(CONTINUAÇÃO)... VOL.3.
APÊNDICE
J.-M. Charcot, Neue Vorlesungen über die Krankheiten des Nervensystems, insbesondere über Hysterie. (Toeplitz & Deuticke, Viena.) |1886f.|
J.-M. Charcot, Poliklinische Vortraege. Vol. I. (Leçons du Mardi.) Com notas do tradutor. (Fr. Deuticke, Viena.) |1892-94.|
A SEXUALIDADE NA ETIOLOGIA DAS NEUROSES (1898)
DIE SEXUALITAET IN DER AETIOLOGIE DER NEUROSEN
(a)EDIÇÕES ALEMÃS:
1898 Wien. klin. Rdsch., 12 (2), 21-2, (4), 55-7, (5), 70-2, (7), 103-5. (9, 23 e 30 de janeiro e 13 de fevereiro.)
1906 S.K.S.N., 1, 181-204. (1911, 2ª ed.; 1922, 4ª ed.)
1925 G.S., 1, 439-64.
1952 G.W., 1, 491-516.
(b)TRADUÇÃO INGLESA:
“Sexuality in the Aetiology of the Neuroses”
1924 C.P., 1, 220-48. (Trad. de J. Bernays.)
A presente tradução é uma versão modificada da publicada em 1924.
Este artigo foi concluído em 9 de fevereiro de 1898, como nos informa uma carta a Fliess (Freud, 1950a, Carta 83.) Já fora iniciado um mês antes (ibid., Carta 81) e, em ambas as cartas, Freud o trata desdenhosamente como um artigo “Gartenlaube”. Este era o título (literalmente, “caramanchão”) de uma revista de assuntos domésticos cujo nome se tornara proverbial por suas histórias sentimentais. Mas ele acrescenta que o artigo “é bastante impudente e basicamente destinado a criar caso, no que sem dúvida terá êxito. Breuer dirá que me causei muitos prejuízos.”
Dois anos se haviam passado desde o último artigo de Freud sobre psicopatologia, “A Etiologia da Histeria” (1896c), e durante esses dois anos muita coisa acontecera para ocupar sua mente. Talvez a menos importante (pelo menos do nosso ponto de vista) tenha sido a conclusão, em inícios de 1897, de seu tratado de trezentas páginas sobre as paralisias infantis para a grande enciclopédia de medicina de Nothnagel, no qual estivera ocupado por vários anos, muito a contragosto, e que foi seu último trabalho neurológico. Cf., por exemplo, as cartas a Fliess de 20 e 31 de outubro e 8 de novembro de 1895, 4 de julho e 2 de novembro de 1896, e 24 de janeiro de 1897 (Freud, 1950a, Cartas 32, 33, 35, 47, 50 e 57). Uma vez ultrapassada essa tarefa, ele podia devotar-se mais completamente à psicologia, e logo se envolveu num evento que se revelaria um marco memorável - sua própria auto-análise.Esta começou no verão de 1897 e, já pelo outono, conduzira a algumas descobertas fundamentais: o abandono da teoria traumática da etiologia das neuroses (21 de setembro, Carta 69), a descoberta do complexo de Édipo (15 de outubro, Carta 71) e o reconhecimento gradual da sexualidade infantil como um fato normal e universal (p.ex. 14 de novembro, Carta 75.)
De todos esses desenvolvimentos (e dos avanços paralelos na compreensão de Freud da psicologia do sonho) não há praticamente nenhum vestígio no presente artigo, o que sem dúvida explica o desdém de seu autor por ele. Quanto aos aspectos fundamentais, ele não vai além do ponto atingido dois anos antes: Freud se reservava para seu grande esforço subseqüente, que ocorreria dali a mais dois anos, em A Interpretação dos Sonhos (1900a).
Mas, se a primeira parte do trabalho contém pouco mais que uma reafirmação das concepções anteriores de Freud sobre a etiologia das neuroses, a argumentação também nos apresenta algo de novo - uma abordagem de problemas sociológicos. A crítica sem rodeios aqui feita à atitude da profissão médica em relação aos assuntos sexuais, particularmente à masturbação, ao uso de anticoncepcionais e às dificuldades da vida conjugal, prenuncia toda uma série de restrições posteriores de Freud às convenções sociais da civilização - começando com o artigo sobre “Moral Sexual ‘Civilizada’” (1908d) e findando com O Mal-Estar na Cultura (1930a).
O RELEITOR (MATTANÓ):
Freud fala de sua auto-análise que o conduzira a algumas descobertas fundamentais: o abandono da teoria traumática da etiologia das neuroses, a descoberta do complexo de Édipo e o reconhecimento gradual da sexualidade infantil como um fato normal e universal.
Mattanó fala da sua auto-análise pondo-se a discriminar que conceitos da literatura e da música como ¨Jai-Guru¨, ¨o Príncipe do Pau¨, ¨o Príncipe das Rolas¨ e o ¨pau do Amor¨ podem ser conceitos que segundo o nosso modo de compreender a realidade expressam nossa tendência libidinal representando objetos da sexualidade humana, e não da comunhão e do exercício da força. Quando atribuímos a esses conceitos as funções da comunhão e do exercício da força (ou da segurança) aprendemos ou reaprendemos a valorizar a fraternidade e a segurança reapropriando a libido, valorizando-a como fenômeno da natureza humana, como evento natural, como uma inteligência, que só vem a contribuir ao desenvolvimento da personalidade do ser humano. Assim aqueles conceitos, outrora citados, deixam de ter significado sexual e passam a ter significado de comunhão (de fraternidade, de irmandade) e de exercício da força (de segurança, de poder e de educação).
MATTANÓ
(18/07/2018)
Mattanó fala também do condicionamento do contexto, que supera as contingências da realidade ou dos dados de realidade, pois a realidade pode ser A – B e o evento condicionado evocado pode ser C – D – E, naturalmente responderemos C – D – E, mesmo amparados pela realidade A – B que não se extingue, pois continua a constituir o meio ambiente no qual estamos inseridos.
MATTANÓ
(20/07/2018)
Mattanó acredita que a alfabetização nunca termina! Ela continua depois de sua formalização, na 5ª fase, na Fase da Alfabetização Pós-formalizada, com a aprendizagem de novas regras gramaticais (a gramática sofre alterações de tempos em tempos e temos que nos adaptar com os processos da alfabetização) e de novas palavras, de novos significados, de novos sentidos, novos conceitos, novos contextos, funcionalidades novas e novos comportamentos, e também com a aprendizagem de outras línguas estrangeiras.
MATTANÓ
(20/07/2018)
Mattanó explica que não há na mente nada que leve a perfeição ou que nos impeça de errar, ou seja, não há mente que não erre! Pois todo organismo vivo que tem uma mente e um corpo terá sofrimento através de seus corpos, de seus membros e órgãos, de suas funções, terá sofrimento e dor, mal-estar orgânico que produzirá mal-estar mental, que prejudicará ou causará mal-estar comportamental e mal-estar nas relações sociais, no trabalho, na escola, na afetividade, na família, na educação, no descanso, no namoro, etc., quem jamais teve um mal-estar estomacal ou entérico ou mesmo encefálico e dirigiu-se com mal humor ou agressivo e hostil contra as outras pessoas em casa, no trabalho, na escola, na igreja, no clube, na noite, no final de semana, etc.? É por causa disto que alerto que a telepatia torna-se uma ameaça ao direito à vida e a liberdade, e a saúde, pois cerceia a vida, a liberdade e a saúde privando-as de seus direitos e funções biológicas e psicológicas e assim sociológicas, filosóficas e espirituais, ter um corpo é ter sofrimento, ter vida é ter sofrimento, ter saúde é lutar a todo momento contra as enfermidades que nos cercam de muitas maneiras no mundo inteiro! Responsabilizar alguém por algum pensamento pode ser o mesmo que responsabiliza-lo pelo seu fígado, coração, pulmões, estômago, rins, olhos, boca e dentes, garganta, massa corporal, intestino, pele, ossos, nariz, fossas nasais, língua, ouvidos, sangue, glicemia, colesterol, triglicerídeos, pés e mãos, abdômen e tórax, por suas costas e cicatrizes em seu corpo que também causam sofrimento e dor psicológica e emocional – é impossível haver uma mente perfeita! Isto é um escândalo!
MATTANÓ
(21/07/2018)
Mattanó adverte que o inconsciente obedece ao meio ambiente e/ou ao contexto. Se o seu contexto é A –B – C seu comportamento e sua psique responderão inconscientemente aos elementos ou a algum dos elementos A – B – C; assim se sou um Filósofo (A) e estou jogando futebol (B) e pensando em minha namorada (C) e me vejo numa auto-observação, do meu inconsciente, perceberei o porque que (A), (B) e (C) fizeram parte de meu inconsciente, pois faziam parte de meu contexto, de minha história de vida. O inconsciente obedece ao contexto!
MATTANÓ
(21/07/2018)
Mattanó esclarece que num contexto de lavagem cerebral, telepatia, estupro virtual, violência e curandeirismo, o inconsciente, seja lá de quem quer que seja, ao seu modo de funcionar, obedecerá a estas influências ou a estes determinantes que servirão de padrão ou de modelo com suas regras e contingências para o indivíduo se comportar e ter sua psique; Mattanó esclarece que só com o autoconhecimento o indivíduo poderá se ajudar e encontrar a solução de seus problemas através da afetividade, do amor sobre o ódio, e do perdão, da reconciliação, da resignificação, de novas regras que o ajudem a lidar com seus significados, sentidos, conceitos, contextos, funcionalidades e comportamentos. Pois podemos estar falando de despersonalização, fenômeno capaz de roubar toda a experiência, lembrança, vida, memória, saúde, graça, beleza, amor, ternura, bondade, paciência, delicadeza, harmonia, afeição, simpatia, caráter, temperamento, personalidade, espiritualidade, filosofia, psicologia, sociologia, direito, cidadania, justiça, valores e até a moral de suas vítimas, entregando-as a tipificação da loucura, da insanidade e da luta insana pela sobrevivência, pelas psicopatias, que só se acentuam numa sociedade que não restitua sua ordem social e que não ampare com amor e respeito essas pessoas e suas famílias, seja lá quem elas forem!
MATTANÓ
(22/07/2018)
Mattanó alerta que pode ser um fenômeno característico dos campos de concentração, das cidades e das casas de tortura, trabalho escravo e extermínio, de lavagem cerebral e de experimentos científicos ilícitos com seres humanos, o comportamento insano de desejar o mal ou a morte e até contribuir para isto com atitudes contra pessoas de suas próprias famílias, quando elas se encontram em total abandono e cárcere, aprisionadas e torturadas, sofrendo lavagem cerebral, estupro coletivo, experiências científicas ilícitas, tendo que trabalhar como escravas, tendo que cavar diariamente ¨ a própria cova¨, sendo abusadas sexualmente, exploradas, tendo seus filhos e gestantes torturadas e sofrendo como cobaias humanas ilícitas, vendo familiares chorarem e serem abordados por figuras semelhantes as da Gestapo (polícia Nazista), vendo seus familiares serem torturados e morrerem por 30 anos, perderem o emprego, não poderem sair de casa, não poderem namorar, terem que se casar com autoridades e não por amor, terem que ficar aprisionadas em seus casamentos com medo e com um sentimento ruim e mal elaborado de estupro, serem envenedos, terem que ser negligenciados pelos profissionais de saúde de seu país e ouvir deles que as autoridades querem que os matem com negligência médica, não poder ir a Igreja e nem poder desfrutar plenamente dos seus direitos de cidadão, e nem da justiça, etc., na mente de idosos e ¨triturados¨ ou pessoas desmanchadas pelo poder corrupto e desumano, cruel como que aos dos Nazistas em seus campos de concentração fica possível pensar e agir dessa forma, ter que escolher quem será o próximo a morrer nas mãos dos criminosos, das autoridades que não resolvem este problema e que só o aumentam e o pioram na tentativa de matar todo mundo de uma só vez, pois abordam-nos, a todos nós, de nossa família, de uma só vez, com força máxima!
MATTANÓ
(22/07/2018)
Mattanó fala também da psicanálise e da psicologia do esporte na abordagem do futebol e da telepatia, da lavagem cerebral e do homossexualismo. Ele especula que o atleta é motivado pela competição e pela necessidade de superação, de vitória, de vencer seu oponente, por isso o jogo de futebol nunca para de existir, em função da competição e da necessidade de derrotar seu oponente, a telepatia, a lavagem cerebral e o homossexualismo são apenas pequenos problemas se comparados com a partida de futebol, assim também o vê a torcida e os espectadores.
MATTANÓ
(24/07/2018)
Mattanó vê nascer uma nova psicologia, a psicologia da aventura, aquela que estuda os aventureiros e suas jornadas, seus caminhos e trajetórias, suas vitórias e derrotas, seus ganhos e perdas, seus valores, como se mantêm em sua aventura, mesmo diante de imensos problemas, problemas virtuais, reais ou proximais, o que significam, quais os sentidos, quais são os conceitos, os contextos, as funcionalidades, os comportamentos desses aventureiros diante de suas aventuras, sua linguagem e relações sociais, seu trabalho e educação, seus ritos e discursos, sua alfabetização, o fenômeno da despersonalização, da lavagem cerebral, do estupro virtual, da telepatia, do curandeirismo, do falso insight, a psicomotricidade e as habilidades motoras, a cognição e as inteligências, a afetividade, a família, a espiritualidade, seu inconsciente e seus transtornos mentais, porque se comportam de determinada maneira e não de outra maneira?! A psicologia da aventura se propõe a estudar nosso eu aventureiro e as suas consequências para a psiquê e o comportamento humanos.
MATTANÓ
(24/07/2018)
Mattanó adverte que a loucura em nossos tempos é muito intensa, e é capaz de produzir loucura em todo o planeta e em todas as pessoas através da falsidade e da perseguição, gerando um sentimento de perseguição e de medo onde testemunhamos a vida de um santo e de sua família no Brasil, em Londrina, que torna-se vítima de tortura e de tentativas de assassinato, de lavagem cerebral e de telepatia, de experiências científicas ilícitas que podem ter produzido a telepatia em Mattanó (o santo) na UEL e antes, a partir de 1981 ou 1982 quando ele tinha 9 ou 10 anos de idade, uma criança torturada, abusada sexualmente, violentada, estuprada coletivamente e virtualmente, que sofreu lavagem cerebral, telepatia, constrangimento, invasão da intimidade e da privacidade, crimes de ódio e contra sua fé e religião, contra sua liberdade e sua família, que sofreu corrupção de menores, abuso de incapazes, etc., toda essa loucura pode ter gerado loucura e delírios de perseguição em todo o mundo, ou seja, esquizofrenia ou psicose, pois ficar mais de 6 meses com uma ideia persecutória na mente gera esquizofrenia, gera paranoia, se foram capazes de fazer isto comigo que era um santo e com minha família podem fazer com um ou dois Papas, com mais autoridades, já fui ameaçado por militares de ser alvejado, então podem ameaçar os Papas e outras autoridades?! Se não respeitam um santo e sua família será que vão ou estão respeitando os Papas e outras autoridades? Creio que isto se deve a loucura e não necessariamente a agressividade, pois senão eu já teria sido alvejado!
MATTANÓ
(26/07/2018)
Mattanó criou uma técnica de autoconhecimento chamada de as Três Letrinhas. Através delas, por exemplo,A –B – C, pedimos para o paciente ou analisando dizer o que significam ou três palavras, uma com a letra A, uma com a letra B e outra com a letra C, por exemplo, Amor, Baralho e Coragem, então pedimos para a pessoa explicar o que compreende com elas, por exemplo: o Amor é como um jogo de Baralho que exige Coragem para enfrentar e levar adiante. Com isto, depois, pedimos para o paciente ou analisando tecer seu significado, sentido, conceito, contexto, funcionalidade, comportamento e simbologia, a topografia só é citada em casos onde é desejado o Avatar como instrumento de análise e de dramatização psicológica. Com esta técnica mattanoniana descobrimos que muitas vezes não devemos dar pleno crédito a primeira impressão, ao significado que nos é revelado num primeiro contato, pois podemos atribuir palavras sem significado que constroem sentidos alienados e alienadores como na Pulsão Auditiva de Mattanó de 1995, que só serão solucionados com a resignificação através de uma nova significação, de um novo sentido através também do contexto, da funcionalidade, da topografia e do simbolismo.
MATTANÓ
(27/07/2018)
Mattanó aponta que por ser um animal o ser humano possui uma consciência que o engana. Pois se questionarmos um indivíduo estudado, quem descobriu o Brasil? Por exemplo no vestibular! (A) Dom Pedro; (B) Pedro Alvarez Cabral; (C) Sérgio Cabral; (D) Rui Barbosa; (E) Cristovão Colombo? – Você pode ter estudado e saber a resposta certa mas numa prova a tua consciência pode te enganar, da mesma forma, o teu inconsciente, com ou sem telepatia e lavagem cerebral! Isto ocorre muito provavelmente porque não há como controlar o mapa cognitivo e as sinapses, a bioquímica cerebral, são muitos os circuitos e as associações entre neurônios, são muitas as sinapses, nem mesmo a hipnose é capaz de controlar este mecanismo cerebral, pois é fisiológico, morfológico e comportamental, ou seja, a hipnose não é capaz de controlar todo o cérebro, pois o cérebro é muito complexo, uma prova disto é: a hipnose é capaz de fazer um indivíduo parar de sonhar por vários dias, semanas, meses e anos e sem adoecer? Sem ter complicações fisiológicas, psíquicas, comportamentais, morfológicas e sociais por ter parado de sonhar e ter adquirido outro padrão de funcionamento cerebral? Da mesma forma, a telepatia e a lavagem cerebral impõem um outro padrão de funcionamento cerebral! Será que o indivíduo não terá complicações fisiológicas, psíquicas, comportamentais, morfológicas e sociais? Até que ponto a nossa consciência e o nosso inconsciente nos ajudam em nossa adaptação e superação das adversidades ambientais!?
MATTANÓ
(28/07/2018)
Mattanó adverte que o poder da hipnose e da hipnose telepática sobre o mapa cognitivo de um indivíduo que responde sobre efeito de medicação que causam representações problemáticas, como sintomas positivos e negativos, que causam representações no indivíduo, em seu comportamento e em suas relações com os objetos do mundo, representações que podem tornar-se ainda mais problemáticas se houver lavagem cerebral, tortura, violência, estupro e estupro virtual, tentativas de assassinato e curandeirismo, pois existem diferentes representações para o mesmo objeto segundo diferentes fases da nossa vida. Um recém-nascido representa uma bola de uma forma e com uma linguagem, uma criança de outra forma e com outra linguagem, um jovem de outra forma e com outra linguagem, um homem adulto ou uma mulher adulta de outra forma e com outra linguagem, um idoso de outra forma e com outra linguagem. A resistência e a regressão associadas aos fenômenos acima descritos podem provocar mais representações problemáticas que apenas indicam o sintoma e nunca o crime. Em função disto este tipo de hipnose para elucidar crimes torna-se uma ameaça à vida e a liberdade, e a saúde de todos, uma ameaça a verdade dos fatos, pois muito provavelmente estarão encobertos ou distorcidos pelos eventos problemáticos.
A sugestão reforçada faz diminuir o número de respostas diferentes e a sua frequência em relação a sua resposta sugerida, até mesmo, no mapa cognitivo, e faz surgir respostas onde à extinção do reforço leva naturalmente e recuperação espontânea da resposta extinta, ou seja, o comportamento que desconsiderávamos pode surgir a qualquer momento no meio de uma explicação sobre fatos, até mesmo falsidades e chistes podem surgir, complicando ainda mais a hipnose e a sugestão que se mostra incapaz de responder plenamente a necessidade do evento.
MATTANÓ
(29/07/2018)
Mattanó ainda especula que a inteligência global não deve ser medida como Quociente Intelectual, mas como Quociente da Longevidade, pois quem é mais inteligente: o indivíduo que vive duas semanas e resolve todos os seus problemas ou o indivíduo que vive 100 séculos e é preguiçoso e idiota, e nada resolve? Notamos que ter a capacidade de resolver todos os problemas diminui a expectativa de vida e a incapacidade de resolvê-los aumentou a expectativa de vida, ora, a inteligência pode ser uma forma de se destruir e de destruir seu grupo, a preguiça e a idiotice parecem ser comportamentos selecionados para aumentar a expectativa de vida, talvez por não exporem sua espécie e seus indivíduos a combates e confrontos, a disputas, talvez por viverem isolados, e a não ter que se esforçar para buscar alimento, pois muito provavelmente o tipo de alimento que essa espécie ingere está disponível abundantemente e facilmente no meio ambiente, por isso são preguiçosos e idiotas os indivíduos dessa espécie. Concluímos que, segundo as especulações de Mattanó, a inteligência pode ser a longevidade, mesmo através da preguiça e da idiotice, pois estes comportamentos servem para os indivíduos que dependem deles para viverem, como um mecanismo de inteligência superior ao da intelectualidade, da cognição e da racionalização, pois os animais preguiçosos e idiotas vivem muito mais tempo do que os animais inteligentes. Da mesma forma podemos comparar os animais que trabalham e os animais preguiçosos, quem vive mais? Ou os animais que cantam e os animais que falam, quem vive mais? Ou os animais que tem andar bípede e andar quadrúpede, quem vive mais? Os animais que têm visão colorida e os animais que têm visão em branco-e-preto, quem vive mais? Talvez o mais evoluído não seja o mais inteligente?!
MATTANÓ
(30/07/2018)
:: NEUROMODULADORES E NEUROTRANSMISSORES, NOÇÃO GERAL ::
Por Simone Bittencourt
A atuação de neurotransmissores e neuromoduladores reflete a grosso modo o estado emocional (sensações, pensamentos...), comportamental e de aprendizado e memória do indivíduo.
Mattanó aponta que os neurotransmissores podem causar a agressividade, e seu característico estado emocional.
Os neurotransmissores são moléculas pequenas que na sua maioria são derivados de precursores de proteínas, eles são encontrados geralmente em vesículas pré-sinápticas neuronais. Os neurotransmissores são liberados na fenda sináptica e captados por terminais pós-sinápticos (por meio de receptores localizados na membrana pós-sináptica) quando da passagem do impulso nervoso de uma célula para outra, o que chamamos de transmissão sináptica. De acordo com a propriedade funcional do neurotransmissor e do terminal pós-sináptico, os neurotransmissores são conhecidos por promovem respostas excitatórias ou inibitórias entre neurônios que se comunicam por sinapses químicas.
Existem vários tipos de N E U R O T R A N S M I S S O R E S:
(diferentes tipos de células secretam diferentes neurotransmissores)
>>> Acetilcolina (ACh)
Neuromediador envolvido em muitos comportamentos, bem com atenção, aprendizado e memória:
- Movimento - os movimentos de nossos músculos são promovidos pela liberação da acetilcolina dos neurônios colinérgicos para as fibras musculares.
- Sono REM - durante a fase de sono profundo (sono REM), a acetilcolina é liberada da ponte.
- Aprendizado e memória – em animais de laboratório, ao bloquear a liberação da acetilcolina, cria-se um déficit no aprendizagem e memória. Em alguns casos a colina (somente) é sugerida facilitar o processo de aprendizado e memória.
- Doença de Alzheimer- está associada, em 90% dos casos, com perda de neurônios colinérgicos no prosencéfalo basal e hipocampo.
>>> Serotonina (5HT):
Neurotransmissor que possui interferências no humor, na ansiedade e na agressão.
- Desordens de humor - a diminuição da liberação de serotonina no sistema nervoso central está associada a desordens de humor e depressão. Costuma-se tratar esses pacientes com medicamento que bloqueiam a recaptação da serotonina para o terminal pré-sináptico (ex. fluoxetina, o Prozac).
- Desordem obsessiva compulsiva - associada a redução nos níveis de serotonina no sistema nervoso central, é geralmente tratada por meio da inibição da recaptação da serotonina.
- Apetite – é reduzido por drogas que elevam a serotonina no encéfalo (geralmente amina)
- Comportamento agressivo e suicídio - tem sido associado a reduzidos níveis de serotonina no encéfalo
Mattanó aponta que a serotonina causa ou é a responsável por interferências na agressividade e no humor dos indivíduos, a serotonina é liberada no sistema nervoso, e pode estar associada também ao comportamento de suicídio. Assim Mattanó aponta que produzimos neurotransmissores que produzem emoções e sentimentos que desencadeiam pensamentos e comportamentos agressivos e hostis de forma biológica ou natural, ou seja, neural, cerebral, que dependem da composição bioquímica do nosso cérebro e não necessariamente dos nossos pensamentos e comportamentos. Portanto uma investigação policial telepática torna-se criminosa pois qualquer indivíduo tornar-se-á criminoso pois tem a qualquer momento pensamentos, comportamentos, emoções e sentimentos agressivos e hostis que serão tidos como violência e crime, mas que na realidade são processos naturais do nosso organismo, do nosso cérebro e de sua bioquímica cerebral.
