínua que vai de zero até um valor muito alto. Uma resposta pode ser executada com certa energia, que não deve ser confundida com "força" como sinônimo de "probabilidade". A energia parece variar com a probabilidade e muitas vezes é aceita

 

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como medida de força.10 Um enérgico e prolongado NÃO! não é apenas uma resposta forte, mas sugere uma forte tendência em responder, tendência que não seria facilmente dominada por forças competitivas. Por outro lado, um tímido e breve NÃO é aceito como um exemplo de um operante fraco, do qual inferimos alguma inadequação nas variáveis independentes. Uma energia relativa permite inferência semelhante. Da resposta um "papagaio VERMELHO" concluímos que a cor vermelha era de especial importância para o falante, enquanto que de um "PAPAGAIO vermelho" inferimos a importância especial do papagaio em si mesmo como uma variável. Sob certas circunstâncias pode ocorrer uma rápida mudança no nível de energia, tal como o caso do Sr. Winkle nos Pickwick Papers, o qual pouco antes de submergir num sonho alcoólico gritou:

 

Que venha mais uma garrafa, começando com voz alta e terminando baixinho.

 

Outras propriedades do comportamento verbal variam com o nível de energia. Em níveis baixos, a parte da resposta que cai de tom chega até o sussurro. No outro extremo da linha outras propriedades topográficas são afetadas. Provavelmente por causa do mecanismo do aparato da fala, o grau de intensidade do nível de uma resposta tende a variar com a energia. Sendo o resto igual, quanto mais alta a resposta, mais alto o grau de intensidade. Por isso, o grau de intensidade pode às vezes ser tomado como indicador de força. No comportamento de crianças pequenas, as "observações apropriadas" a uma ocasião social emitidas em voz baixa e quase inaudível, em contraposição aos gritos emitidos ao brincar, sugerem uma ordem de valores possíveis. Outras formas de comportamento verbal apresentam em geral uma extensão mais limitada. No comportamento verbal escrito, algumas indicações de força podem ser encontradas no tamanho das letras, na pressão da pena, nos itálicos etc. Alguma concessão a características comparáveis se faz pelo modelo do tipo empregado. Estes são hoje expedientes convencionais, embora guardem algum traço de uma variação original da força operante.

 

Mattanó aponta que a energia parece variar com a probabilidade e muitas vezes é aceita como medida de força. A emissão de uma resposta constitui uma medida de tudo ou nada. Ela nos permite inferir a força apenas em termos da adequação das condições em que ocorre a emissão. Um segundo tipo de evidência sugere-nos que a força está numa escala contínua que vai de zero até um valor muito alto. Quanto mais alta a resposta, mais alto o grau de intensidade. Por isso, o grau de intensidade pode às vezes ser tomado como indicador de força. No comportamento de crianças pequenas, as "observações apropriadas" a uma ocasião social emitidas em voz baixa e quase inaudível, em contraposição aos gritos emitidos ao brincar, sugerem uma ordem de valores possíveis. Outras formas de comportamento verbal apresentam em geral uma extensão mais limitada. No comportamento verbal escrito, algumas indicações de força podem ser encontradas no tamanho das letras, na pressão da pena, nos itálicos etc.. Na telepatia quanto mais alta a resposta emitida, mais alto o grau de intensidade e de força  da resposta de acústica do pensamento e do conhecimento com o aumento da sua intensidade telepática, que pode ser sentida como conhecimento como acústica do pensamento.

 

 

 

Velocidade

 

Outra propriedade do comportamento verbal emitido é a velocidade com a qual as partes sucessivas da amostra se seguem uma às outras, ou a velocidade com que a resposta aparece depois que a ocasião para sua emissão tenha surgido. Admite-se em geral a implicação de que um comportamento verbal forte é rápido e que hesitação revela pouca força. Uma resposta pronta indica que o falante estava "fortemente

 

 

 

 

 

 

  • É possível que energia e probabilidade variem, uma em função da outra, apenas depois que a energia da resposta tenha sido diferencialmente reforçada (ver Science and Human Behavior, p. 95).

 

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inclinado a dá-la"; uma demora na resposta nos leva a suspeitar que algo está possivelmente errado nas circunstâncias controladoras. A fraqueza pode dever-se a um comportamento competitivo. Um homem absorvido na leitura de um livro pode demorar vários segundos para responder a um chamado ou a uma pergunta. Em crianças pequenas, nas quais o comportamento verbal é franco porque ainda está sendo adquirido, atrasos de minutos são por vezes observados. Uma criança de 13 meses já havia adquirido a resposta Luz. Certa ocasião lhe foi mostrada uma luz e perguntaram-lhe: "O que é isso?" Ela não deu qualquer resposta durante, pelo menos, um minuto e desistiu-se da tentativa de levá-la a responder. Ela já havia voltado a brincar quando a resposta surgiu claramente. Em comportamentos patológicos pode haver atrasos ainda maiores. Um registro antigo de um caso se encontra em Head11, que pediu a um de seus pacientes afásicos que contasse, isto é, que repetisse a ordem numérica. O paciente não respondeu durante dez minutos, quando então, subitamente, começou: Um, dois, três, quatro,... Às vezes, inferimos a força do comportamento verbal de alguém com quem nos correspondemos a partir da velocidade com a qual uma carta é respondida, e traços de velocidade na caligrafia proporcionam uma evidência semelhante. Gestos frenéticos demonstram velocidade na resposta em outra forma de comportamento.

 

Mattanó explica que nos rituais, na lavagem cerebral, na despersonalização ou na telepatia outra propriedade do comportamento verbal emitido é a velocidade com a qual as partes sucessivas da amostra se seguem uma às outras, ou a velocidade com que a resposta aparece depois que a ocasião para sua emissão tenha surgido. Admite-se em geral a implicação de que um comportamento verbal forte é rápido e que hesitação revela pouca força. Nota-se que uma demora na resposta nos leva a suspeitar que algo está possivelmente errado nas circunstâncias controladoras. A fraqueza pode dever-se a um comportamento competitivo. Uma resposta pronta indica que o falante estava "fortemente inclinado a dá-la¨.

 

 

 

Repetição

 

Uma terceira indicação possível de uma relativa força é a repetição imediata de uma resposta. Em vez de dizer NÃO! com grande energia alguém pode dizer Não! Não! Não! Uma forma de repetição indiscriminada está implícita na forma Mil vezes não!. Energia e repetição podem combinar-se. Ocasionalmente, pode-se observar o declínio da força em respostas sucessivas, que vão paulatinamente diminuindo de energia, intensidade e velocidade: NÃO! não! não! A repetição é aparentemente responsável por uma classe de expressões que envolvem uma ênfase especial; por exemplo: Venha, venha, venha, e Agora, agora. Expressões como again and again [muitas vezes], round and round [vezes sucessivas] e milhas e milhas são complicadas por um princípio adicional, mas provavelmente revelam também o efeito da força. Um engano muito, muito triste funciona no lugar de Um engano MUITO triste. A repetição pode ser diluída por um comportamento interposto. Na resposta, Não, não é, Não foi nada, a força excepcional da forma não é evidente em sua repetição.

 

Mattanó mostra que nos rituais, na lavagem cerebral, na despersonalização, na telepatia, na tortura, no estupro virtual ou no curandeirismo uma forma de repetição indiscriminada implícita na forma do conhecimento telepático ¨Mil vezes não! Energia e repetição podem combinar-se. Ocasionalmente, pode-se observar o declínio da força em respostas sucessivas que vão diminuindo de energia, intensidade e velocidade: ¨NÃO! não! não!¨ A força excepcional da forma não é evidente em sua repetição. Notamos que a forma da resposta telepática, do conhecimento, que se combina através de sua energia e repetição, onde sua força de forma diminui ou não é evidente em função da repetição, que vai tendo paulatinamente um efeito de força até diminuir sua força com um comportamento interposto do tipo ¨Não, não é, Não foi nada¨, provavelmente começa a perder sua energia, intensidade e velocidade com o declínio da força em respostas sucessivas.

 

  

 

 

 

  • Head, Henry: Aphasia (Nova Iorque, 1926).

 

 

 

 

Limitações da Evidência de Força

     

     É fácil superestimar a significação desses indicadores. Se duas ou mais propriedades do comportamento indicam a mesma coisa, elas devem variar juntas: mas energia, velocidade e repetição nem sempre satisfazem a essa exigência. Classificamos as pessoas de acordo com a força geral de seus comportamentos verbais, de uma forma que sugere que nossas medidas estão intimamente associadas. Por exemplo: a pessoa prolixa (quando é prolixa) fala alto, depressa e se repete, enquanto o taciturno fala devagar, baixo e raramente repete. Mas nas respostas isoladas essas medidas se alteram por outras circunstâncias e as exceções devem então ser explicadas. Por exemplo: uma resposta mal memorizada pode tardar por causa de sua fraqueza mas, durante a demora o caráter aversivo da situação cresce e quando, finalmente, ela é emitida, o nível de energia pode ser alto. A aparente discrepância entre retardamento e força exige uma explicação especial.

 

Mattanó aponta que se duas ou mais propriedades do comportamento indicam a mesma coisa, elas devem variar juntas, assim classificamos as pessoas de acordo com a força geral de seus comportamentos verbais, de uma forma que sugere que  nossas medidas estão intimamente associadas. Mas nas respostas isoladas essas medidas se alteram por outras circunstâncias e as exceções devem ser explicadas. Por exemplo: uma resposta mal codificada telepaticamente, ou que não produza o conhecimento que necessitamos para aquela ocasião pode tardar para ser evocada por causa da sua fraqueza, mas durante a demora o caráter aversivo da situação telepática cresce e quando, finalmente, ela é emitida, o nível de energia pode ser alto.

 

       Outra complicação é que nossas medidas — nível de energia, rapidez da resposta e mesmo repetição — entram na construção de diferentes formas de resposta. Em inglês, isto não apresenta maior dificuldade. Níveis absolutos de altura e intensidade não são "distintivos", nem tampouco são importantes os níveis de altura relativa. Mudanças de altura, todavia, distinguem diferentes tipos de alocução. A energia da resposta não pode ser tomada como um indicador inevitável de força na medida que ela serve para tornar DE-sert (deserto) uma resposta diferente de de-SERT (sobremesa). O prolongamento de um som não significa necessariamente força quando ele surge como "quantidade", nem tampouco a reduplicação é sempre um exemplo útil de repetição de forma.

 

            Mattanó nos explica que nossas medidas, nível de energia, rapidez da resposta e repetição, entram na construção de diferentes formas de resposta. Mudanças de altura distinguem diferentes tipos de alocução: DE-sert (deserto) e a outra alocução diferente: de-SERT (sobremesa).

 

 

Energia, velocidade e repetição são afetadas por condições especiais de reforço. Falamos mais alto com um surdo e mais devagar com um bobo e, nos dois casos, repetimos. A repetição pode tornar-se necessária num lugar barulhento. (Ouça! Ouça!) Quando nosso interlocutor está longe, aumentamos a energia e o nível da voz e prolongamos cada som quando isso é possível. Uma resposta rápida e alta obterá mais resultado numa situação competitiva, por exemplo, numa sala de aula. Podemos admitir condições especiais desse tipo na avaliação de qualquer medida dada apenas inferindo a força operante, não do fato de que alguém fala alto, mas do fato que esse alguém fala mais alto do que o faria normalmente nas mesmas circunstâncias. Há algum consolo na averiguação de que mudança» de força devidas a essas condições especiais freqüentemente exageram a força "natural". Elas podem nos levar a confundir a importância relativa de um indicador, mas não sua direção ou sinal.

 

Mattanó explica que energia, velocidade e repetição são afetadas por condições especiais de reforço. De acordo como o contexto podemos falar mais alto, mais rápido ou mais devagar, repetir o que falamos, aumentar o nível de energia e o nível da voz para prolongarmos o som da nossa voz no meio ambiente. Falamos da força operante, do aprendizado, da solução de problemas, em determinadas circunstâncias, ou mesmo, em determinado contexto.

 

 

Infelizmente, outros tipos de conseqüência opõem evidências normais de força. Valores extremos de qualquer uma dessas propriedades interferem no efeito sobre o ouvinte. A comunidade verbal, como uma coleção de ouvintes, força a fala a um

 

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certo padrão de velocidade, energia e repetição. Se a criança fala alto, é corrigida. Se ela murmura, recomenda-se para que fale alto. Se suas palavras brotam aos tropeços, recomenda-se que seja mais ponderada. Repetir-se é considerado má forma, mas a dupla negativa, que é apenas o resultado inocente de um NÂO forte, é considerado ilógico e não-gramatical.

 

Mattanó nos mostra que outros tipos de conseqüência opõem evidências normais de força. Valores extremos de qualquer uma dessas propriedades interferem no efeito sobre o ouvinte. A comunidade verbal, como uma coleção de ouvintes, força a fala a um certo padrão de velocidade, energia e repetição. Fugir a este padrão pode ter como consequência o comportamento de correção do seu comportamento verbal, levando-o a imitar o padrão modelo.

 

 

Mas se os indicadores são obscurecidos por esses interesses conflitantes, evidências de força continuam a sobreviver. Continuamos a fazer inferências práticas acerca do comportamento do falante a partir de sua energia, velocidade e repetição. Um com-pleto nivelamento com vistas à monotonia é impossível de ser alcançado e a comunidade, de fato, se opõe a isso. Em alguns tipos de comportamento verbal — por exemplo, quando se lê alto — a variável controladora gera um comportamento de um nível razoavelmente constante de força. Exceto no caso de respostas pouco familiares ou mal aprendidas, um texto normalmente não reforça uma resposta mais do que outra. Mas uma série de respostas de energia e velocidade uniformes não é eficiente no que toca ao ouvinte. Por isso, o leitor é levado a introduzir sinais espúrios de força. Ele lê como se seu comportamento tivesse sido determinado, não por um texto, mas por um conjunto de variáveis semelhantes às da fala "real". Ora, é significativo que ele faça isso modulando a intensidade, a energia e a velocidade. A partir desses indicadores de força, o ouvinte infere um conjunto de condições determinantes. O leitor revelou uma boa "interpretação".

 

Mattanó explica que quando se lê alto a variável controladora geram um comportamento de um nível razoavelmente constante de força. Um texto não reforça uma resposta mais do que a outra se há um feedback positivo entre falante e ouvinte. A fala de um texto pressupõe um conjunto de variáveis semelhantes às da fala da vida ¨real¨ onde há um falante e um ou uns ouvinte(s). Essa fala será modulada com intensidade, energia e velocidade. A partir dos indicadores de força, o ouvinte infere um conjunto de condições determinadas, ou seja, decodifica a mensagem, ou mesmo, seu significado, sentido, conceito, contexto, funcionalidade, comportamento, topografia, simbologia e relações, levando-o a efetuar o Episódio Verbal Completo ou o Episódio Verbal Incompleto.

 

 

 

Nós também proporcionamos indicadores por outras razões. Se nos mostram uma apreciada obra de arte e exclamamos Que beleza! a velocidade e a energia da resposta não serão desperdiçadas com o proprietário. Podemos acentuar o efeito por meio de repetição: Que beleza, que beleza! Verdadeiramente, uma beleza! Isto é percebido de forma tão clara por qualquer pessoa que tornou-se parte de uma cultura simular características de força, quer as variáveis independentes apropriadas estejam presentes ou não — quer o quadro proporcione ou não uma ocasião na qual tal comportamento verbal seria naturalmente forte. Dificilmente isso se daria se o significado de nossos indicadores tivesse sido inteiramente obscurecido por outras considerações.

