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34.A FAMÍLIA.
34.A FAMÍLIA.

OSNY MATTANÓ JÚNIOR

 

 

 

 

 

A FAMÍLIA

 

 

 

 

 

13/06/2018

A FAMÍLIA

CAP. 1

        Silva dava seu tapa em sua cara chata e marrenta e deixava escorrer de seu lábios um sorriso amarelo com os poucos dentes que lhe restavam após 50 anos de vida, ele estava pensando em seu irmão Lor que era perseguido por moleques de rua que obedeciam ordens de traficantes que queriam roubar Ony, Lor era um velho bêbado que mal sabia caminhar sobre as próprias pernas, e Ony era um homem de 46 anos doente que vivia sonhando com seu passado, ele tinha tiques nervosos como babar e roer as unhas, além de vomitar e de gostar de lutar contra fantasmas, mas havia Manol que era um típico ex-delegado que vivia com sua cabeleira de idoso e trajes indiscretos, com figuras eróticas e violentas, ele dava passos largos e pulava muito, assoava o nariz e gostava de fazer sopa para sua mãe, dona Lieta, que vivia em sua casa encostada numa cadeira de vime sempre assistindo aos programas policiais, ela gostava de dizer coisas do tipo ¨se chove hoje amanhã também chove, pois a chuva não escolhe o dia nem a noite!¨ Ela era muito inteligente e magrinha, tinha 96 anos de idade e gostava de música clássica. Sua filha Leia gostava de fazer arte, era uma artista por natureza, pintava, fotografava, modelava, construía, bordava, etc., ela era do tipo que gostava de doenças, sempre tinha alguma doença em seu repertório comportamental, isto não saía de sua vida mental e comportamental, mesmo que ela não soubesse e não acreditasse, ela gostava de esquizofrenia, de depressão e de pânico, mas também de sociopatias, ela não domava seu coração que não por muito tempo lhe chamou a atenção e lhe roubou a cena, agora Leia é outra....

CAP. 2

        Foi sonhando que Hê, a irmã de Ony, encontrou Cello seu outro irmão com quem foram brincar com seus pais Osi e Apida numa roda gigante que se transformou num troféu de guardanapo branco que dói palhaços pulando vieram de bem longe pulando e pulando até que um começou a dar risadas e o outro começou a chorar, então apareceu uma girafa com cabelos de ouro que telefonava para os cantores mais famosos do mundo, então apareceu o Papai Noel e o presente chegou!¨ E ela acordou! Hê queria mesmo era despertar de suas fantasias e ilusões, de seus sonhos e medos, de seus pecados e paixões, mas porquê?

CAP. 3

        Do outro lado do Estado vivia a outra metade de sua família, onde Nol, um senhor já idoso e doente, incapaz e muito pobre tinha um problema, ele não se fazia entender mais por ninguém, seu mundo era só seu, por sinal há muito tempo, então Ony escreveu uma carta explicando que no Céu não há doença ou loucura, Deus sabe o que faz  e que a loucura de Nol estava salvando Ony e tornando-o cada vez mais Santo, certamente Deus escreveu o nome de Nol na história de Ony, na história da Terra, na história do mundo e do universo, na história do Paraíso, por isso Nol é como Noel, veio me levar em sua barca até um refúgio seguro em terra seca e firme, depois deste dilúvio, desta loucura que inundou o mundo, a mente e a sexualidade dos seres humanos, Nol é como Noel, um navegador que salvou a humanidade!

CAP. 4

        Noutro dia Nol saiu de casa e foi viajar pelo mundo e encontrou sua mãe Astia que lhe disse ¨filho a gente tem que se encontrar mas em outro lugar e não neste sonho, será que você não entende? O navio partiu e Nol começou a descascar as batatas e a cantar com o marujos lindas canções durante sua jornada em alto mar, em sua viajem ele encontrou em uma ilha um índio que lhe deu um côco verde para ele descascar e beber da sua água que era muito refrescante, ele começou e sentir em sua cama um suor frio e um vontade de ir ao banheiro como à muito tempo não sentia¨, ele estava acordando e ao despertar viu sua família rindo dele e falando baixinho ¨o Nol viajou de novo¨, mas dessa vez ele não levou pessoa alguma com ele, levou somente seus sonhos que eram tão lindos como o dia e a vida normal, ora, seriam os sonhos dos doentes tão lindos e tão verdadeiros que poderiam levar Nol a um estado psíquico de realidade e de prazer que ele era incapaz de viver e de sentir enquanto estava acordado, isto ninguém sabe pois não há como deslumbrar a natureza dos sonhos dos doentes incapazes, mas o Escritor sabe e acredita nisto!

CAP. 5

        Silvestrezadas era aquele homem que dava e causava risadas, seu riso era do tamanho da lua crescente, e seus olhos se pareciam com dois faróis iluminados, seu cabelo de poncã, com contornos e silhuetas, ele era do tipo que abria a boca só para rir e fazer rir, já tinha 70 anos e não mudava de jeito nenhum, então ele teve um encontro com sua irmã Ita que gostava de gritar quando se encontrava com seu sobrinho Ony, ela ficava arrepiada e começava a gritar bem alto, dizia palavrões e gostava de brincar de casinha com o resto de sua família, onde ela era a Princesa presa numa torre guarnecida por poderosos soldados e dragões, que ficava a espera da vinda de seu herói, seu Príncipe amado que teria que lutar com esses soldados e matar os dragões. Ela vestia uma roupa bem apertada sem o menor sentido e pisava em ovos para desfilar até sua realidade; quando ela voltava para a realidade ela começava a gritar mais ainda e ficava puxando os cabelos até ficar com o couro cabeludo todo doído e ela dizia ¨f.d.p., f.d.p., eu tenho motivos, eu tenho motivos...¨ Dona Lieta aparecia toda desesperada e dizia ¨não dianta comer a janta se não tem exemplo com fome, a diferença é muito grande!¨ E Apida respondia ¨tem hora prá tudo na vida, para viver e para se esconder!¨

CAP. 6

        Eila era a última das irmãs, filhas de dona Lieta, como ela, Eila dizia ¨posso ser um clone mas não sou ¨home¨!¨ Ela falava isso porque sua matriz Leia era casada e tinha 6 filhos adotivos, ela não podia ter filhos. Eila era, então, um clone! Um clone humano, capaz de reinventar a história da humanidade, de uma nação, de um estado, de uma cidade, de uma família e de uma pessoa! Uma reinvenção não autorizada dizia ela! Isso chocava as pessoas, mas todos queriam mesmo era é prejudicá-la cada vez mais pois ficaram todos loucos!

CAP. 7

 

 

Osny Mattanó Júnior

Londrina, 11 de julho de 2018.