- Latência de sono – a latência de sono (tempo que a pessoa levar para dormir) é diminuída com “triptofano, um aminoácido necessário para a síntese de serotonina. Esse dado sugere que a serotonina pode ter um papel importante na indução do sono.
Obs.: O leite é rico em triptofano, o que sugere que um copo de leite antes de dormir pode facilitar o sono.
- Percepção - as sinapses serotoninérgicas estão presentes no córtex cerebral e estão envolvidas nos processos de percepção.
>>> Dopamina (DA):
Controla níveis de estimulação e controle motor em muitas áreas encefálicas. Quando os níveis de dopamina estão extremamente baixos os pacientes são incapazes de se mover voluntariamente.
-Doença de Parkinson - acontece devido degeneração de neurônios dopaminérgicos oriundos da substância negra, que enviam as suas projeções para o estriado, o qual está envolvido no controle motor do movimento. A doença de Parkinson é tratada com L-DOPA, o precussor da dopamina no encéfalo.
- Esquizofrenia - é uma patologia causada pelo excesso de dopamina liberada para o terminal pós-sináptico. Há a hipótese que existe uma excessiva estimulação dopaminérgica no lobo frontal (causado talvez pela ativação de gens) É tratada por drogas que bloqueiam a ligação da dopamina no receptor pós-sináptico.
>>> Noradrenalina (NA):
Esse neurotransmissor está relacionado a excitação físico e mental, bem como é conhecido por promover o bom humor. É produzido no locus coeruleos e atua como mediador dos batimentos cardíacos, pressão sanguínea, conversão de glicogênio em energia e outros.
- Atenção e alerta - a liberação da noradrenalina facilita a atenção e o alerta durante o dia. Durante o sono
REM os níveis de noradrenalina estão reduzidos;
- Estresse - Nos estresse “crônico”, verifica-se redução na liberação da noradrenalina. Porém, no estresse“agudo” a noradrenalina é liberada da glândula adrenal e atua na amplificação do sistema nervoso simpático.
- Humor - a depressão por redução na captação de noradrenalina pode ser tratada com algumas drogas que evitam a sua recaptação
- Aprendizado e memória - a noradrenalina é importante nos processos de aprendizado e memória.
>>> Ácido Gama Amino Butírico (GABA):
É o principal neurotransmissor inibitório do encéfalo. O processo inibitório ocorre quando o GABA se liga ao receptor, permitindo dessa forma a entrada de Cloro para dentro da célula. Responsável pela sintonia fina e coordenação dos movimentos entres outros.
-Há hipóteses que a deficiência de GABA leva a algumas formas de Esquizofrenia. Nesse sentido a deficiência da inibição GABAérgica seria o distúrbio primário para a atividade estriatal dopaminérgica excessiva no transtorno. Droga como o Valium, ressalta o efeito do GABA na sinapse. Outros neurotransmissores inibidores são a
glicina e a taurina.
>>> Glutamato
O glutamato é o principal neurotransmissor do encéfalo. A atuação do glutamato é fundamental no processo de memória. Curiosamente, o glutamato também está envolvido no processo de suicídio celular, uma vez que o excesso de glutamato é neurotóxico e mata a célula por excesso de influxo de Cálcio.
- A Doença do Lou Gherig (ALS), doença em que o glutamato é produzido em grande quantidade, causa morte neuronal da medula espinhal e do tronco cerebral.
>>> Peptídios
Endorfinas / encefalinas - são neurotransmissores peptídicos opiáceos endógenos capazes de modular a dor e reduzir o estresse. São encontrados em vários locais no encéfalo (sistema límbico, mesencéfalo). Eles também são produzidos por glândulas pituitárias e liberados como hormônios e envolvidos na redução da dor, pressão (eles
aumentam a produção de dopamina) e hibernação.
Todos os opiáceos (endógenos ou sintéticos) alteram o comportamento porque agem nos receptores de encefalina do encéfalo.
- Substância P- é um dos neurotransmissores que mediam a experiência de dor. É encontrado em toda via da dor e sua liberação pode ser bloqueada pela encefalina.
- Neuropeptidio Y / Polipeptídio YY: - NPY e PPYY, são neurotransmissores encontrados no hipotálamo, particularmente no núcleo paraventricular. São correlacionados com distúrbios de apetite, podendo levar a excessiva ingestão de comida e armazenamento de gordura.
Mattanó
(01/08/2018)
DESEJO SEXUAL
Dr.Frederico Pretti
A testosterona é um hormônio essencial para uma vida sexual prazerosa, intensa e satisfatória, tanto no homem como na mulher.
A testosterona quando baixa reduz o desejo sexual, a intensidade do orgasmo, o cheiro do sexo que atrai os parceiros e compromete a ereção, tanto do pênis, como do clitóris.
Alguns homens, mesmo com nível baixo de testosterona livre no sangue, não tem nenhuma queixa relativa à sua sexualidade. Outros homens, com um excelente nível de testosterona, queixam-se de uma diminuição do desejo sexual e dificuldade para manter a ereção. O problema não está na no nível de testosterona, mas no receptor da testosterona, que não responde adequadamente a testosterona. Portanto, não adianta dar testosterona, é preciso melhorar a resposta do receptor à testosterona.
Na mulher, o nível do estradiol, um dos seus principais hormônios femininos, é muito importante, tanto para a melhora da libido, como para a lubrificação vaginal.
Os receptores de testosterona são proteínas presentes no cérebro e no coração que recebem mensagens químicas do hormônio testosterona, regulando assim a sua atividade.
Mattanó aponta que o cérebro tem importante papel no desejo sexual como local de receptadores de testosterona , proteínas presentes no cérebro, regulando assim a sua atividade ou o desejo sexual que depende da qualidade da resposta do receptor de testosterona no cérebro, indicando que não adianta dar testosterona para o paciente melhorar seu desejo sexual, mas é preciso melhorar a resposta do receptor à testosterona. Isto indica que qualquer homem tem desejo sexual durante sua vida. E a mulher também tem desejo sexual em sua vida devido ao nível de estradiol, revelando que uma investigação telepática deixa qualquer indivíduo e sua família desesperados e desamparados, ou seja, é crime, pois não há como evitar esses pensamentos e desejos sexuais que são produzidos naturalmente pelo próprio organismo humano.
Mattanó
(01/08/2018)
Mattanó aponta que nossos traumas oriundos dos nossos instintos e da mitologia, uma forma de comportamento que traduz e expressa o tempo e a realidade do indivíduo e da sua comunidade em qualquer contexto, conforme sua história mística, onde os instintos estudados na etologia que demonstra que eles possuem imensa ligação com nossos ancestrais primatas, inclusive mitologicamente, fenômeno que se reproduz em nossos traumas, também espelhos dos nossos instintos e das nossas mitologias, dos nossos ritos e mitos e da nossa psicossexualidade que vem se desenvolver como forma de desenvolvimento da personalidade do indivíduo psíquica e cognitivamente, desenvolvendo padrões sociais de comportamento, inclusive significados, sentidos, conceitos, contextos, funcionalidades, comportamentos, topografias e simbologias em nossos jogos de representações e de comportamentos, de dramatizações que podem ter ou não, Avatares como auxiliadores no autoconhecimento do indivíduo para lidar com seus traumas.
Mattanó
(01/08/2018)
A SEXUALIDADE NA ETIOLOGIA DAS NEUROSES
Pesquisas exaustivas durante os últimos anos levaram-me a reconhecer que as causas mais imediatas e, para fins práticos, mais importantes de todos os casos de doença neurótica são encontradas em fatores emergentes da vida sexual. Essa teoria não é inteiramente nova. Uma certa dose de importância tem sido concedida aos fatores sexuais na etiologia das neuroses desde tempos imemoriais e por todos os autores que trataram do assunto. Em certas áreas marginais da medicina sempre se prometeu, simultaneamente, a cura das “queixas sexuais” e da “fraqueza nervosa”. Uma vez que a validade da teoria deixe de ser negada, portanto, não será difícil contestar sua originalidade.
Em alguns artigos sucintos que apareceram nos últimos anos no Neurologisches Zentralblatt |1894a, 1895b e 1896b), na Revue Neurologique |1895c e 1896a| e na Wiener Klinische Rundschau|1895f e 1896c| tentei dar uma indicação do material e dos pontos de vista que oferecem apoio científico à teoria da “etiologia sexual das neuroses”. Falta ainda, entretanto, uma apresentação completa, principalmente porque, no esforço de lançar luz sobre o que se reconhece como a situação atual, deparamos sempre com novos problemas para cuja solução ainda não se realizou o trabalho preliminar necessário. Não me parece nada prematuro, porém, tentar dirigir a atenção dos profissionais da medicina para o que acredito serem os fatos, de modo que eles possam convencer-se da verdade de minhas asserções e, ao mesmo tempo, dos benefícios que podem extrair, na prática, do conhecimento delas.
Bem sei que se farão esforços, pelo uso de argumentos com um colorido ético, para impedir o médico de levar o assunto adiante. Quem quer que pretenda certificar-se de que as neuroses de seus pacientes estão ou não realmente ligadas à vida sexual deles não pode evitar interrogá-los sobre sua vida sexual e insistir em receber um depoimento verdadeiro sobre ela. Mas nisso, afirma-se, está o perigo para o indivíduo e para a sociedade. O médico, segundo ouço dizer, não tem o direito de se intrometer nos segredos sexuais de seus pacientes, nem de ferir grosseiramente seu recato (especialmente tratando-se de pacientes do sexo feminino) com interrogatórios desse tipo. Sua mão inábil só conseguirá arruinar a felicidade da família, ofender a inocência dos jovens e usurpar a autoridade dos pais; e no que concerne aos adultos, ele passará a partilhar de conhecimentos incômodos e destruirá suas próprias relações com os pacientes. A conclusão, portanto, é que é seu dever ético manter-se afastado de toda a questão sexual.
A isso se pode muito bem replicar que não passa da expressão de um puritanismo indigno de um médico e que esconde insuficientemente sua fraqueza por trás de argumentos precários. Se os fatores procedentes da vida sexual precisam realmente ser reconhecidos como causas de doença, então, por essa mesma razão, a investigação e a discussão deles incluem-se automaticamente na esfera do dever do médico. A ofensa ao pudor de que ele é culpado nesse caso não é diferente nem pior, como se pode supor, do que sua insistência em examinar os órgãos genitais de uma mulher a fim de curar uma afecção local - pedido em que ele tem o compromisso de insistir por sua própria formação médica. Até hoje se ouve com freqüência mulheres mais velhas que passaram sua juventude nas províncias, contarem como, em curta época, ficaram reduzidas a um estado de esgotamento por hemorragias genitais excessivas porque não conseguiam decidir-se a permitir que um médico contemplasse sua nudez. A influência educativa exercida no público pelo mundo da medicina, no decorrer de uma geração, alterou de tal modo as coisas que uma objeção desse tipo é uma ocorrência extremamente rara entre as jovens de hoje. Se viesse a ocorrer, seria condenada como puritanismo absurdo, como recato fora de lugar. Será que estamos vivendo na Turquia, perguntaria um marido, onde tudo o que uma mulher doente pode mostrar ao médico é seu braços através de um buraco na parede?
Não é verdade que o interrogatório dos pacientes e o conhecimento de suas preocupações sexuais forneçam ao médico um grau perigoso de poder sobre eles. Em épocas anteriores, a mesma objeção pôde ser feita ao uso de anestésicos, que privam o paciente de sua consciência e do exercício de sua vontade, deixando a critério do médico determinar se e quando ele os recuperará. No entanto, hoje em dia, os anestésicos tornaram-se indispensáveis para nós, porque podem, melhor do que qualquer outra coisa auxiliar o médico em seu trabalho; e entre suas várias outras obrigações sérias, ele assume a responsabilidade por seu uso.
Um médico sempre pode causar danos, quando é inábil ou inescrupuloso, e isso não se aplica mais nem menos à investigação da vida sexual dos pacientes do que a outras áreas. Naturalmente, se alguém, após um auto-exame honesto, sentir que não possui o tato, a seriedade e a discrição necessários para interrogar pacientes neuróticos, e se estiver ciente de que as revelações de caráter sexual lhe provocariam arrepios lascivos, em vez de interesse científico, ele estará certo em evitar o tópico da etiologia das neuroses. Tudo o que pedimos, além disso, é que se abstenha também de tratar pacientes nervosos.
Tampouco é verdade que os pacientes levantam obstáculos insuperáveis à investigação de sua vida sexual. Após uma ligeira hesitação, os adultos costumam adaptar-se à situação, dizendo: “Afinal, estou diante do médico; posso dizer-lhe qualquer coisa”. Inúmeras mulheres, que acham bastante difícil passar a vida escondendo seus sentimentos sexuais, ficam aliviadas ao descobrir que, com o médico, nenhuma consideração sobrepuja a de sua recuperação, e lhe são gratas por permitir, ao menos uma vez na vida, que se comportem humanamente em relação às coisas sexuais. O vago conhecimento da esmagadora importância dos fatores sexuais na produção das neuroses (um conhecimento que estou tentando resgatar para a ciência) parece nunca ter passado despercebido à consciência dos leigos. Quantas vezes testemunhamos cenas como essa: um casal em que um dos membros sofre de uma neurose procura-nos para uma consulta. Depois de tecermos inúmeros comentários introdutórios e justificativos, no sentido de que não deve existir nenhuma barreira entre eles e o médico, que quer ser útil em tais casos etc., falamo-lhes de nossa suspeita de que a causa da doença resida na forma antinatural e prejudicial de relações sexuais que eles devem ter escolhido desde o último parto da mulher. Dizemos que os médicos em geral não se interessam por esses assuntos, mas que isso é repreensível neles, mesmo que os pacientes não gostem que lhes falem sobre essas coisas etc. Nisso, um dos cônjuges cutuca o outro e diz: “Está vendo? Eu sempre lhe disse que isso ia me deixar doente”. Ao que o outro responde: “É, eu sei, eu também achava, mas que se há de fazer?”
Em algumas outras circunstâncias, quando se está lidando com mocinhas que, afinal, são sistematicamente educadas para esconderem sua vida sexual, é preciso contentar-se com uma dose muito pequena de sinceridade nas respostas da paciente. Mas aqui entra uma consideração importante - a saber, que o médico experiente nessas coisas não está despreparado ao se defrontar com seus pacientes e, em geral, não precisa pedir-lhes informações, mas apenas uma confirmação de suas suspeitas. Quem seguir minhas indicações de como elucidar a morfologia das neuroses e traduzi-la em termos etiológicos necessitará, além disso, de muito poucas revelações adicionais de seus pacientes; na própria descrição de seus sintomas, que todos estão prontos a fornecer, eles costumam apresentar ao médico, ao mesmo tempo, os fatores sexuais que estão ocultos.
Seria muito vantajoso que as pessoas doentes tivessem maior conhecimento da segurança com que o médico está agora em condições de interpretar suas queixas neuróticas e de inferir delas a etiologia sexual atuante. Sem dúvida, isso estimularia tais pessoas a abandonarem seu sigilo a partir do momento em que se decidissem a buscar ajuda para seus sofrimentos. Além disso, é do interesse geral que se torne um dever, entre homens e mulheres, um grau mais alto de franqueza sobre as coisas sexuais do que se tem esperado deles até agora. Isso só pode constituir-se em benefício para a moral sexual. Em matéria de sexualidade, somos todos, no momento, doentes ou sãos, não mais do que hipócritas. Será muito bom se obtivermos, em conseqüência dessa franqueza geral, uma certa dose de tolerância quanto às questões sexuais.
Os médicos costumam interessar-se muito pouco pelas questões discutidas entre os neuropatologistas com relação às neuroses: se é justificável, por exemplo, estabelecer uma diferenciação estrita entre histeria e neurastenia, se é possível distinguir ao lado delas a histeroneurastenia, se as obsessões devem ser classificadas juntamente com a neurastenia ou reconhecidas como uma neurose distinta, e assim por diante. E a rigor, é bem possível que essas distinções sejam irrelevantes para o profissional, desde que não haja outras conseqüências das decisões a que se tenha chegado - nenhum aprofundamento maior da compreensão e nenhuma indicação para um tratamento terapêutico - e desde que o paciente seja sempre enviado a um estabelecimento hidropático e informado de que não há nenhum problema com ele. A situação será diferente, entretanto, se for adotado nosso ponto de vista sobre as relações causais entre a sexualidade e as neuroses. Nesse caso, um novo interesse será despertado pela sintomatologia dos diferentes casos neuróticos, e passará a ter importância prática que se possa decompor corretamente o complicado quadro em seus componentes, assim como nomeá-los com acerto. E isso porque a morfologia das neuroses pode ser traduzida, com pouca dificuldade, em sua etiologia, e o conhecimento desta última leva, naturalmente, a novas indicações quanto aos métodos de cura.
Assim, a importante decisão que precisamos tomar - e pode-se tomá-la com segurança em todos os casos, se os sintomas forem cuidadosamente avaliados - é se o caso tem as características da neurastenia ou de uma psiconeurose (histeria, obsessões). (Os casos mistos, em que os sinais da neurastenia se combinam com os de uma psiconeurose, são de ocorrência muito freqüente, mas deixaremos sua consideração para mais tarde.) É apenas nas neurastenias que a inquirição do paciente consegue desvendar os fatores etiológicos em sua vida sexual. Esses fatores, é claro, são conhecidos dele e pertencem ao momento atual, ou, mais exatamente, ao período de sua vida que se estende desde a maturidade sexual (embora essa delimitação não cubra todos os casos). Nas psiconeuroses, esse tipo de inquirição traz pouco resultado. Talvez nos forneça um conhecimento dos fatores que devem ser reconhecidos como precipitantes, e que podem estar ou não ligados à vida sexual. Quando essa ligação existe, eles mostram não diferir, quanto a sua natureza, dos fatores etiológicos da neurastenia, isto é, falta-lhes inteiramente qualquer relação específica com a causação da psiconeurose. Não obstante, em todos os casos, a etiologia das psiconeuroses reside também no campo da sexualidade. Por um singular percurso tortuoso de que falarei mais adiante, é possível chegar a um conhecimento dessa etiologia e compreender por que o paciente era incapaz de nos dizer qualquer coisa a esse respeito. Pois os acontecimentos e influências que estão na raiz de toda psiconeurose pertencem, não ao momento atual, mas a uma época da vida há muito passada,que é, por assim dizer, pré-histórica - à época da primeira infância; e eis por que o paciente também nada sabe deles. Ele os esqueceu - embora apenas em determinado sentido.
Assim, em todo caso de neurose há uma etiologia sexual; mas nas neurastenia é uma etiologia de tipo contemporâneo, enquanto nas psiconeuroses os fatores são de natureza infantil. Esse é o primeiro grande contraste na etiologia das neuroses. Um segundo emerge ao considerarmos uma diferença na sintomatologia da própria neurastenia. Aqui, por um lado, encontramos casos em que se destacam certas queixas que são características da neurastenia (pressão intracraniana, propensão à fadiga, dispesia, constipação, irritação espinhal etc.); em outros casos, esses sinais desempenham um papel menor e o quadro clínico se compõe de outros sintomas, apresentando todos uma relação com o sintoma nuclear, o de angústia (ansiedade, inquietação, expectativa angustiada, ataques de angústia completos, rudimentares ou complementares, vertigem locomotora, agorafobia, insônia, maior sensibilidade à dor, e assim por diante). Reservei para o primeiro tipo o nome de neurastenia, mas distingui o segundo como “neurose de angústia”, e forneci as razões para essa separação em outro texto, onde também levei em conta o fato de que, em geral, as duas neuroses aparecem juntas. Para o presente propósito, basta enfatizar que, paralelamente à diferença nos sintomas dessas duas formas de doença, há uma diferença em sua etiologia. A neurastenia sempre pode ser reportada a um estado do sistema nervoso como o que é adquirido pela masturbação excessiva ou decorre espontaneamente de emissões freqüentes; a neurose de angústia revela sistematicamente influências sexuais que têm em comum o fator da continência ou da satisfação incompleta - como o coito interrompido, a abstinência ao lado de uma libido viva, a chamada excitação não consumada, e outros. Em meu breve artigo que tencionou apresentar a neurose de angústia, propus a fórmula de que a angústia é sempre a libido que foi desviada de seu emprego |normal|.
Quando surge um caso em que os sintomas da neurastenia e da neurose de angústia se combinam - ou seja, quando temos um caso misto -, basta nos atermos a nossa proposição empiricamente obtida de que a mistura de neuroses implica a colaboração de vários fatores etiológicos para constatarmos, em todas as situações, a confirmação de nossa expectativa. A freqüência com que esse fatores etiológicos se ligam entre si organicamente, por meio da interação de processos sexuais - por exemplo, coito interrompido ou potência insuficiente no homem, paralelamente à masturbação -, bem merece uma discussão separada.
Depois de diagnosticar com segurança um caso de neurose neurastênica e classificar seus sintomas corretamente, estamos em condições de traduzir a sintomatologia em etiologia; e podemos então, confiantemente, solicitar do paciente a confirmação de nossas suspeitas. Não nos devemos deixar enganar pelas negativas iniciais. Se sustentarmos firmemente aquilo que inferimos, acabaremos por quebrar qualquer resistência, enfatizando a natureza inabalável de nossas convicções. Desse modo, aprendemos sobre a vida sexual de homens e mulheres toda sorte de coisas, que preencheriam um volume útil e instrutivo; e aprendemos também a lamentar, por todos os pontos de vista, que a ciência sexual hoje em dia ainda seja desacreditada. Já que os pequenos desvios de uma vita sexualis normal são por demais comuns para que possamos atribuir qualquer valor a sua descoberta, concederemos peso explicativo apenas às anormalidades sérias e prolongadas na vida sexual de um paciente neurótico. Ademais, a idéia de que se poderia, pela insistência, fazer um paciente psiquicamente normal acusar-se falsamente de delitos sexuais - tal idéia pode seguramente ser descartada como um perigo imaginário.
Ao se proceder dessa maneira com os pacientes, adquire-se também a convicção de que, no que se refere à teoria da etiologia sexual da neurastenia, não há casos negativos. Quando a mim, pelo menos, essa convicção tornou-se tão firme que, nos casos em que a inquirição mostra um resultado negativo, também tiro proveito disso para fins de diagnóstico. Em outras palavras, digo a mim mesmo que tal caso não pode ser de neurastenia. Desse modo, fui levado, em várias oportunidades, a presumir a presença de uma paralisia progressiva em vez de neurastenia, por não ter conseguido comprovar o fato - necessário para minha teoria - de que o paciente se entregava livremente à masturbação; e o curso posterior desses casos confirmou minha posição. Em outro caso, o paciente, que não apresentava nenhuma alteração orgânica evidente, queixava-se de pressão intracraniana, dores de cabeça e dispepsia, mas refutava minhas suspeitas sobre sua vida sexual de maneira franca e com uma certeza inabalável; ocorreu-me então a possibilidade de que ele tivesse uma supuração latente numa de suas cavidades nasais. Um colega meu, especialista nessa área, confirmou a inferência que eu fizera a partir dos resultados sexuais negativos de minha inquirição, retirando o pus da cavidade do paciente e aliviando-o de suas queixas.
Entretanto, a existência aparente de “casos negativos” também pode surgir de outra maneira. Algumas vezes, a interrogação revela a presença de uma vida sexual normal num paciente cuja neurose, num exame superficial, de fato se assemelha estreitamente a uma neurastenia ou uma neurose de angústia. Mas uma investigação mais aprofundada revela, sistematicamente, o verdadeiro estado de coisas. Por trás desses casos, tomados como neurastenia, há uma psiconeurose - histeria ou neurose obsessiva. A histeria, em especial, que imita tantas afecções orgânicas, pode facilmente assumir a aparência de uma das “neuroses atuais”, elevando os sintomas destas à categoria de sintomas histéricos. Tais histerias, sob a forma de neurastenia, não são sequer muito raras. Todavia, recorrer à psiconeurose, quando um caso de neurastenia apresenta um resultado sexual negativo, não é uma saída fácil para o problema: a prova de que estamos certos deve ser obtida pelo único método capaz de desmascarar a histeria com certeza - o método da psicanálise, a que logo nos referiremos.