 

Mattanó acredita que também proporcionamos indicadores por outros motivos. Se nos mostram uma cena traumática  e produzimos o conhecimento (telepático) ¨Vou te arrebentar!¨ Podemos acentuar isto com a repetição ¨Vou te arrebentar, te arrebentar! Vou arrebentar a tua cara, seu desgraçado, você é um bandido!¨ Notamos que a repetição da resposta foi perdendo força e energia por outras razões.

 

 

 

Freqüência Alta

 

Um terceiro tipo de evidência é a alta freqüência com que uma resposta aparece numa extensa amostra de comportamento verbal. Por exemplo: o número de vezes que um falante emite Eu, meu, mim, minha é usado para indicar a força de seu comportamento com relação a si mesmo como variável controladora — seu "egocentrismo" ou "conceito". Outras respostas têm sido usadas para indicar outros temas. Com tal medida se pode mostrar que os interesses de um escritor mudam de ano para ano — que ele se torna mais ou menos preocupado com o sexo, a morte

 

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ou com qualquer outro assunto. A prática reconhece a noção geral de uma probabilidade variável de resposta e a relevância de uma alta freqüência ao medi-la, mas tais interpretações dependem de certos pressupostos, que nem sempre são justificados.

 

Mattanó explica que a repetição de conceitos expressa a prática de algum assunto por parte do escritor ou do falante; contudo na telepatia com lavagem cerebral e estupro virtual, tortura e curandeirismo e a repetição de conceitos indica a prática de assuntos ligados à violência e à força e intensidade dos estímulos aversivos aplicados na forma de violência, lavagem cerebral, tortura, curandeirismo e estupro virtual, por exemplo.

 

 

A contagem de palavras é, muitas vezes, uma tentativa de desenvolver uma análise puramente formal da variável dependente isolada. O comportamento verbal é estudado sem se levar em conta as circunstâncias em que foi emitido. Mas, apesar de ser útil saber que uma resposta de uma certa forma é freqüentemente emitida, é também importante conhecer as condições predominantes. Desde que nossa unidade de análise não é puramente formal, não podemos ter certeza de que todos os exemplos de uma resposta são exemplos do mesmo operante, nem podemos ter certeza de que a freqüência não possa ser atribuída à freqüência de ocorrência de variáveis de controle. No caso do egocentrismo, o próprio falante está sempre presente e a mudança de sua inclinação para falar sobre esse assunto pode ser significativa; mas uma resposta como neve deve variar, podemos presumir, de acordo com a estação. Uma mudança de freqüência pode não refletir uma mudança de tendência em " falar sobre a neve quando ela está presente", mas apenas outras circunstâncias. Mesmo a freqüência de respostas, tais como Eu, mim, meu e minha, pode variar como uma função do ouvinte a quem se destina o comportamento verbal. A menos que saibamos que tal ouvinte permanece presente ou ausente, uma mudança de freqüência não pode ser usada para se inferir dela uma tendência subjacente em emitir tais formas.

 

Mattanó aponta que a contagem das palavras repetidas que indicam a expressão do falante através de conceitos é importante, mas devemos saber as condições em que elas foram produzidas e desencadeadas. Certamente todas as respostas não obedecem ao mesmo operante. Mattanó aponta que mudar de frequência no comportamento pode não refletir mudança de tendência mas apenas outras circunstâncias. A mudança pode variar como uma função do ouvinte. Assim na telepatia é o ouvinte que através do pacto social provoca a mudança na tendência através de outras circunstâncias em seu comportamento verbal que pode ser emitido de muitas maneiras com um feedback positivo.

 

 

Apesar de a alta freqüência ser um dado interessante e até mesmo satisfatório, ela se afasta de nosso programa de lidar com o falante individual numa dada ocasião. Seus dados são mais relevantes para estudos de práticas características de uma dada comunidade verbal e, por isso, mais apropriados para as preocupações comuns dos lingüistas. Todavia, pode-se usar às vezes tais dados para inferir processos característicos do falante individual.

 

Mattanó discorre que a alta frequência de uma resposta indica que ela foi reforçada no passado  e que isso indica que ela é difícil à extinção e que na telepatia isso revela que há comportamentos com alta frequência de resposta, pois foram reforçados no passado e tem um alto grau de resistência à extinção da sua resposta; que é possível condicionar a mente telepath e aplicar as técnicas do condicionamento operante, do reforçamento, da fuga, da esquiva, da punição e da extinção. Que a mente telepath revela-se amplamente comportamental!

 

 

Probabilidade de Exemplo Isolado

 

Apesar de a língua inglesa conter muitas expressões que sugerem que o conceito de probabilidade de uma resposta é um conceito familiar e útil, permanecem certos problemas a serem resolvidos para que ele possa ser empregado na análise do comportamento. Em condições de laboratório, a probabilidade da resposta é facilmente estudada num organismo individual como freqüência de resposta. Em tais condições, mudanças de freqüência podem ser apontadas como funções precisas de variáveis específicas, e tais estudos fornecem alguns dos fatos mais fidedignos disponíveis sobre o comportamento. Mas precisamos caminhar do estudo das freqüências para a consideração da probabilidade de um fato isolado. O problema

 

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não é apenas próprio do campo do comportamento. Ele é básico onde quer que os dados de uma ciência sejam probabilísticos, e isto significa as ciências físicas em geral. Apesar de os dados sobre os quais tanto o leigo como o cientista fundamentam seus conceitos de probabilidade surgirem sob forma de freqüência, ambos querem falar acerca da probabilidade de ocorrência de um único acontecimento. Nos últimos capítulos deste livro, consideraremos a maneira pela qual diversas variáveis, combinam num dado momento, contribuem para dar força a uma dada resposta. Ao fazer isso, pode parecer que estejamos indo além de uma interpretação da probabilidade em termos de freqüência; todavia, nossa evidência para a contribuição de cada variável baseia-se exclusivamente na observação das freqüências.

 

Mattanó explica que em condições de laboratório, a probabilidade da resposta é facilmente estudada num organismo individual como freqüência de resposta. Em tais condições, mudanças de freqüência podem ser apontadas como funções precisas de variáveis específicas, tanto o leigo como o cientista fundamentam seus conceitos de probabilidade surgirem sob forma de freqüência, ambos querem falar acerca da probabilidade de ocorrência de um único acontecimento, cada variável baseia-se exclusivamente na observação das frequências, mesmo que diversas variáveis se combinem, num certo momento, para dar força a uma dada resposta. Assim vemos que na mitologia e nos ritos a probabilidade da resposta é estudada como frequência da resposta, mudanças na frequência significam mudanças nas condições, no contexto, mesmo quando diversas variáveis se combinam fortalecendo a força da resposta, deste jeito um contexto onde as variáveis se combinam para fortalecer a força de uma dada resposta terá a probabilidade de manter-se nessa combinação se essa combinação for reforçadora, ou num contexto onde as variáveis se combinam para enfraquecer a força de uma dada resposta terá a probabilidade de manter-se nessa combinação se essa cominação for reforçadora.

 

 

 

 

 

Variáveis Independentes e Processos Correlatos

 

A probabilidade de que uma resposta verbal de determinada forma venha a ocorrer num dado momento constitui o dado básico a ser previsto e controlado. Esta é a variável "dependente" numa análise funcional. As condições e acontecimentos para os quais nos voltamos com vistas a conseguir previsão ou controle — as "variáveis independentes" — precisam agora ser consideradas.

 

Mattanó estudará agora a probabilidade de que uma resposta verbal de determinada forma venha a ocorrer nalgum momento constitui o dado básico a ser estudado e a ser previsto e controlado, a este dado damos o nome de variável ¨dependente¨; as variáveis ¨independentes¨ precisam ser agora estudadas.

 

 

Condicionamento e Extinção

 

Qualquer operante, verbal ou de outro tipo, adquire força e continua a ser mantido quando as respostas costumam ser seguidas por um acontecimento chamado "reforço". O processo de "condicionamento operante" é mais evidente quando o comportamento verbal é adquirido inicialmente. Os pais constroem um repertório de respostas na criança reforçando muitos casos particulares de uma resposta. Obviamente, uma resposta deve aparecer pelo menos uma vez antes de ser fortalecida pelo reforço. Isto não quer dizer, todavia, que todas as formas complexas do comportamento do adulto estejam no repertório vocal não-condicionado da criança. Os pais precisam esperar pelo surgimento da forma final. Respostas muito intrincadas podem ser construídas no comportamento de um organismo por meio de um processo que pode ser ilustrado pelo seguinte exemplo. Decidimos condicionar um pombo a caminhar em sua gaiola segundo um padrão que obedecia ao modelo de um 8. Admitamos que o pombo esteja faminto e que podemos apresentar imediatamente a comida como um reforço conveniente. Não precisamos esperar até que a figura 8 surja inteira para reforçar o comportamento. Começamos reforçando qualquer secção isolada do comportamento que seja parte do modelo final. No caso de o pombo permanecer relativamente imóvel, podemos ter que começar reforçando o mais leve movimento. A ave torna-se ativa em pouco tempo,

 

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apesar de tal atividade não obedecer a qualquer padrão determinado. Em seguida, suspendemos o condicionamento até que a ave comece a se mover numa direção como, por exemplo, o sentido do movimento dos ponteiros do relógio. O menor movimento nessa direção é imediatamente reforçado. Posteriormente, o reforço é suspenso até que um movimento extenso seja executado. Movimentos circulares completos surgirão em breve. Isto constitui metade do resultado desejado. O operante é então parcialmente extinto, enquanto os reforços são suspensos até que a ave se mova em direção contrária ao movimento dos ponteiros do relógio. Pode ser necessário reforçar ocasionalmente um movimento feito segundo a direção dos ponteiros do relógio. Eventualmente a ave fará voltas completas nas duas direções. As duas partes do padrão escolhido estão agora disponíveis, mas não ainda na ordem desejada. Podemos agora esperar por um padrão correspondente ao número 8 antes de proporcionar novo reforço. Em condições favoráveis, o desempenho final relativamente complexo pode ser adquirido num curto espaço de tempo.

 

Ao ensinar uma criança a falar, as especificações formais sobre as quais o reforço é contingente são, no começo, muito suaves. Qualquer resposta que se aproxime vagamente do comportamento padrão da comunidade é reforçada. Quando tais respostas começam a surgir com maior freqüência, passa-se a exigir maior precisão. Desta maneira, podem-se obter formas verbais muito complexas. (Veremos, no capítulo 4, que há outras maneiras de se provocar um resposta complexa para que se possa reforçá-la. Este método de aproximações progressivas usualmente é relevante apenas nos estágios iniciais de construção de um repertório verbal.)

 

Mattanó explica que qualquer operante costuma ser mantido, verbal ou de outro tipo como o telepático, seguido de reforço.

O processo de condicionamento operante vai modelando a resposta da criança até a sua forma final. Para ensinar uma criança a falar qualquer resposta que se aproxime vagamente do padrão da comunidade é reforçada. Quando surgem com mais frequência são exigidas com maior precisão até as formas mais complexas. Usamos o método das aproximações sucessivas nos estágios iniciais de construção de um repertório verbal. Na telepatia também usamos o método das aproximações sucessivas para alfabetizar as crianças verbalmente e telepaticamente, porém em períodos diferentes ou estágios diferentes de suas vidas. A fala começa cedo, por volta do primeiro ano de vida e a comunicação por telepatia começa por volta dos 4 anos de idade e obedece aos mesmo padrões de condicionamento operante para a modelagem da resposta da criança.

 

 

Se as contingências do reforço são, por qualquer razão, abrandadas ou relaxadas, as propriedades da resposta verbal sofrem uma mudança em outra direção. A degeneração das formas de comando militar é um exemplo. Consideremos um sargento com um novo esquadrão que deve ser condicionado a obedecer-lhe às ordens. O sargento começa com uma resposta verbal empregada pela comunidade verbal mais ampla, por exemplo, a resposta Marche! De início, esta resposta precisa ser claramente enunciada, mas em breve o esquadrão executa a resposta apropriada independentemente de muitas especificações do comando, em parte porque outros aspectos da situação começam a controlar o comportamento. A forma da resposta então se degenera de maneira característica e eventualmente pode atingir o estágio de uma simples expulsão forçada de ar com alguma vocalização, mas com pouca ou nenhuma forma. Apenas porque o comportamento apropriado do esquadrão sobrevive à deterioração do comportamento do sargento é que a forma final é eficaz. O esquadrão, enquanto grupo de ouvintes, foi progressivamente recondicionado. Um novo esquadrão, todavia, pode trazer de volta uma forma de comportamento mais específica por parte do sargento.

 

As conseqüências do reforço continuam a ser importantes depois que o comportamento verbal foi adquirido. Sua principal função é manter a força da

 

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resposta. A freqüência com que um falante emitirá uma resposta depende, o resto sendo igual, da alta freqüência do reforço numa dada comunidade verbal. Se o reforço cessa, em virtude de alguma mudança de circunstância, o operante enfraquece e pode mesmo desaparecer pela "extinção".

 

Reforço operante, portanto, é um simples meio de controlar a probabilidade de ocorrência de determinada classe de respostas verbais. Se desejamos tornar a resposta de um dado tipo altamente provável, providenciamos o reforço efetivo de muitos exemplos de tal tipo. Se desejamos eliminá-la do repertório verbal, providenciamos para que não haja mais reforço. Qualquer informação sobre a freqüência relativa de reforço característica de uma comunidade verbal dada é obviamente valiosa para a previsão de tal comportamento.

 

Mattanó explica que na telepatia e na lavagem cerebral ou no estupro coletivo e até no curandeirismo se abandonamos o reforço as propriedades da resposta verbal sofrem uma mudança em outra direção.

As consequências do reforço continuam a ser importantes depois que o comportamento verbal foi adquirido, seja na telepatia, na lavagem cerebral ou no estupro coletivo e no curandeirismo.

A frequência de respostas do falante em qualquer uma dessas categorias ou modalidades de violência depende da frequência da sua comunidade verbal.

Reforço operante é um simples meio de controlar a probabilidade de ocorrência de determinada classe de respostas verbais por meio da aplicação ou não aplicação do reforço, modificando o comportamento, seja na violência por meio da telepatia, da lavagem cerebral, do estupro virtual ou do curandeirismo.

 

 

 

Controle do Estímulo

 

Uma criança adquire comportamento verbal quando vocalizações relativamente não-padronizadas, reforçadas seletivamente, assumem gradualmente formas que produzem conseqüências apropriadas numa dada comunidade verbal. Na formulação desse processo, nós necessitamos de mencionar estímulos que ocorram antes do comportamento a ser reforçado. É difícil, se não impossível, descobrir estímulos que evoquem respostas vocais específicas na criança muito jovem. Não há estímulo capaz de fazer uma criança dizer b ou a ou e da mesma forma que podemos levá-la à salivação pingando limão em sua boca ou fazer suas pupilas se contraírem por meio de um raio de luz. A matéria bruta a partir da qual o comportamento verbal é construído não é "elidida". Para reforçar uma dada resposta é preciso apenas esperar que ela ocorra.

Mattanó aponta que o comportamento verbal é adquirido paulatinamente, com o reforço das vocalizações relativamente não-padronizadas e reforçadas seletivamente, numa dada comunidade verbal. Mas para que as respostas ocorram devemos apenas saber esperar e depois dar o reforço. Assim também o é na telepatia, devemos apenas saber esperar para aparecer o comportamento verbal telepático para depois reforçá-lo e inseri-lo adequadamente numa dada comunidade verbal.

