FENÔMENOS PARANORMAIS DE CONHECIMENTO (2021)
Osny Mattanó Júnior.
SEGUNDA PARTE
FENÓMENOS "PARANORMAIS" DE CONHECIMENTO
A ciência lança-se à investigação163
Aberta ao conhecimento a fronteira extra-sensorial 187
PG abraça todo o mundo209
Classificação215
Causas "normais" das precognições aparentes . .219
Causas parapsicológicas das precognições aparentes.. 231
18- PRECOGNIÇÃO
Conhecimento direto do futuro247
Os limites temporais do conhecimento extra-sensorial277
TERCEIRA PARTE
FENÓMENOS TELEPÁTICOS
Um desafio à investigação 309
Classificações práticas 329
Psi-Gamma perscruta os mais ocultos segredos .... ..... ...331
A parapsicologia desvenda o mistério347
Aparições dos mortos ou fenómenos parapsicológicos? ..........„.. 363
Sugestões telepáticas submetidas à análise..... 377
Do laboratório tenta-se dirigir os planos alheios 387
403
BRUXOS E MAGOS NA HISTÓRIA
Fatos extraordinários chamam a atenção da humanidade desde os tempos mais antigos. — Persas, hindus etc. conheciam e praticavam a adivinhaçäo — Primeiros contatos do Cristianismo com as "artes ocultas". — A espantosa estatística das fogueiras com carne humana.
A comprovação e conseguinte análise de certos fatos extraordinários da vida do homem, fatos que talvez se devam a forças naturais ocultas, do próprio homem, ocupa lugar proeminente na moderna investigação científica. Durante séculos e séculos tem sido ignorada pela ciência a explicação profunda desses prodígios e mesmo o veredicto sobre a sua existência. São tão antigos como a própria humanidade. Reais ou imaginários, naturais ou atribuídos a forças superiores, sempre ocuparam a atenção e a curiosidade dos homens.
Mattanó aponta que a espantosa curiosidade humana pelo desconhecido e pelo sobrenatural atravessa toda a história da humanidade e de sua evolução e ancestralidade, incluindo fenômenos de origem extraterrestre que estão marcados em desenhos e figuras que testemunham esses acontecimentos desde a nascente humana e como era a sua relação com esses objetos celestes que ocuparam a atenção e a curiosidade dos homens. Contudo não somente isto tomou forma na vida individual e social ou comunitária do ser humano, mas também os sonhos, os rituais, os mitos, a loucura, a política, a filosofia, a sociologia e a religião e a família, o trabalho, a caça, a luta, a educação, a agricultura, a pesca, a coleta, as tribos, as cidades, os reinados, Deus e as Escrituras, as Sagradas Escrituras.
(MATTANÓ; 28/01/2021)
A Parapsicologia de Mattanó entende que tudo no meio ambiente tem suas leis como S – R – C, estímulo – resposta – consequência, onde o S que produz R e C pode ser um selecionado de um contexto de um rito, mito, filosofia, sociologia, religião, educação, loucura, política, trabalho, escola, etc., da mesma forma que um agente externo que entra em contato com o organismo e este o assimila e o acomoda ou sofre o processo de entropia e neguentropia, ou seja, organização e reorganização diante do S externo que passa a pertencer ao próprio organismo através da R e do processo S – R – C, ou seja, da funcionalidade que pode ser entendida como propõe Mattanó: Ctx – S – R – C – NCtx, ou seja, contexto – estímulo – resposta – consequência – novo contexto, assim um Ctx (rito) produz S – R – C – NCtx (mensagem), ou um Ctx (educação) produz S – R – C – NCtx (conhecimento), ou um Ctx (sociologia) produz S – R – C – NCtx (convivência), etc.. Estes fenômenos passam a fazer parte do próprio organismo, da sua mente e do seu comportamento.
Osny Mattanó Júnior
Londrina, 29 de janeiro de 2021.
REMOTA ANTIGCIDADE — Os povos mais antigos, como os babilónios, os persas, os etruscos, praticavam a adivinhação e "evocavam os espíritos dos mortos". Mas säo poucos os vestígios históricos que possuímos desses povos tão antigos.
BÍBLIA E MAGIA — Nos livros históricos da Bíblia, considerados agora apenas sob esse ponto de vista, temos numerosíssimas alusões a prodígios. Tais são, por exemplo, as fantásticas maravilhas realizadas pelos magos do Faraó, em luta com Moisés e Arão, até que os magos do Faraó se renderam ante os chefes do povo hebreu, dizendo: "O dedo de Deus está aqui". 0 caso do rei Nabucodonosor convertido em fera, prenúncio da abundante literatura posterior sobre os lobisomens. José tem sonhos precognitivos e interpreta os sonhos também proféticos do Faraó. Até os Evangelhos nos relatam sonhos precognitivos, como o da mulher de Pilatos. A Pitonisa de Endor Uevoca" ante o rei Saul o profeta Samue1. etc.