Entretanto, talvez haja algumas pessoas dispostas a reconhecer a etiologia sexual de seus pacientes neurastênicos, mas que, apesar disso, encaram como parcialidade o fato de não serem solicitadas a prestar atenção também a outros fatores sempre mencionados pelas autoridades como causas da neurastenia. Ora, nunca me ocorreria substituir pela etiologia sexual das neuroses toda e qualquer outra etiologia, e assim afirmar que estas não têm nenhuma força atuante. Isso seria um equívoco. O que penso, antes, é que, além de todos os conhecidos fatores etiológicos já reconhecidos por essas autoridades - provavelmente de forma acertada - como conducentes à neurastenia, os fatores sexuais, que até hoje não foram suficientemente apreciados, também devem ser levados em conta. Em minha opinião, porém, esses fatores sexuais merecem que se lhes conceda um lugar especial na série etiológica. Porque só eles nunca estão ausentes de todos os casos de neurastenia, só eles são capazes de produzir a neurose sem nenhuma ajuda adicional, de modo que os outros fatores parecem reduzir-se ao papel de etiologia auxiliar e complementar, e só eles permitem ao médico reconhecer relações sólidas entre sua natureza diversificada e a multiplicidade dos quadros clínicos. Quando, por outro lado, agrupo todos os pacientes que aparentemente se tornaram neurastênicos por excesso de trabalho, agitação emocional, ou por um efeito posterior da febre tifóide, e assim por diante, eles não me apresentam nada em comum nos seus sintomas. A natureza de sua etiologia não me dá nenhuma idéia de que tipo de sintomas esperar, assim como, inversamente, o quadro clínico por eles apresentado não me faculta inferir a etiologia neles atuante.
As causas sexuais são também as que mais profundamente oferecem ao médico um pouco de apoio para sua influência terapêutica. A hereditariedade é sem dúvida um fator importante, quando está presente; possibilita a manifestação de um forte efeito patológico onde, de outra maneira, o resultado seria apenas um efeito muito fraco. Mas a hereditariedade é inacessível à influência do médico; todos nascem com suas próprias tendências hereditárias à doença e nada podemos fazer para alterá-las. Tampouco devemos esquecer que é precisamente na etiologia das neurastenias que devemos, necessariamente, negar o primeiro lugar à hereditariedade. A neurastenia (em ambas as suas formas) é uma dessas afecções que qualquer um pode facilmente adquirir sem ter nenhuma tara hereditária. Se assim não fosse, o enorme crescimento da neurastenia de que se queixam todas as autoridades, seria impensável. No que se refere à civilização, entre cujos pecados as pessoas tão freqüentemente incluem a responsabilidade pela neurastenia, é bem possível que essas autoridades estejam certas (embora o modo como isso se dá difira bastante, provavelmente, do que elas imaginam). Mas o estado de nossa civilização, mais uma vez, é algo inalterável pelo indivíduo. Além disso, sendo esse um fator comum a todos os membros da mesma sociedade, ele nunca poderá explicar a seletividade da incidência da doença. O médico que não é neurastênico está tão exposto a essa mesma influência de uma civilização supostamente prejudicial quanto o paciente neurastênico de que tem que tratar. Sujeitos a essas limitações, os fatores de estafa retêm sua importância. Mas o elemento do “excesso de trabalho”, que os médicos tanto gostam de apontar a seus pacientes como causa de suas neuroses, é com demasiada freqüência indevidamente usado. É bem verdade que qualquer pessoa que, devido a perturbações sexuais, tenha-se predisposto à neurastenia, tolera mal o trabalho intelectual e as exigências psíquicas da vida; mas ninguém se torna neurótico apenas por efeito do trabalho ou da agitação. O trabalho intelectual é, antes, uma proteção contra a neurastenia; são precisamente os mais incansáveis trabalhadores intelectuais que escapam da neurastenia, e aquilo de que os neurastênicos se queixam como “excesso de trabalho que os faz adoecerem” não merece, em geral, ser chamado de “trabalho intelectual”, seja por sua qualidade, seja por sua quantidade. Os médicos terão que se acostumar a explicar aos empregados de escritório que se “esgotaram” em suas escrivaninhas, ou às donas-de-casa para quem se tornaram pesadas demais as tarefas domésticas, que eles adoeceram, não por terem tentado executar tarefas facilmente realizáveis por um cérebro civilizado, mas porque, durante todo o tempo, negligenciaram e prejudicaram flagrantemente sua vida sexual.
Além disso, somente a etiologia sexual nos possibilita compreender todos os detalhes da história clínica dos neurastênicos, as misteriosas melhoras em meio ao decurso da doença e as deteriorações igualmente incompreensíveis, ambas usualmente relacionadas por médicos e pacientes a qualquer tratamento que tenha sido adotado. Em meus registros, que incluem mais de duzentos casos, há, por exemplo, a história de um homem que, uma vez fracassado o tratamento prescrito pelo médico da família, procurou o pastor Kneipp e, durante um ano após ter sido tratado por ele, apresentou uma extraordinária melhora no meio de sua doença. Mas quando, um ano depois, seus sintomas tornaram a piorar e ele voltou a Woerishofen em busca de ajuda, o segundo tratamento fracassou. Uma olhadela na crônica familiar do paciente resolveu o duplo enigma. Seis meses e meio após seu primeiro retorno de Woerishofen, sua mulher lhe deu um filho. Isso significa que ele a deixara no começo de uma gravidez da qual ainda não estava informado; após seu retorno, pôde praticar o coito natural com ela. Ao fim desse período, que teve nele um efeito curativo, sua neurose ressurgiu por ele ter voltado a recorrer ao coito interrompido; o segundo tratamento estava destinado ao fracasso, já que essa foi a última gravidez de sua esposa.
Houve um caso semelhante em que, mais uma vez, o tratamento teve um efeito inesperado que requeria uma explicação. Esse caso revelou-se ainda mais instrutivo, pois exibia uma enigmática alternância nos sintomas da neurose. Um jovem paciente neurótico fora enviado por seu médico a um conceituado estabelecimento hidropático devido a uma neurastenia típica. Lá, seu estado teve, a princípio, uma melhora constante, de modo que tudo indicava que ele receberia alta como um grato discípulo da hidroterapia. Mas na sexta semana ocorreu uma mudança completa: o paciente “não podia mais tolerar a água”, tornou-se cada vez mais nervoso e, por fim, deixou o estabelecimento após mais duas semanas, não curado e insatisfeito. Quando se queixou a mim dessa fraude terapêutica, fiz-lhe algumas perguntas sobre os sintomas que o tinham acometido em meio ao tratamento. Muito curiosamente, eles haviam sofrido uma mudança completa. O paciente entrara no sanatório com pressão intracraniana, fadiga e dispepsia; os sintomas que o perturbaram durante o tratamento tinham sido agitação, ataques de dispnéia, vertigem ao caminhar e distúrbios do sono. Pude então dizer-lhe “Você está cometendo uma injustiça contra a hidroterapia. Você mesmo sabia muito bem que tinha adoecido em conseqüência da masturbação prolongada. No sanatório, abandonou essa forma de satisfação e, por isso, recuperou-se depressa. Ao sentir-se bem, entretanto, você procurou imprudentemente manter relações com uma dama - uma paciente do mesmo estabelecimento, suponhamos -, o que só podia levar à excitação sem satisfação normal. As belas caminhadas pelas imediações do estabelecimento lhe deram ampla oportunidade para isso. Foi esse relacionamento, e não uma repentina impossibilidade de tolerar a hidroterapia, que o fez adoecer de novo. Além disso, seu atual estado de saúde me leva a concluir que você está continuando a manter esse relacionamento também aqui na cidade.” Posso garantir a meus leitores que o paciente confirmou o que eu dissera, ponto por ponto.
O atual tratamento da neurastenia - que talvez seja executado com mais êxito nos estabelecimentos hidropáticos - tem como objetivo a melhora do estado nervoso através de dois fatores: proteção e fortalecimento do paciente. Nada tenho a dizer contra esse método de tratamento, exceto que ele não leva em conta as circunstâncias da vida sexual do paciente. Segundo minha experiência, é altamente desejável que os diretores médicos de tais estabelecimentos se conscientizem adequadamente de que estão lidando, não com vítimas da civilização ou da hereditariedade, mas - sit venia verbo - com pessoas sexualmente aleijadas. Eles seriam então, por um lado, mais facilmente capazes de explicar seus sucessos e seus fracassos, e, por outro, obteriam novos sucessos, que estiveram até agora à mercê do acaso ou do comportamento espontâneo do paciente. Se afastarmos de casa uma neurastênica que sofra de angústia e a enviarmos a um estabelecimento hidropático, e se lá, liberada de todas as suas obrigações, ela for levada a tomar banhos, fazer exercícios e comer muito bem, certamente nos inclinaremos a pensar que a melhora - freqüentemente brilhante - obtida em algumas semanas ou meses se deve ao repouso de que ela desfrutou e aos efeitos revigorantes da hidroterapia. É possível que seja assim, mas estamos desconsiderando o fato de que seu afastamento de casa implica também uma interrupção das relações conjugais, e que é apenas a eliminação temporária dessa causa patogênica que possibilita a recuperação da paciente com o auxílio do tratamento favorável. O desprezo por esse ponto de vista etiológico é posteriormente vingado, quando o que se afigurava uma cura tão gratificante revela-se uma recuperação muito transitória. Logo depois de o paciente retornar à vida do dia-a-dia, os sintomas da enfermidade reaparecem e o obrigam a passar parte de sua existência improdutivamente, de tempos em tempos, em estabelecimentos desse tipo, ou a dirigir suas esperanças de recuperação para outro lugar. Portanto, está claro que, na neurastenia, os problemas terapêuticos devem ser atacados, não em instituições hidropáticas, mas dentro do contexto da vida do paciente.
Em outros casos, nossa teoria etiológica pode ajudar o médico encarregado da instituição, lançando luz sobre a fonte dos fracassos que ocorrem na própria instituição, e pode sugerir-lhe meios de evitá-los. A masturbação é muito mais comum entre as meninas crescidas e os homens maduros do que se costuma supor, e tem efeito nocivo não só por produzir sintomas neurastênicos, mas também por manter os pacientes vergados sob o peso do que eles consideram ser um segredo vergonhoso. Os médicos não acostumados a traduzir a neurastenia em masturbação explicam o estado patológico do paciente reportando-o a algum rótulo como anemia, subnutrição, excesso de trabalho etc., e esperam então curá-lo aplicando uma terapia projetada para se opor a esses estados. Para seu espanto, contudo, os períodos de melhora se alternam no paciente com períodos em que todos os seus sintomas pioram e são acompanhados de grave depressão. O resultado de tal tratamento é, em geral, duvidoso. Se os médicos soubessem que o paciente estava lutando contra seu hábito sexual, e que estava em desespero por ter sido mais uma vez obrigado a ceder a ele, se compreendessem como extrair dele esse segredo, torná-lo menos grave a seus olhos e apoiá-lo em sua luta contra o hábito, o êxito de seus esforços terapêuticos bem poderia ser assim assegurado.
Arrancar o paciente do hábito da masturbação é apenas uma das novas tarefas terapêuticas impostas ao médico que leva em conta a etiologia sexual dessa neurose; e parece que precisamente essa tarefa, tal como a cura de qualquer outro vício, só pode ser efetuada numa instituição e sob supervisão médica. Entregue a si mesmo, o masturbador está acostumado, sempre que acontece alguma coisa que o deprime, a retornar a sua cômoda forma de satisfação. O tratamento médico, nesse caso, não pode ter nenhum outro objetivo senão o de reconduzir o neurastênico, que agora recobrou suas forças, ao contato sexual normal. Pois a necessidade sexual, uma vez despertada e satisfeita por algum tempo, não pode mais ser silenciada; só pode ser deslocada por outro caminho. Aliás, o mesmo se aplica a todos os tratamentos para romper com um vício. Seu sucesso será apenas aparente enquanto o médico se contentar em privar seus pacientes da substância narcótica, sem se importar com a fonte de que brota sua necessidade imperativa. O “hábito” é uma simples palavra, sem nenhum valor explicativo. Nem todos os que têm oportunidade de tomar morfina, cocaína, hidrato de cloral etc. por algum tempo adquirem dessa forma “um vício”. A pesquisa mais minuciosa geralmente mostra que esses narcóticos visam a servir - direta ou indiretamente - de substitutos da falta de satisfação sexual; e sempre que a vida sexual normal não pode mais ser restabelecida, podemos contar, com certeza, com uma recaída do paciente.
Outra tarefa é colocada para os médicos pela etiologia da neurose de angústia. Consiste em induzir o paciente a desistir de todas as formas prejudiciais de prática sexual e adotar relações sexuais normais. Esse dever, como é compreensível, recai primordialmente sobre o médico de confiança do paciente - seu médico de família; e este infligirá ao paciente um grave dano se se considerar respeitoso demais para interferir nesse campo.
Uma vez que nesses casos trata-se quase sempre de questões conjugais,os esforços do médico logo tropeçam em planos malthusianos para limitar o número de concepções no casamento. Parece-me não haver dúvida de que essas propostas vêm ganhando cada vez mais terreno entre a classe média. Tenho encontrado alguns casais que já começaram a praticar métodos para impedir a concepção tão logo tiveram seu primeiro filho, e outros cujas relações sexuais, desde a noite de núpcias, foram praticadas de modo a atender a esse objetivo. O problema do malthusianismo é extenso e complexo, e não tenho intenção de abordá-lo aqui da maneira exaustiva que seria realmente necessária para o tratamento das neuroses. Examinarei apenas qual a melhor atitude a ser tomada por um médico que reconheça a etiologia sexual das neuroses em face desse problema.
A pior coisa que ele pode fazer, obviamente - sob qualquer pretexto -, é tentar ignorá-lo. Nada que seja necessário pode estar abaixo de minha dignidade como médico; e é necessário fornecer a um casal que tencione limitar o número de seus filhos a assistência da orientação médica, se não se quiser expor um ou ambos os seus membros a uma neurose. Não se pode negar que, em qualquer casamento, as medidas preventivas malthusianas se tornarão necessárias num ou noutro momento; e, do ponto de vista teórico, seria um dos maiores triunfos da humanidade, uma das mais tangíveis liberações das restrições da natureza a que está sujeita a espécie humana, se pudéssemos elevar o ato responsável de procriar filhos ao nível de uma atividade deliberada e intencional, libertando-o de seu embaraçoso envolvimento com a satisfação necessária de uma necessidade natural.
O médico perspicaz tomará a si, portanto, decidir em que condições se justifica o uso de medidas preventivas da concepção e, entre essas medidas, terá que separar as nocivas das inofensivas. Tudo o que impede a ocorrência de satisfação é nocivo. Mas, como se sabe, não possuímos no momento nenhum método de impedir a concepção que preencha todos os requisitos legítimos - isto é, que seja seguro e cômodo, que não diminua a sensação de prazer durante o coito e que não fira a sensibilidade da mulher. Isso impõe aos médicos uma tarefa prática para cuja solução eles poderiam concentrar suas energias com resultados compensadores. Quem preencher essa lacuna em nossa técnica médica terá preservado o prazer da vida e mantido a saúde de inúmeras pessoas, muito embora, é verdade, tenha também preparado o terreno para uma drástica mudança em nossas condições sociais.
Isso não esgota as possibilidades decorrentes do reconhecimento da etiologia sexual das neuroses. O principal benefício que dele extraímos para os neurastênicos reside na esfera da profilaxia. Se a masturbação é a causa da neurastenia na juventude e se, mais tarde, ela adquire importância etiológica também para a neurose de angústia, devido à redução de potência que acarreta, então a prevenção da masturbação em ambos os sexos é uma tarefa que merece mais atenção do que tem recebido até agora. Quando refletimos sobre todos os danos, dos mais graves aos mais insignificantes, que provêm da neurastenia - distúrbio que, segundo dizem, está se tornando cada vez mais freqüente -, verificamos que, positivamente, é de interesse público que os homens ingressem nas relações sexuais com toda a sua potência. Em matéria de profilaxia, entretanto, o indivíduo está relativamente desamparado. Toda a comunidade precisa interessar-se pelo assunto e dar seu apoio à criação de regulamentos genericamente aceitáveis. No momento, estamos ainda muito longe dessa situação que prometeria alívio, e é por esse motivo que podemos justificadamente considerar a civilização como também responsável pela difusão da neurastenia. Muitas coisas teriam que ser mudadas. É preciso romper a resistência de toda uma geração de médicos que já não conseguem lembrar-se de sua própria juventude; o orgulho dos pais, que não se dispõem a descer ao nível da humanidade ante os olhos de seus filhos, precisa ser superado; e o puritanismo insensato das mães deve ser combatido - das mães que consideram um golpe incompreensível e imerecido do destino que “justamente os filhos delas sejam os que se tornam neuróticos”. Mas, acima de tudo, é necessário criar um espaço na opinião pública para a discussão dos problemas da vida sexual. Tem que ser possível falar sobre essas coisas sem que se seja estigmatizado como um arruaceiro ou uma pessoa que tira proveito dos mais baixos instintos. E também aqui há trabalho suficiente para se fazer nos próximos cem anos - nos quais nossa civilização terá que aprender a conviver com as reivindicações de nossa sexualidade.
O valor da elaboração de um diagnóstico correto, separando as psiconeuroses da neurastenia, é também demonstrado pelo fato de que as psiconeuroses requerem uma avaliação prática diferente e medidas terapêuticas especiais. Elas aparecem em conseqüência de dois tipos de determinantes, seja independentemente, seja no rastro das “neuroses atuais” (neurastenia e neurose de angústia). Neste último caso, estamos tratando de um novo tipo de neurose - aliás, muito freqüente -, uma neurose mista. A etiologia das “neuroses atuais” tornou-se uma etiologia auxiliar das psiconeuroses. Surge um quadro clínico em que, digamos, a neurose de angústia predomina, mas que contém também traços de neurastenia pura, de histeria e de neurose obsessiva. Quando nos confrontamos com uma mistura desse tipo, no entanto, não nos será conveniente desistirmos de separar os quadros clínicos próprios de cada doença neurótica, pois, afinal, não é difícil explicar o caso da maneira que se segue. O lugar predominantemente ocupado pela neurose de angústia mostra que a doença surgiu sob a influência etiológica de uma perturbação sexual “atual” |i.e., do momento presente|. Mas a pessoa em questão estava, à parte isso, predisposta a uma ou mais psiconeuroses, devido a uma etiologia especial e seria em algum momento acometida de uma psiconeurose, espontaneamente ou pelo advento de algum outro fator enfraquecedor. Desse modo, a etiologia auxiliar da psiconeurose que ainda falta é suprida pela etiologia atual |corrente| da neurose de angústia.
Nesses casos, a prática terapêutica passou a ser, muito acertadamente, a desconsideração dos componentes psiconeuróticos do quadro clínico, tratando-se exclusivamente da “neurose atual”. Em inúmeros casos é possível superar também a |psico|neurose que aparece concomitantemente, desde que a neurastenia seja efetivamente tratada. Mas deve-se adotar uma visão diferente nos casos de psiconeuroses que aparecem espontaneamente ou que permanecem como uma entidade independente depois de a doença composta de neurastenia e psiconeurose ter percorrido seu curso. Quando falo no aparecimento “espontâneo” de uma psiconeurose, não quero dizer que a investigação anamnésica não nos mostre nenhum elemento etiológico. Sem dúvida, isso pode ocorrer; mas também é possível que nossa atenção seja dirigida para algum fator irrelevante - um estado emocional, uma debilitação devida a uma doença física, e assim por diante. Entretanto, deve-se ter em mente, em todos esses casos, que a verdadeira etiologia das psiconeuroses não se acha nessas causas precipitantes, mas permanece fora do alcance do exame anamnésico comum.
Como sabemos, foi numa tentativa de preenher essa lacuna que se pressupôs uma predisposição neuropática especial (que aliás, se existisse, não deixaria muita esperança de êxito ao tratamento de tais condições patológicas.) A própria predisposição neuropática é encarada como um sinal de degeneração geral, e assim, esse cômodo termo médico veio a ser copiosamente usado contra os pobres pacientes a quem os médicos são inteiramente incapazes de ajudar. Felizmente, a situação é outra. A predisposição neuropática sem dúvida existe, mas devo negar que seja suficiente para a criação de uma psiconeurose. Devo ainda negar que a conjunção de uma predisposição neuropática com as causas precipitantes que ocorrem em épocas posteriores da vida constitua uma etiologia suficiente para as psiconeuroses. Ao reportarmos as vicissitudes da enfermidade de um indivíduo às experiências de seus ancestrais, fomos longe demais; esquecemos que, entre a concepção e a maturidade de um indivíduo, há um longo e importante período da vida - sua infância -, no qual se podem adquirir os germes da doença posterior. E isso é o que efetivamente ocorre com a psiconeurose. Sua verdadeira etiologia é encontrada nas experiências infantis, e mais uma vez - exclusivamente -, nas impressões referentes à vida sexual. Erramos ao ignorar inteiramente a vida sexual das crianças; segundo minha experiência, as crianças são capazes de todas as atividades sexuais psíquicas, e também de muitas atividades somáticas. Assim como a totalidade do aparelho sexual humano não está compreendida nos órgãos genitais externos e nas duas glândulas reprodutoras, também a vida sexual humana não começa apenas na puberdade, como poderia parecer a um exame superficial. Contudo, é verdade que a organização e a evolução da espécie humana se esforçam por evitar uma ampla atividade sexual durante a infância. Aparentemente, no homem, as forças pulsionais sexuais destinam-se a ser armazenadas, de modo que, com sua liberação na puberdade, possam servir a grandes fins culturais. (W. Fliess.) Uma consideração dessa espécie possibilita compreender por que as experiências sexuais na infância estão fadadas a ter um efeito patogênico. Mas, no momento em que ocorrem, elas só produzem efeito em grau muito reduzido; muito mais importante é seu efeito retardado, que só pode ocorrer em períodos posteriores do crescimento. Esse efeito retardado se origina - como não poderia deixar de ser - nos traços psíquicos deixados pelas experiências sexuais infantis. Durante o intervalo entre as experiências dessas impressões e sua reprodução (ou melhor, o reforço dos impulsos libidinais delas provenientes), tanto o aparelho sexual somático como o aparelho psíquico sofrem um importante desenvolvimento; e é assim que a influência dessas experiências sexuais primitivas leva então a uma reação psíquica anormal e à existência de estruturas psicopatológicas.
Nestas breves indicações, não posso fazer mais do que mencionar os principais fatores em que se baseia a teoria das psiconeuroses: a natureza adiada do efeito e o estado infantil do aparelho sexual e do instrumento mental. Para se chegar a uma verdadeira compreensão do mecanismo pelo qual se produzem as psiconeuroses, seria necessária uma exposição mais extensa. Acima de tudo, seria indispensável formular como dignas de crença certas hipóteses, que me parecem novas, sobre a composição e o funcionamento do aparelho psíquico. Num livro sobre a interpretação dos sonhos em que estou agora trabalhando, terei oportunidade de tocar nesses elementos fundamentais para uma psicologia das neuroses, pois os sonhos pertencem ao mesmo conjunto de estruturas psicopatológicas que as idées fixes histéricas, as obsessões e os delírios.
Já que as manifestações das psiconeuroses provêm da ação retardada de traços psíquicos inconscientes, elas são acessíveis à psicoterapia. Mas, nesse caso, a terapia deve seguir caminhos diferentes do único até hoje seguido: o da sugestão, com ou sem hipnose. Baseando-me no método “catártico” introduzido por Josef Breuer, elaborei quase completamente, nos últimos anos, um processo terapêutico que proponho descrever como “psicanalítico”. Devo a ele grande número de êxitos, e espero poder ainda aumentar-lhe consideravelmente a eficácia. As primeiras explicações sobre a técnica e o alcance desse método foram fornecidas nos Estudos sobre a Histeria, escritos conjuntamente com Breuer e publicados em 1895. Desde então, creio poder dizer que muita coisa foi alterada para melhor. Enquanto, naquela época, declaramos modestamente que só podíamos encarregar-nos de eliminar os sintomas da histeria, mas não de curar a histeria em si, essa distinção parece-me hoje sem substância, de modo que há uma perspectiva de cura genuína da histeria e das obsessões. Portanto, foi com o mais vívido interesse que li nas publicações de colegas que, “nesse caso, o engenhoso processo concebido por Breuer e Freud fracassou”, ou “o método não realizou o que parecia prometer”. Isso meu deu um pouco da sensação de um homem que lê no jornal seu próprio obituário, mas pode tranqüilizar-se por seu melhor conhecimento dos fatos. Pois o método é tão difícil que, definitivamente, tem que ser aprendido; e não me lembro de um só de meus críticos que tenha expressado o desejo de aprendê-lo comigo. Nem acredito que, como eu, eles se tenham ocupado do método com intensidade suficiente para poderem descobri-lo sozinhos. As observações feitas nos Estudos sobre a Histeria são totalmente insuficientes para permitir ao leitor o domínio da técnica, nem pretendem de modo algum transmitir tal instrução completa.