 

 

Todavia estímulos anteriores são importantes no controle do comportamento verbal. São importantes porque constituem uma contingência de reforço de três termos a qual pode ser expressa desta forma: na presença de um dado estímulo, uma dada resposta é caracteristicamente seguida por um dado reforço. Tal contingência constitui uma propriedade do meio. Quando ela prevalece, o organismo não só adquire a resposta que obtém o reforço, mas também torna-se mais propenso a emitir essa resposta na presença dos estímulos anteriores. O processo mediante o qual isto se constitui, chamado "discriminação de estímulo", tem sido extensivamente estudado no comportamento não-verbal. Numerosos exemplos serão descritos em capítulos posteriores.

 

Mattanó explica que os estímulos anteriores são importantes no controle do comportamento verbal, onde uma dada resposta é seguida de um reforço, quando isto ocorre o indivíduo torna-se propenso a emitir essa resposta na presença dos estímulos anteriores, a este processo, Skinner dá o nome de ¨discriminação de estímulo¨. Mattanó acrescenta o contexto como meio propenso a conter estímulos que serão selecionados para desencadear a resposta que será seguida de um reforço, numa dada comunidade verbal, neste contexto há a presença de estímulos anteriores que possuem a característica de serem capazes de desencadear a resposta que será seguida de reforço na comunidade verbal onde se insere o sujeito.

 

 

 

 

Motivação e Emoção

 

Ainda que o reforço proporcione o controle de uma resposta, não usamos o reforço enquanto tal quando posteriormente exercemos controle. Reforçando com açúcar,

 

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fortalecemos a resposta Açúcar!, mas a resposta só será emitida quando a criança estiver faminta de açúcar. Assim sendo, controlamos a resposta, não por meio de reforços adicionais, mas privando ou saciando a criança com açúcar. Respostas não-verbais são controladas da mesma maneira. Quer uma porta seja aberta por meio de "Torça a maçaneta e empurre" ou por meio de Fora!, nós tornamos a resposta mais ou menos provável alterando a privação associada com o reforço de passar pela porta. Se a resposta foi reforçada de várias maneiras diferentes, podemos controlá-la mudando não a privação, mas o reforço iminente. Nós aumentamos a probabilidade de um homem vir a atravessar uma sala colocando um objeto comumente reforçador na outra extremidade. Removendo tal objeto, ou melhor, colocando-o próximo do homem, reduzimos a probabilidade de que ele venha a atravessar a sala.

 

 

Mattanó explica que ainda que o reforço proporcione o controle de uma resposta, não usamos o reforço enquanto tal quando posteriormente exercemos controle. Podemos controlar a resposta não por meio de reforços adicionais, mas por privação ou saciação da resposta, contudo podemos mudar a resposta se ela foi reforçada de várias maneiras diferentes, podemos mudá-la não através da privação, mas por meio do reforço, podemos alterar padrões de comportamento através da manipulação do estímulo reforçador, removendo-o ou colocando-o em outro lugar alteramos o comportamento do sujeito. Da mesma forma com o comportamento verbal podemos manipular o estímulo reforçador ¨Coloque o dedo ali para ligar o aparelho!¨  Removendo-o ¨  ¨, o sujeito apresentará outro comportamento verbal, não seguirá a instrução, pois ela não foi dada, apresentará o comportamento de aproximações sucessivas para descobrir o que deve fazer ou qual o próximo passo para ligar o aparelho! Na telepatia e na violência, na lavagem cerebral e na tortura, no estupro virtual e no curandeirismo o comportamento de alterar estímulos reforçadores também produz alterações comportamentais no sujeito aumentando ou diminuindo a probabilidade de determinados comportamentos e certamente diretamente no conhecimento.

 

 

Quando um operante é adquirido, ele torna-se membro de um grupo de respostas que varia juntamente com a privação relevante. Um homem obtém um copo de água de muitas maneiras: pegando um copo de água, abrindo um torneira, vertendo água de uma jarra, etc. O operante verbal Água! torna-se membro desse grupo quando é reforçado com água. As probabilidades de todos os operantes assim reforçados variam juntas. Respostas de todas as classes aumentam sua probabilidade de ocorrência quando privamos o homem de água ou o levamos a perder água — por exemplo, induzindo-o a exercícios violentos, alimentando-o com sal, que deve ser eliminado, ou aumentando a temperatura do ambiente, provocando-lhe a transpiração. Por outro lado, tornamos tais respostas menos prováveis de ocorrer pelo fato de levar o homem a beber grande quantidade de água.

Mattanó explica que quando adquirimos um operante ele varia com a privação. Um operante verbal também varia conforme seu reforço. Quando associamos o operante verbal com o comportamento manifesto que o gera ele acaba aumentando. Quando associamos esse operante verbal com o comportamento verbal que o pune ele acaba diminuindo.

 

 

Tais operações são designadas pelo leigo como criadoras ou mitigadoras de "um estado de sede". Tal concepção é apenas tão válida ou útil na previsão e controle quanto a observação sobre a qual repousa. Os acontecimentos importantes constituem as operações que modificaram o estado de sede. Ao prever e controlar a resposta verbal Água! nós não mudamos diretamente a sede; nós iniciamos certas operações que a modificaram. É mais simples omitir qualquer referência a um "impulso" e dizer que a probabilidade de uma resposta Agua! pode ser modificada por meio dessas operações.

 

Mattanó explica que estas operações servem para a previsão e para o controle quanto para a observação sobre a qual repousa, para que iniciemos operações que modifiquem estas operações. Na telepatia e na lavagem cerebral, no estupro virtual e no curandeirismo, etc., dados que servem para sua própria previsão e controle, bem como para sua própria observação e operações que os modifiquem, que prevejam e controlem a telepatia e a violência, a lavagem cerebral, o estupro virtual e o curandeirismo.

 

 

Suponhamos, todavia, que nosso falante, além de beber água, a tenha usado para apagar incêndios. Até termos verificado esse ponto, não podemos ter certeza de que uma resposta adquirida quando ele foi reforçado com água por estar sedento será emitida quando o cesto de papéis se incendiar. Se há alguma conexão funcional, ela deve ser buscada em certos fatos comuns ao beber água e ao apagar um incêndio. Se a resposta Água! foi reforçada pela estimulação visual proporcionada pela água antes do que pela água na boca, e se tal estimulação desempenha um papel no controle do comportamento de apagar um incêndio, então a resposta adquirida apenas sob privação de água pode ocorrer no caso de um desastre. O grupo de operações que

 

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afetam a força de Água! sugere, na linguagem comum alguma "necessidade geral de água" mais do que sede. Mas teremos que examinar todos os comportamentos nos quais a água desempenha um papel para definirmos essa necessidade. Podemos dizer que aumentamos a força de qualquer resposta que tenha sido reforçada com água, inclusive a resposta verbal Água!, fortalecendo qualquer comportamento que "requeira água para sua execução". (Em termos mais técnicos, este comportamento seria descrito como qualquer comportamento sob o controle da água como um estímulo discriminativo)

 

Mattanó explica que existem comportamentos verbais onde o falante ao dizer ¨Água!¨ indica que se a resposta Água! foi reforçada pela estimulação visual proporcionada pela água antes do que pela água na boca, e se tal estimulação desempenha um papel no controle do comportamento de apagar um incêndio, então a resposta adquirida apenas sob privação de água pode ocorrer no caso de um desastre. A linguagem sugere alguma ¨necessidade geral de água¨ mais do que sede. Podemos dizer que aumentamos a força de qualquer resposta que tenha sido reforçada com água, inclusive a resposta verbal Água!, fortalecendo qualquer comportamento que "requeira água para sua execução". Mattanó explica que na telepatia e na lavagem cerebral, na tortura e no estupro virtual, na violência e no curandeirismo a resposta verbal ¨Água!¨ também sugere alguma necessidade geral de água, mas também sugere alguma necessidade geral de conhecimento e não de água ou de necessidades fisiológicas, mas de conhecimento.

 

 

 

Controle Aversivo

 

Há outros tipos de conseqüências que alteram a força de uma resposta verbal. O comportamento pode ser reforçado pela redução do estímulo aversivo. Quando um estímulo aversivo é reduzido, chamamos o comportamento de fuga. Quando algumas condições que caracteristicamente precedem um estímulo aversivo são reduzidas, nós as chamamos de evitação. Assim, se a resposta verbal Vare! é reforçada quando acarreta a suspensão de uma injúria física, a resposta É um exemplo de fuga. Mas Não toque em mim! pode ser reforçado quando acarreta a suspensão de uma ameaça de tal injúria — de fatos que foram previamente seguidos de tal injúria e que daí por diante condicionaram estímulos aversivos — e o comportamento É então chamado de evitação. Quando o falante teve uma história de tal reforço, controlamos seu comportamento verbal criando as circunstâncias apropriadas. Levamo-lo a dizer Pare! espancando-o, ou a dizer Não toque em mim! ameaçando-o com um espancamento.

Mattanó explica que há outros tipos de consequências que alteram a força de uma resposta verbal. O comportamento pode ser reforçado através da redução do estímulo aversivo. Assim na telepatia, na lavagem cerebral, na tortura, na lavagem cerebral, no curandeirismo e no estupro virtual, por exemplo, aumentamos o reforço do comportamento quando reduzimos estes estímulos aversivos, colocando o falante em uma história de reforço, onde controlamos seu comportamento verbal criando as circunstâncias apropriadas.

 

 

Uma descrição completa do comportamento verbal do falante individual leva-nos a observar outras variáveis no campo da motivação e da emoção, mas os processos aqui são raros, se É que isso ocorre alguma vez, e relacionam-se apenas com o comportamento verbal. Alguns pontos relevantes serão discutidos no capítulo 8.

 

 

O Ouvinte e o Episódio Verbal Total

 

Nossa definição de comportamento verbal aplica-se apenas ao falante, mas o ouvinte não pode ser omitido de nossa descrição. O conceito tradicional de comportamento verbal, discutido no Capítulo 1, admitia geralmente que certos processos lingüísticos básicos eram comuns ao falante e ao ouvinte. Processos comuns são sugeridos quando se admite que a linguagem acorda na mente do ouvinte "idéias presentes na mente do falante", ou quando a comunicação é tida como bem sucedida só quando uma expressão tem o "mesmo sentido para o falante e para o ouvinte". Teorias do significado comumente são aplicadas tanto ao falante como ao ouvinte, como se o processo significativo fosse o mesmo para ambos.

 

Mattanó explica que processos comuns são sugeridos quando se admite que a linguagem acorda na mente do ouvinte ¨ideias presentes na mente do falante¨, ou quando a comunicação tem o ¨mesmo sentido para o falante e para o ouvinte¨. Falamos que as teorias do significado explicam que o significado tanto ao falante quanto ao ouvinte é o mesmo, como se o processo significativo fosse o mesmo. Mattanó explica que o processo significativo envolve (falante) codificação, mensagem e (ruído), decodificação (ouvinte), bem como sentidos, conceitos, contextos, comportamentos, símbolos e relações sociais, ou seja, o Episódio Verbal Completo ou o Episódio Verbal Incompleto.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Muito do comportamento do ouvinte não tem qualquer semelhança com o comportamento do falante, e não é verbal, de acordo com nossa definição.12 Mas o ouvinte (bem como o leitor) está reagindo a estímulos verbais — os produtos finais do comportamento aqui analisado — e, naturalmente, estamos interessados no destino de tais estímulos. Por um lado, eles evocam respostas das glândulas e dos músculos lisos, pela mediação do sistema nervoso autônomo, especialmente as reações emocionais. Estes exemplificam os clássicos reflexos condicionados. Por outro lado, os estímulos verbais controlam grande parte do complexo comportamento do esqueleto com o qual o indivíduo opera sobre seu meio. Os processos relevantes nestas duas amplas áreas serão considerados a seguir, na medida do necessário. Em qualquer caso, o estímulo verbal não difere em nada de outras espécies de estímulos. O comportamento de um homem como ouvinte não deve ser distinguido de outras formas de seu comportamento.

 

Mattanó aponta que muito do comportamento do ouvinte nada tem de semelhança com o comportamento do falante, dentre as diferenças apontamos as respostas das glândulas e dos músculos lisos, do sistema nervoso autônomo e as reações emocionais, porém os estímulos verbais controlam grande parte do comportamento do esqueleto com o qual o indivíduo opera sobre o meio, portanto o comportamento verbal deve ser entendido como controlado por diferenças e não por semelhanças entre falante e ouvinte.

 

 

Nosso interesse pelo ouvinte não é, porém, apenas um interesse em saber o que acontece aos estímulos verbais criados pelo falante. Numa descrição completa de um episódio de fala, precisamos mostrar que o comportamento do ouvinte pro-porciona de fato as condições que tínhamos suposto na explicação do comportamento do falante. Nós precisamos de descrições separadas, mas que se interliguem, tanto do comportamento do ouvinte como do falante, se nossa explicação do comportamento verbal tiver que ser completa. Na explicação do comportamento do falante, pressupomos um ouvinte que reforçará seu comportamento de determinadas maneiras. Na descrição do comportamento do ouvinte, pressupomos um falante cujo comportamento tem certa relação com as condições ambientais. As trocas entre eles devem explicar todas as condições assim pressupostas. A descrição de todo o episódio estará então completa.

 

Mattanó explica que o ouvinte não deve ser estudado somente em função pelo que acontece pelos estímulos verbais criados pelo falante, pois o ouvinte reforçará seu comportamento de determinadas maneiras. As trocas entre falante e ouvinte devem explicar todas as condições ambientais assim pressupostas. A descrição de todo o episódio verbal completo ou de todo o episódio verbal incompleto estará então completa.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  • veremos adiante que, em muitos casos importantes, o ouvinte está ao mesmo tempo se comportando como falante.

 

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Parte II

 

VARIÁVEIS DE CONTROLE

 

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CAPÍTULO 3

 

O MANDO

 

Numa comunidade verbal dada, certas respostas são caracteristicamente seguidas por certas conseqüências. Espere! É seguido por alguém que espera e Psiu! é seguido de silêncio. Grande parte do comportamento verbal de crianças pequenas é deste tipo. Doce! é caracteristicamente seguido pelo recebimento de um doce e Fora! pela abertura de uma porta. Tais efeitos não são inevitáveis, mas nós normalmente podemos achar para cada resposta uma conseqüência que é mais comum que qualquer outra. Existem paralelos não-verbais. Fora!, como vimos, tem como efeito último girar a maçaneta e empurrar a porta. As duas formas de comportamento tornam-se partes do repertório do organismo por meio de condicionamento operante. Quando uma resposta é caracteristicamente reforçada de uma forma, sua probabilidade de surgimento no comportamento do falante é uma função da privação associada, a esse reforço. A resposta Doce ocorrerá mais provavelmente após um período de privação de açúcar e menos provavelmente após a saciação. A resposta Quieto! é reforçada por meio da redução de uma condição aversiva, e podemos aumentar a probabilidade de sua ocorrência criando tal condição — isto é, fazendo algum barulho.