A terapia psicanalítica não é, no momento, aplicável a todos os casos. Tem, a meu ver, as seguintes limitações. Requer um certo grau de maturidade e compreensão nos pacientes, e portanto não é adequada para os jovens ou os adultos com debilidade mental ou sem instrução. Fracassa também com as pessoas muito idosas porque, devido ao acúmulo de material nelas, o tratamento tomaria tanto tempo que, ao terminar, elas teriam chegado a um período da vida em que já não se dá valor à saúde nervosa. Finalmente, o tratamento só é possível quando o paciente tem um estado psíquico normal a partir do qual o material patológico pode ser controlado. Durante um estado de confusão histérica ou uma mania ou melancolia interpolada, nada se pode fazer por meios psicanalíticos. Tais casos, contudo, podem ser tratados pela análise depois de se acalmarem as manifestações violentas pelas medidas usuais. Na prática atual, os casos crônicos de psiconeurose são muito mais acessíveis ao método do que os casos com crises agudas, nos quais a maior ênfase é posta, naturalmente, na rapidez com que as crises possam ser tratadas. Por essa razão, o campo de trabalho mais favorável a essa nova terapia é proporcionado pelas fobias histéricas e pelas várias formas de neurose obsessiva.
Que o método se restrinja a esses limites se explica, em grande parte, pelas circunstâncias em que tive que elaborá-lo. Meu material consiste, de fato, em casos nervosos crônicos derivados das classes mais cultas. Acho muito provável que seja possível conceber métodos complementares para o tratamento de crianças e das pessoas que recebem assistência médica nos hospitais. Devo também dizer que, até o momento, experimentei meu tratamento exclusivamente em casos graves de histeria e de neurose obsessiva; não sei dizer como ele se sairia nos casos brandos que, ao menos aparentemente, são curados ao cabo de alguns meses por algum tipo de tratamento inespecífico. É fácil compreender que uma nova terapia que exija muitos sacrifícios só pode contar com a procura de pacientes que já tenham tentado sem sucesso os métodos geralmente aceitos, ou cujo estado justifique a inferência de que eles nada poderiam esperar desses procedimentos terapêuticos mais breves e supostamente mais convenientes. Assim, ocorre que fui obrigado a enfrentar de imediato as mais duras tarefas com um instrumento imperfeito. O teste se revelou extramamente convincente.
As principais dificuldades que ainda restam no caminho do método terapêutico psicanalítico não se devem a ele próprio, mas à falta de compreensão, entre médicos e leigos, da natureza das psiconeuroses. Não passa de um corolário necessário dessa completa ignorância que os médicos se sintam justificados para usar as mais infundadas certezas para consolar seus pacientes ou para induzi-los a adotarem medidas terapêuticas. “Venha para meu sanatório por seis semanas”, dizem eles, “e você ficará livre de seus sintomas” (angústia nas viagens, obsessões, e assim por diante). Os sanatórios são, na verdade, indispensáveis para acalmar os ataques agudos que podem surgir no curso da psiconeurose, distraindo a atenção do paciente, alimentando-o e cuidando dele. Mas, quanto à eliminação dos estados crônicos, não conseguem rigorosamente nada: e os melhores sanatórios, supostamente norteados por fundamentos científicos, não fazem mais do que os estabelecimentos hidropáticos comuns.
Seria mais digno, e também mais útil para o paciente - que, afinal, tem que conviver com suas aflições - que o médico dissesse a verdade, tal como a conhece por sua prática diária. As psiconeuroses, enquanto categoria, não são em absoluto doenças brandas. Quando a histeria se instala, ninguém pode prever quando terminará. A maioria de nós se consola com a vã profecia de que “um dia ela desaparecerá repentinamente”. A recuperação, muitas vezes, mostra ser simplesmente um acordo de tolerância mútua estabelecido entre a parte doente do paciente e sua parte sadia, ou então resulta da transformação de um sintoma numa fobia. A histeria de uma menina, dominada com dificuldade, revive nela quando se torna esposa, após o breve intervalo da primeira felicidade conjugal. A única diferença é que a outra pessoa, o marido, é agora movida por seus próprios interesses a guardar silêncio quanto a seu estado. Mesmo quando uma doença desse tipo não acarreta nenhuma incapacidade visível de os pacientes levarem sua vida, ela quase sempre impede o livre desdobramento de seus poderes mentais. As obsessões se repetem por toda a vida deles; e as fobias e outras restrições da vontade têm sido até aqui intratáveis por qualquer tipo de terapia. Tudo isso é ocultado do conhecimento do leigo. Por conseguinte, o pai de uma menina histérica fica horrorizado quando, por exemplo, é solicitado a concordar em que ela receba tratamento por um ano, quando talvez só tenha estado doente por alguns meses. O leigo está, por assim dizer, profundamente convencido de que todas essas psiconeuroses são desnecessárias; portanto, não tem paciência com os processos da doença, nem nenhuma disposição de fazer sacrifícios para seu tratamento. Se, em face de um tifo que dura três semanas, ou de uma perna quebrada que leva seis meses para se curar, ele adota uma atitude mais compreensiva, e se, tão logo seu filho mostra os primeiros sinais de uma curvatura na espinha, ele acha razoável que se deva proceder a um tratamento ortopédico por vários anos, essa diferença de comportamento se deve aos melhores conhecimentos por parte do médico, que são por ele honestamente transmitidos ao leigo. A honestidade por parte do médico e a aquiescência voluntária por parte do leigo hão de ser estabelecidas também para as neuroses, tão logo a compreensão da natureza dessas afecções se transforme num patrimônio comum do mundo da medicina. O tratamento radical desses distúrbios requererá sempre, sem dúvida, uma formação especial, e será incompatível com outros tipos de atividade médica. Por outro lado, a essa classe de médicos, que acredito que se amplie no futuro, abre-se a perspectiva de obter resultados notáveis, assim como um discernimento satisfatório da vida mental da espécie humana.
O RELEITOR (MATTANÓ):
Para Freud a vida sexual é concedida como fator etiológico nas neuroses.
O médico, nos primórdios da criação da psicanálise, não tinha o direito de se intrometer nos segredos sexuais de seus pacientes, seu dever ético era de manter-se afastado de toda questão sexual.
Mattanó aponta que nos primórdios de sua Psicanálise Mitológica tanto os médicos, quanto os psicólogos e psicanalistas tiveram que se manter afastados dos segredos de Mattanó acerca da telepatia e da lavagem cerebral, do estupro coletivo, do curandeirismo, da invasão de privacidade e de intimidade, da violência e da tortura, dos assassinatos, dos latrocínios, dos abusos e das explorações, dos crimes de tráfico, etc., promovidos pela telepatia, o dever desses profissionais era de manterem-se afastados de toda questão telepática e criminosa.
Freud alerta que seria muito vantajoso que as pessoas doentes tivessem maior conhecimento da segurança com que o médico está agora com condições de interpretar suas queixas neuróticas e de inferir nelas a etiologia sexual atuante.
Mattanó alerta que sem discriminarmos sobre a telepatia e suas consequências muito provavelmente não discriminaremos nossas queixas e nem a etiologia das neuroses que se segue.
Freud alerta que o importante no coito é o prazer e que as práticas preventivas de concepção devem respeitar isto, o prazer.
A terapia freudiana só pode ser aplicada em indivíduos com certo grau de maturidade e compreensão, não é adequada para jovens ou adultos com debilidade mental ou sem instrução, nem tampouco para indivíduos idosos, devido ao acúmulo de material, isso toma muito tempo e há neste período da vida um decréscimo na saúde.
MATTANÓ
(04/08/2018)
O MECANISMO PSÍQUICO DO ESQUECIMENTO (1898)
ZUM PSYCHISCHEN MECHANISMUS DER VERGESSLICHKEIT
(a)EDIÇÕES ALEMÃS:
1898 Mschr. Psychiat. Neurol., 4 (6), 436-443. (Dezembro.)
1952 G.W., 1, 519-27.
(b)TRADUÇÃO INGLESA:
“The Psychical Mechanism of Forgetfulness”
A presente tradução, de Alix Strachey, parece ter sido a primeira para o inglês.
O episódio que é objeto deste artigo ocorreu durante a visita de Freud à costa do Adriático em setembro de 1898. Enviou a Fliess uma breve narrativa dele, quando de seu retorno a Viena, em carta datada de 22 de setembro (Freud, 1950a, Carta 96), e relatou, poucos dias depois (27 de setembro, ibid., Carta 91), ter enviado este artigo à revista em que foi publicado logo em seguida. Esta foi a primeira história publicada de um ato falho e Freud a transformou na base do capítulo de abertura de seu trabalho mais longo sobre o assunto, três anos depois (1901b); a Introdução do Editor inglês a este último (Edição Standard Brasileira, Vol. VI, IMAGO Editora, 1976) discute toda essa questão mais minuciosamente. O presente artigo só foi reeditado após a morte de Freud, mais de cinqüenta anos depois de sua primeira publicação. Havia uma pressuposição genérica, com base nas observações de Freud no início do primeiro capítulo de Sobre a Psicopatologia da Vida Cotidiana, Ibid., ver em [1], de que este artigo não passasse de um rascunho da versão posterior. A comparação efetiva dos dois trabalhos mostra agora que apenas as linhas principais do tema são as mesmas, que a argumentação está aqui disposta de modo diferente, e que o material é ampliado em um ou dois pontos.
O RELEITOR (MATTANÓ):
Freud inicia a partir daqui seus estudos sobre o ato falho.
E Mattanó aborda pela primeira vez o termo ¨Buraco de Minhoca¨ como exemplo de uma metodologia para viagens no tempo e no espaço, contudo o significado e o sentido que Mattanó quer ensinar é que como a telepatia, o ¨Buraco de Minhoca¨ pode ser um grande erro da ciência, pois não há como ter segurança sobre os resultados dos experimentos científicos, seja na telepatia, ou seja no ¨Buraco de Minhoca¨, pois poderíamos sacrificar 1 milhão de cobaias humanas e fazer sofrer bilhões de indivíduos em centenas de anos de experimentos com o ¨Buraco de Minhoca¨, se por exemplo, ao invés de enviá-los para outro local do tempo e do espaço os desintegrássemos, da mesma forma acredito que vem acontecendo com a telepatia, pois a telepatia não é fala e depende do ouvinte para ser nomeada e fazer significado e fazer sentido para o falante, ela é bidirecional, ou mesmo, multidirecional, unindo vários falantes a vários ouvintes.
MATTANÓ
(10/08/2018)
Mattanó acredita que a História do Povo Trabalhador Brasileiro é maior do que a História do Povo Traidor Brasileiro que trai seu próprio país e suja sua nação com roubo e loucura e suja sua bandeira de sangue e fogo, atentando contra seu próprio povo e sua própria nação, contra sua própria História que é maior do que o terror e a telepatia associados.
MATTANÓ
(10/08/2018)
O MECANISMO PSÍQUICO DO ESQUECIMENTO
O fenômeno do esquecimento, que eu gostaria de descrever e em seguida explicar neste artigo, já foi sem dúvida experimentado por qualquer um em si próprio ou observado em outras pessoas. Afeta, em particular, o uso dos nomes próprios - nomina propria - e se manifesta da seguinte maneira. Em meio a uma conversa, vemo-nos obrigados a confessar à pessoa com quem falamos que não conseguimos descobrir um nome que desejaríamos mencionar naquele momento, o que nos força a pedir sua ajuda - em geral, ineficaz. “Como é mesmo o nome dele? Eu sei tão bem! Está na ponta da língua. De repente, me escapou.” Um inequívoco sentimento de irritação, semelhante ao que acompanha a afasia motora, junta-se então a nossos esforços adicionais para descobrir o nome que sabemos ter estado em nossa mente apenas um minuto antes. Nas situações características, dois traços concomitantes merecem ser notados. Em primeiro lugar, a concentração enérgica e deliberada da função que chamamos de atenção se revela impotente, por mais que persista, para descobrir o nome esquecido. Em segundo lugar, em vez do nome que estamos procurando, surge prontamente um outro nome, que reconhecemos ser incorreto e rejeitamos, mas que insiste em retornar. Ou então, em vez do nome substituto, encontramos em nossa memória uma única letra ou sílaba que reconhecemos ser parte do nome que estamos buscando. Dizemos, por exemplo: “Começa com ‘B’.” Quando finalmente conseguimos, de um modo ou de outro, descobrir o nome buscado, verificamos que, na grande maioria dos casos, este não começa com “B” e nem sequer contém essa letra.
A melhor técnica para captar o nome que falta é, como se sabe, “não pensar nele” - isto é, desviar dessa tarefa a parcela da atenção sobre a qual se exerce controle voluntário. Passado algum tempo, o nome desaparecido “irrompe” na mente; e o sujeito não consegue impedir-se de enunciá-lo em voz alta, para grande espanto do interlocutor, que já se havia esquecido do episódio e que, de qualquer forma, se interessara muito pouco pelos esforços do locutor. “Escute”, é provável que diga, “não faz muita diferença qual é mesmo o nome do homem; continue com sua história”. Durante o tempo todo, até que a questão seja esclarecida, e mesmo depois do desvio intencional |de sua atenção|, a pessoa fica preocupada a um ponto que, a rigor, não pode ser explicado pelo volume de interesse que o caso todo possua.
Em alguns casos em que eu próprio passei por essa experiência de esquecer nomes, consegui, através da análise psíquica, explicar a mim mesmo a seqüência de eventos; e agora descreverei detalhadamente o caso mais simples e nítido desse tipo.
Durante minhas férias de verão, fiz certa vez uma viagem de trem da encantadora cidade de Ragusa até uma cidadezinha próxima, na Herzegovina. A conversa com meu companheiro de viagem girou, como era natural, em torno da situação dos dois países (Bósnia e Herzegovina) e das características de seus habitantes. Eu falava sobre as várias peculiaridades dos turcos que lá viviam, tais como descrevera, anos antes, um amigo e colega que vivera entre eles por muitos anos como médico. Pouco depois, nossa conversa voltou-se para o tema da Itália e das pinturas, e tive oportunidade de recomendar enfaticamente a meu companheiro que algum dia visitasse. Orvieto, para lá contemplar os afrescos do fim do mundo e do Juízo Final com que fora decorada uma das capelas da catedral por um grande artista. Mas o nome do artista escapou-me e não consegui lembrá-lo. Exerci minhas faculdades de recordação, fazendo desfilar pela memória todos os detalhes do dia que passara em Orvieto, e me convenci de que nem sequer a mais íntima parte dele fora obliterada ou se tornara vaga. Pelo contrário, eu era capaz de evocar os quadros com maior nitidez sensorial do que me era comum. Vi diante de meus olhos, com nitidez especial, o auto-retrato do artista - com o rosto sério e as mãos cruzadas -, que ele pusera no canto de um dos quadros, próximo ao retrato de seu predecessor na obra, Fra Angelico da Fiesole; mas o nome do artista, geralmente tão familiar para mim, permanecia obstinadamente oculto, sem que meu companheiro de viagem pudesse me ajudar. Meus esforços contínuos não tiveram nenhum êxito, a não ser pela evocação dos nomes de dois outros artistas, que eu sabia não serem os nomes corretos. Eram eles Botticelli e, em segundo lugar, Boltraffio. A repetição do som “Bo” em ambos os nomes substitutos talvez levasse um neófito a supor que esse som pertencia também ao nome esquecido, mas tomei cuidado de passar ao largo dessa expectativa.
Como não tivesse qualquer acesso a livros de consulta em minha viagem, tive que suportar por vários dias esse lapso de memória e o tormento interno a ele associado, que recorria todos os dias com intervalos freqüentes, até que esbarrei num italiano culto que me libertou desse sofrimento ao dizer-me o nome: Signorelli. Eu próprio pude acrescentar o primeiro nome do artista, Luca. Imediatamente, minha lembrança ultranítida dos traços do mestre, tal como representados em seu retrato, esmaeceu-se.
Que influências me teriam levado a esquecer o nome Signorelli, que me era tão familiar e que se grava tão facilmente na memória? E que caminhos teriam levado a sua substituição por Botticelli e Boltraffio? Uma breve excursão de volta às circunstâncias em que ocorrera o esquecimento bastou para lançar luz sobre ambas as questões.
Pouco antes de chegar ao assunto dos afrescos na catedral do Orvieto, eu estivera contando a meu companheiro de viagem algo que ouvira de meu colega, anos antes, sobre os turcos da Bósnia. Estes tratam os médicos com respeito especial e exibem, em marcante contraste com nosso próprio povo, uma atitude de resignação ante os desígnios do destino. Se um médico tem que informar a um pai de família que um de seus parentes está à morte, a resposta é: “Herr |Senhor|, que se há de fazer? Se houvesse uma maneira de salvá-lo, sei que o senhor o ajudaria.” Outra lembrança próxima disso estava em minha memória. Esse mesmo colega me falara da suprema importância que esses bosnianos atribuem aos prazeres sexuais. Certa vez, um de seus pacientes lhe disse: “Sabe, Herr, se isso acabar, a vida não vale mais nada.” Naquela ocasião, pareceu ao médico e a mim que se podia presumir que os dois traços de caráter do povo bosniano assim ilustrados estivessem estreitamente ligados. Mas, ao relembrar essas histórias em minha viagem para Herzegovina, suprimi a segunda, em que se abordava o tema da sexualidade.Foi logo depois disso que o nome Signorelli me escapou e os nomes Botticelli e Boltraffio apareceram como substitutos.
A influência que tornara o nome Signorelli inacessível à memória, ou, como costumo dizer, aquilo que o “recalcara”, só podia proceder da história que eu havia suprimido sobre o valor atribuído à morte e ao gozo sexual. Se assim fosse, deveríamos poder descobrir as idéias intermediárias que serviram para ligar os dois temas. A afinidade entre o conteúdo deles - de um lado, o Juízo Final, o “Dia do Juízo”, e de outro, a morte e a sexualidade - parece muito superficial; e já que se tratava do recalcamento da lembrança de um nome, era provável, a julgar pelas aparências, que a conexão estivesse entre um e outro nome. Ora, “Signor” significa “Herr |Senhor|”, e “Herr” está também presente no nome “Herzegovina”. Além disso, decerto não era irrelevante que ambos os comentários dos pacientes por mim recordados contivessem um “Herr” como forma de dirigir-se ao médico. A tradução de “Signor” por “Herr” fora, portanto, o meio pelo qual a história que eu havia suprimido arrastara consigo para o recalcamento o nome que eu estava procurando. Todo o processo fora claramente facilitado pelo fato de que, nos últimos dias passados em Ragusa, eu falara italiano continuamente - isto é, acostumara-me a traduzir mentalmente do alemão para o italiano.
Quando tentei recuperar o nome do artista, resgatando-o do recalcamento, a influência do laço em que o nome se enredara no intervalo fez-se inevitavelmente sentir. De fato, descobri o nome de um artista, mas não o correto. Era um nome deslocado, e a orientação do deslocamento fora dada pelos nomes contidos no tema recalcado. “Boticelli”; contém as mesmas sílabas finais que “Signorelli; portanto, as sílabas finais - que, diversamente da primeira parte da palavra, “Signor”, não podiam estabelecer uma ligação direta com o nome “Herzegovina” - tinham retornado; mas a influência do nome “Bósnia”, regularmente associado com o nome “Herzegovina”, evidenciara-se ao dirigir a substituição para dois nomes de artistas que começavam com a mesma sílaba, “Bo”: “Botticelli” e, depois, “Boltraffio”.Verifica-se, pois, que a descoberta do nome “Signorelli” sofrera a interferência do tema que estava por trás dele, no qual apareciam os nomes “Bósnia” e “Herzegovina”.
Para que esse tema pudesse produzir tais efeitos, não seria bastante que eu o tivesse suprimido uma vez na conversa - coisa que se deu por motivos casuais. Devemos, antes, presumir que o próprio tema estivesse também intimamente ligado a fluxos de representações em mim presentes em estado de recalque - isto é, fluxos de representações que, a despeito da intensidade do interesse nelas depositado, deparassem com uma resistência que os impedisse de serem elaborados por uma dada instância psíquica, e portanto, de se tornarem conscientes. Que isso realmente se aplicou, na época, ao tema “morte e sexualidade”, é algo de que tenho muitas provas que não preciso abordar aqui, extraídas de minha própria auto-observação. Mas posso chamar atenção para uma conseqüência dessas representações recalcadas. A experiência ensinou-me a insistir em que todo produto psíquico é elucidável e até mesmo sobredeterminado. Conseqüentemente, pareceu-me que o segundo nome substituto, “Boltraffio”, exigia outra determinação, pois, até ali, apenas suas letras iniciais tinham sido explicadas, por sua assonância com “Bósnia”. Recordei-me então de que essas representações recalcadas nunca me haviam absorvido mais do que algumas semanas antes, depois de ter recebido uma certa notícia. O lugar onde a notícia me chegou chamava-se “Trafoi”, e esse nome é por demais semelhante à segunda metade do nome “Boltraffio” para não ter tido um efeito determinante em minha escolha deste último. No pequeno diagrama esquemático que se segue |Fig. 1|, tentei reproduzir as relações agora trazidas à luz.
Fig. 1
Talvez não deixe de haver um interesse intrínseco em se poder perscrutar a história de um evento psíquico desse tipo, que está entre os mais triviais distúrbios que podem afetar o controle do aparelho psíquico, e que é compatível com um estado de saúde psíquica sem outras perturbações. Mas o exemplo aqui elucidado ganha um enorme interesse adicional ao sabermos que ele pode servir como nada menos do que um modelo dos processos patológicos a que devem sua origem os sintomas psíquicos das psiconeuroses - histeria, obsessões e paranóia. Em ambos os casos, encontramos os mesmos elementos e a mesma interação de forças entre esses elementos. Do mesmo modo que aqui e por meio de associações superficiais similares, um fluxo de representações recalcado se apodera, na neurose, de uma ingênua impressão recente e a faz imergir com ele no recalque. O mesmo mecanismo que faz os nomes substitutos “Botticelli” e “Boltraffio” emergirem de “Signorelli” (uma substituição por meio de representações intermediárias ou conciliatórias) rege também a formação das representações obsessivas e das paramnésias paranóicas. Além disso, vimos que esses casos de esquecimento têm a característica de liberar um desprazer contínuo até o momento em que o problema é resolvido - uma característica que seria ininteligível a não ser por isso, e algo que |no exemplo que mencionei| foi de fato ininteligível para a pessoa com quem eu estava falando |ver em [1]|; mas há uma completa analogia com isso no modo pelo qual os conjuntos de representações recalcadas ligam sua capacidade de gerar afeto a algum sintoma cujo conteúdo psíquico parece, em nosso julgamento, inteiramente inadequado a tal liberação de afeto. Finalmente, a dissolução de toda a tensão pela comunicação do nome correto por uma fonte externa é, em si mesma, um bom exemplo da eficácia da terapia psicanalítica, que visa a corrigir os recalques e deslocamentos e que elimina os sintomas pela reinstalação do verdadeiro objeto psíquico.
Portanto, entre os vários fatores que contribuem para o fracasso de uma recordação ou para uma perda de memória, não se deve menosprezar o papel desempenhado pelo recalcamento, e isso pode ser demonstrado não só nos neuróticos, mas também (de modo qualitativamente idêntico) nas pessoas normais. Pode-se afirmar, muito genericamente, que a facilidade (e em última instância, também a fidelidade) com que dada impressão é despertada na memória depende não só da constituição psíquica do indivíduo, da força da impressão quando recente, do interesse voltado para ela nessa ocasião, da constelação psíquica no momento atual, do interesse agora voltado para sua emergência, das ligações para as quais a impressão foi arrastada etc. - não só de coisas como essas, mas também da atitude favorável ou desfavorável de um dado fator psíquico que se recusa a reproduzir qualquer coisa que possa liberar desprazer, ou que possa subseqüentemente levar à liberação de desprazer. Assim, a função da memória, que gostamos de encarar como um arquivo aberto a qualquer um que sinta curiosidade, fica desse modo sujeita a restrições por uma tendência da vontade, exatamente como qualquer parte de nossa atividade dirigida para o mundo externo. Metade do segredo da amnésia histérica é desvendado ao dizermos que as pessoas histéricas não sabem o que não querem saber; e o tratamento psicanalítico, que se esforça por preencher tais lacunas da memória no decorrer de seu trabalho, leva-nos à descoberta de que a tarefa de resgatar essas lembranças perdidas enfrenta certa resistência, que tem de ser contrabalançada por um trabalho proporcional a sua magnitude. No caso de processos psíquicos que são basicamente normais, não se pode, naturalmente, alegar que a influência desse fator tendencioso na revivescência das lembranças de algum modo supere, regularmente, todos os outros fatores que devem ser levados em conta.
Como respeito à natureza tendenciosa de nosso recordar e esquecer, vivi, não faz muito tempo, um exemplo instrutivo - instrutivo pelo que traiu -, do qual gostaria de acrescentar um relato. Eu tencionava fazer uma visita de vinte e quatro horas a um amigo que, lamentavelmente, mora muito longe, e estava repleto de coisas para lhe contar. Antes disso, porém, senti-me na obrigação de visitar uma família conhecida em Viena, da qual um dos membros se mudara para a cidade em questão, de modo a levar comigo seus cumprimentos e recados para o parente ausente. Eles me disseram o nome da pension onde ele morava, assim como o nome da rua e o número da casa, e, em vista de minha memória precária, escreveram o endereço num cartão, que coloquei em minha carteira. No dia seguinte, ao chegar à casa de meu amigo, anunciei: “Só tenho um dever a cumprir que pode atrapalhar minha estada com você; é uma visita, e será a primeira coisa que vou fazer. O endereço está em minha carteira”. Para meu espanto, contudo, não o achei lá. Assim, no final das contas, eu tinha que recorrer a minha memória. Minha memória para nomes não é particularmente boa, mas é incomparavelmente melhor do que para números e algarismos. Posso fazer visitas médicas a uma casa por um ano inteiro e, ainda assim, se tiver que ser levado até lá por um cocheiro, terei dificuldade em recordar o número da casa. Nesse caso, porém, eu o gravara especialmente; ele estava ultranítido, como que para zombar de mim - pois nenhum traço do nome da pension ou da rua ficara em minha lembrança. Eu havia esquecido todos os dados do endereço que poderiam servir como ponto de partida para descobrir a pension; e, contrariando muito meu hábito, retivera o número da casa, que era inútil para esse fim. Por conseguinte, não pude fazer a visita. Consolei-me com notável rapidez e dediquei-me inteiramente a meu amigo. Ao retornar a Viena e me postar diante da minha escrivaninha, eu soube, sem um momento de hesitação, o lugar em que, em minha “distração”, eu pusera o cartão com o endereço. O fator atuante em minha ocultação inconsciente da coisa fora a mesma intenção que atuara em meu ato curiosamente modificado de esquecimento.
O RELEITOR (MATTANÓ):
Freud estuda o fenômeno do esquecimento, para isto dá o exemplo do uso dos nomes próprios e das suas consequências comportamentais para o indivíduo que esquece os nomes próprios. Freud descobriu que o desvio intencional (de sua atenção quando se esquece do uso de nomes próprios) deixa a pessoa preocupada a um ponto que não pode ser explicado pelo tamanho do interesse que o caso suscite.
Todo produto psíquico é elucidável e até mesmo sobredeterminado. Consequentemente um nome substituto exige outra determinação, pois suas letras tinham sido explicadas, por sua assonância com o nome original. Os nomes substituídos emergem por meio de representações intermediárias. Esses casos de esquecimento tem a característica de liberar um desprazer contínuo até sua solução. A dissolução de toda a comunicação do nome correto corrige os recalques e deslocamentos, elimina os sintomas pela reinstalação do verdadeiro objeto psíquico. Mattanó explica que este fenômeno de esquecimento ao qual substituímos um objeto por outro substituto até sua solução com o verdadeiro objeto psíquico, após o indivíduo liberar um desprazer contínuo com a Pulsão Auditiva de Mattanó de 1995 até que a comunicação seja corrigida e sejam corrigidos os recalques e os deslocamentos, para que se eliminem os sintomas através da reinstalação do verdadeiro objeto psíquico, a comunicação fidedigna e fiel, inteligível, onde sua direção fica a serviço do falante, do codificador, do emissor, das suas necessidades e objetivos com a codificação da mensagem.
MATTANÓ
(12/08/2018)
Mattanó acredita que o simbólico interdita o comportamento nos casos de psicose, visto que o simbólico predomina sobre o comportamento na vida psíquica, comportamental e social do psicótico.
MATTANÓ
(12/08/2018)
Mattanó acredita que a personalidade é produto da influência das condições bio-psico-sociais no indivíduo, da psicossexualidade, da família, da história de vida, da linguagem, do contexto, dos mass mídia, da cultura, da tecnologia e do meio ambiente.
MATTANÓ
(12/08/2018)
Mattanó especula que o nosso Sistema Nervoso Central é composto de neurônios que se comunicam por meio de sinapses que são realizadas através da bioquímica cerebral que se torna condicionada como comportamento fisiológico capaz de gerar comportamentos no indivíduo que ativa seu mapa cognitivo marcando-o e ao seu GPS do comportamento marcando-o, a fim de estabelecer ligações entre os núcleos da mente que se diferenciam entre niilistas, condensados, deslocados e comportamentais, que ativam a capacidade do indivíduo simbolizar e imaginar, e pensar, agir cognitivamente e assim ter uma linguagem e um inconsciente que se estrutura como uma linguagem, que se estrutura como uma música, como uma melodia que da forma ao pensamento inconsciente, a música vem da naturalística.
MATTANÓ
(14/08/2018)
LEMBRANÇAS ENCOBRIDORAS (1899)
NOTA DO EDITOR INGLÊS
ÜBER DECKERINNERUNGEN
(a) EDIÇÕES ALEMÃS:
1899 Mschr. Psychiat. Neurol., 6 (3), 215-30. (Setembro.)
1925 G.S., 1, 465-88.
1952 G.W., 1, 531-54.
(b)TRADUÇÃO INGLESA:
“Screen Memories”
1950 C.P., 5, 47-69 (Trad. de James Strachey.)
A presente tradução é uma reedição ligeiramente revista da que foi publicada em 1950.
Uma carta inédita de Freud a Fliess, de 25 de maio de 1899, narra que, naquela data, este artigo fora enviado ao editor do periódico em que apareceria mais tarde, naquele mesmo ano. Freud acrescenta que ficara imensamente satisfeito durante sua produção, fato que considerava um mau presságio para seu futuro destino.
O conceito de “lembranças encobridoras” foi aqui introduzido por Freud pela primeira vez. Sem dúvida fora trazido à baila por seu exame do caso específico que ocupa a maior parte do artigo, caso esse a que ele aludira numa carta a Fliess de 3 de janeiro de 1899 (Carta 101). Entretanto, esse tema estava intimamente relacionado com vários outros que já vinham ocupando sua mente por muitos meses - de fato, desde que ele se envolvera em sua auto-análise, no verão de 1897 -, problemas referentes ao funcionamento da memória e suas distorções, à importância e raison d’être das fantasias, à amnésia que cobre nossos primeiros anos de vida e, por trás de tudo isso, à sexualidade infantil. Os leitores das cartas a Fliess encontrarão muitas abordagens da presente discussão. Ver, por exemplo, os comentários sobre as fantasias no Rascunho M, de 25 de maio de 1897, e na Carta 66, de 7 de julho de 1897. As lembranças encobridoras analisadas por Freud ao final do Capítulo IV da edição de 1907 de Sobre a Psicopatologia da Vida Cotidiana (1901b) remontam a esse mesmo verão de 1897.
É curioso que o tipo de lembrança encobridora predominantemente examinado neste artigo - o tipo em que uma lembrança anterior é usada como uma tela para encobrir um evento posterior - quase desaparece da literatura subseqüente. O que passou desde então a ser considerado como o tipo usual - aquele em que um acontecimento anterior é encoberto por uma lembrança posterior - mal chega a ser mencionado aqui, embora passasse a ser o tipo abordado por Freud, de maneira quase exclusiva, apenas dois anos depois, no capítulo de Sobre a Psicopatologia da Vida Cotidiana acima mencionado. (Ver também nota de rodapé, ver em [1].)
O interesse intrínseco deste artigo foi imerecidamente obscurecido por um fato externo a ele. Não era difícil adivinhar que o incidente nele descrito era realmente autobiográfico, o que se converteu numa certeza após o aparecimento da correspondência com Fliess. Muitos dos detalhes, entretanto, podem ser encontrados nos escritos publicados de Freud. Assim, as crianças da lembrança encobridora eram, de fato, seu sobrinho John e sua sobrinha Pauline, que aparecem em vários pontos de A Interpretação dos Sonhos (1900a). (Cf., por exemplo, Edição Standard Brasileira, Vol. V, ver em [1], [2], [3], [4] [5], IMAGO Editora, 1972.) Eram filhos de seu meio-irmão mais velho, mencionado no Capítulo X de Sobre a Psicopatologia da Vida Cotidiana (1901b), ibid., Vol. VI, ver em [1], IMAGO Editora, 1976. Esse irmão, depois da dispersão da família em Freiberg, quando Freud tinha três anos, estabeleceu-se em Manchester, onde Freud o visitou aos dezenove anos de idade - e não aos vinte, como implicado aqui (ver em [1]) -, visita essa a que é feita uma alusão na mesma passagem de Sobre a Psicopatologia da Vida Cotidiana, e também em A Interpretação dos Sonhos (ibid., Vol. V, ver em [1], IMAGO Editora, 1972). Sua idade na ocasião da primeira volta a Freiberg era também um ano menos do que a aqui indicada. Ele estava com dezesseis anos, como nos diz na “Carta ao Burgomestre de Príbor” (1931e), ibid., Vol. XXI, ver em [1], IMAGO Editora, 1974. Ficamos sabendo, também por essa fonte, que a família com que se hospedou chamava-se Fluss, e uma das filhas dessa família, Gisela, é a figura central da presente história. O episódio é integralmente descrito no primeiro volume da biografia de Ernest Jones (1953, 27-9 e 35-7).
O RELEITOR (MATTANÓ):
O conceito de ¨lembranças encobridoras¨ envolve problemas de funcionamento da memória e suas distorções, à importância e raison d´etre das fantasias, à amnésia que cobre nossos primeiros anos de vida e, por trás de tudo isso, a sexualidade infantil.
Mattanó explica que o conceito de racismo envolve xingamentos, ofensas e atos discriminatórios, até mesmo de violência, medo, terror e ódio ao indivíduo diferenciado pela cor de sua pele, pelo padrão de seu comportamento, pela sua etnia, pela sua família, pelo seu grupo social ou religioso, pela sua escola ou educação, pelos seus hábitos e traços comportamentais e psíquicos, tais exemplos devem-se a Pulsão de Morte que leva o indivíduo a sua destruição, e quando encontramos esta pulsão associada ao conceito de Pulsão Auditiva de Mattanó de 1995 as consequências serão autodestruição e desintegração, a própria morte, visto que a Pulsão Auditiva causa a distorção da realidade, gerando Pulsão de Morte e autodestruição, desintegração bio-psico-social.
MATTANÓ
(16/08/2018)
Mattanó explica que por meio do comportamento verbal do falante que codifica a mensagem, sendo ela telepática, para o ouvinte que a decodifica, que somente o faz seguindo um acordo ou um pacto social entre o falante e o ouvinte (ele mesmo) para que a mensagem tenha um significado, sentido, conceito, contexto, funcionalidade, comportamento, simbologia, topografia e relação social de comunicação e de interação social e não de violência e de desintegração, ou de Pulsão de Morte e de autodestruição, fenômeno que ocorre quando não há um pacto ou acordo social entre falante e ouvinte para a codificação e decodificação da mensagem, a agressividade aflora quando não há um acordo social entre falante e ouvinte e, portanto uma convivência, ou Pulsão de Vida.
Vejamos o exemplo de vida de Mattanó que questiona sua comunidade se existe ou não a telepatia e 99% das pessoas dizem que não existe a telepatia e que ele é louco, inclusive o serviço de saúde, a Justiça e as autoridades! Mas a sua comunidade o acusa de pedófilo, de tarado, de violador da intimidade e da privacidade, de fazer experiências científicas com as pessoas, de ser corrupto, de ser ladrão, etc., por causa da telepatia que nunca foi acordada, ou seja, que nunca foi marcada por um acordo técnico ou legal entre o falante (Mattanó) e o ouvinte (a comunidade), sabemos que para que haja comunicação deve haver um pacto social, deve haver interesse e motivação para esse comportamento, sua comunidade jamais demonstrou essas características para com Mattanó, apenas quis se aproveitar dele, de sua aparente condição de indefeso, pois há Justiça no mundo e no Brasil, pois há ciência que comprova o que está acontecendo!
Outro problema é que sua comunidade quer transformar ruído (termo técnico da ciência da Comunicação Social) em comunicação, em fala, em código verbal decifrável, confiável e inteligível, fenômenos improváveis de serem comprovados pela Ciência e pela Comunicação Social, pois ruído é tudo aquilo que atrapalha ou estraga a comunicação ou o processo comunicacional, ocasionando perda ou incapacidade de se compreender o significado, o sentido, o conceito, o contexto, o comportamento, a topografia, a intensidade, a magnitude, a latência, a simbologia e as relações sociais ocasionadas pela comunicação social, que deve ser marcada por um acordo e aceitação, se não houver acordo e aceitação de alguma das partes o fenômeno é dominado pelo ruído, até mesmo na telepatia, pois seus comportamentos encobertos e sua afetividade o levarão a rejeitar essa interação e a lutar contra essa adversidade ambiental, se for preciso até a morte, dependendo do grau de invasão e de força da telepatia em sua consciência, mente ou inconsciente, em seu comportamento encoberto e em sua afetividade, levando-o ou não a loucura e a outras consequências! O ruído muitas vezes está associado a técnicas de tortura e de lavagem cerebral, de estupro virtual coletivo, de roubo de conhecimento e de dados pessoais, e de violência! É isto o que querem tornar direito de todos! Violência e horror! O crime não pode se tornar um direito de pessoa qualquer! Justiça e moralidade tornam-se o único caminho para solucionar tal impasse moral e social!
MATTANÓ
(17/08/2018)
Mattanó explica que o ser humano usa a mitologia e os rituais de acordo com o meio ambiente como meio de adaptação ao meio ambiente e de extração de recursos e de riquezas para sua sobrevivência e desenvolvimento. Assim os mitos e os rituais de um homem da Sibéria é diferente dos de um homem da África do Sul ou de um homem do Brasil ou de um homem da Europa ou dos Estados Unidos, pois cada região é diferente uma da outra ambientalmente e naturalisticamente, influenciando sua inteligência naturalística que foi a determinante na concepção e formação dos primeiros ritos e mitos do homem inteligente. Contudo os mitos e os ritos falam da mesma coisa, dos mesmos fenômenos, de deuses, monstros, heróis, escravos, santos, trabalhadores, reis e rainhas, servos, príncipes e princesas, xamãs, curandeiros, nascimentos, nascimentos virginais, crucificações, mortes, ressurreições, salvamentos, desastres, catástrofes, guerras, horrores, holocaustos, tiranias, iniciações, passagens, casamentos, criação de filhos, rituais religiosos, cerimônias e celebrações, shows e apresentações, discursos, movimentos e protestos, eleições, revoltas, assassinatos, roubos, vinganças, vitórias e derrotas, poder e fraqueza, clareza e obscurecimento, Deus e o diabo, tudo o que mais precisamos para nossas vidas e histórias, para nossas Trajetórias da Vida. O meio ambiente reflete a luz da nossa consciência sobre o próprio espelho da nossa identidade pessoal, coletiva e cósmica.
MATTANÓ
(17/08/2018)
Mattanó explica que através da Música o ser humano pode emiti-la verbalmente, vocalmente, corporalmente ou instrumentalmente como falante, inclusive telepaticamente como falante, mas ela só fará significado e sentido para o falante se houver o ouvinte que reforça e dá significado e sentido ao seu comportamento musical vocal, instrumental, corporal ou telepático, a partir daí conceituamos, contextualizamos, nos comportamos, simbolizamos e nos relacionamos socialmente e até telepaticamente, através ou por meio da Música, seja ela, vocal, instrumental, corporal ou telepática.
MATTANÓ
(18/08/2018)
Mattanó explica que a segurança das incolumidades dos indivíduos e dos grupos sociais dependem do obedecimento e cumprimento de regras de segurança e de convivência que muitas vezes estão ligadas a educação, a saúde, a segurança, a cidadania, a justiça, ao trabalho, a igreja, ao repouso e bem-estar, a alimentação, a higiene e saneamento, e a família, a política, ou seja, a segurança é direito e dever de todos mas é papel do Estado garanti-la e assegurá-la, por isso um país seguro ou uma nação segura é uma nação que não tem eleitores corruptos e nem candidatos corruptos ou que cometem crimes eleitorais para vencerem suas eleições. Em vista disso acredito que Concursos Públicos para Políticos seriam de grande valor, onde a seleção dos candidatos os selecionassem por interesse, motivação, habilidades, conhecimento, carreira, valores, identidade, consciência, histórico de vida, linguagem (pois a linguagem traduz seu inconsciente), escolaridade, criminalidade ou ficha criminal, interesse nas eleições anteriores (se votou em todas elas), se trabalha atualmente ou se está desempregado e procurando emprego ou trabalho, QI, personalidade (eleger um psicótico com QI alto pode ser um erro), e declaração de patrimônio. Todo funcionário público deveria ingressar na carreira mediante concurso público, do mais baixo até o mais alto, para que as oportunidades sejam as mesmas para todos!
MATTANÓ
(18/08/2018)
LEMBRANÇAS ENCOBRIDORAS
No curso de meu tratamento psicanalítico de casos de histeria, neurose obsessiva etc., tenho freqüentemente lidado com recordações fragmentárias dos primeiros anos da infância, que permaneceram na memória dos pacientes. Como mostrei em outros textos, deve-se atribuir grande importância patogênica às impressões dessa época da vida. Mas o tema das lembranças da infância está, de qualquer modo, destinado a ser de interesse psicológico, pois elas põem em notável relevo uma diferença fundamental entre o funcionamento psíquico das crianças e dos adultos. Ninguém contesta o fato de que as experiências dos primeiros anos de nossa infância deixam traços inerradicáveis nas profundezas de nossa mente. Entretanto, ao procurarmos averiguar em nossa memória quais as impressões que se destinaram a influenciar-nos até o fim da vida, o resultado é, ou absolutamente nada, ou um número relativamente pequeno de recordações isoladas, que são freqüentemente de importância duvidosa ou enigmática. É somente a partir do sexto ou sétimo ano - em muitos casos, só depois dos dez anos - que nossa vida pode ser reproduzida na memória como uma cadeia concatenada de eventos. Daí em diante, porém, há também uma relação direta entre a importância psíquica da experiência e sua retenção na memória. O que quer que pareça importante por seus efeitos imediatos ou diretamente subseqüentes é recordado; o que quer que seja julgado não essencial é esquecido. Quando consigo relembrar um acontecimento por muito tempo após sua ocorrência, encaro o fato de tê-lo retido na memória como uma prova de que ele causou em mim, na época, uma profunda impressão. Surpreendo-me ao esquecer uma coisa importante, e talvez me sinta ainda mais surpreso ao recordar alguma coisa aparentemente irrelevante.
É apenas em certos estados mentais patológicos que torna a deixar de aplicar a relação mantida, nos adultos normais, entre a importância psíquica de um evento e sua retenção na memória. Por exemplo, o histérico habitualmente mostra uma amnésia em relação a algumas ou todas as experiências que levaram à instalação de sua doença, as quais, por isso mesmo, tornaram-se importantes para ele, e que, independentemente disso, podem ter sido importantes por si mesmas. A analogia entre esse tipo de amnésia patológica e a amnésia normal que afeta nossos primeiros anos de vida parece-me fornecer um valioso indício da íntima ligação que existe entre o conteúdo psíquico das neuroses e nossa vida infantil.
Estamos tão acostumados a essa falta de lembrança das impressões infantis que tendemos a desconsiderar o problema subjacente a ela, e nos inclinamos a explicá-lo como uma conseqüência óbvia do caráter rudimentar das atividades mentais das crianças. Na verdade, porém, uma criança normalmente desenvolvida de três ou quatro anos já exibe uma ampla margem de funcionamento mental altamente organizado, tanto em suas comparações e inferências quanto na expressão de seus sentimentos; e não há nenhuma razão evidente pela qual a amnésia deva incidir sobre esses atos psíquicos, que não são menos importantes do que os de idade posterior.
Antes de abordarmos problemas psicológicos ligados às mais antigas lembranças da infância, seria essencial, é claro, fazer uma coleta de material, enviando circulares a um número bastante grande de adultos e descobrindo que espécie de recordações eles são capazes de fornecer desses primeiros anos. Um primeiro passo nessa direção foi dado em 1895 por V. e C. Henri, que circularam um formulário de perguntas por eles preparado. Os resultados altamente sugestivos desse questionário, que colheu respostas de cento e vinte e três pessoas, foram publicados pelos dois autores em 1897. Não tenho intenção de discutir, no momento, o assunto como um todo, e assim me contentarei em enfatizar os poucos pontos que me permitirão introduzir a idéia do que denominei de “lembranças encobridoras”.
A idade a que o conteúdo dessas primeiras lembranças da infância costuma remontar é o período entre dois e quatro anos. (Esse é o caso de oitenta e oito pessoas na série observada pelos Henris.) Há alguns indivíduos, entretanto, cujas lembranças recuam ainda mais - até mesmo ao período antes de completarem seu primeiro aniversário; por outro lado, há aqueles cujas recordações mais antigas remontam apenas aos seis, sete ou mesmo oito anos. Não há nada, por ora, que mostre o que mais está relacionado com essas diferenças individuais; mas convém notar, dizem os Henris, que uma pessoa cuja primeira recordação remonta a uma idade muito tenra - ao primeiro ano de vida, talvez - terá também a seu dispor outras lembranças isoladas dos anos seguintes, e poderá reproduzir suas experiências como uma cadeia contínua a partir de um ponto mais recuado no tempo - por exemplo, a partir dos cinco anos - do que é possível para outras pessoas, cuja primeira lembrança data de época posterior. Assim, em casos particulares, não apenas a data do aparecimento da primeira recordação, mas também toda a função da memória, pode ser avançada ou retardada.
Um interesse muito especial prende-se à questão do conteúdo usual dessas primeiras lembranças da infância. A psicologia dos adultos nos levaria necessariamente a esperar que fossem selecionadas como dignas de recordação as experiências que tivessem despertado alguma emoção poderosa ou que, em virtude de suas conseqüências, tivessem sido reconhecidas como importantes logo após sua ocorrência. E, de fato, algumas das observações coligidas pelos Henris parecem atender a essa expectativa. Eles relatam que o conteúdo mais freqüente das primeiras lembranças da infância constitui-se, de um lado, das situações de medo, vergonha, dor física etc. e, de outro, de acontecimentos importantes como doenças, mortes, incêndios, nascimentos de irmãos e irmãs etc. Poderíamos, portanto, inclinar-nos a presumir que o princípio que rege a escolha das lembranças é o mesmo, tanto no caso de crianças quanto de adultos. É compreensível - embora esse fato mereça ser explicitamente mencionado - que as lembranças retidas da infância evidenciem, necessariamente, a diferença entre o que desperta o interesse da criança e o do adulto. Isso explica facilmente por que, por exemplo, uma mulher relata lembrar-se de diversos acidentes ocorridos com suas bonecas quando ela contava dois anos de idade, mas não tem nenhuma recordação dos eventos sérios e trágicos que possa ter observado na mesma época.
Agora, entretanto, estamos diante de um fato diametralmente oposto a nossas expectativas e que fatalmente nos assombra. Somos informados de que há algumas pessoas cujas recordações mais remotas da infância relacionam-se com eventos cotidianos e irrelevantes, que não poderiam produzir qualquer efeito emocional nem mesmo em crianças, mas que são recordados (com demasiada nitidez, fica-se inclinado a dizer) em todos os detalhes, enquanto outros acontecimentos aproximadamente contemporâneos não foram retidos em sua memória, mesmo que, segundo o testemunho de seus pais, tenham-nos comovido intensamente na ocasião. Assim, os Henris mencionam um professor de filologia cuja lembrança mais antiga, situada entre os três e quatro anos, mostrava-lhe uma mesa posta para uma refeição e, sobre ela, uma bacia com gelo. Na mesma época, ocorreu a morte de sua avó, o que, de acordo com seus pais, foi um rude golpe para o garoto. Mas o atual professor de filologia não tem nenhuma recordação dessa perda; tudo de que se lembra daqueles dias é a bacia de gelo. Outro homem relata que sua lembrança mais antiga é um episódio durante um passeio a pé, no qual ele quebrou um galho de árvore. Ele acredita que ainda é capaz de identificar o local onde isso ocorreu. Havia várias outras pessoas presentes, e uma delas o ajudou.