 

Mattanó explica que numa comunidade verbal estudada, certas respostas são seguidas de consequências. Acabamos achando que para cada resposta existe uma consequência, ou seja, certezas, ou coisas mais comuns do que outras. Cria-se um comportamento operante onde as duas formas de comportamento tornam-se partes do repertório do organismo. Quando uma resposta é reforçada surge no comportamento do falante uma função da privação associada, a esse reforço. A resposta com a redução de uma condição aversiva pode aumentar a probabilidade de sua ocorrência criando tal condição ambiental. Na telepatia também criamos certezas, coisas mais comuns do que outras coisas, achando que para cada resposta existe uma consequência. Isto só pode ser mudado se mudarmos a cultura de nossa sociedade, de nossa comunidade verbal, onde não mais teremos como certezas de que a telepatia deve ser seguida de consequências, sobretudo aversivas. Mudando o comportamento mudamos a sociedade e nosso comportamento verbal, mudamos o meio ambiente e o contexto.

 

 

 

 Será conveniente dar um nome para o tipo de operante verbal no qual a resposta de uma forma dada é caracteristicamente seguida por uma conseqüência dada numa comunidade verbal. A relação básica tem sido reconhecida nas análises gramaticais e sintáticas (expressões como "modo imperativo" e ordens e súplicas" sugerem a si mesmas), mas nenhum termo tradicional pode ser usado aqui com segurança. O termo mando tem certo valor mnemônico derivado de comando, desmando, etc, e possui também a conveniência de ser breve. Definiremos, pois, o mando como um operante verbal no qual a resposta é reforçada por uma conseqüência característica e esta, portanto, sob controle funcional de condições relevantes de privação ou estímulo aversivo. O uso adjetivo é verbal do termo são auto-explicativos.

 

Mattanó explica que quando a resposta é reforçada por uma consequência característica e esta sob controle funcional de privação ou estímulo aversivo a definiremos como mando, como um operante verbal no qual a resposta de uma dada forma é caracteristicamente seguida por uma consequência dada numa comunidade verbal. Mattanó adverte que dependendo do tipo de contrato entre falante e ouvinte o mando pode causar embaraço e confusão, pode se eximir de seus deveres sociais por parte do falante e se tornar algo ¨ditatorial¨ onde seu comportamento verbal de falante, seu conhecimento transforma-se em mando por meio da violência e da corrupção, ou seja, dos estímulos aversivos que acabam controlando os estímulos sociais e os comportamentos dos indivíduos, inclusive seus comportamentos verbais levando-os ao embaraço e a confusão mental e social, como por exemplo, através da telepatia que tem como consequência a lavagem cerebral, a tortura, a falsidade ideológica, o curandeirismo e o estupro virtual.

 

 

 

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Particularmente e em contraste com outros tipos de operantes verbais a serem.discutidos posteriormente, a resposta não tem uma relação específica com um .estímulo interior.

 

Um mando caracteriza-se pela relação especial e única entre a forma da resposta e o reforço caracteristicamente recebido numa dada comunidade verbal. Convém também referirmo-nos a essa relação dizendo que um mando "especifica" o seu reforço. Ouça!, Olhe!, Corra!, Pare! e Diga sim! especificam o comportamento de um ouvinte; mas quando um comensa faminto exige Pão! ou Mais sopa! ele está especificando o reforço final. Freqüentemente, tanto o comportamento do ouvinte quanto o reforço final são especificados. O mando Passe o sal! especifica uma ação {passe) e um reforço_ final (o sal).

 

Mattanó aponta que um mando caracteriza-se pela relação entre a forma da resposta e o reforço recebido numa dada comunidade verbal, o mando ¨especifica¨ o seu reforço, ou seja, o falante especifica o comportamento de um ouvinte especificando o reforço final, tanto o comportamento do ouvinte quanto o reforço final são especificados. Na telepatia o controle funcional ocorre a partir da privação ou do estímulo aversivo que seleciona o mando como operante verbal para sua operação, esse mando também caracteriza-se por especificar telepaticamente o seu reforço através de um pacto ou acordo social entre falante e ouvinte, o comportamento do ouvinte e o reforço final são especificados para que haja controle ou feedback positivo ou negativo, o mando sugere um feedfoward, um planejamento e uma esperança, pois especifica seu comportamento como falante para o seu ouvinte através de um reforço especificado através do mando.

 

 

Um mando é um tipo de operante verbal singularizado por suas variáveis controladoras. Não é uma unidade formal de análise. Nenhuma resposta pode ser dada a um mando a partir apenas de sua forma. Como regra geral, para identificarmos qualquer tipo de operante verbal, precisamos conhecer o tipo de variáveis cuja resposta constitui uma função. Numa dada comunidade verbal, todavia, certas propriedades formais podem estar tão intimamente associadas com tipos específicos de variáveis que estas podem, seguramente, ser inferidas. No caso presente, podemos dizer que algumas respostas, apenas por causa de suas propriedades formais sejam provavelmente, mandos.

 

Mattanó explica que o mando é um tipo de operante singularizado por variáveis controladoras. Para conhecermos qualquer tipo de operante verbal devemos conhecer o tipo de variáveis cuja resposta é função. Certos tipos específicos de variáveis podem ser inferidas, dizemos nestes casos que sejam provavelmente mandos. Na telepatia também inferimos todas as respostas pois trata-se de comportamento encoberto e telepático, não demonstrável em laboratório, pois eu já fui submetido a exames científicos e não comprovaram-na, ou seja, não a demonstraram em laboratório, trata-se, pois, de inferências, as quais dependem de certos tipos específicos de variáveis comportamentais observáveis, que se seguem de mandos como controladores sociais e causadores de lavagem cerebral, violência, tortura, falsidade ideológica, estupro virtual, corrupção, roubo de conhecimento e de dados pessoais, terror, fraude, etc.. Viver segundo inferências não me parece viver de acordo com a realidade.

 

 

O padrão de resposta que caracteristicamente obtém o reforço depende, claro, da "linguagem" — isto é, das práticas de reforço da comunidade verbal (Ver Apêndice). Mas temos que explicar não apenas as relações entre padrões de resposta e reforços, mas também a manutenção do comportamento do ouvinte. Quando considerarmos outros tipos de operantes verbais, verificaremos que o comportamento funciona principalmente em benefício do ouvinte e, nesse caso, não é difícil explicar-lhe o comportamento. O mando, porém, funciona principalmente para benefício do falante; por que deveria o ouvinte realizar a mediação necessária do reforço?

 

Mattanó explica que o padrão de resposta que obtém o reforço depende da ¨linguagem¨, das práticas de reforço da comunidade verbal. O mando funciona para benefício do falante, por que o ouvinte deveria realizar a mediação necessária do reforço? Certamente por que ele internaliza o mando, o assimila para depois acomodá-lo, o mando causa-lhe um desequilíbrio cognitivo.

 

 

O que precisa ser explicado, em outras palavras, é o episódio vocal em sua totalidade. Isto pode ser feito arrolando os acontecimentos relevantes do comportamento, tanto do ouvinte como do falante, em sua ordem temporal própria. A privação ou a estimulação aversiva, responsáveis pela força de cada um, precisam ser especificadas, e as contingências de reforço devem explicar a origem e a manutenção contínua do comportamento. Vários intercâmbios entre os dois organismos ocorrem freqüentemente.

 

Mattanó explica que a mediação necessária do reforço é realizada pelo ouvinte através do mando do falante pode ser explicada pelo episódio vocal em sua totalidade, onde a privação, a estimulação aversiva, a força de cada um, as contingências de reforço, a origem e a manutenção contínua do comportamento, vários intercâmbios são explicados. Até mesmo os significados, sentidos, conceitos, contextos, comportamentos, funcionalidades, relações sociais (feedback positivo ou negativo, feedfoward) e símbolos são explicados no processo comunicacional entre falante – ouvinte.

 

 

A figura 1 representa um episódio em que uma pessoa pede pão à outra pessoa. O problema da motivação é explicado presumindo-se um falante esfomeado e um ouvinte já disposto a reforçá-lo com pão. A primeira troca física ocorre quando a

 

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mera presença do ouvinte proporciona a ocasião (SD)13 para o mando do falante: Pão, por favor! O falante normalmente não emite a resposta quando não há alguém presente; mas, quando um ouvinte aparece, aumenta a probabilidade da resposta (Capítulo 7). A estimulação visual, e de outros tipos, proporcionada pelo ouvinte é indicada pela primeira ↑ no diagrama. A resposta do falante (Pão, por favor] produz um. estímulo verbal para o ouvinte. Aqui, a troca (o primeiro ↓↓) está na forma de estimulação auditiva, que proporciona a ocasião (SDV) para a resposta não-verbal de passar o pão. Apesar de termos presumido um ouvinte predisposto a dar pão ao falante, o comportamento não aparece de forma indiscriminada. O mando do falante (Pão, por favor) estabelece uma ocasião na qual o ouvinte pode, com êxito, dar pão. A troca do pão é indicada pela segunda ↑. O efeito sobre o falante é o de reforçar o mando pela apresentação do pão, e isto completa a descrição no que respeita ao falante. Todavia, constitui característica de muitas culturas o fato de o reforço bem sucedido do mando ser seguido por outra resposta verbal que visa assegurar comportamento semelhante do ouvinte no futuro. No diagrama, isto é indicado pela resposta verbal obrigado. Esta resposta está sob o controle da estimulação proporcionada pelas partes precedentes do episódio indicadas no diagrama como o segundo SD. A estimulação auditiva (o segundo ↑↓) proporciona um estímulo reforçador para o ouvinte, estimulo que explica em parte o comportamento de passar o pão. Este estímulo verbal também pode contribuir para o surgimento de uma resposta verbal por parte do ouvinte (Não há de quê!) a qual, quando ouvida pelo falante, reforça a resposta Obrigado. Estas duas últimas trocas não constituem parte integral do episódio vocal que contém um mando; elas suplementam nossas suposições com relação à motivação dos dois indivíduos. (O efeito de uma resposta verbal que serve como reforço será discutido mais adiante, no Capítulo 6.)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Figura 1

 

 

 

 

 

  • S = estímulo, R = resposta. O sobrescrito indica termos verbais SD é tecnicamente um estimulo discriminativo, isto é, não um estimulo eliciador.

 

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Tipos de Mando

 

O mando representado na figura 1, na qual o ouvinte é independentemente motivado a reforçar o falante, chama-se comumente pedido. As respostas servem apenas para indicar que o falante aceitará o que o ouvinte já está disposto a dar. Trata--se, em outras palavras, de uma ocasião para uma dádiva bem sucedida. Freqüentemente, porém, a resposta do falante, além de especificar um reforço, pode precisar estabelecer uma situação aversiva, da qual o ouvinte só pode escapar proporcionando a apropriada mediação. Quando o comportamento do ouvinte é assim reforçado pela redução da ameaça, a resposta do falante é chamada de ordem. Mãos ao alto! não apenas especifica uma forma de ação, mas constitui uma ameaça da qual a vítima só pode escapar erguendo mãos. A ameaça pode ser expressa por uma entonação característica ou pode tornar--se explícita, como em A bolsa ou a vida! . Onde as duas primeiras palavras especificam o reforço e as duas últimas as conseqüências aversivas com as quais o ouvinte é ameaçado. As ordens militares são obedecidas por causa de uma espécie de ameaça constante.

 

Mattanó explica que existem diferentes tipos de mando. Um deles é o pedido, indica que o falante aceitará o que o ouvinte já está disposto a dar, uma ocasião para um dádiva bem sucedida. Outro é a ordem, uma ameaça da qual a vítima só pode escapar obedecendo, as ordens militares são obedecidas por causa de uma espécie de ameaça constante. Na telepatia o pedido torna-se roubo do conhecimento e manipulação, curandeirismo, charlatanismo, periclitação da vida e da saúde, privação da liberdade, invasão da intimidade e da privacidade, pois o falante por meio da telepatia já sabe o que o ouvinte está disposta a dar, falamos de uma especulação do pedido. E na ordem a redução da ameaça, onde o ouvinte só escapa da ameaça obedecendo, notamos novamente uma periclitação da vida e da saúde, roubo, do conhecimento, manipulação, curandeirismo, charlatanismo, falsidade ideológica, fraude, estupro virtual, violência, pedofilia, etc., através de uma especulação comportamental da ordem, da ameaça.

 

Um paradigma mostrando a interação do ouvinte e do falante numa ordem é mostrado na Figura 2 Aqui também o primeiro intercâmbio é do ouvinte com o falante. A presença do ouvinte constitui a ocasião para o comportamento verbal (SD), e também nesse caso um estímulo aversivo (Sav) cuja fuga será proporcionada pela resposta do falante. Digamos que o ouvinte esteja no caminho do falante. A resposta Saia da frente! especifica uma ação por parte do ouvinte e sua entonação constitui uma ameaça. Ouvida pelo ouvinte (em ↓↓), essa resposta evoca a resposta apropriada saindo de lado, o que, abrindo caminho para o falante, reforça-lhe o mando. O reforço é também ocasião para uma mudança em seu comportamento, possivelmente muito evidente, em virtude da qual a ameaça é afastada. Essa mudança reforça o ouvinte a sair do caminho (em ).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Figura 2

 

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Há outras formas mediante as quais o falante pode alterar a probabilidade de o ouvinte vir a responder de forma apropriada. Um mando que proporcione reforço gerando uma disposição em operacional é comumente chamado de pedido ou suplica. Uma questão é um mando que especifica a ação verbal, e o comportamento do ouvinte permite-nos classificá-la como uma solicitação, uma ordem ou um pedido, conforme o caso.

Mattanó explica que o mando por meio da telepatia não passa de um mero conhecimento e nunca de uma disposição para um chamado de pedido ou de suplica, mesmo diante de estimulação aversiva; o que tornaria a telepatia um processo comunicacional depende exclusivamente de um contrato ou acordo entre falante e ouvinte e de um canal que permita essa comunicação, mas mesmo com a comunicação devemos ter em mente as adversidades causadas pelo ruído, fenômeno que atrapalha ou impede a comunicação e seu entendimento, neste caso abordaríamos o inconsciente dos sujeitos, então necessitaríamos treinar aqueles que estão em interação telepática em conceitos e técnicas psicanalíticas e comportamentais, pois trata-se de saúde mental, trata-se de manipular o sistema nervoso central e periférico, o cérebro e a mente, o organismo do outro sujeito, o que torna isto praticamente inaceitável devido a dificuldade e os problemas de ensinar psicologia e psicanálise para toda a população do mundo, sugerindo, prática de crimes contra a humanidade, contra a saúde e a ordem, contra a paz, o trabalho e a economia,contra os atletas e os artistas, contra os religiosos e os cientistas, contra os professores, contra as comunicações, a justiça e a política, por exemplo.

 

Na figura 3 admitimos não só que o ouvinte proporciona um publico para o falante como também cria uma situação na qual o falante será reforçado ao lhe dizerem o nome do ouvinte. O mando do falante Qual é seu nome? torna-se (no primeiro ↓↓) um estimulo verbal para o ouvinte, que responde, quer por causa de uma tendência permanente de responder ao falante, quer por causa de uma ameaça implícita na resposta deste, ou ainda porque o falante o predispôs emocionalmente a responder. Sua resposta em ↑↑ completa o paradigma para o falante, mas serve também como ocasião para a resposta Obrigado, a qual completa o paradigma para o ouvinte, se necessário. Se o falante controlou o ouvinte principalmente por meio de estimulação aversiva, Obrigado pode ser substituído por um visível relaxamento da ameaça.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Figura 3

 

(Uma análise desse tipo parece violentar as dimensões temporais do comportamento. Todos os acontecimentos representados num desses paradigmas podem ocorrer em dois ou três segundos. Os acontecimentos descritos podem ocorrer num breve período e nós podemos demonstrar a realidade de tal cadeia interrompendo-a em qualquer ponto. A função do paradigma entrelaçado é a de controlar a perfeição de nossa descrição do comportamento verbal. Os comportamentos do falante e do ouvinte teriam sido descritos convenientemente? Identificamos estados apropriados de privação ou de estimulação aversiva em todos os casos? Conseguimos representar corretamente o intercâmbio físico entre os dois organismos? Nessa descrição do episódio vocal é preciso notar que não se recorre a algo além dos comportamentos separados do ouvinte e do falante. Ao admitir as condições fornecidas por um ouvinte analisamos o comportamento do falante e vice-versa. Colocando os dois casos juntos, construímos o episódio total e mostramos como ele surge naturalmente e se completa.)

Mattanó explica que todo ouvinte proporciona um público para o falante como também cria uma situação que será reforçada quando o falante emitir um estímulo discriminativo para o ouvinte como o seu nome gerando uma tendência. Encontramos estados de privação ou de estimulação aversiva que servem para controlar o intercâmbio físico entre os dois organismos, mas podemos ir além do episódio vocal  e do episódio total, podemos estudar o Episódio Verbal Completo e o Episódio Verbal Incompleto que se dão quando compreendemos total ou parcialmente, os significados, sentidos, conceitos, contextos, funcionalidades, comportamentos, simbologias e relações sociais. Neste caso apenas significados (Qual é o seu nome? Lester); conceitos (nome); contextos (pergunta-se um nome para um fim qualquer); funcionalidade S – R – C  (pergunta – resposta (vocalização) -  nome (Lester); comportamentos (questionamento e resposta); simbologias (nome); e relações sociais (relação entre questionador e questionado), caracterizando um Episódio Verbal Incompleto pois faltaram os sentidos.

 

Vários outros casos de mandos podem ser distinguidos em termos do comportamento do ouvinte. Ao mídiar o reforço do falante, o ouvinte desfrutará ocasionalmente de conseqüências das quais, aliás, o falante não participa mas que são, não obstante, reforçadoras. Quando estas se constituem de reforço positivo, chamamos o mando de conselho (Vá para o Oeste). Quando, realizando o comportamento especificado pelo falante, o ouvinte escapa de uma estimulação aversiva, nós chamamos o mando de aviso (Cuidado!). Quando o ouvinte já está inclinado a agir de certa forma, mas é refreado, por exemplo, por uma ameaça, o mando que cancela a ameaça é chamado de permissão (Vá em frente! Prossiga!). Quando o reforço gratuito do comportamento do ouvinte é ampliado pelo falante, o mando é chamado de oferecimento (Pegue um grátis). Quando o falante, caracteristicamente, emite outro comportamento que pode servir de reforço ao ouvinte, o mando é uma chamada — ou um pedido de atenção, ou um "vocativo".

 

Mattanó explica que existem diversos tipos de mando, dentre eles, destacam-se o mando de conselho, o mando de aviso, a permissão, o oferecimento, e a chamada, eles podem ser distinguidos em termos do comportamento do ouvinte que os distinguem por meio dos seus sentidos, do que eles transmitem como intenção ou intencionalidade, com coerência e argumentatividade.

 

 

A classificação do comportamento do falante em termos das características do comportamento mediador do ouvinte pode ser diferenciada da tradicional prática de definir pedidos, ordens, avisos, conselhos, permissões, ofertas e chamadas em termos da intenção do falante. Em geral, as intenções podem ser reduzidas a contingências de reforço. No caso presente, as diferenças nítidas residem no comportamento do ouvinte e nas condições que o controlam. Mas isso resulta em diferentes contingências de reforço para o falante, as quais produzem diferentes propriedades dinâmicas, diferentes relações entre as respostas, diferentes entoações, etc.

Mattanó aponta que a classificação do comportamento do falante depende da sua intencionalidade ou  da sua intenção como falante. As intenções podem ser reduzidas a contingências de reforço que residem no comportamento do ouvinte e nas condições que o controlam. Este fenômeno resulta em diferentes contingências de reforço como relações entre as respostas, diferentes entoações, diferentes classificações, diferentes métodos de análise como se o falante está no mundo narrado ou no mundo comentado, a análise da argumentação e da coerência da fala do falante, etc..

 

 

 

 

Desde que o comportamento verbal, sob a forma de mando, opera principalmente em benefício do falante, mandos repetidos podem provocar no ouvinte uma revolta. É comum suavizar ou esconder-se o caráter do A resposta Água! não tende a ser tão bem sucedida quanto Estou com sede!, cuja forma é caracteristicamente do tipo de operante verbal a ser descrito no Capítulo 5, ou Pode dar-me um pouco d'água?, que parece especificar apenas o menos oneroso dos atos, que é dizer Sim! (O pretexto fica claro se ou ouvinte diz simplesmente Sim!) Você se importaria de me dar um copo d'água? também especifica apenas uma resposta verbal (Não, de forma nenhuma), mas o mando implícito pode ser eficaz por causa da sugestão de deferência à inclinação do ouvinte. Deferência explícita aparece em fórmulas como Se você não se importa ou simplesmente Por favor. Quando acentuadas, elas podem converter um mero pedido numa suplica mais forte.

Mattanó explica que existem diversas formas de construir um enunciado sob a forma de mando para o benefício do falante, alguns mandos operam mais bem sucedidos do que outros mandos, outros podem causar revolta, outros implícitos podem causar sugestão, e outros acentuados podem causar uma súplica mais forte.

 

 

 

Pode-se também ampliar a inclinação do ouvinte em responder pela adulação, demonstrando gratidão ou propondo uma barganha, como em Dê-me um copo d'âgua, meu bom homem. O Pai-Nosso, mistura de mandos e de louvores, segue esse padrão. O louvor pode-se tornar condicional na dependência da execução do reforço, como em Seja bonzinho e me dê um copo d'água, que pode ser traduzido assim: Só se você me der um copo d'água eu o chamarei de bom rapaz. A gratidão pode ser suspensa até que o ouvinte responda, como em Eu lhe agradeço por me dar de beber. Às vezes, recorre-se a uma barganha aberta, como em Dê-me um copo d'água e eu lhe contarei tudo a respeito. A abundância de tais técnicas suplementares apenas destaca a precariedade do reforço do mando.

Mattanó destaca que também podemos ampliar a inclinação do ouvinte em responder pela adulação, demonstrando gratidão pelo evento, isto deve-se ao poder do enunciado que executa o mando.

 

 

Qualquer resposta usada conjuntamente com diferentes mandos especificando diferentes reforços, ficam sob o controle de diferentes privações e adquirem certas propriedades gerais. Por favor é o exemplo mais conhecido. Ela é reforçada por qualquer estado de privação e é freqüentemente emitida sem qualquer especificação do comportamento reforçador. Mandos de menor generalidade incluem as formas enfáticas. Assim! Agora! Aqui! etc., nas quais a conseqüência comum é a resposta do ouvinte de prestar atenção. Desde que o comportamento subseqüente do ouvinte pode ser relevante para muitos estados de privação, essas respostas colocam-se sob um controle muito amplo. Mandos generalizados reforçados pela atenção do ouvinte são freqüentemente usados em conjunção com outros tipos de comportamento verbal, que veremos posteriormente.

Mattanó mostra que mandos generalizados reforçados pela ação do ouvinte são frequentemente usados em conjunção com outros tipos de comportamento verbal, especificando diferentes reforços, ficam sob o controle de diferentes privações e adquirem certas propriedades gerais.

 

 

A relação do mando é mais clara quando está no controle exclusivo de uma resposta, mas ela é também eficiente em combinação com outros tipos de variáveis. Um homem faminto pode mostrar uma alta freqüência de respostas as quais, se fossem mandos, seriam consideradas como especificando comida, mesmo que surgissem em condições que claramente sugerissem outros tipos de operantes verbais a serem descritos abaixo. Tal "causação múltipla" de uma única resposta é tratada no Capítulo 9.

Mattanó escreve que o mando pode surgir em condições que certamente surgem outros tipos de operantes verbais, tal evento é descrito como ¨causação múltipla¨.

 

 

 

Propriedades Dinâmicas do Mando

 

O nível de energia do mando pode variar do muito alto ao muito baixo, e a rapidez com que ele é emitido, quando surge a ocasião, também pode variar de muito rápida a muito lenta. Se o padrão é de duração considerável, ele pode ser executado de forma lenta ou rápida. Se o reforço não é imediatamente acessível, a resposta pode ser emitida uma só vez, ou pode ser repetida. Essas propriedades variam em conseqüência de muitas condições da história passada e presente do falante. Particularmente relevantes são o nível de privação, a intensidade da estimulação aversiva e a extensão pela qual um dado ouvinte, ou alguém como ele, reforçou respostas semelhantes no passado (ou se recusou a fazê-lo). Tais condições têm um efeito relativamente maior sobre o mando do que sobre outros tipos de comportamento verbal, a serem discutidos em capítulos posteriores. A larga gama de propriedades dinâmicas daí resultante torna o mando um tipo expressivo de operante.

Mattanó explica que o mando pode variar de muito alto para muito baixo, depende do contexto, e o padrão de duração vai de poder ser executado de forma lenta ou rápida. As propriedades da resposta dependem da história passada e presente do falante, bem como é importante o nível de privação, a intensidade da estimulação aversiva e a extensão pela qual um dado ouvinte reforçou (ou se recusou a fazê-lo) respostas semelhantes no passado.

 

A probabilidade e intensidade do comportamento do ouvinte também pode variar amplamente. Se o ouvinte já não está predisposto a agir, a probabilidade de ele ser o mediador do reforço pode depender da eficiência da estimulação aversiva proporcionada pelo falante. Alguns ouvintes estão acostumados a receber ordens — eles já sentiram as conseqüências aversivas não-condicionadas do não-cumprimento das mesmas — e respondem de forma apropriada a mandos simples.

Mattanó aponta que a probabilidade e a intensidade do comportamento do ouvinte pode variar, por exemplo, se ele não estiver predisposto a agir, e há outros que já sentiram as consequências aversivas não-condicionadas do não cumprimento das ordens, respondendo a mandos simples, para tanto o ouvinte depende de como decodifica a mensagem, através do significado, sentido, conceito, contexto, comportamento, funcionalidade, simbologia, topografia, linguagem, relações sociais, intensidade, magnitude, frequência, latência, gestalt, insights e/ou conteúdos de véspera.

 

Outros são mais predispostos a reagir a formas mais suaves. A entonação, a altura ou outra indicação de que o falante proporcionará conseqüências aversivas têm um efeito apropriado. É menos provável que um pedido hesitante ou fraco seja reforçado. Uma resposta alta e ameaçadora é mais provavelmente reforçada, dependendo apenas da força relativa do ouvinte e do falante. Deve-se notar que os mandos são característicos de muitas instruções hipnóticas e a medida do auxílio ou da cooperação que o sujeito fornece ao hipnotizador dependerá dos tipos de variáveis aqui consideradas. As variáveis que aí interferem dependem da autoridade ou do prestígio do falante.

Mattanó aponta que o mando depende da autoridade e do prestígio do falante que o opera através de significados, sentidos, conceitos, contextos, comportamentos, funcionalidades, simbologias, topografias, linguagens, relações sociais, intensidade, magnitude, frequência, latência, gestalts, insights e/ou conteúdos de véspera.

 

 

O resultado claro de uma longa história de respostas a mandos constitui uma tendência geral, não facilmente traçável, ate qualquer forma de privação ou de estimulação aversiva. O ouvinte se vê obrigado e pode não ter consciência disso. (Ver Capítulo 5). Um experimento planejado por F. S. Keller para uma situação de sala de aula ilustra este ponto. O instrutor diz: "Antes de recapitular [summing up] estas influências, há uma adicional [additional] que deve ser mencionada. Posso ilustrar melhor isto com um exemplo." Nesse ponto ele se volta para o quadro negro e escreve:

 

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Faça-o No Papel

 

Quando o número dos que multiplicaram, no primeiro caso, é comparado com o número dos que multiplicaram no segundo verificamos que quase sempre há um número maior de multiplicação no segundo caso. As palavras sublinhadas que, obviamente, não foram destacadas nas instruções, exerceram algum controle sobre o comportamento do ouvinte.

 

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Tratamento Tradicional

 

No tratamento tradicional do comportamento verbal o "significado" de um mando é presumivelmente o reforço que caracteristicamente se segue a ele. O significado de Doce! é o tipo de objeto freqüentemente produzido por essa resposta. Mas "o que é comunicado" parece ser a "necessidade que o falante tem de açúcar", necessidade que se refere ao estado controlador de privação. O conceito do mando, ou do operante verbal em geral, reconhece explicitamente tanto a contingência de reforço e privação quanto a estimulação aversiva, e é livre para lidar com essas variáveis da maneira mais apropriada sem tentar identificar uma relação de referência ou um processo de comunicação.

 

Mattanó aponta que o ¨significado¨ de um mando é presumivelmente o reforço que se segue a ele. Da mesma forma o ¨sentido¨ de um mando pode ser o reforço que se segue a ele. O ¨conceito¨ de um mando pode ser o reforço que se segue a ele. O ¨contexto¨ de um mando pode ser o reforço que se segue e ele. O ¨comportamento¨ do mando pode ser o reforço que se segue a ele. A ¨funcionalidade¨ de um mando pode ser o estímulo, o reforço e a consequência que se seguem a ele. A ¨simbologia¨ de um mando pode ser o reforço que se segue a ele. A ¨linguagem¨ de um mando pode ser o reforço que se segue a ele. As ¨relações sociais¨ de um mando podem ser os reforços que se seguem a ele. A ¨gestalt¨ de um mando pode ser o reforço que se segue a ele. Os ¨insights¨ de um mando pode ser o reforço que se seguem a ele.

 

 

 

Afora estas questões semânticas, a formulação acarreta algo do ônus da gramática e da sintaxe ao tratar das propriedades dinâmicas do comportamento verbal. O mando, obviamente, sugere o modo imperativo, mas os interrogativos também são mandos, como muitas das interjeições e vocativos, e alguns subjuntivos e optativos. As classificações tradicionais sofrem de uma mistura dos níveis de análise. Revelam principalmente a influência dos sistemas descritivos formais, nos quais as sentenças são classificadas sem qualquer (ou com pouca) referência ao comportamento do falante. É aqui que as deficiências da gramática e da sintaxe numa análise causal são mais óbvias. Faltam técnicas apropriadas. Como disse Epicteto: "Quando você tiver que escrever a seu amigo, a gramática lhe dirá como fazê-lo; mas a gramática não lhe dirá se você deve ou não escrever a seu amigo." O uso do mando como unidade de análise não quer dizer que o trabalho da análise lingüística possa ser evitado, mas simplifica nossa tarefa, isolando o comportamento do falante individual como um objeto de estudo e proporcionando técnicas apropriadas.

Mattanó aponta que o mando sugere algo imperativo, até mesmo no modo interrogativo, com muitas das interjeições e vocativos, e alguns subjuntivos e optativos. A atividade de escrever indica o caminho ou como escrever para o próprio escritor gramaticalmente, mas não seu desejo, se você deve ou não escrever para alguém! O mando indica significados, sentidos, conceitos, contextos, comportamentos, simbologias, topografias, linguagens, relações sociais, gestalts, insights, pensamentos e conteúdos de véspera, desejos como nos sonhos (os desejos de dormir), conteúdos manifestos, conteúdos latentes, conclusões, interpretações finais e histórias de vida, eventos sociais, eventos biológicos, eventos linguísticos, eventos culturais, condições orgânicas, histórias de reforçamentos.