Os Henris descrevem tais casos como sendo raros. Segundo minha experiência, que em sua maior parte, é verdade, baseia-se em neuróticos, eles são bastante freqüentes. Um dos sujeitos da investigação dos Henris fez uma tentativa de explicar a ocorrência dessas imagens mnêmicas cuja inocência as torna tão misteriosas, e sua explicação me parece extremamente pertinente. Ele acha que, nesses casos, a cena relevante pode ter sido retida na memória apenas incompletamente, e essa talvez seja a razão de parecer tão pouco esclarecedora: as partes esquecidas continham, provavelmente, tudo o que era digno de nota na experiência. Posso confirmar a veracidade dessa concepção, embora prefira dizer que esses elementos da experiência foram omitidos, em vez de esquecidos. Tenho conseguido com freqüência, por meio do tratamento psicanalítico, descobrir as partes que faltam numa experiência infantil, provando assim que a impressão da qual não se reteve mais do que um fragmento na memória, uma vez restaurada em sua íntegra, mostra efetivamente confirmar o pressuposto de que as coisas mais importantes é que são recordadas. Isso, entretanto, não fornece nenhuma explicação para a notável escolha feita pela memória entre os elementos da experiência. Devemos primeiro indagar por que se suprime precisamente o que é importante, retendo-se o irrelevante; e não encontraremos uma explicação para isso enquanto não tivermos investigado mais a fundo o mecanismo desses processos. Verificaremos então que há duas forças psíquicas envolvidas na promoção desse tipo de lembranças. Uma dessas forças encara a importância da experiência como um motivo para procurar lembrá-la, enquanto a outra - uma resistência - tenta impedir que se manifeste qualquer preferência dessa ordem. Essas duas forças opostas não se anulam mutuamente, nem qualquer delas predomina (com ou sem perda para si própria) sobre a outra. Em vez disso, efetua-se uma conciliação, numa analogia aproximada com a resultante de um paralelogramo de forças. E a conciliação é a seguinte: o que é registrado como imagem mnêmica não é a experiência relevante em si - nesse aspecto, prevalece a resistência; o que se registra é um outro elemento psíquico intimamente associado ao elemento passível de objeção - e, nesse aspecto, o primeiro princípio mostra sua força: o princípio que se esforça por fixar as impressões importantes, estabelecendo imagens mnêmicas reprodutíveis. O resultado do conflito, portanto, é que, em vez da imagem mnêmica que seria justificada pelo evento original, produz-se uma outra, que foi até certo ponto associativamente deslocada da primeira. E já que os elementos da experiência que suscitaram objeção foram precisamente os elementos importantes, a lembrança substituta perde necessariamente esses elementos importantes e, por conseguinte, é muito provável que se nos afigure trivial. Ela nos parece incompreensível porque nos inclinamos a buscar a razão de sua retenção em seu próprio conteúdo, ao passo que essa retenção se deve, de fato, à relação que existe entre seu conteúdo e um conteúdo diferente, que foi suprimido. Há entre nós um dito corrente sobre as falsificações, no sentido de que, em si mesmas, elas não são feitas de ouro, mas estiveram perto de algo realmente feito de ouro. É bem possível aplicar essa mesma comparação a algumas das experiências infantis retidas na memória.
Há numerosos tipos possíveis de casos em que um conteúdo psíquico aparece em lugar de outro, e estes se manifestam numa multiplicidade de constelações psicológicas. Um dos casos mais simples é obviamente o que ocorre nas lembranças infantis que nos interessam aqui - isto é, o caso em que os elementos essenciais de uma experiência são representados na memória pelos elementos não essenciais da mesma experiência. Trata-se de um caso de deslocamento para alguma coisa associada por continuidade; ou, examinando-se o processo como um todo, de um caso de recalcamento acompanhado de substituição por algo próximo (seja no espaço ou no tempo). Em outra oportunidade tive ocasião de descrever um exemplo muito semelhante de substituição ocorrida na análise de uma paciente que sofria de paranóia. A mulher em questão tinha alucinações com vozes que lhe repetiam longas passagens do romance Die Heiterethei, de Otto Ludwig. Mas as passagens escolhidas pelas vozes eram as mais insignificantes e irrelevantes do livro. A análise mostrou, contudo, que havia outras passagens na mesma obra que tinham suscitado na paciente os mais aflitivos pensamentos. O afeto aflitivo motivara a construção de uma defesa contra essas idéias, mas os motivos para levá-las adiante recusaram-se a ser suprimidos. O resultado foi uma conciliação, pela qual as passagens inocentes emergiam na memória da paciente com força e nitidez patológicas. O processo que aqui vemos em ação - conflito, recalcamento e substituição envolvendo uma conciliação - retorna em todos os sintomas psiconeuróticos e nos fornece a chave para compreendermos sua formação. Portanto, não deixa de ter importância que possamos mostrar o mesmo processo em ação na vida mental de indivíduos normais. O fato de esse processo influenciar, nas pessoas normais, precisamente a escolha de suas lembranças infantis parece proporcionar mais um indício das íntimas relações em que vimos insistindo entre a vida mental das crianças e o material psíquico das neuroses.
Os processos da defesa normal e patológica e os deslocamentos em que resultam são claramente de grande importância. Mas, ao que eu saiba até hoje os psicólogos não fizeram nenhum estudo sobre eles, e resta ainda definir em que camadas da atividade psíquica e em que condições eles entram em ação. É bem possível que a razão dessa negligência esteja no fato de que nossa vida mental, na medida em que é objeto de nossa percepção interna consciente, nada nos mostra desses processos, salvo pelos casos que classificamos de “raciocínio falho” e por algumas operações mentais que visam produzir um efeito cômico. A asserção de que é possível deslocar uma intensidade psíquica de uma representação (que é então abandonada) para outra (que daí por diante desempenha o papel psicológico da primeira) é tão desnorteante para nós quanto certas características da mitologia grega - por exemplo, quando se diz que os deuses vestem alguém de beleza como se esta fosse um véu, enquanto nós pensamos apenas num rosto transfigurado por uma mudança de expressão.
As investigações adicionais dessas lembranças infantis irrelevantes ensinaram-me que elas podem também originar-se de outras maneiras, e que uma insuspeitada riqueza de significados se oculta por trás de sua aparente inocência. Quanto a esse aspecto, porém, não me contentarei com uma simples asserção, mas fornecerei um relato pormenorizado de um caso particular que me parece o mais instrutivo dentre um número considerável de casos similares. Seu valor é seguramente aumentado pelo fato de relacionar-se com alguém que de modo algum é neurótico, ou que só o é muito levemente.
O sujeito dessa observação é um homem de instrução universitária, com trinta e oito anos de idade. Embora sua profissão se situe em campo muito diferente, ele passou a se interessar por questões psicológicas desde a ocasião em que consegui livrá-lo de uma leve fobia por meio da psicanálise. No ano passado, ele me chamou atenção para suas lembranças infantis, que já tinham desempenhado certo papel em sua análise. Após estudar a pesquisa efetuada por V. e C. Henri, ele me forneceu o seguinte relato sumarizado de sua própria experiência.
“Disponho de um bom número de antigas lembranças da infância, que posso datar com grande certeza, pois, por volta dos três anos de idade, deixei o lugarejo onde nascera e me mudei para uma grande cidade; e todas essas minhas lembranças relacionam-se com meu lugar de nascimento e correspondem, portanto, ao segundo e terceiro anos de minha vida. Em sua maioria, são cenas curtas, mas muito bem conservadas e providas de todos os detalhes da percepção sensorial, em completo contraste com minhas lembranças dos anos adultos, às quais falta inteiramente o elemento visual. Dos três anos em diante, minhas recordações tornam-se mais escassas e menos claras; há lacunas nelas que devem cobrir mais de um ano; e creio que é só depois dos seis ou sete anos que o fluxo de minhas lembranças torna-se contínuo. As lembranças anteriores à época em que deixei minha primeira residência dividem-se em três grupos. O primeiro grupo consiste em cenas que meus pais me descreveram repetidamente desde então. Quanto a estas, não sei ao certo se já tinha sua imagem mnêmica desde o início, ou se só a reconstruí depois de ouvir uma dessas descrições. Posso assinalar, entretanto, que há também acontecimentos dos quais não tenho nenhuma imagem mnêmica, apesar de terem sido freqüentemente relatados com minúcias por meus pais. Atribuo mais importância ao segundo grupo. Este compreende cenas que não me foram descritas (pelo menos ao que eu saiba), algumas das quais, na verdade, não poderiam ter-me sido descritas, já que não voltei a encontrar os outros participantes delas (minha babá e meus companheiros de brincadeiras) desde sua ocorrência. Logo chegarei ao terceiro grupo. No que se refere ao conteúdo dessas cenas e à conseqüente razão de serem lembradas, gostaria de dizer que não estou inteiramente perdido. A rigor, não posso sustentar que as lembranças que retive sejam lembranças dos acontecimentos mais importantes desse período, ou dos que eu hoje reputaria como os mais importantes. Não tomei conhecimento do nascimento de uma irmã dois anos e meio mais nova que eu, e minha partida, minha primeira visão da estrada de ferro e a longa viagem de charrete até ela - nada disso deixou qualquer traço em minha memória. Por outro lado, consigo lembrar-me de duas pequenas ocorrências durante a viagem de trem; estas, como o senhor se lembrará, emergiram na análise de minha fobia. Mas o que mais deveria ter-me impressionado foi um ferimento em meu rosto, que causou considerável perda de sangue e devido ao qual um cirurgião teve que me dar alguns pontos. Ainda posso sentir a cicatriz resultante desse acidente, mas não sei de nenhuma lembrança que o aponte, nem direta nem indiretamente. É verdade que eu talvez tivesse menos de dois anos nessa época.
“Decorre daí que não sinto nenhuma surpresa diante dos quadros e cenas desses dois primeiros grupos. Sem dúvida, são lembranças deslocadas cujo elemento essencial, na maioria dos casos, foi omitido. Mas em alguns ele é ao menos sugerido, e em outros, é-me fácil completá-lo seguindo certos indícios. Ao fazê-lo, consigo estabelecer uma sólida conexão entre os fragmentos separados das lembranças e chegar a uma compreensão clara de qual foi o interesse infantil que recomendou essas ocorrências específicas a minha memória. Isso não se aplica, entretanto, ao conteúdo do terceiro grupo, que não discuti até aqui. Vejo-me aí defrontado por um material - uma cena bastante longa e vários quadros menores - com o qual não consigo fazer nenhum progresso. A cena me parece bem irrelevante, e não posso compreender por que se fixou em minha memória. Deixe-me descrevê-la para o senhor. Vejo uma pradaria retangular com um declive bastante acentuado, verde e densamente plantada; no relvado há um grande número de flores amarelas - evidentemente, dentes-de-leão comuns. No topo da campina há uma casa de campo e, frente a sua porta, duas mulheres conversam animadamente - uma camponesa com um lenço na cabeça e uma babá. Três crianças brincam na grama. Uma delas sou eu mesmo (na idade de dois ou três anos); as duas outras são meu primo, um ano mais velho que eu, e sua irmã, que tem quase exatamente a minha idade. Estamos colhendo as flores amarelas e cada um de nós segura um ramo de flores já colhidas. A garotinha tem o ramo mais bonito e, como que por um acordo mútuo, nós - os dois meninos - caímos sobre ela e arrebatamos suas flores. Ela sobe correndo a colina, em lágrimas, e a título de consolo a camponesa lhe dá um grande pedaço de pão preto. Mal vemos isso, jogamos fora as flores, corremos até a casa e pedimos pão também. E de fato o recebemos; a camponesa corta as fatias com uma longa faca. Em minha lembrança, o pão tem um sabor delicioso - e nesse ponto a cena se interrompe.
“Ora, o que há nessa ocorrência para justificar o dispêndio de memória que ela me acarretou? Em vão quebrei a cabeça para descobrir. Será que a ênfase está em nosso comportamento desagradável para com a garotinha? Será que a cor amarela dos dentes-de-leão - uma flor que hoje, é claro, estou longe de admirar - me agradou tanto assim? Ou será que, em conseqüência de minha corrida pela grama, o pão me pareceu tão mais saboroso do que de hábito, a ponto de me deixar uma impressão inesquecível? Também não consigo descobrir nenhuma ligação entre essa cena e o interesse que (como pude descobrir sem qualquer dificuldade) mantinha unidas as outras cenas de minha infância. Grosso modo, parece-me que alguma coisa não está muito certa nessa cena. O amarelo das flores é um elemento desproporcionalmente destacado na situação como um todo, e o gosto saboroso do pão me parece exagerado de maneira quase alucinatória. Não consigo deixar de me lembrar de uns quadros que vi certa vez numa exposição de um teatro de variedades. Certas partes desses quadros, e naturalmente as menos apropriadas, em vez de serem pintadas, destacavam-se em três dimensões - por exemplo, as anquinhas das damas. Bem, o senhor saberia indicar algum meio de encontrar uma explicação ou interpretação para essa lembrança redundante de minha infância?”
Achei recomendável perguntar-lhe desde quando se ocupava com essa recordação: se achava que ela vinha retornando periodicamente a sua lembrança desde a infância, ou se ela teria emergido em alguma ocasião posterior que pudesse ser recordada. Essa pergunta foi tudo o que se fez necessário para que eu contribuísse para a solução do problema; o resto foi descoberto por meu próprio colaborador, que não era neófito em tarefas desse tipo.
-Eu ainda não havia pensado nisso, respondeu ele. - Agora que o senhor levantou a questão, parece-me quase com certeza que essa lembrança infantil nunca me ocorreu em meus primeiros anos. Mas lembro-me também da ocasião que levou à recuperação dessa e de muitas outras recordações de minha tenra infância. Quando tinha dezessete anos e estava na escola secundária, voltei pela primeira vez a minha terra natal para passar férias com uma família que fora nossa amiga desde aquela época remota. Sei muito bem da abundância de impressões que se apossou de mim nessa ocasião. Mas vejo agora que terei que contar-lhe um longo trecho de minha história: ele é pertinente a isso e o senhor mesmo o suscitou com sua pergunta. Portanto, escute. Meus pais eram originalmente pessoas abastadas e que, imagino, viviam com bastante conforto naquele cantinho de província. Quando eu tinha cerca de três anos, o ramo industrial em que meu pai trabalhava sofreu uma catástrofe. Ele perdeu todos os seus bens e fomos forçados a deixar a localidade, mudando-nos para uma cidade grande. Seguiram-se alguns anos longos e difíceis, dos quais, parece-me, nada é digno de ser lembrado. Nunca me senti realmente à vontade na cidade. Acredito agora que nunca me livrei da saudade dos lindos bosques próximos de nossa casa, onde (como me diz uma de minhas recordações daqueles dias) eu costumava fugir de meu pai, quase antes mesmo de aprender a andar. Aquelas férias aos dezessete anos foram minhas primeiras férias no campo e, como já disse, hospedei-me com uma família da qual éramos amigos e que tinha conseguido uma grande ascensão social desde nossa mudança. Pude comparar o conforto reinante por lá com nosso próprio estilo de vida em casa, na cidade. Mas não adianta continuar a fugir do assunto: devo admitir que houve outra coisa que me excitou poderosamente. Eu estava com dezessete anos e na família com que me hospedei havia uma filha de quinze anos, por quem me apaixonei imediatamente. Esse foi meu primeiro amor, e foi bastante intenso, mas eu o mantive em completo segredo. Passados alguns dias, a menina voltou a sua escola (de onde também viera passar férias em casa), e foi essa separação, depois de um contato tão breve, que realmente levou minha saudade ao auge. Passei muitas horas em caminhadas solitárias pelos bosques adoráveis que havia redescoberto, e passava o tempo construindo castelos no ar. Curiosamente, eles não se relacionavam com o futuro, mas procuravam melhorar o passado. Que bom se a bancarrota não tivesse ocorrido! Ah, se eu tivesse ficado e crescido no campo, e me tornado forte como os rapazes da casa, os irmãos de minha amada! E se tivesse seguido a profissão de meu pai, e finalmente casado com ela, pois a teria conhecido intimamente por todos aqueles anos! É claro que eu não tinha a menor dúvida de que, nas circunstâncias criadas por minha imaginação, eu a teria amado tão apaixonadamente quanto de fato me parecia amá-la nessa época. É estranho, porque agora, quando a vejo vez por outra - ela se casou com uma pessoa daqui - ela me é extraordinariamente indiferente. No entanto, lembro-me muito bem que, durante um bom tempo depois disso, eu era afetado pela cor amarela do vestido que ela estava usando quando nos encontramos pela primeira vez, em toda parte onde visse a mesma cor.
Isso soa muito parecido com seu comentário entre parênteses de que você não gosta mais do dente-de-leão comum. Não acha que pode haver uma ligação entre o amarelo do vestido da menina e o amarelo ultranítido das flores em sua cena infantil? |Cf. nota de rodapé 3, ver em [1].|
-É possível, mas não era o mesmo amarelo. O vestido era mais de um marrom-amarelado, mais parecido com a cor do goivo. Mas posso dar-lhe pelo menos uma idéia intermediária que talvez lhe seja útil. Numa ocasião posterior, quando estava nos Alpes, vi como certas flores que têm uma coloração clara nas planícies adquirem tons mais escuros em grandes altitudes. Se não estou muito equivocado, encontra-se freqüentemente, nas regiões montanhosas, uma flor muito semelhante ao dente-de-leão, mas que é amarelo-escura, o que coincidiria exatamente com a cor do vestido da jovem de quem eu tanto gostava. Mas ainda não terminei. Vou lhe falar agora de uma segunda ocasião que avivou em mim certas impressões da infância, e que data de época não muito distante da primeira. Eu tinha dezessete anos quando revi minha cidade natal. Três anos depois, durante as férias, fui visitar meu tio e reencontrei seus filhos, que tinham sido meus primeiros parceiros de brincadeiras - os mesmos dois primos, o menino um ano mais velho que eu a a menina de minha idade, que aparecem na cena infantil com os dentes-de-leão. Essa família deixara minha cidade natal na mesma época que nós e prosperara numa cidade muito distante.
E você voltou a se apaixonar - dessa vez por sua prima -, e se entregou a um novo grupo de fantasias?
-Não, dessa vez as coisas foram diferentes. Nessa época eu estava na universidade e era escravo de meus livros. Não me sobrava nada para minha prima. Tanto quanto posso perceber, não tive nenhuma fantasia semelhante nessa ocasião. Mas creio que meu pai e meu tio haviam arquitetado um plano pelo qual eu deveria trocar o tema obscuro de meus estudos por alguma coisa de maior valor prático, estabelecer-me, depois de concluir meus estudos, no lugar onde meu tio morava, e desposar minha prima. Sem dúvida, quando perceberam o quanto eu estava absorto em minhas próprias intenções, o plano foi abandonado; mas imagino que eu certamente me dera conta de sua existência. Só mais tarde, quando já era um cientista inexperiente, duramente pressionado pelas exigências da vida, e quando tive que aguardar muito tempo até conseguir uma colocação aqui, é que devo ter pensado, algumas vezes, que meu pai tivera boas intenções ao planejar aquele casamento, para compensar a perda em que a catástrofe inicial tinha envolvido toda a minha existência.
Nesse caso, tendo a acreditar que a cena infantil que estamos examinando tenha emergido nessa época, quando você estava lutando pelo pão de cada dia - desde, naturalmente, que você possa confirmar minha idéia de que foi durante esse mesmo período que teve seu primeiro contato com os Alpes.
-Sim, é isso mesmo: o montanhismo era o único divertimento que eu me permitia nessa época. Mas ainda não consigo acompanhar seu raciocínio.
Já chego lá. O elemento que você mais enfatizou em sua cena infantil foi o fato de o pão feito no interior ter um sabor tão delicioso. Parece claro que essa representação, que equivalia quase a uma alucinação, correspondia a sua fantasia na vida confortável que teria levado se tivesse ficado no campo e casado com aquela moça |de vestido amarelo| - ou, em linguagem simbólica, de como seria doce o sabor do pão pelo qual você vinha tendo de lutar tão arduamente nos últimos anos. Também o amarelo das flores aponta para essa mesma moça. Mas há ainda alguns elementos da cena infantil que só podem estar relacionados com a segunda fantasia - a de desposar sua prima. Jogar fora as flores em troca do pão não me parece ser um mau disfarce para o esquema que seu pai lhe tinha preparado: você deveria desistir de suas idéias impraticáveis e dedicar-se a uma ocupação “pão com manteiga”, não é mesmo?
-Então, parece que combinei os dois conjuntos de fantasias sobre como minha vida poderia ter sido mais fácil: de um lado, o “amarelo” e o “pão feito no campo” e, de outro, as flores jogadas fora e as pessoas reais envolvidas.
Sim. Você projetou as duas fantasias uma na outra e fez delas uma lembrança infantil. O elemento das flores alpinas constitui, por assim dizer, um selo indicando a data da fabricação. Posso garantir-lhe que as pessoas muitas vezes constroem essas coisas inconscientemente - quase como obras de ficção.
-Mas, se é assim, não houve nenhuma lembrança infantil, apenas uma fantasia recolocada na infância. No entanto, sinto que a cena é autêntica. Como se explica isso?
Em geral, não há nenhuma garantia quanto aos dados produzidos por nossa memória. Mas estou pronto a concordar com você em que a cena é autêntica. Nesse caso, você a selecionou dentre inúmeras outras da mesma espécie ou não, porque, graças a seu conteúdo (em si mesmo irrelevante), ela se prestava bem para representar as duas fantasias, tão importantes para você. Uma recordação como essa, cujo valor reside no fato de representar na memória impressões e pensamentos de uma data posterior cujo conteúdo está ligado a ela por elos simbólicos ou semelhantes, pode perfeitamente ser chamada de “lembrança encobridora”. De qualquer modo, você deixará de se sentir surpreso pela freqüente repetição dessa cena em sua mente. Ela não pode mais ser considerada inocente, já que, como descobrimos, é a conta certa para ilustrar os mais importantes pontos críticos de sua vida, a influência das duas mais poderosas forças motivacionais - a fome e o amor.
-É, ela representou bem a fome. Mas, e o amor?
No amarelo das flores, a meu ver. Mas não posso negar que, nessa sua cena infantil, o amor é representado com muito menos destaque do que eu poderia esperar com base em minha experiência prévia.
-Não, o senhor está enganado. A essência dela é a representação do amor. Agora estou entendendo pela primeira vez. Pense um instante! Tirar as flores de uma menina significa deflorá-la. Que contraste entre o despudor dessa fantasia e minha timidez na primeira ocasião, e minha indiferença na segunda.
Posso assegurar-lhe que a timidez juvenil costuma ter como complemento esse tipo de fantasias despudoradas.
-Mas, nesse caso, a fantasia que se transformou nessas lembranças infantis não seria uma fantasia consciente de que eu pudesse lembrar-me, e sim uma fantasia inconsciente, não é?
Pensamentos inconscientes que são um prolongamento dos pensamentos conscientes. Você pensa consigo mesmo, “Ah, se eu tivesse casado com fulana”, e por trás desse pensamento há um impulso a formar um quadro daquilo em que realmente consiste esse “estar casado”.
-Agora posso prosseguir sozinho. A parte mais sedutora de todo esse assunto para um molecote é o quadro da noite de núpcias. (Que lhe importa o que vem depois?) Mas esse quadro não pode arriscar-se à luz do dia: a atitude predominante de acanhamento e respeito perante a mocinha o mantém suprimido. Assim, ele permanece inconsciente…
E resvala para uma lembrança infantil. Você tem toda razão. É precisamente o elemento grosseiramente sensual da fantasia que explica por que ela não evolui para uma fantasia consciente, devendo antes contentar-se em se transformar alusivamente e sob um disfarce floreado numa cena infantil.
-Mas o que eu gostaria de saber é por que justamente numa cena infantil?
Por sua inocência, talvez. Você seria capaz de imaginar um contraste maior com essas intenções de agressão sexual grosseira do que uma brincadeira infantil? Entretanto, há fundamentos mais gerais que têm uma influência decisiva na promoção do deslizamento dos pensamentos e desejos recalcados para lembranças infantis, pois você constatará que a mesma coisa acontece invariavelmente nos pacientes histéricos. Além disso, é como se a própria recordação do passado remoto fosse facilitada por algum motivo prazeroso: forsan et haec olim meminisse juvabit.