 

Ao escolher entre sistemas descritivos com base na simplicidade e na eficiência, a maior familiaridade com o tratamento clássico não deve pesar. Consideremos, por exemplo, a seguinte citação:

 

Em muitos países, tem-se observado que muito cedo as crianças usam um m longo (sem vogal) como sinal de que querem algo, mas nós dificilmente acertaríamos ao supor que originalmente o som era emitido pela criança com esse sentido. Elas não o usam conscientemente até perceberem que os adultos, ao ouvirem o som, acorrem para descobrir o que a criança deseja.14

 

Apesar de esta passagem ser considerada algo que constitui um ponto inteligível em conexão com um episódio descrito de forma inteligível, há muito ainda por ser

feito. Esta não e a descrição mais vantajosa para todos os aspectos envolvidos, pois os termos psicológicos que ela contém trazem à baila muitos problemas.

 

Nos termos atuais, como deveria ter traduzido estes aspecto? expressão "usa um m longo como sinal de que deseja algo" torna-se "emite o som m num dado estado de privação ou de estimulação aversiva". A expressão "o som não tem originalmente esse sentido" torna-se "a relação entre o som e o estado de privação ou de estimulação aversiva é inato ou, pelo menos, de origem anterior, e a resposta não é verbal, de acordo com nossa definição". "Elas não o usam conscientemente... " transforma-se em "Ele não é condicionado como uma resposta verbal... ". E "... até que vejam que os adultos, ao ouvirem o som, acorrem para descobrir o que a criança deseja" torna-se "... até que a emissão do som leve os ouvintes a proporcionar os reforços apropriados a uma privação particular". A passagem completa poderá ser traduzida assim:

 

"Tem-se observado que muito cedo uma criança emite o som m em certos estados de privação ou de estimulação aversiva, mas nós dificilmente acertaríamos chamando tal resposta de verbal, nesse estágio. Ela é condicionada como um operante verbal apenas quando as pessoas, ao ouvirem o som, acorrem e proporcionam o reforço apropriado".

 

A distinção entre respostas aprendidas e não-aprendidas é mais facilmente feita em termos de história do reforço do que em termos de significado e uso consciente. Um exemplo significativo é o choro. No recém-nascido, o comportamento vocal desse tipo é claramente uma resposta não-condicionada. Durante algum tempo, o choro é função de vários estados de privação e de estimulação aversiva. Mas quando o choro torna-se caracteristicamente seguido da atenção dos pais, o que o reforça, ele pode transformar-se num comportamento verbal, de acordo com nossa definição. Ele tornou-se uma unidade de comportamento diferente, porque agora está sob o controle de variáveis diferentes. E também adquiriu, provavelmente, propriedades diferentes, pois os pais reagem de forma diversa a diferentes entonações e intensidade de choro.

Mattanó aponta que através do reforçamento modelamos a consciência das crianças modelando o significado das letras e palavras e do choro, atribuindo a esses eventos significados, sentidos, conceitos, contextos, comportamentos, simbologias, topografias, linguagens, relações sociais, gestalts, insights, pensamentos e conteúdos de véspera, desejos como nos sonhos (os desejos de dormir), conteúdos manifestos, conteúdos latentes, conclusões, interpretações finais e histórias de vida, eventos sociais, eventos biológicos, eventos linguísticos, eventos culturais, condições orgânicas, histórias de reforçamentos.

 

 

A simplicidade de tal tradução difere da simplicidade da descrição original. A tradução é simples, porque seus termos podem ser definidos em relação a operações experimentais e porque ela é consistente em face de outras afirmações relativas ao comportamento verbal e não-verbal.

 

A descrição original é simples, porque é familiar e apropriada para discursos casuais. Trata-se da diferença entre a simplicidade sistemática da ciência e a compreensibilidade fácil do leigo. Os Principios de Newton não eram simples para o homem do povo, mas num sentido eles eram mais simples do que qualquer coisa que o homem comum pudesse dizer acerca do mesmo assunto.

      Mattanó aponta que cada um tem sua linguagem de acordo com sua história de     reforçamento, de modelagem, o que pode parecer fácil e hábil para um cientista pode parecer incompreensível para um leigo, isto devido a história de reforçamento e a modelagem comportamental dos significados, sentidos, conceitos, contextos, comportamentos, simbologias, topografias, linguagens, relações sociais, gestalts, insights, pensamentos e conteúdos de véspera, desejos como nos sonhos (os desejos de dormir), conteúdos manifestos, conteúdos latentes, conclusões, interpretações finais e histórias de vida, eventos sociais, eventos biológicos, eventos linguísticos, eventos culturais, condições orgânicas, histórias de reforçamentos.

 

 

 

 

 

 

O Mando Prolongado

 

Um mando assume uma dada forma por causa das contingências de reforço mantidas pelo ouvinte ou pela comunidade verbal como um todo. As condições estimuladoras que prevalecem quando tal resposta é emitida e reforçada não interferem na definição da unidade. Quando um mando é reforçado por uma redução dos estímulos aversivos condicionados ou não-condicionados, os estímulos que ocorrem antes da resposta devem, é claro, ser levados em conta, mas eles desempenham uma função diferente dos estímulos aqui considerados. Os estímulos que afetam o falante antes da emissão do comportamento verbal são amiúde importantes e jamais são completamente irrelevantes, como veremos nos capítulos seguintes. A probabilidade de emissão de uma resposta é maior quando as condições estimuladoras se assemelham muito às que prevaleceram antes do reforço. Mas as circunstâncias presentes ou passadas não precisam ser idênticas; todavia, nenhum aspecto da situação presente, que se assemelha à situação ao tempo do reforço, pode ser suposta como algo que contribui para a probabilidade da resposta.

Mattanó aponta que quando as condições estimuladoras que prevalecem quando tal resposta é emitida e reforçada não interferem na definição da unidade, ou seja, quando um mando é reforçado por uma redução dos estímulos aversivos condicionados ou não-condicionados, os estímulos que ocorrem antes da resposta devem ser considerados, mas eles desempenham uma função diferente que será notada nos significados, sentidos, conceitos, contextos, comportamentos, simbologias, topografias, linguagens, relações sociais, gestalts, insights, pensamentos e conteúdos de véspera, desejos como nos sonhos (os desejos de dormir), conteúdos manifestos, conteúdos latentes, conclusões, interpretações finais e histórias de vida, eventos sociais, eventos biológicos, eventos linguísticos, eventos culturais, condições orgânicas, histórias de reforçamentos.

 

 

Um exemplo de estímulo prolongado se verifica quando as pessoas mandam no comportamento de bonecas, de criancinhas ou de animais não-treinados. Estes "ouvintes" não podem reforçar o comportamento de uma forma característica. Todavia, eles possuem um número suficiente de coisas em comum com os ouvintes que antes proporcionaram reforço para controlar a resposta, pelo menos quando esta revela uma força apreciável. O fato de o reforço ser improvável ou impossível pode afetar as propriedades dinâmicas. A resposta pode ser fraca, ou emitida de forma excêntrica, ou acompanhada por uma observação apropriada (Capítulo 12). Por outro lado, tal comportamento ocorre freqüentemente quando seus aspectos "irracionais" não são vistos pelo falante. Nós adquirimos e retemos a resposta Pare! porque muitos ouvintes paralisam sua atividades, quaisquer que elas sejam, quando a emitimos, mas, como resultado, podemos dizer Pare! a um carro com freios defeituosos ou a uma bola de bilhar que ameaça cair numa das bolsas da mesa de jogo.

Mattanó aponta que o estímulo prolongado se verifica quando as pessoas mandam no comportamento de bonecas, de criancinhas e de animais não-treinados. Nestes casos o reforço torna-se improvável ou impossível e em decorrência disso pode afetar as propriedades dinâmicas, ou seja, a resposta pode ser fraca, excêntrica, ou acompanhada de uma observação apropriada e o falante apresentará o comportamento irracional, pois perderá sua paciência e seu autocontrole. Notamos que o estímulo prolongado no comportamento de bonecas, criancinhas e de animais não-treinados altera o comportamento do objeto e do falante de modo que também são alterados os significados, sentidos, conceitos, contextos, comportamentos, simbologias, topografias, linguagens, relações sociais, gestalts, insights, pensamentos e conteúdos de véspera, desejos como nos sonhos (os desejos de dormir), conteúdos manifestos, conteúdos latentes, conclusões, interpretações finais e histórias de vida, eventos sociais, eventos biológicos, eventos linguísticos, eventos culturais, condições orgânicas, histórias de reforçamentos.

 

 

O mesmo processo ocorre no caso extremo de emissão de mandos na ausência de ouvintes. O homem solitário, que está morrendo de sede, com voz entrecortada pede Água! Um rei, sozinho num campo de batalha, gritou Um cavalo, um cavalo, meu reino por um cavalo! Tais respostas são "irracionais" na medida em que não podiam ter qualquer efeito sobre o meio no momento, mas o processo subjacente é legal. Através de um processo de estímulos induzem-se situações que, semelhantes a situações anteriores, chegam a controlar o comportamento e, em caso extremo, uma resposta muito forte é emitida quando nenhum estímulo comparável pode ser detectado.

 

Mattanó aponta que a emissão de mandos na ausência de ouvintes produz respostas irracionais e portanto produz respostas irracionais nos significados, sentidos, conceitos, contextos, comportamentos, simbologias, topografias, linguagens, relações sociais, gestalts, insights, pensamentos e conteúdos de véspera, desejos como nos sonhos (os desejos de dormir), conteúdos manifestos, conteúdos latentes, conclusões, interpretações finais e histórias de vida, eventos sociais, eventos biológicos, eventos linguísticos, eventos culturais, condições orgânicas, histórias de reforçamentos.


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Existem muitos exemplos familiares não-verbais de indução de estímulos. É verdade que não se pode abrir uma porta sem a porta, ou comer uma refeição sem a mesma, mas, num estado de grande força, partes dos comportamentos, mesmo dos mais práticos, ocorrem na ausência da estimulação necessária para uma execução apropriada. O jogador de beisebol que deixou cair a bola num momento crucial pode imitar o arremesso correto com a mão vazia. Uma pessoa sedenta pode "fingir" que bebe um copo vazio. Muitos gestos surgem como originários de extensões "irracionais" de respostas práticas. O guarda de trânsito estende a mão, com a palma para fora, em direção a um carro que se aproxima, como se pretendesse parar o carro por meios físicos. O gesto funciona como uma resposta verbal, mas exemplifica a extensão de uma resposta prática mediante a indução de estímulos numa situação na qual o reforço normal é impossível. O comportamento verbal pode libertar-se mais facilmente do controle do estímulo porque, por sua própria natureza, não requer apoio; isto é: nenhum estímulo precisa estar presente para dirigi-lo ou formar importantes elos na cadeia de respostas.

Mattanó aponta que existem mandos não-verbais de indução de estímulos que produzem respostas e consequências por meio do controle desse estímulo, tanto de parte do codificador quando do decodificador do estímulo, e durante a transmissão desse estímulo ocorrem transformações no falante e no ouvinte que transformam seus significados, sentidos, conceitos, contextos, comportamentos, simbologias, topografias, linguagens, relações sociais, gestalts, insights, pensamentos e conteúdos de véspera, desejos como nos sonhos (os desejos de dormir), conteúdos manifestos, conteúdos latentes, conclusões, interpretações finais e histórias de vida, eventos sociais, eventos biológicos, eventos linguísticos, eventos culturais, condições orgânicas, histórias de reforçamentos.

 

 

 

 

 

Mandos Supersticiosos

 

Existem mandos que não podem ser explicados sob a alegação de que respostas da mesma forma foram reforçadas sob circunstâncias semelhantes. Por exemplo: o jogador de dados diz: Que venha o sete! mesmo que em nenhuma outra ocasião ele tenha pedido e recebido um sete. A explicação parece ser a de reforço acidental da resposta. O estudo experimental do comportamento não-verbal revelou que o simples reforço intermitente, tal como o que é proporcionado pelo lançamento ocasional do sete, é suficiente para manter a força de uma resposta. O jogador pode admitir prontamente que não há conexão mecânica entre sua resposta e o comportamento do dado, mas mantém a resposta com alguma força e continua a proferi-la, seja seriamente seja por capricho, sob uma tensão suficiente por causa de suas "conseqüências" ocasionais. Os mandos que especificam o comportamento dos objetos inanimados muitas vezes recebem algum reforço nesse sentido. A resposta [Sopra, Sopra, vento hibernai] Blow, hlow, thou winter Wind, por exemplo, é usada quando o vento já está soprando e a correlação entre o comportamento e o efeito, apesar de espúrio, pode determinar uma mudança na força do operante.

Mattanó aponta que existem mandos supersticiosos ou que não podem ser explicados sob a alegação de que respostas da mesma forma foram reforçadas sob circusntâncias semelhantes. A explicação parece ser um reforço acidental da resposta; um simples reforço intermitente sobre o comportamento não-verbal é suficiente para manter uma resposta. A resposta causará consequências não-verbais e verbais através dos significados, sentidos, conceitos, contextos, comportamentos, simbologias, topografias, linguagens, relações sociais, gestalts, insights, pensamentos e conteúdos de véspera, desejos como nos sonhos (os desejos de dormir), conteúdos manifestos, conteúdos latentes, conclusões, interpretações finais e histórias de vida, eventos sociais, eventos biológicos, eventos linguísticos, eventos culturais, condições orgânicas, histórias de reforçamentos.

 

 

Outros mandos "irracionais" devem sua força a efeitos colaterais não-especificados estritamente na forma da resposta. Muitas respostas "mandam" comportamentos emocionais mesmo quando, por causa das maneiras especiais pelas quais tal com-portamento é condicionado, respostas emocionais verdadeiras da parte do ouvinte não podem ser executadas por ordem. O mando Oh! enxugue as lágrimas! não tem qualquer efeito sobre a secreção lacrimal. Não podemos estabelecer um paradigma semelhante ao da Figura 1, no qual o mando tenha a forma de Chore, por favor!,

 

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porque não podemos completar a descrição do ouvinte. Todavia, uma resposta verbal pode constituir parte de um padrão mais amplo, o qual, por outras razões, produz lágrimas no ouvinte ou leitor sensíveis. A entonação e outras propriedades são importantes para eliciar o comportamento emocional, e um falante emotivo suplementará suas respostas com efeitos sonoros muito generosos. Nós não dizemos Anime-se! com um tom monótono, pois não podemos esperar que o mando sozinho tenha efeito sobre o ouvinte. Pronunciada adequadamente, todavia, tal resposta pode ter um efeito. O processo geral não é característico do mando, e o mesmo resultado, freqüentemente (e talvez com mais facilidades) é obtido sem a forma do mando.

Mattanó aponta que respostas "mandam" comportamentos emocionais mesmo quando, por causa das maneiras especiais pelas quais tal comportamento é condicionado, respostas emocionais verdadeiras da parte do ouvinte não podem ser executadas por ordem. Todavia, uma resposta verbal pode constituir parte de um padrão mais amplo, o qual, por outras razões, produz lágrimas no ouvinte ou leitor sensíveis. A entonação e outras propriedades são importantes para eliciar o comportamento emocional, e um falante emotivo suplementará suas respostas com efeitos sonoros muito generosos. O resultado é obtido sem a forma do mando, ou seja, supersticiosamente, e essa superstição causará consequências não-verbais e verbais através dos significados, sentidos, conceitos, contextos, comportamentos, simbologias, topografias, linguagens, relações sociais, gestalts, insights, pensamentos e conteúdos de véspera, desejos como nos sonhos (os desejos de dormir), conteúdos manifestos, conteúdos latentes, conclusões, interpretações finais e histórias de vida, eventos sociais, eventos biológicos, eventos linguísticos, eventos culturais, condições orgânicas, histórias de reforçamentos.

 

 

O Mando Mágico

 

Há mandos que não podem ser explicados, mostrando-se que eles jamais tiveram o efeito especificado, ou qualquer outro efeito similar, em ocasiões semelhantes. O falante parece criar novos mandos por analogia com os antigos. Tendo sido bem sucedido ao mandar manteiga e pão, ele passa a mandar geléia, mesmo que jamais a tenha obtido por este meio. O Milton, thou shouldst be living in this hour [Milton deveis estar vivo há esta hora], mesmo que nunca se tenha dirigido eficazmente á Milton, nem tenha conseguido ressuscitar ninguém antes com uma resposta similar. A relação especial entre resposta e conseqüência exemplificada pelo mando estabelece um padrão geral de controle sobre o meio. Em momentos de suficiente pressão, o falante simplesmente descreve o reforço apropriado a um estado de privação ou de estimulação aversiva. A resposta, é claro, deve necessariamente fazer parte de seu repertório verbal como outro tipo de operante verbal (Capítulos 4 e 5).

 

Este tipo de mando ampliado pode ser chamado de mando mágico. Ele não esgota o campo da magia verbal, mas constitui o exemplo mais comum. Entusiasmados com nosso sucesso em circunstâncias favoráveis de reforço, nós nos propomos a mudar o mundo sem benefício do ouvinte. Incapazes de imaginar como o universo poderia ter sido criado a partir do nada, conjeturamos que ele tenha sido feito por meio de uma resposta verbal. Foi necessário apenas dizer, com suficiente autoridade Let there be light! [Faça-se a luz!] A forma let é tirada de situações nas quais ela foi eficaz {Let me go, Let him have it: "Deixe-me ir", "Deixe-o ter"), mas não especificamos o ouvinte que tornará esse exemplo eficaz.

 

O desejo assume muitas vezes a forma de mando e deve ser classificado como um mando mágico, se as conseqüências especificadas nunca ocorreram como resultado de comportamento verbal semelhante. O falante pode especificar algum estado de coisas reforçador, quer para si mesmo (O to be in England, notv that April’s there!) [Oh! estar na Inglaterra agora que abril chegou!] quer para outrem {Feliz Aniversário.). Quando se amaldiçoa, o mando especifica circunstâncias punitivas. A

 

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imprecação é mais claramente um mando quando envolve o fato de o ouvinte providenciar seu próprio castigo; Salte no lago! é, de algum modo, mais explícito enquanto modus operandi do que Azar pra você!

Mattanó aponta que entusiasmados com nosso sucesso em circunstâncias favoráveis de reforço, nós nos propomos a mudar o mundo sem benefício do ouvinte. Incapazes de imaginar como o universo poderia ter sido criado a partir do nada, conjeturamos que ele tenha sido feito por meio de uma resposta verbal. Foi necessário apenas dizer, com suficiente autoridade Let there be light! [Faça-se a luz!]. No mando mágico a partir do sucesso das circunstâncias favoráveis de reforço há também reforço dos significados, sentidos, conceitos, contextos, comportamentos, simbologias, topografias, linguagens, relações sociais, gestalts, insights, pensamentos e conteúdos de véspera, desejos como nos sonhos (os desejos de dormir), conteúdos manifestos, conteúdos latentes, conclusões, interpretações finais e histórias de vida, eventos sociais, eventos biológicos, eventos linguísticos, eventos culturais, condições orgânicas, histórias de reforçamentos.

 

 

A forma poder está associada a mandos de várias maneiras. You may go [Você pode ir] é uma permissão (em contraste com You can go [Você pode ir] e, como vimos, a permissão é um tipo de mando, May I go [Posso ir?] é um mando para a ação verbal, mando que terá a forma de uma permissão.

 

Em (possivelmente I may (possibly) go [Eu posso ir] ou Maybe i’ll go [Talvez eu vá] may [posso] é um exemplo de um tipo de comportamento verbal (a ser discutido no Capítulo 12) próximo ao mando. Em [Possa você ser sempre feliz] May you always be happy ou "[Possa você sofrer os tormentos de Jó] May you suffer the torments of Job a forma é um tipo de mando generalizado (cf. Por favor). Na forma ampliada I wish that [Desejo que] ou My wish is that [Meu desejo é que], você possa ser sempre feliz, o may [possa] guarda a mesma função optativa. Would [Queira] é outro mando comum generalizado: Would God I were a tender apple blossom [Queira Deus que eu seja uma macieira em flor] — Oh! às vezes exerce a mesma função (cf. o desejo de Browning de estar na Inglaterra em abril), mas serve também para destacar o caráter de mando dos vocativos (O captain, my Captain!) [Oh! Capitão, meu Capitão] e das perguntas {Oh! que o atormenta, cavaleiro?). Quando a resposta que o acompanha não está em forma de mando {O, Brignall banks are wild and fair) [Oh! as margens do Brignall são belas e selvagens!], o Oh! pode ser encarado como mandando a atenção do ouvinte ou do leitor. Esta é, evidentemente, sua função num exemplo como este Oh! que bela manhã! no qual funciona de forma semelhante ao mando mais específico Olhe!, observado abaixo.

Mattanó aponta que  há mandos verbais que são discriminados de várias maneiras, pois podem ser decodificados como mensagem via canal e mensageiro com sua intencionalidade que constituem assim, mandos verbais que podem ser discriminados de várias maneiras, através de reforço dos significados, sentidos, conceitos, contextos, comportamentos, simbologias, topografias, linguagens, relações sociais, gestalts, insights, pensamentos e conteúdos de véspera, desejos como nos sonhos (os desejos de dormir), conteúdos manifestos, conteúdos latentes, conclusões, interpretações finais e histórias de vida, eventos sociais, eventos biológicos, eventos linguísticos, eventos culturais, condições orgânicas, histórias de reforçamentos.

 

 

 

O Mando na Literatura

 

Como muitos destes exemplos estão a sugerir, certas formas de comportamento literário são ricas de mandos. Alguns destes são vocativos {"Leitor, eu casei-me com ele"), alguns mandam um comportamento verbal (Chame-me Ismael), e alguns mandam a atenção do leitor (Ouçam-me crianças e vocês ouvirão... ). Em virtude da tênue relação entre o escritor e o leitor, muitos destes mandos são necessariamente mágicos. Os poemas líricos são particularmente ricos em mandos literários. Das primeiras linhas dos poemas líricos ingleses encontrados num certo número de antologias, cerca de 40% possuíam a forma mais característica dos mandos. 50% deles especificavam o comportamento do leitor: ele deveria prestar atenção, com olhos e ouvidos. O poeta, nesse caso, foi afetado pelos reforços responsáveis pelas formas vulgares Olhe! Veja! e Ouça!

 

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formas que principalmente chamam a atenção do leitor (Ouça, você viu George?, Olhe, será que você me pode ajudar? Ou Veja bem, o que você pretende?). See [Olhe] também é usado para mandar a atenção para algo que está sendo descrito {Ele ficou ali parado, olhe, e eu lhe disse... ) A variante poética de See [Ver] é Behold [Contemplar]. O poeta manda o ouvinte olhar para alguém sentado num gramado verde e ouvir, não apenas as suas palavras, mas também a cotovia. Ele também o manda falar claramente {Tell me, where is fancy bred?) [Diga-me, onde está o fruto imaginário?], manda-o ficar quieto {Oh, never say that I was false of heart) (Oh! não digas que meu coração é falso), e cooperar em vários problemas práticos relacionados com as privações do poeta: Come, let us kiss, Come live with me and be my love, Take, o take those lips away [Venha, beijemo-nos, Venha viver comigo e seja meu amor, Afaste, oh! afaste estes lábios], ou Drink to me only with thine eyes [Beber para mim, só com teus olhos]. Estes, nem sempre, são mandos mágicos — embora um reforço apropriado surgisse possivelmente como uma sur-presa — mas outros exemplos parecem consistir necessariamente em mandos mágicos {Go and catch a falling star) ("Vá e apanhe uma estrela cadente]. Quando o leitor é mandado a alterar ou a controlar suas emoções {Then hate me when thou wilt, Weep with me, Love me no more) [Então odeie-me quando definhares, Chore comigo, Não me ames mais], estas especificações não podem ser seguidas ao pé da letra, como vimos, mas resultados colaterais podem não ser inapropriados.

 

Em outros 15% das primeiras linhas, o poeta começa dirigindo-se a alguém ou a alguma coisa que se encontra além do leitor. Pede-se que rosas vermelhas falem, que serpentes sarapintadas com línguas bipartidas desapareçam e que surja Ulisses, o grego destemido. Os restantes 10% dos mandos prováveis são simples afirmações de desejos {A book of verses under the bough... ) [Um livro de versos sob uma árvore... ] ou declarações com prefixos como Let, May, O ou Would [Deixe", "Possa", "Oh" ou "Queira].

 

A riqueza desses exemplos literários exemplifica um princípio geral a ser confirmado em capítulos posteriores. A "licença poética" não é um termo vazio. A literatura é o produto de uma prática verbal especial, que faz surgir um comportamento que, de outra forma, permaneceria latente no repertório de muitos falantes (Ver Capítulo 16). Entre outras coisas, a tradição e a prática da poesia lírica encoraja a emissão de um comportamento sob o controle de fortes privações — em outras palavras, respostas sob a forma de mandos. Evidentemente, o poeta lírico tem urgência de muitas coisas, e grande urgência. Ele precisa de um leitor e da participação e atenção desse leitor. Depois, ele precisa que alguém ou algo seja levado até ele, ou afastado dele. O comportamento verbal reforçado como resultante dessas várias privações é emitido, apesar de sua manifesta fraqueza ou ineficácia, por causa da prática poética. A forma lírica justifica ou permite o "comportamento irracional", e

 

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ao fazê-lo proporciona ao estudioso do comportamento verbal um material especialmente útil.

Mattanó aponta que certas formas de comportamento literário são ricas de mandos. Alguns destes são vocativos {"Leitor, eu casei-me com ele"), alguns mandam um comportamento verbal (Chame-me Ismael), e alguns mandam a atenção do leitor (Ouçam-me crianças e vocês ouvirão... ). Em virtude da tênue relação entre o escritor e o leitor, muitos destes mandos são necessariamente mágicos. Os poemas líricos são particularmente ricos em mandos literários. Esses mandos são vocativos e chamam a atenção do leitor para o que o escritor escreve e transmite em sua mensagem, em sua codificação, esses mandos na literatura servem como um mantenedor da narrativa literária, eles reforçam os vínculos entre as personagens e a coerência do texto e da narração, eles descrevem o contexto e o comportamento, a linguagem, a história de vida, os desejos, os eventos culturais ou sociais, os pensamentos das personagens da narrativa.

 

 

 

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Capítulo 4

 

O COMPORTAMENTO VERBAL SOB O CONTROLE DE

 

ESTÍMULOS VERBAIS

 

 

 

A relação específica entre respostas e reforço, que define um mando, não envolve, como vimos, um estímulo anterior específico. Contudo, eles não são irrelevantes. Um exemplo de estímulo de controle já foi citado. O comportamento verbal só é reforçado por meio de outra pessoa, mas não requer a participação dessa pessoa para a sua execução. Quando emitido na ausência de um ouvinte, ele, em geral, permanece não--reforçado. Após repetidos reforços na presença, e extinção na ausência de um ouvinte, o falante só falará na presença do ouvinte. Praticamente, todo comportamento verbal é controlado por um auditório, como veremos em detalhe no Capítulo 7.

Mattanó aponta que o comportamento verbal só é reforçado por meio de outra pessoa, ou seja, de um ouvinte, de um decodificador que controla o comportamento verbal do falante, o codificador ou o emissor. Quando não há ouvinte o comportamento verbal permanece não-reforçado, ele permanece um feedfoward, um planejamento, uma expectativa, um comportamento autoclítico. Quando há telepatia com a presença de outra pessoa é esta quem reforça o comportamento telepático do emissor ou do falante telepático. E quando não há ouvinte a telepatia do falante torna-se autoclítica e sem reforço, um feedfoward, um planejamento, uma expectativa.

 

 

O mando pode cair sob o controle de um estímulo mais restrito, caso uma dada resposta só seja reforçada numa ocasião especial. Uma criança que adquiriu o mando Doce! pode emitir a resposta independentemente das circunstâncias externas, e o fará se sua privação for grande. É mais provável, porém, que a resposta apareça na presença de alguém que a tenha previamente reforçado com doces e, ainda mais provavelmente, ela surgirá na presença dessa pessoa quando esta estiver visivelmente carregando doces. Podemos demonstrar três níveis de probabilidade de uma resposta como resultante de três freqüências relativas de reforço. Quando nenhum ouvinte está presente, a probabilidade de reforço é baixa, e não é provável que a resposta seja emitida. Quando surge um ouvinte, a probabilidade de reforço aumenta, bem como a probabilidade de aparecimento da resposta. Se o ouvinte tirar doces do bolso, um maior aumento da probabilidade do reforço é seguido por um maior aumento da probabilidade de a criança emitir a resposta Doce! Mas, enquanto o aparecimento de uma pessoa que funcione como ouvinte no segundo estágio aumenta a probabilidade de muitas formas de comportamento verbal (como tornaremos a ver no Capítulo 7), o aparecimento dos doces no terceiro estágio tem um efeito especial sobre a resposta Doces! isolada.

Mattanó aponta que o mando só é reforçado numa ocasião especial. O mando sem nenhum ouvinte presente terá a probabilidade baixa de reforço. O mando quando surge um ouvinte terá a probabilidade de reforço aumentada, bem como a de aparecimento da resposta. E se o ouvinte tirar objetos de desejo e mostrara para o ouvinte terá um maior aumento da probabilidade do reforço seguido do maior aumento da probabilidade da emissão da resposta. E se for com a telepatia e o ouvinte mostra objetos de desejo do falante haverá uma enorme probabilidade do reforço ser seguido do aumento da probabilidade da emissão da resposta, comprovando que é o ouvinte quem controle o falante, mesmo que ele seja um telepata ou telepath.

 

 

Quando a resposta surge nessas circunstâncias a criança não está "nomeando" ou "descrevendo" os doces. Tais termos são mais apropriadamente usados para descrever respostas que não mostram relação com um reforço específico. (Ver Capí-tulo 5). Numa ampla faixa de comportamento verbal, uma dada forma de resposta não produz um reforço específico _e, portanto, é relativamente independente de qualquer estado especial de privação ou de estimulação aversiva. Ao contrário, o controle é exercido por .estímulos anteriores. Veremos mais tarde que a utilidade do

 

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comportamento verbal para o grupo como um todo depende amplamente dessa condição. Sem considerarmos vantagens específicas neste ponto, podemos voltar diretamente para a técnica empregada para se colocar uma resposta verbal sob o controle de um estímulo.