-Sendo assim, perdi toda a confiança na autenticidade da cena dos dentes-de-leão. Eis como vejo tudo isso: nas duas ocasiões em questão, e com o apoio de motivos realistas muito compreensíveis, ocorreu-me o seguinte pensamento: “Se eu tivesse desposado essa ou aquela moça, minha vida se teria tornado muito mais agradável.” A corrente sensual de minha mente se apossou do pensamento contido na prótase e a repetiu em imagens de um tipo capaz de proporcionar a mesma satisfação sensual atual. Essa segunda versão do pensamento permaneceu inconsciente, graças a sua incompatibilidade com a predisposição sexual dominante; mas o próprio fato de permanecer inconsciente permitiu-lhe persistir em minha mente muito depois de as mudanças na situação real se terem desfeito por completo da versão consciente. Segundo uma lei geral, como diz o senhor, a oração que permanecera inconsciente procurou transformar-se numa cena infantil que, por sua inocência, poderia tornar-se consciente. Para isso, ela teve que sofrer uma nova transformação, ou melhor, duas novas transformações. Uma destas eliminou o elemento passível de objeção na prótase, expressando-o figurativamente; a segunda impôs à apódose uma forma passível de representação visual - usando, para esse fim, as representações intermediárias de “pão” e de “ocupações pão-com-manteiga” |prosaicas|. Vejo que, ao produzir uma fantasia como essa, eu estava promovendo, por assim dizer, a realização dos dois desejos recalcados - de defloramento e de conforto material. Mas agora que dei uma explicação tão completa dos motivos que me levaram à produção da fantasia dos dentes-de-leão, não posso deixar de concluir que estou lidando com uma coisa que nunca aconteceu, mas foi injustificada e sub-repticiamente introduzida em minhas lembranças infantis.
Vejo que preciso tomar a defesa da autenticidade dela. Você está indo longe demais. Aceitou minha afirmação de que toda fantasia suprimida dessa espécie tende a deslizar para uma cena infantil. Mas suponha agora que isso não possa ocorrer, a menos que haja um traço mnêmico cujo conteúdo ofereça à fantasia um ponto de contato - como se andasse meio caminho até ela. Uma vez encontrado um ponto de contato desse tipo - no presente caso, foi o defloramento, o retirar as flores -, o conteúdo remanescente da fantasia é remodelado com a ajuda de todos os pensamentos intermediários legítimos - tome o pão como um exemplo -, até que possa encontrar outros pontos de contato com o conteúdo da cena infantil. É muito possível que, no decorrer desse processo, a própria cena infantil também sofra mudanças; considero certo que também é possível promover falsificações da memória dessa maneira. No seu caso, a cena infantil parece apenas ter tido algumas de suas linhas gravadas mais profundamente: pense na ênfase exagerada no amarelo e na qualidade excessivamente saborosa do pão. Mas a matéria-prima era utilizável. Não fosse por isso, não teria sido possível que essa lembrança particular, em vez de quaisquer outras, ganhasse acesso à consciência. Nenhuma cena desse tipo lhe teria ocorrido como uma lembrança infantil, ou talvez lhe ocorresse alguma outra - pois você sabe como é fácil para nossa engenhosidade construir pontes de ligação entre dois pontos quaisquer. E afora seu sentimento subjetivo, que não estou inclinado a subestimar, há mais uma coisa que depõe a favor da autenticidade de sua lembrança dos dentes-de-leão. Ela contém elementos que não foram solucionados pelo que você me disse e que, a rigor, não se coadunam com o sentido requerido pela fantasia. Por exemplo, seu primo ajudando-o a roubar as flores da garotinha - faz algum sentido para você o pensamento de ser ajudado num defloramento? ou o da camponesa e da babá defronte à casa?
-Não que eu possa perceber.
Logo, a fantasia não coincide completamente com a cena infantil. Baseia-se nela apenas em certos pontos, e isso depõe a favor da autenticidade da lembrança infantil.
-O senhor acha que uma interpretação como essa, de uma lembrança infantil aparentemente inocente, é aplicável com freqüência?
Muito freqüentemente, em minha experiência. Que tal nos divertimos verificando se os dois exemplos dados pelos Henris podem ser interpretados como lembranças encobridoras, ocultando experiências e desejos subseqüentes? Refiro-me à lembrança da mesa posta para uma refeição, com uma bacia de gelo sobre ela, que se supôs ter alguma ligação com a morte da avó do sujeito, e à outra lembrança, de uma criança quebrando um galho de árvore durante um passeio e sendo ajudada por alguém.
Ele refletiu um pouco e respondeu:
-Não consigo deduzir coisa alguma da primeira. É muito provável que se trate de um caso de deslocamento em ação; mas é impossível adivinhar os passos intermediários. Quanto ao segundo caso, eu teria condições de fazer uma interpretação, se a pessoa envolvida não fosse um francês.
Não estou acompanhando seu raciocínio. Que diferença isso faz?
-Muita diferença, já que o passo intermediário entre uma lembrança encobridora e aquilo que ela esconde tende a ser fornecido por uma expressão verbal. Em alemão, “quebrar um galho” é uma expressão vulgar muito comum para designar a masturbação. A cena equivaleria, portanto, a recolocar na primeira infância uma tentação a se masturbar - com a ajuda de alguém - efetivamente ocorrida num período posterior. Mesmo assim, isso não se ajusta, pois na cena infantil havia diversas outras pessoas presentes.
Ao passo que a tentação dele a se masturbar deve ter ocorrido na solidão e em segredo. É justamente esse contraste que me inclina a aceitar sua visão: mais uma vez, ele serve para tornar a cena inocente. Você sabe o que significa vermos, num sonho, “uma porção de estranhos”, como acontece tão freqüentemente nos sonhos de nudez em que nos sentimos tão terrivelmente embaraçados? Nada mais, nada menos, do que o sigilo, que ali se expressa novamente por seu oposto. Entretanto, nossa interpretação permanece como uma brincadeira, já que não sabemos se um francês reconheceria uma alusão à masturbação nas palavras casser une branche d’un arbre ou em alguma expressão apropriadamente retificada.
Essa análise, que reproduzi tão acuradamente quanto possível, terá, espero, esclarecido até certo ponto o conceito de “lembrança encobridora” como aquela que deve seu valor enquanto lembrança não a seu próprio conteúdo, mas às relações existentes entre esse conteúdo e algum outro que tenha sido suprimido. É possível distinguir diferentes classes de lembranças encobridoras, conforme a natureza dessa relação. Encontramos exemplos de duas dessas classes entre o que se descreve como as primeiras lembranças da infância - isto é, se incluirmos na categoria de lembranças encobridoras as cenas infantis incompletas, que são inocentes justamente por sua incompletude. Pode-se prever que as lembranças encobridoras também hão de ser formadas de resíduos de lembranças relativas a etapas posteriores da vida. Quem quer que tenha em mente seu traço característico - a saber, que elas são extremamente bem lembradas, mas seu conteúdo é completamente irrelevante - evocará facilmente vários exemplos dessa espécie de sua própria memória. Algumas dessas lembranças encobridoras, versando sobre eventos posteriores da vida, devem sua importância a uma ligação com experiências da juventude que permaneceram suprimidas. Tal ligação é o reverso da existente no caso que analisei, onde uma lembrança infantil foi explicada por experiências posteriores. A lembrança encobridora pode ser descrita como “regressiva” ou “progressiva”, conforme exista uma ou outra relação cronológica entre o encobrimento e a coisa encoberta. De outro ponto de vista, podemos distinguir as lembranças encobridoras positivas das negativas (ou lembranças refratárias), cujo conteúdo estabelece uma relação antitética com o material suprimido. Todo esse assunto merece um exame mais completo, porém devo contentar-me em assinalar que há processos complicados - processos que, aliás, são inteiramente análogos à formação dos sintomas histéricos - envolvidos na construção de nosso estoque de lembranças.
Nossas primeiras lembranças infantis serão sempre um tema de especial interesse, porque o problema mencionado no início deste artigo (o fato de as impressões de maior importância para todo o nosso futuro geralmente não deixarem quaisquer imagens mnêmicas atrás de si) leva-nos a refletir sobre a origem das lembranças conscientes em geral. A princípio, sem dúvida, tendemos a isolar as lembranças encobridoras que são objeto deste estudo como elementos heterogêneos entre os resíduos das recordações infantis. No que concerne às imagens remanescentes, é provável que adotemos o ponto de vista simplista de que elas emergem simultaneamente a uma experiência, como conseqüência imediata da impressão por ela causada, e que, daí por diante, retornam de tempos em tempos, de acordo com as leis de reprodução conhecidas. Uma observação mais minuciosa, entretanto, revela certos traços que não combinam com essa concepção. Há, sobretudo, o seguinte aspecto: na maioria das cenas infantis importantes e, em outros aspectos, incontestáveis, o sujeito se vê na recordação como criança, sabedor de que essa criança é ele mesmo; no entanto, vê essa criança tal como a veria um observador externo à cena. Os Henris chamam devidamente a atenção para o fato de que muitos dos que participaram de sua pesquisa enfatizaram expressamente essa peculiaridade das cenas infantis. Ora, é evidente que tal quadro não pode ser uma repetição exata da impressão originalmente recebida, pois, na época, o sujeito estava em meio à situação e não prestava atenção a si mesmo, mas sim ao mundo externo.
Sempre que numa lembrança o próprio sujeito assim aparecer como um objeto entre outros objetos, esse contraste entre o ego que age e o ego que recorda pode ser tomado como uma prova de que a impressão original foi elaborada. É como se um traço mnêmico da infância se retraduzisse numa forma plástica e visual em época posterior - na época do despertar da lembrança. Mas nenhuma reprodução da impressão original jamais penetrou na consciência do sujeito.
Há um outro fato que proporciona uma prova ainda mais convincente em favor dessa segunda visão. Dentre várias das lembranças infantis de experiências importantes, todas com nitidez e clareza similares, há algumas cenas que, quando verificadas (por exemplo, pelas recordações dos adultos), revelam ter sido falsificadas. Não que sejam completas invenções; são falsas no sentido de terem transposto um acontecimento para um lugar onde ele não ocorreu - é o caso de um dos exemplos citados pelos Henris -, ou de terem fundido duas pessoas numa só, ou substituído uma pela outra, ou então as cenas como um todo dão sinal de serem combinações de duas experiências separadas. A simples imprecisão da recordação não desempenha aqui um papel considerável, em vista do alto grau de intensidade sensorial de que as imagens são dotadas e da eficiência da função da memória nos jovens; a investigação detalhada mostra, antes, que esses falseamentos das lembranças são tendenciosos - isto é, que servem aos objetivos de recalque e deslocamento de impressões abjetáveis ou desagradáveis. Segue-se, portanto, que essas lembranças falsificadas também devem ter-se originado num período da vida em que se tornou possível conferir um lugar na vida mental a esse tipo de conflitos e aos impulsos ao recalcamento - muito posterior, portanto, ao período a que pertence seu conteúdo. Mas também nesses casos a lembrança falsificada é a primeira de que tomamos conhecimento: a matéria-prima dos traços mnêmicos de que a lembrança foi forjada permanece desconhecida para nós em sua forma original.
O reconhecimento desse fato deve reduzir a distinção que traçamos entre as lembranças encobridoras e outras lembranças derivadas de nossa infância. Com efeito, pode-se questionar se temos mesmo alguma lembrança proveniente de nossa infância: as lembranças relativas à infância talvez sejam tudo o que possuímos. Nossas lembranças infantis nos mostram nossos primeiros anos não como eles foram, mas tal como apareceram nos períodos posteriores em que as lembranças foram despertadas. Nesses períodos de despertar, as lembranças infantis não emergiram, como as pessoas costumam dizer; elas foram formadas nessa época. E inúmeros motivos, sem qualquer preocupação com a precisão histórica, participaram de sua formação, assim como da seleção das próprias lembranças.
O RELEITOR (MATTANÓ):
As experiências dos primeiros anos de nossa infância deixam traços inerradicáveis nas profundezas de nossa mente. A partir do sexto ou sétimo ano e em muitos casos depois dos dez anos que nossa vida pode ser reproduzida na memória. Daí em diante, a importância psíquica da experiência e sua retenção na memória tem uma relação direta.
Apenas em certos estados mentais patológicos que torna a deixar de aplicar a relação mantida entre a importância psíquica e sua retenção na memória.
Freud diz em seus estudos que o conteúdo mais frequente das primeiras lembranças na infância são medo, vergonha, incêndios, nascimentos de irmãos e irmãs, etc..Contudo há aqueles indivíduos que relatam eventos cotidianos e irrelevantes como um passeio a pé no qual ele quebrou um galho de árvore. A cena irrelevante foi retida incompletamente, as partes esquecidas continham partes, provavelmente, os elementos da experiência que foram ¨omitidos¨, em vez disso, foram esquecidos.
Há duas forças: a importância da experiência e a resistência.
O processo que estudamos aqui é: conflito, recalcamento e substituição envolvendo uma conciliação.
A lembrança encobridora pode ser descrita como ¨regressiva¨ ou ¨progressiva¨, conforme exista uma ou outra relação cronológica entre o encobrimento e a coisa encoberta, elas podem ser positivas ou negativas (ou lembranças refratárias).
As lembranças da nossa infância são tudo o que nós temos, elas não emergiram, elas foram formadas nessa época, sem qualquer preocupação histórica, participação em sua formação e seleção delas mesmas.
Mattanó especula que podemos encontrar em meio as lembranças encobridoras momentos de niilismo, onde deslumbramos o nada, o vazio das representações, o momento anterior à marca.
MATTANÓ
(19/08/2018)
NOTA AUTOBIOGRÁFICA (1901 |1899|)
NOTA DO EDITOR INGLÊS
(a) EDIÇÃO ALEMÃ:
1901 Em Biographisches Lexicon hervorragender Aerzte des neuzehnten Jahrhunderts |Léxico Biográfico dos Médicos Eminentes do Século XIX|, de J. L. Pagel, Berlim e Viena, Coluna 545.
Parece que essa nota nunca foi reeditada e que esta tradução, de James Strachey, é a primeira em inglês.
As evidências internas mostram que esta nota deve ter sido escrita no outono de 1899. É interessante por mostrar a visão que Freud supunha ter adotado sobre suas atividades às vésperas da publicação da obra que iria revolucionar sua posição no mundo científico. As numerosas abreviações do original foram grafadas por extenso.
NOTA AUTOBIOGRÁFICA
FREUD, SIGM., Viena. Nascido a 6 de maio de 1856, em Freiberg, na Morávia. Estudou em Viena. Aluno de Brücke, o fisiologista. Formatura |grau de médico|, 1881. Aluno de Charcot em Paris, 1885-6. Habilitação |nomeação como Privatdozent|, 1885. Trabalhou como médico e Dozent na Universidade de Viena a partir de 1886. Indicado como Professor Extraordinarius, 1897. Antes disso, Freud produziu textos sobre histologia e anatomia cerebral e, subseqüentemente, trabalhos clínicos sobre neuropatologia; traduziu obras de Charcot e Bernheim. Em 1884, “Über Coca” |“Sobre a Coca”|, artigo que apresentou a cocaína à medicina. Em 1891, Zur Auffassung der Aphasien |Sobre a Interpretação das Afasias|. Em 1891 e 1893, monografias sobre as paralisias cerebrais infantis, que culminaram em 1897 no volume sobre esse assunto no Handbuch de Nothnagel. Em 1895, Studien über Hysterie |Estudos sobre a Histeria| (com o Dr. J. Breuer). Desde então Freud voltou-se para o estudo das psiconeuroses, especialmente da histeria, e numa série de trabalhos mais curtos enfatizou a importância etiológica da vida sexual para as neuroses. Desenvolveu também uma nova psicoterapia da histeria, sobre a qual muito pouca coisa tem sido publicada. Um livro, Die Traumdeutung |A Interpretação dos Sonhos|, está no prelo.
O RELEITOR (MATTANÓ):
Mattanó estudou na Universidade Estadual de Londrina inicialmente no Curso de Ciências Sociais no ano de 1991 abandonando-o no mesmo ano, ingressou no Curso de Comunicação Social no segundo semestre de 1991 e o abandonou em 1993, ano em que ingressou no Curso de Psicologia que só veio a terminar sua formação de licenciado e bacharel em Psicologia pela UEL em 1999, sendo o único aluno do Curso de Psicologia a se formar da sua turma naquela formatura no Ginásio do Colégio Marista de Londrina no segundo semestre de 1999, na cerimônia de formatura foram convidados os homenageados que não compareceram a formatura de Osny Mattanó Júnior.
MATTANÓ
(19/08/2018)
BIBLIOGRAFIA E ÍNDICE DE AUTORES
|Os títulos de livros e periódicos aparecem grifados; os títulos de artigos, entre aspas. As abreviaturas estão de acordo com a World List of Scientific Periodicals (Londres, 1952). Outras abreviaturas usadas neste volume serão encontradas na Lista ao final desta bibliografia. Os números em negrito referem-se a volumes; os comuns, a páginas. No caso dos títulos de Freud, as letras adicionais às datas de publicação estão de acordo com os títulos correspondentes na bibliografia completa dos escritos de Freud a ser incluída no último volume da Edição Standard Brasileira.
Quanto aos autores não-técnicos e aos autores técnicos dos quais não se menciona nenhuma obra específica, ver o Índice Remissivo.|
BEARD, G. M. (1881) American Nervousness, its Causes and Consequences, Nova York.
(1884) Sexual Neurasthenia (Nervous Exhaustion), its Hygiene, Causes, Symptoms and Treatment, Nova York.
BERNHEIM, H. (1886) De la suggestion et de ses applications à la therapeutique Paris.
(1891) Hypnotisme, suggestion et psychothérapie: études nouvelles, Paris.
BREUER, J. e FREUD, S. (1893) Ver FREUD, S. (1893a)
(1895) Ver FREUD, S. (1895d)
BRUN, R. (1936) “Sigmund Freuds Leistungen auf dem Gebiete der organischen Neurologie”, Schweiz. Arch. Neurol. Psychiat., 37, 200.
CHARCOT, J.-M. (1887) Leçons sur les maladies du système nerveux, Vol. III, Paris.
(1888) Leçons du mardi, 1887-8, Paris.
(1889) Leçons du mardi, 1888-9, Paris.
(1886-90) Oeuvres complètes (9 vols.), Paris.
DARKSCHEWITSCH, L. (1886) Ver FREUD, S. (1886b)
ERLENMEYER, F. A. (1885) Crítica das concepções de Freud sobre a cocaína, Zbl. Nervenheilk., 8.
(1886) “Über Cocainsucht”, Wien med. Pr., 27, Col. 918.
(1887) Die Morphiumsucht und ihre Behandlung, 3ª ed., Berlim, Leipzig e Neuwied.
FISHER, J. (1955) Bird Recognition III, Penguin Books.
FLIESS, W. (1892) Neue Beitraege und Therapie der nasalen Reflexneurose, Viena.
(1893) Die nasale Reflexneurose”, Verhandlungen des Kongresses für innere Medizin, Wiesbaden, 384.
FREUD, S. (1877a) “Über den Ursprung der hinteren Nervenwurzeln im Rückenmarke von Ammocoetes (Petromyzon Planeri)”. S. B. Akad. Wiss. Wien (Math.- Naturwiss. Kl.), III Abt., 75, 15.
(1877b) “Beobachtungen über Gestaltung und feineren Bau der als Hoden beschriebenen Lappenorgane des Aals”, S. B. Akad. Wiss. Wien (Math.-Naturwiss.Kl.), I Abt., 75, 419.
(1878a) “Über Spinalganglien und Rückenmark des Petromyzon”, S. B. Akad. Wiss. Wien (Math.-Naturwiss. Kl.), III Abt., 78, 81.
(1879a) “Notiz über eine Methode zur anatomischen Praeparation des Nervensystems”, Zbl. med. Wiss., 17, Nº 26, 468.
(1882a) “Über den Bau der Nervenfasern und Nervenzellen beim Flusskrebs”, S. B. Akad. Wiss. Wien (Math.-Naturwiss, Kl.), III Abt., 85, 9.
(1884a) “Ein Fall von Hirnblutung mit indirekten basalen Herdsymptomen bei Scorbut”, Wien, med. Wschr., 34, Nº 9, 244 e 10, 276.
(1884b) “Eine neue Methode zum Studium des Faserverlaufes im Centralnervensystem”, Zbl, med. Wiss., 22, Nº 11, 161.
(1884c) “A New histological Method for the Study of Nerve-Tracts in the Braim and Spinal Cord” |em inglês|, Brain, 7, 86.
(1884d) “Eine neue Methode zum Studium des Faserverlaufes im Centralnervensystem”, Arch. Anat. Physiol., Lpz., Anat. Abt., 453.
(1884e) “Über Coca”, Zbl. ges. Ther., 2, 289.
|Trad. (resumida): “Coca”, St Louis Med. surg. J., 47, 502.|
(1884f) |1882|) “Die Struktur der Elemente des Nervensystems”, Jb. Psychiat. Neurol., 5, Heft 3, 221.
(1885a) “Beitrag zur Kenntnis de Cocawirkung”, Wien. med. Wschr., 35, Nº 5, 129.
(1885b) “Über die Allgemeinwirking de Cocaiens”, med.-chir. Zbl., 20, Nº 32, 374.
(1885c) “Ein Fall von Muskelatrophie mit ausgebreiteten Sensibilitaetsstoerungen (Syrigomyelie)”, Wien, med. Wschr., 35, Nº 13, 389, e 14, 325.
(1885d) “Zur Kenntnis der Olivenzwischenschicht”, Neurol. Zbl., 4, Nº 12, 268.
(1885e) “Gutachten über das Parke Cocaien”, in Gutt, “Über die verschiedenen Cocaien-Praeparate und deren Wirkung”, Wien. med. Pr., 26, Nº 32, 1036.
(1886a) “Akute multiple Neuritis der spinalen und Hirnnerven”, Wien. med. Wschr., 36, Nº 6, 168.
(1886b) Com DARKSCHEWITSCH, L., “Über die Beziehung des Strickkoepers zum Hinterstrang und Hinterstrangskern nebst Bemerkungen über zwei Felder der Oblongata”, Neurol. Zbl., 5, Nº 6, 121.
(1886c) “Über den Ursprung des Nervus acusticus”, Mschr. Ohrenheilk., Neue Folge, 20, Nº 8, 245, e 9, 277.
(1886d) “Beobachtung einer hochgradien Hemianaesthesie bei einem hysterischen manne (Beitraege zur Kasuistik der Hysterie I)”, Wien. med. Wschr., 36, Nº 49, 1633.
|Trad.: “Observação de um Caso Grave de Hemianestesia num Homem Histérico”. Ed. Standard, 1.|
(1886f) Tradução com Prefácio e Notas de Rodapé de Leçons sur les maladies du système nerveux, Vol. III, de J.-M. Charcot, Paris, 1887, sob o título Neue Vorlesungen über die Krankheiten des Nervensystems insbesonder über Hysterie, Viena.
|Trad.: Prefácio e Notas de Rodapé à tradução das Conferências sobre as Doenças do Sistema Nervoso, de J.-M. Charcot, Ed. Standard, 1.|
(1887d) “Bemerkungen über Cocainsucht und Cocainfurcht, mit Beziehung auf einen Vortrag W. A. Hammonds’s”, Wien. med. Wschr., 37, Nº 28, 929.
(1888a) “Über Hemianopsie im frühesten Kindesalter”, Wien, med. Wschr., 38, Nº 32, 1081, e 33, 1116.
(1888b) “Aphasie”, “Gehirn”, “Hysterie” e “Hysteroepilpsie” em Handwoerterbuch der gesamten Medizin, 1, de Villaret, Stuttgart. (Não assinado, autoria incerta.)
(1888-9) Tradução com Introdução e Notas de De la suggestion et de ses applications à la thérapeutique, de Bernheim, Paris, 1886, sob o título Die Suggestion und ihre Heilwirkung, Viena.
|Trad.: Prefácio à tradução de De la Suggestion, de Bernheim, Ed. Standard, 1.|
(1891a) Com RIE, O., “Klinische Studie über die halbseitige Cerebrallaehmung der Kinder”, Heft III de Beitraege zur Kinderheilkund, org. Kassowitz, Viena.
(1891b) Zur Auffassung der Aphasien, Viena.
|Trad.: On Aphasia, Londres e Nova York, 1953.|
(1892a) Tradução de Hypnotisme suggestion et psychothérapie: études nouvelles, de Bernheim, Paris, 1891, sob o título Neue Studien über Hypnotismus, Suggestion und Psychotherapie, Viena.
(1892-3) “Ein Fall von hypnotischer Heilung nebst Bemerkungen über die Entstehung hysterischer Symptome durch den ‘Gegenwillen’”, G. S., 1, 258; G. W., 1, 3.
|Trad.: “A Case of Successful Treatment by Hypnotism”, C. P., 5, 33; “Um Caso de Cura pelo Hipnotismo”, Ed., Standard, 1.|
(1892-4) Tradução com Prefácio e Notas de Rodapé de Leçons du mardi (1887-8), de J.-M. Charcot, Paris, 1888, sob o título Poliklinische Vortraege, 1, Viena. |Trad.: Prefácio e Notas de Rodapé à tradução de Leçons du mardi, de Charcot, Ed. Standard, 1.|
(1893a) Com BREUER, J., “Über den psychischen Mechanismus hysterischer Phaenomene: Vorlaeufige Mitteilung”, G. S., 1, 7; G. W., 1, 81.
|Trad.: “Sobre o Mecanismo Psíquico dos Fenômenos Histéricos: Comunicação Preliminar”, Ed. Standard, 2.|
(1893d) “Zur Kenntnis der cerebralen Diplegien des Kindesalters (im Anschluss an die Little’sche Krankheit)”, Heft III, Neue Folge, de Beitraege zur Kinderheilkunde, org. Kassowitz, Viena.