 

Damos um passo no sentido de destruir a relação com um estado particular de privação ao reforçar um único tipo de resposta de uma forma apropriada a muitos estados diferentes. Se reforçamos uma resposta selecionada com comida quando o organismo está faminto, poderemos também reforçá-la com água quando o organismo estiver sedento. Em seguida, podemos aumentar a força da resposta privando o organismo quer de comida, quer de água. Este processo poderia ser continuado até que esgotássemos todos os reforços associados com formas ou modos de privação ou com a libertação de todos os tipos de condições aversivas. A resposta passaria então a existir com certa força, exceto se o organismo estiver completamente saciado e livre de estimulação aversiva.

 

O efeito desse processo de libertar uma resposta da condição controladora específica

 

  • usualmente obtido dc outra maneira: em vez de usar uma grande variedade de reforços, cada um dos quais relevante para um estado de privação ou estimulação aversiva, arranja-se uma contingência entre uma resposta verbal e um reforço condicionado generalizado. Qualquer acontecimento que preceda caracteristicamente muitos reforços diferentes pode ser usado como um reforçador para colocar o comportamento sob o controle de todas as condições apropriadas de privação e estimulação aversiva. Uma resposta caracteristicamente seguida por um reforço condicionado generalizado desse tipo tem propriedades dinâmicas semelhantes às que teria adquirido se tivesse sido freqüentemente seguida por todos os reforços específicos em questão.

Mattanó aponta que liberar uma resposta da condição controladora específica acaba sendo usualmente obtida de outra maneira sem termos que usar uma grande variedade de reforços, a resposta verbal adquire um arranjo com o reforço condicionado generalizado. Assim generalizamos respostas verbais em arranjos generalizados construindo significados, sentidos, conceitos, contextos, comportamentos, funcionalidades, simbologias, topografias, linguagens, relações sociais, gestalts, insights, pensamentos e conteúdos de véspera, conteúdo manifesto, conteúdo latente, desejos e desejo de dormir, chistes, fantasias, histórias de vida, conclusões e interpretações finais. 

 

 

 

 

 

Um reforço condicionado generalizado comum é "a aprovação". Muitas vezes é difícil especificar-lhe as dimensões físicas. Pode tratar-se de pouco mais do que uma inclinação de cabeça ou de um sorriso por parte de alguém que caracteristicamente proporciona uma variedade de reforços. Às vezes, como veremos no Capítulo 6, ele tem uma forma verbal: Certo ou Bom! Pelo fato de estes "sinais de aprovação" amiúde precederem reforços específicos apropriados a muitos estados de privação, o comportamento que eles reforçam provavelmente será forte, durante grande parte do tempo.

Mattanó explica que um reforço condicionado generalizado comum é a ¨aprovação¨ com um gesto, inclinação da cabeça ou sorriso, geralmente não verbal. Este comportamento adquire propriedades que mediam a comunicação entre o falante e o ouvinte de forma condicionada e generalizada, transmitindo informação, uma mensagem, e criando símbolos, linguagens, comportamentos, significados, sentidos, conceitos, contextos, funcionalidades, topografias, gestalts, insights, histórias de vida, conclusões e interpretações finais.

 

 

Ao destruir a especificidade do controle exercido sobre uma dada forma de resposta por uma dada condição de privação ou de estimulação aversiva, parece que deixamos a forma da resposta inteterminada. Previamente poderíamos produzir a resposta Água!, privando o organismo de água, e a resposta Comida!, privando o organismo de comida. O que ocupará o lugar de privação no controle de uma resposta que tenha logrado um reforço generalizado? A resposta, é claro, será algum estímulo comum, usual. Ao destruir a especificidade de uma relação, tornamos possível o estabelecimento de outra. Podemos usar nosso reforçador generalizado para fortalecer a resposta a na presença do estímulo a, a resposta b na presença do estímulo b, e assim por diante. Quer o falante emita a resposta a ou a resposta b, não se trata mais de uma questão de privação, mas de um estímulo presente. Esta relação de controle no comportamento verbal é que será de grande importância para o funcionamento do grupo.

Mattanó aponta que diante da privação e da extinção conseguimos controlar e evocar respostas que sinalizam a questão da privação e da extinção, ou seja, seu eu privo ou extingo um indivíduo de sons sem ruído eu acabo evocando nesse indivíduo respostas que sinalizam a privação e a extinção dos sons sem ruído como palavras ou canções com duplo sentido ou com trocadilhos e jogos de linguagem se foram previamente reforçadas nesse indivíduo, assim desencadeio comportamentos considerados insanos como delírios e alucinações ou alterações do pensamento, agressividade e hostilidade mediante a privação e a extinção dos sons sem ruído que desencadearam no indivíduo encobertamente sons com ruído e outras consequências como comportamentos considerados insanos como delírios e alucinações ou alterações do pensamento, agressividade e hostilidade, pois toda privação e extinção provoca aumento da agressividade e raiva.

 

Outro reforço comum generalizado é a fuga ou evitação ao estímulo aversivo. Um homem pode estimular outro aversivamente de muitas maneiras espancado-o, refreando-o ou privando-o de reforçadores positivos, para não mencionar os vários tipos de "ofensas verbais". Esta estimulação pode ser usada para fortalecer o comportamento, verbal ou de outro tipo, porque sua suspensão é reforçadora. Os estímulos aversivos condicionados (estímulos que amiúde precedem ou acompanham a estimulação aversiva) também são reforçadores quando sua retirada é contingente sobre o comportamento.

Mattanó aponta que estímulos aversivos que acompanham precedendo ou junto a estimulação aversiva são considerados condicionados e eles também são reforçadores e sua retirada é contingente, isto é, produz regras, sobre o comportamento do indivíduo, por pior que sejam esses estímulos aversivos, como espancamento, privação, ofensas verbais, tortura, lavagem cerebral, extorsão, vingança, estupro, estupro coletivo, estupro virtual, linchamento, tentativa de chacina, tentativa de assassinato, roubo, sequestro, morte, guerra, holocausto, genocídio, loucura, tentativas de acidentes, de catástrofes, tragédias e calamidades, racismo, abuso de incapazes, satanismo, etc..

A retirada da estimulação aversiva pode ser generalizada da mesma forma que a aprovação. Já recorremos a esse controle para explicar por que o ouvinte reforça um mando que especifica ou implica uma ameaça, e especifica o comportamento por parte do ouvinte que a reduzirá. A ameaça contida no "mando" Um copo d'água! é reduzida quando se dá ao falante um copo d'água. O princípio explica também o comportamento do falante. A libertação da ameaça implícita em Diga: 'Eu não quis dizer isso' é obtida dizendo-se Eu não quis dizer isso! Não é necessário que haja violência, pois existem formas amenas de estimulação aversiva. Uma pergunta con-tém uma suave ameaça generalizada no sentido de que, se não a respondermos, seremos censurados. A leve ameaça que surge durante uma pausa na conversa é afastada executando-se praticamente qualquer tipo de comportamento verbal.

 

O controle do comportamento verbal exercido por uma ameaça é mais eficiente do ponto de vista do bem-estar do grupo quando não sobrevive nenhuma conexão específica entre a resposta e o tipo de estimulação aversiva que lhe proporcionará alívio. O falante que fala a esmo por um "desejo excessivo de agradar" (como efeito de aprovação excessiva) assemelha-se ao falante que, compulsivamente, "procura algo para dizer sob uma estimulação aversiva generalizada. A forma do comportamento é determinada de um modo trivial (Ver Capítulo 8).

 

Ao analisar o controle do comportamento verbal por estímulo convém distinguir entre exemplos nos quais os estímulos controladores são verbais em si mesmos e aqueles que não o são. O presente capítulo trata das respostas sob o controle de estímulos verbais, escritos ou orais, proporcionados quer pelo próprio falante, quer por outra pessoa. Outra distinção pode ser feita em termos de semelhanças entre formas de estímulo e resposta. As três principais categorias a serem discutidas são; O comportamento de repetição, o comportamento textual e o intraverbal. Interessa-nos aqui apenas os efeitos dos estímulos verbais na evocação de respostas verbais. Há, é claro, outros efeitos. O ouvinte reage a estímulos verbais de muitas maneiras; algumas delas serão analisadas neste capítulo e nos seguintes. Uma descrição sumária será dada no Capítulo 6.

 

 

Comportamento Ecóico Ou De Repetição

 

No caso mais simples, em que o comportamento verbal está sob o controle do estímulo verbal, a resposta gera um. padrão sonoro semelhante ao do estímulo. Por exemplo: ao ouvir o som Castor, o falante diz Castor. A evidência da tendência em nos engajarmos nesse comportamento ecóico advêm de muitas fontes. Mandos da forma geral Diga "X" caracteristicamente produzem no ouvinte respostas que apresentam uma semelhança, ponto por ponto, entre o som da estimulação e o som da resposta. Mas o comportamento ecóico aparece comumente na ausência de um mando explicito. No experimento padronizado de "associação de palavras1', uma palavra--estímulo é apresentada e o sujeito é solicitado a pronunciar a primeira palavra que lhe ocorra em resposta. É preciso instruir o sujeito para não repetir a palavra-estímulo; mesmo assim, um fragmentário comportamento ecóico aparece nas .chamadas "associações rimadas" — respostas que constituem aliterações, rimas ou, que, de alguma forma, se assemelham à palavra-estímulo. Um comportamento auto-ecóico fragmentário (ver abaixo) pode ser visto em formas reduplicadas como a trouxe-mouxe, zás-traz, ao lusco-fusco. Um comportamento ecóico patológico pode ser observado na "ecolalia", na qual um segmento de fala ouvido pelo paciente pode ser repetido muitas vezes. O comportamento ecóico é mais comumente observado em combinação com outros tipos de controle (ver Capítulo 9). Numa conversa, por exemplo, uma resposta ligeiramente atípica muitas vezes é passada de falante a falante. As duas metades de um diálogo terão, em geral, mais palavras em comum do que dois monólogos do mesmo sujeito. Se um falante diz incrível em vez de inacreditável, em geral o outro falante, e por causa da relação presente, dirá incrível.

 

Um comportamento ecóico fragmentário é evidente quando um falante adota o sotaque ou maneirismos de outro ao longo de uma conversa. Se um membro do grupo sussurra, talvez apenas por causa de uma laringite, os demais membros tendem a sussurrar também. Em Guerra e Paz, de Tolstoi, uma mulher imita o pai moribundo, procurando "falar mais por gestos do que por palavras, como se ela também tivesse alguma dificuldade de articulação".

Mattanó aponta que o comportamento ecóico pode ser uma resposta desencadeada pelo que significa e pelo sentido da palavra-estímulo, sendo este, niilista, ou seja, um significado e um sentido niilista, muitas vezes, niilista, absurdo e incoerente, que não faz sentido e nem significado lógico com a palavra-estímulo.

 

 

Reforço do Comportamento Ecóico

 

Um repertório ecóico é estabelecido na criança através do reforço "educacional", porque é útil aos pais, professores e outras pessoas. Ele torna possível um curto-circuito do processo de aproximação progressiva, pois pode ser usado para evocar novas unidades de resposta sobre as quais outros tipos de reforço podem tornar-se contingentes. O reforço educacional usualmente é proporcionado com o auxilio de mandos do tipo Diga 'X'; nestes, o ouvinte, tornando-se um falante, é reforçado se sua resposta produz o som 'X'. O processo continua a ser usado na educação formal para permitir que o professo r estabeleça novas formas de comportamento ou obtenha uma resposta sob novas formas de controle de estímulo, como, por exemplo, ao nomear objetos (Ver Cap ítulo 5). Em todos estes casos, explicamos o comportamento do ouvinte reforçador apontando para uma melhoria da possibilidade de controle do falante que ele reforça. É essencial, porém, que o reforço específico se introduza no paradigma. Na figura 4, por exemplo, vemos o primeiro intercâmbio que ocorre do ouvinte para o falante, constituindo o ouvinte um auditório que manda uma resposta dizendo Diga 'Castor'. Para o falante, isto funciona como o estímulo verbal no operante ecóico Castor. Quando ouvida pelo ouvinte (em ↓↓) a resposta do falante reforça então o mando Diga 'Castor'. Admitimos que o ouvinte está operando em circunstâncias tais que é reforçador ouvir o falante dizer X. Talvez ele possa, em seguida, dar novos passos que tenham conseqüências reforçadoras, ou, como pai, ele é reforçado quando o filho adquire um repertório verbal. De qualquer forma, ele age no sentido de liberar a ameaça em seu mando Diga 'Castor', fornecendo assim o reforço para a resposta ecóica do falante.

 

 

O comportamento ecóico continua a ser reforçado mesmo quando o ouvinte não está mais explicitamente educando o falante. Por exemplo: somos ocasionalmente reforçados por repetir algo a um terceira pessoa, numa situação em que essa terceira pessoa, como ouvinte, proporciona reforços por motivos que serão discutidos no Capítulo 5. Há também muitas fontes indiretas de reforço ecóico. Por exemplo: somos reforçados a fazer eco a formas verbais repetitivas emitidas por outros numa conversa, porque tais formas são, provavelmente, parte efetiva de seus repertórios. Respostas ecóicas são úteis e reforçadas quando servem como substitutos. Ao responder à pergunta O que ocorrerá com a situação internacional durante as próximas semanas?, O estudante tende a responder Durante as próximas semanas, a situação internacional... resposta que pode ser puramente ecóica mas que, especialmente se a situação exige rapidez, é auto-reforçadora na medida em que proporciona tempo para a composição do resto da sentença.

 

O comportamento ecóico é reforçado quando continua a reintegrar o estímulo e a permitir que o falante reaja a ele de outras maneiras. Se dermos ordens complicadas para serem seguidas, pode ser vantajoso repeti-las ecoicamente. Quando nos dizem que devemos mover-nos para a direita, poderemos responder com mais precisão se antes respondermos verbalmente: à direita. Há situações padronizadas nas quais a repetição das instruções é especificamente reforçada. Num restaurante de balcão, o cozinheiro repete a ordem que lhe foi dada pelo balconista, assim como num navio o engenheiro de máquinas repete a ordem que lhe foi dada pelo oficial da ponte de comando. Confirmando a ordem recebida, a resposta ecóica leva a bom termo o comportamento do balconista ou do oficial de comando (ver Capítulo 8), e isto pode ser reforçador para o cozinheiro e para o engenheiro de máquinas. Além do mais, eles provavelmente executam as ordens mais eficazmente por tê-las repetido. Uma resposta é emitida, corno um eco como pedido de esclarecimento (você disse Castor?) ou ampliação (Castor? Que Castor?), e o resultado, presumivelmente é reforçador. Na 5.a parte veremos outros reforços indiretos do comportamento ecóico, com as vantagens que daí advêm para o falante enquanto ser que pensa.

Mattanó aponta que o comportamento ecóico é aquele onde o decodificador da mensagem repete verbalmente para si mesmo a mensagem emitida pelo codificador, gerenciando a resposta ecóica que ajuda e gravar e a manter a resposta na cognição do decodificador ampliando sua magnitude através do auto-reforço, que é bastante eficaz com a repetição que pode ser resultado de um pedido eco de esclarecimento. O comportamento ecóico é gerado e mantido pelos seus significados e sentidos, pelos seus conceitos, contextos, influenciado pelos comportamentos,  e funcionalidades, pelos atos ilocucionários (força dos argumentos) e pelos atos perlocucionários (efeitos visados pelos argumentos), pelos pressupostos e pelos subentendidos, pela semântica.