(1893c) “Quelques considérations pour une étude comparative des paralysies motrices organiques et hystériques” |em francês|, G. S., 1, Nº 8, 1-7.
|Trad.: “Some Points for a Comparative Study of Organic and Hysterical Motor Paralyses”, C. P. 1, 42; “Considerações para um Estudo Comparativo das Paralisias Motoras Orgânicas e Histéricas”, Ed. Standard, 1.|
(1893d) “Über familiaere Formen von cerebralen Diplegien”, Neurol. Zbl., 12, Nº 15, 512, e 16, 542.
(1893e) “Les diplégies cérébrales infantiles” |em francês|, Rev. neurol., 1, Nº 8, 177.
(1893f) “Charcot”, G. S., 1, 243; G. W., 1, 21.
|Trad.: “Charcot”, C. P. 1, 9; Ed. Standard, 3.|
(1893g) “Über ein Symptom, das haeufig die Enuresis nocturna der Kinder begleitet”, Neurol. Zbl., 12, Nº 21, 735.
(1893h) Vortrag “Über den psychischen Mechanismus hysterischer Phaenomene” |relatório taquigrafado revisto pelo conferencista|, Wien. med. Pr., 34, Nº 4, 121, e 5, 165.
|Trad.: Conferência “On the Psychical Mechanism of Hysterical Phenomena”, Int. J. Psycho-Anal., 37, 8; “Sobre o Mecanismo Psíquico dos Fenômenos Histéricos: Uma Conferência”, Ed. Standard, 3.|
(1894a) “Die Abwehr-Neuropsychosen”, G. S., 1, 290; G. W., 1, 59.
|Trad.: “The Neuro-Psychoses of Defence”, C. P., 1, 59; “As Neuropsicoses de Defesa”, Ed. Standard, 3.|
(1895b) |1894| “Über die Berechtigung, von der Neurasthenie einen bestimmten Symptomenkomplex als ‘Angstneurose’ abzutrennen”. G. S. 1, 306; G. W., 1, 315.
|Trad.: “On the Grounds for Detaching a Particular Syndrome from Neurasthenia under the Description ‘Anxiety Neurosis”, C. P. 1, 76, “Fundamentos para Destacar da Neurastenia uma Síndrome Específica Denominada ‘Neurose de Angústia’.” Ed. Standard, 3.|
(1895c) |1894|) “Obsessions et phobies” |em francês|, G. S., 1, 334; G. W., 1, 345.
|Trad.: “Obsessions and Phobias”, C. P., 1, 128; “Obsessões e Fobias”. Ed. Standard, 3.|
(1895d) Com BREUER, J., Studien über Hysterie, Viena. G. S., 1, 3; G. W., 1, 77, (omitindo as contribuições de Breuer).
|Trad.: Estudos sobre a Histeria, Ed. Standard, 2. Incluindo as contribuições de Breuer.|
(1895e) “Über die Bernhardt’sche Sensibilitaetsstoerung am Oberschenkel”, Neurol. Zbl., 14, Nº 11, 491.
(1895f) “Zur Kritik der ‘Angstneurose’”, G. S., 1, 343; G. W., 1, 357.
|Trad.: “A Reply to Criticisms of my Paper on Anxiety Neurosis”, C. P., 1, 107; “Resposta às Críticas a meu Artigo sobre a ‘Neurose de Angústia’”, Ed. Standard, 3.|
(1896a) “L’hérédité et l’étiologie des névroses” |em francês|, G. S., 1, 388; G. W., 1, 407.
|Trad.: “Heredity and the Aetiology of the Neuroses”, C. P, 1, 138; “A Hereditariedade e a Etiologia das Neuroses”, Ed. Standard, 3.|
(1896b) “Weitere Bemerkungen über die Abwehr-Neuropsychosen”, G. S., 1, 363; G. W., 1, 379.
|Trad.: “Further Remarks on the Neuro-Psychoses of Defence”, C. P., 1, 155; “Observações Adicionais sobre as Neuropsicoses de Defesa”, Ed. Standard, 3.|
(1896c) “Zur Aetiologie der Hysterie”, G. S., 1, 404; G. W., 1, 425.
|Trad.: “The Aetiology of Hysteria”, C. P., 1, 183; “A Etiologia da Histeria”, Ed. Standard, 3.|
(1897a) Die infantile Cerebrallaehmung, II Theil, II Abt. de Specielle Pathologie und Therapie, 9, de Nothnagel, Viena.
(1897b) Inhaltsangaben der wissenschaftlichen Arbeiten des Privatdozenten Dr. Sigm. Freud (1877-1897), Viena. G. W., 1, 463.
|Trad.: Sinopses dos Escritos Científicos do Dr. Sigm. Freud (1877-1897), Ed. Standard, 3.|
(1898a) “Die Sexualitat in der Aetiologie der Neurosen”, G. S., 1, 439; G. W., 1, 491.
|Trad.: “Sexuality in the Aetiology of the Neuroses”, C. P., 1, 220; “A Sexualidade na Etiologia das Neuroses”, Ed. Standard, 3.|
(1898b) “Zum psychischen Mechanismus der Vergesslichkeit”, G. W., 1, 519.
|Trad.: “O Mecanismo Psíquico do Esquecimento”, Ed. Standard, 3.|
(1899a) “Über Deckerinnerungen”, G. S., 1, 465; G. W., 1, 531.
|Trad.: “Screen Memories”, C. P., 5, 47; “Lembranças Encobridoras”, Ed. Standard, 3.|
(1900a) Die Traumdeutung, Viena. G. S., 2-3; G. W., 2-3.
|Trad.: The Interpretation of Dreams, Londres e Nova York, 1955; A Interpretação dos Sonhos, Ed. Standard, 4-5.|
(1901b) Zur Psychopathologie des Alltagslebens, Berlim, 1904, G. S., 4, 3;G. W., 4. |Trad.: Sobre a Psicopatologia da Vida Cotidiana, Ed. Standard, 6.|
(1901c |1899|) Nota Autobiográfica em Biographisches Lexicon hervorragender Aerzte des neuzehnten Jahrhunderts, de J. L. Pagel, Berlim.
|Trad.: Ed. Standard, 3.|
(1904a) “Die Freud’sche psychoanalytische Methode”, G. S., 6, 3; G. W.., 5, 3.
|Trad.: “Freud’s Psycho-Analytic Procedure”, C. P., 1, 264; “O Método Psicanalítico de Freud”, Ed. Standard, 7.|
(1905a) “Über Psychotherapie”, G. S., 6, 11; G. W., 5, 13.
|Trad.: “On Psychotherapy”, C. P., 1, 249; “Sobre a Psicoterapia”, Ed. Standard, 7.|
(1905c) Der Witz und seine Beziehung zum Unbewussten, Viena. G. S., 9. 5; G. W., 6.
|Trad.: O Chiste e sua Relação com o Inconsciente, Ed. Standard, 8.|
(1905d) Drei Abhandlungen zur Sexualtheorie Viena. G. S., 5, 3; G. W., 5, 29.
|Trad.: Three Essays on the Theory of Sexuality, Londres, 1949; Três Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade, Ed. Standard, 7.|
(1905e) |1901|) “Bruchstück einer Hysterie-Analyse”, G. S., 8, 3; G. W., 5, 163.
|Trad.: “Fragment of an Analysis of a Case of Hysteria”, C. P., 3, 13; “Fragmento da Análise de um Caso de Histeria”, Ed. Standard, 7.|
(1906a) “Meine Ansichten über die Rolle der Sexualitaet in der Aetiologie der Neurosen”, G. S., 5, 123; G. W., 5, 149.
|Trad.: “My Views on the Part played by Sexuality in the Aetiology of the Neuroses”, C. P., 1, 272; “Minha Visão do Papel desempenhado pela Sexualidade na Etiologia da Neurose”, Ed. Standard, 7.|
(1906b) Prefácio a Sammlung kleiner Schriften zur Neurosenlehre aus dens Jahren 1893-1906, de Freud, G. S., 1, 241; G. W., 1, 557.
|Trad.: Prefácio aos Escritos Breves de Freud de 1893 a 1906, Ed. Standard, 3.| (1906c) “Tatbestandsdiagnostik und Psychoanalyse”, G. S., 10, 197; G. W., 7, 3.
|Trad.: “Psycho-Analysis and the Establishment of the Facts in Legal Proceedings”, C. P. 2, 13; “A Psicanálise e a Determinação dos Fatos nos Processos Jurídicos”, Ed. Standard, 9.|
(1908d) “Die ‘kulturelle’ Sexualmoral und die moderne Nervositaet”, G. S., 5, 143; G. W., 7, 143.
|Trad.: “’Civilized’ Sexual Morality and Modern Nervous Illness”, C. P., 2, 76; “Moral Sexual ‘Civilizada’ e Doença Nervosa Moderna”, Ed. Standard, 9.|
(1909a) “Allgemeines über den hysterischen Anfall”, G. S., 5, 255; G. W., 7, 235.|Trad.: “Some General Remarks on Hysterical Attacks”, C. P., 2, 100; “Observações Gerais sobre os Ataques Histéricos”, Ed. Standard, 9.|
(1909d) “Analyse der Phobie eines fünfjaehrigen Knaben”, G. S., 8, 129; G. W., 7, 243.
|Trad.: “Analysis of a Phobia in a Five-Year-Old Boy”. C. P., 3, 149; “Análise de uma Fobia num Menino de Cinco Anos”, Ed. Standard, 10.|
(1909d) “Bemerkungen über einen Fall von Zwangsneurose”, G. S., 8, 269; G. W., 7, 381.
|Trad.: “Notes upon a Case of Obessional Neurosis”, C. P., 3, 293; “Notas sobre um Caso de Neurose Obsessiva”, Ed. Standard, 10.|
(1910a |1909|) Über Psychoanalyse, Viena. G. S., 4, 349; G. W., 8, 3.
|Trad.: “Five Lectures on Psycho-Analysis”, Amer. J. Psychol., 21 (1910), 181; “Cinco Lições de Psicanálise”. Ed. Standard, 11.|
(1910d) “Die zukünftigen Chancen der psychoanalytischen Therapie”, G. S., 6, 25; G. W., 8, 104.
|Trad.: “The Future Prospects of Psycho-Analytic Therapy”, C. P., 2, 285; “Perspectivas Futuras da Terapia Psicanalítica”, Ed. Standar, 11.|
(1910k) “Über ‘wilde’ Psychoanalyse”, G. S., 6, 37; G. W., 8, 118.
|Trad.: “’Wild’ Psycho-Analysis”, C. P.., 2, 297; “Psicanálise ‘selvagem’”, Ed. Standard, 11.|
(1911b) “Formulierungen über die zwei Prinzipien des psychischen Geschehens”, G. S., 5, 409; G. W., 8, 230.
|Trad.: “Formulations on the Two Principles of Mental Functioning”, C. P., 4, 13; “Formulações sobre os Dois Princípios do Funcionamento Psíquico”, Ed. Standard, 12.|
(1912f) “Zur Onanie-Diskussion”, G. S., 3, 324; G. W., 8, 332.
|Trad.: “Contribuições para um Debate sobre a Masturbação”, Ed. Standard, 12.|
(1913i) “Die Disposition zur Zwangsneurose”. G. S., 5, 277; G. W., 8, 442.
|Trad.: “The Disposition to Obsessional Neurosis”, C. P., 2, 122; “A Predisposição à Neurose Obsessiva”, Ed. Standard, 12.|
(1914c) “Zur Einführung des Narzissmus”, G. S., 6, 155; G. W., 10, 138.
|Trad.: “On Narcissism: and Introduction”, C. P., 4, 30; “Sobre o Narcisismo: Introdução”. Ed. Standard, 14|.
(1914d) “Zur Geschichte der psychoanalytischen Bewegung”, G. S., 4, 411; G. W., 10, 44.
|Trad.: “On the History of the Psycho-Analytic Movement”, C. P., 1, 287; “Sobre a História do Movimento Psicanalítico”, Ed. Standard, 14.|
(1915c) “Triebe und Triebschicksale”, G. S., 5, 443; G. W., 10, 210.
|Trad.: “Instincts and their Vicissitudes”, C. P., 4, 60; “As Pulsões e suas Vicissitudes”, Ed. Standard, 14.|
(1915d) “Die Verdraengung”, G. S., 5, 466; G. W., 10, 248.
|Trad.: “Repression”, C. P., 4, 84; “O Recalcamento”, Ed. Standard, 14.|
(1915e) “Das Unbewusste”, G. S., 5, 480; G. W., 10, 264.
|Trad.: “The Unconscious”, C. P., 4, 98; “O Inconsciente”, Ed. Standard, 14.|
(1916-17) Vorlesungen zur Einführung in die Psychoanalyse, Viena. G. S., 7; G. W., 11.
|Trad.: Introductory Lectures on Psycho-Analysis, ed. revista, Londres, 1929 (A General Introduction to Psychoanalysis, Nova York, 1935); Conferências Introdutórias sobre Psicanálise, Ed. Standard, 15-16.|
(1918b |1914|) “Aus der Geschichte einer infantilen Neurose”, G. S., 8, 439; G. W., 12, 29.
|Trad.: “From the History of an Infantile Neurosis”, C. P., 3, 473; “História de uma Neurose Infantil”, Ed. Standard, 17.|
(1920g) Jenseits des Lustprinzips, Viena. G. S., 6, 191; G. W., 13, 3.
|Trad.: Beyond the Pleasure Principle, Londres, 1961; Além do Princípio do Prazer, Ed. Standard, 18.|
(1921c) Massenpsychologie und Ich-Analyse, Viena. G. S., 6, 261; G. W., 13, 73.
|Trad.: Group Psychology and the Analysis of the Ego, Londres, 1959; Nova York, 1960; Psicologia das Massas e Análise do Ego, Ed. Standard, 18.|
(1923a) “’Psychoanalyse’ und ‘Libido Theorie’”, G. S., 11, 201; G. W., 13, 211.
|Trad.: “Two Encyclopaedia Articles”, C. P., 5, 107; “Dois Verbetes de Enciclopédia”, Ed. Standard, 18.|
(1923b) Das Ich und das Es, Viena. G. S., 6, 353; G. W., 13, 237.
|Trad.: The Ego and the Id, Londres, 1927; O Ego e o Id, Ed. Standard, 19.|
(1923c) “Bemerkungen zur Theorie und Praxis der Traumdeutung”, G. S., 3, 305; G. W., 13, 301.
|Trad.: “Remarks on the Theory and Practice of Dream-Interpretation“, C. P., 5, 136; “Observações sobre a Teoria e a Prática da Interpretação do Sonho”, Ed. Standard, 19.|
(1923d) “Eine Teufelsneurose im siebzehnten Jahrhundert”, G. S., 10, 409; G. W., 13, 317.
|Trad.: “A Seventeenth Century Demonological Neurosis”, C. P., 4, 436; “Uma Neurose Demoníaca do Século XVII”, Ed. Standard, 19.|
(1924a) Carta |em francês| a le Disque Vert, G. S., 11, 266; G. W., 13, 446. |Trad.: Ed. Standard, 19.|
(1924b) “Neurose und Psychose”, G. S., 5, 418; G. W., 13, 387.
|Trad.: “Neurosis and Psychosis”, C. P., 2, 250; “Neurose e Psicose” Ed. Standard, 19.|
(1924c) “Das oekonomische Problem des Masochismus”, G. S., 5, 374; G. W., 13, 371.
|Trad.: “The Economic Problem of Masochism”, C. P., 2, 255; “O Problema Econômico do Masoquismo”, Ed. Standard, 19.|
(1924e) “Die Realitaetsverlust bei Neurose und Psychose”, G. S., 6, 409; G. W., 13, 363.
|Trad.: “The Loss of Reality in Neurosis and Psychosis”, C. P., 2, 277; “A Perda da Realidade na Neurose e na Psicose”, Ed. Standard, 19.|
(1925d) |1924|) Selbstdarstellung, Viena, 1934. G. S., 11, 119; G. W., 14, 33.
|Trad.: An Autobiographical Study, Londres, 1935 (Autobiography, Nova York, 1935); “Um Estudo Autobiográfico”, Ed. Standard, 20.|
(1926d) Hemmung, Symptom und Angst, Viena. G. S.., 11, 23; G. W., 14, 113.
|Trad.: Inhibitions, Symptoms and Anxiety, Londres, 1960 (The Problem of Anxiety, Nova York, 1936); Inibição, Sintoma e Angústia, Ed. Standard, 20.|
(1926e) Die Frage der Laienanalyse, Viena. G. S., 11, 307; G. W., 14, 209.
|Trad.: The Question of Lay Analysis, Londres, 1947; A Questão da Análise Leiga, Ed. Standard, 20.|
(1926f) Artigo na Encyclopaedia Britannica |publicado como “Psycho-Analysis: Freudian School”|, Encyclopaedia Britannica, 13ª ed., Novo Vol. 3, 253, “Psicanálise”, Ed. Standard, 20.|
|Texto alemão: “Psycho-Analysis”, G. S., 12, 372; G. W., 14, 299. Original alemão publicado pela primeira vez em 1934.|
(1927e) “Fetischismus”, G. S., 11, 395; G. W., 14, 311.
|Trad.: “Fetishism”, C. P., 5, 198; “Fetichismo”, Ed. Standard, 21.|
(1930a) Das Unbehagen in der Kultur, Viena. G. S., 12, 29; G. W., 14, 421.
|Trad.: Civilization and its Discontents, Londres e Nova York, 1930; O Mal Estar na Cultura, Ed. Standard, 21.|
(1931b) “Über die weibliche Sexualitaet”, G. S., 12, 120; G. W., 14, 517.
|Trad.: “Female Sexuality”, C. P. 5, 252; “Sexualidade Feminina”, Ed. Standard, 21.|
(1931e) Carta ao Burgomestre de Príbor, G. S., 12, 414; G. W., 14, 561.
|Trad.: Ed. Standard, 21.|
(1937c) “Die endliche und die unendliche Analyse”, G. W., 16, 59.
|Trad.: “Analysis Terminable and Interminable”, C. P., 5, 316; “Análise Terminável e Interminável”, Ed. Standard, 23.|
(1937d) “Konstruktionen in de Analyse”, G. W., 16, 43.
|Trad.: “Constructions in Analysis”, C. P., 5, 358, “Construções em Análise”, E. Standard, 23.|
(1940d |1892|) Com BREUER, J., “Zur Theorie des hysterischen Anfalls”, G. W., 17, 9.
|Trad.: “Ons the Theory of Hysterical Attacks”, C. P., 5, 27; “Sobre a Teoria dos Ataques Histéricos”, Ed. Standard, 1.|
(1940e) |1938|) “Dei Ichspaltung im Abwehrovorgan”, G. W., 17, 59.
|Trad.: “Splitting of the Ego in the Process of Defence”, C. P., 5, 372; “A Divisão do Ego no Processo de Defesa”, Ed. Standard, 23.|
(1941a) |1892|) Carta a Josef Breuer, G. W., 17, 5.
|Trad.: C. P., 5, 25; Ed. Standard, 1.|
(1941b |1892|) “Notiz ‘III’”, G. W., 17, 17.
|Trad.: “III”, C. P., 5, 31; Ed. Standard, 1.|
(1950a |1887-1902|) Aus den Anfaengen der Psychoanalyse, Londres. Inclui “Entwurf einer Psychologie” (1895).
|Trad.: The Origins of Psycho-Analysis, Londres e Nova York, 1954. (Em parte, incluindo o “Projeto para uma Psicologia Científica“, in Ed. Standard, 1.|
(1955a |1907-8|) Relatório Original do Caso de Neurose Obsessiva (o “Homem dos Ratos”, Ed. Standard, 10. Texto alemão não publicado.
(1956a |1886|) “Report on my Studies in Paris and Berlin, on a Travelling Bursary Granted from the University Jubille Fund, 1885-6”, Int. J. Psycho-Anal., 37, 2; “Relatório sobre meus Estudos em Paris e Berlim”, Ed. Standard, 1. |Texto alemão (não publicado): “Bericht über meine mit Universitaets-Jubilaeums Reisestipendium unternommene Studienreise nach Paris und Berlin”.|
(1960a) Briefe 1873-1939 (org. E. L. Freud), Berlim.
|Trad.: Letters 1873-1939 (org. E. L. Freud) (trad. de T. e J. Stern), Nova York, 1960; Londres, 1961.|
GÉLINEAU, J. B. É. (1894) Des peurs maladives ou phobies, Paris.
HAMMOND, W. A. (1886) “Remarks on Cocaine and the so-called Cocaine Habit”, J. nerv. ment. dis., 11, 754.
HECKER, E. (1893) “Über larvirte und abortive Angstzustaende bei Neurasthenie”, Zbl. Nervenheilk, 16, 565.
HENRI, V. e C. (1897) “Enquête sur les premiers souvenirs de l’enfance”, L’annés psychologique, 3, 184.
ICONOGRAPHIE DE LA SALPÊTRIÈRE, 3 (1879-80), Paris.
JANET, PIERRE (1892-4) État mental des hystériques (2 vols.), Paris.
(1893) “Quelquer définitions récentes de l’hystérie”, Arch. neurol., 25, 417, e 26, 1.
JONES, E. (1953) Sigmund Freud: Life and Work, Vol. 1, Londres e Nova York.
(1955) Sigmund Freud: Life and Work, Vol. 2, Londres e Nova York.
KAAN, H. (1893) Der neurasthenische Angstaffekt bei Zwangsvorstellungen und der primordiale Grübelzwang, Viena.
KASSOWITZ, M. (org.) (1890 etc.) Beitraege zur Kinderheilkunde, Viena.
KRAFFT-EBING, R. VON (1867) Beitraege zur Erkennung und richtigen forensischen Beurteilung krankhafter Gemütszustaende für Aerzte, Richter und Verteidiger, Erlangen.
LOEWENFELD, L. (1893) Pathologie und Therapie der Neurasthenie und Hysterie, Wiesbaden.
(1895) “Über die Verknüpfung neurasthenischer und hysterischer Symptome in Anfallsform nebst Bemerkungen über die Freudsche Angstneurose”, Münchener med. Wschr., 42, 282.
(1904) Die psychischen Zwangserscheinungen, Wiesbaden.
(1906) Sexualleben und Nervenleiden, 4ª ed., Wiesbaden.
MOEBIUS, P. J. (1894) Neurologische Beitraege, Vol. 2, Leipzig.
MOLL, A. (1898) Untersuchungen über die Libido sexualis, Vol. 1, Berlim.
NIEMANN, A. (1860) Über eine neue organische Basis in den Cocablaettern, Goettingen.
NOTHNAGEL, H. (org.) (1897) Specielle Pathologie und Therapie, Vol. 9, Viena.
OPPENHEIM, H. (1890) “Thatsaechliches und Hypothetisches über das Wesen der Hysterie”, Berl. klin. Wschr., 27, 553.
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STEKEL, W. (1895) “Koitus im Kindesalter”, Wien. med. Bl., 18, 247.
STRÜMPELL, A. VON (1892) Über die Entstehung und die Heilung von Krankheiten durch Vorstellungen, Erlangen.
TUKE, D. HACK (1894) “Imperative Ideas”, Brain, 17, 179.
VILLARET, A. (org.) (1888, 1891) Handwoerterbuch der gesamten Medizin (2 vols.), Stuttgart.
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WERNICKE, K. (1894) Conferência sobre Psicose de Angústia, relatada em Allg. Z. Psychiat., 51, (1895), 1020.
LISTA DE ABREVIATURAS
G.S. = Freud, Gesammelte Schriften (12 vols.), Viena, 1924-34.
G.W. = Freud, Gesammelte Werke (18 vols.), Londres, a partir de 1940.
C.P. = Freud, Collected Papers (5 vols.), Londres, 1924-50.
Ed. Standard = Freud, Edição Standard (24 vols.), Rio de Janeiro, a partir de 1970.
S.K.S.N. = Freud, Sammlung kleiner Schriften zur Neurosenlehre (5 vols.),
Viena, 1906-22.
S.P.H. = Freud, Selected Papers on Hysteria and Other Psychoneuroses,
Nova York, 1909-20.