Os textos da Bíblia em que se condena a adivinhação, o espiritismo, a feitiçaria são numerosíssimos e nos indicam que essas práticas deviam ser então muito freqüentes. Lê-se, por exemplo: "Não se ache entre vós quem pretenda purificar seu filho ou filha fazendo-o passar pelo fogo, quem consulte adivinhos ou observe sonhos e augúrios aos pitões ou adivinhos, nem quem indague dos mortos a verdade. Porque todas estas coisas abomina o Senhor e por semelhantes maldades exterminará Ele estes povos à tua entrada".
E ainda poderíamos citar numerosos outros casos: milagres, profecias, endemoninhados... São fenómenos que interessam ao investigador científico.
Mattanó aponta que os milagres, profecias, endemoninhados, adivinhações, sonhos proféticos podem ter uma ligação entre o sobrenatural e o indivíduo através do subconsciente, da evolução, da história de vida, do inconsciente e dos sonhos e do meio ambiente e da paranormalidade que é construída a partir do subconsciente, da evolução, da história de vida, do inconsciente e dos sonhos e do meio ambiente que torna-se parte do paranormal de forma mais acentuada do que para o indivíduo normal, pois o conhecimento do paranormal pode ser construído em interação e em transformação com o meio ambiente, ou seja, havendo uma entropia e uma neguentropia onde o tempo e o espaço, e a matéria se organizam e se reorganizam, ou seja, avançam e se desestruturam, se estruturam e se desorganizam provocando fenômenos paranormais no tempo, no espaço e na matéria.
Osny Mattanó Júnior
Londrina, 29 de janeiro de 2021.
A GRÉCIA CLÁSSICA E MISTERIOSA — Muitos escritores da antiga Grécia nos falam dessa classe de fenômenos. Por exemplo Homero, na Odisséia, descreve Ulisses "consultando os mortos" por conselho e com as instruçòes da maga Circe. Heródoto, entre outros muitos prodígios nos conta que até um dos sete sábios da Grécia, Periandro, mandou "consultar a alma" de sua mulher degolada outrora por ordem do próprio PeriandrŒ Segundo Plutarco, Pausânias "evocou o espírito" de uma jovem que mandara matar, e Calandas "evocou o espírito¨ de Aquilau também por ele assassinado. Mais tarde os magistrados mandaram "evocar o espírito" do próprio Pausânias. É interessante chamar a atenção, no caso de fenômenos de curas extraordinárias, sobre a distinção que já Plutarco fazia entre doenças físicas e psíquicas.
É famoso o "gênio" que Sócrates pensava ver e ao qual atribuía conselhos sobre coisas desconhecidas.
Conta-nos Platäo, entre outros exemplos, como o "gênio" avisara a Sócrates de que não permitisse a Charmide ir a Meneav Charmide não obedeceu e sucumbiu em Menea.
O mesmo nos testemunha Xenofonte e Plutarco. Aquele põe em boca de Sócrates a afirmação de que o "gênio" nunca o enganara.
É também curiosa, entre os fenômenos que nos conta Plutarco, a aparição de um mau anjo ("eu sou teu mau anjo, de maravilhosa e monstruosa figura"), Bruto vê a aparição sem perturbar-se.
Certa classe de quiromancia e astrologia encontrou nada menos do que em Aristóteles um grande entusiasta. "As linhas — diz — não estão escritas sem nenhuma razão nas mãos dos homens, mas provêm da influência do céu no seu destino." E até se conta que deu de presente a seu discípulo Alexandre Magno um tratado dessa espécie de quiromancia escrito em letras de ouro, achado em um altar dedicado a Hermes. Também Platão acoitou os princípios dessa quiromancia.
Muitos outros fenômenos "misteriosos» nos referem Filóstrato, Demócrito, Pitágoras etc.
Mattanó aponta que a consulta dos mortos e a evocação dos espíritos e a influência do céu diz respeito aos princípios de uma quiromancia e astrologia através de fenômenos misteriosos que segundo Mattanó fazem parte do meio ambiente como Ctx – S – R – C – NCtx, nova funcionalidade ou funcionalidade contextual de Mattanó, ao qual tudo que o indivíduo percebe e assimila e depois acomoda torna-se parte de seu próprio corpo físico e mental, até para o paranormal é assim quando ela organiza e reorganiza o meio ambiente e o Ctx – S – R – C – NCtx, fazendo uma entropia e uma neguentropia do tempo, do espaço e da matéria e também dos princípios dos espíritos e da influência do céu, da influência do cosmos e dos seres extraterrestres, deixando claro que tudo pode ser percebido como sem significado e sem sentido, como nada ou niilismo ou com algum ou vários significados e sentidos, como realidade ou como prazer, tudo em função da entropia e da neguentropia que pode alterar a noção de tempo, a noção de espaço, a noção de matéria, a noção de espíritos e a noção de céu, inclusive a noção de cosmos e de seres extraterrestres.
Osny Mattanó Júnior
Londrina, 29 de janeiro de 2021.
Mattanó aponta que a psicogênese da Paranormalidade pode se dar assim:
A paranormalidade surge durante as fases embriológicas e se instaura na criança quando ela começa a se perceber egóicamente e portadora de significados e de sentidos para si mesma e para o seu mundo objetal que vai internalizando por meio da entropia e da neguentropia, ou seja, da organização e da reorganização do tempo, do espaço, da matéria, do conhecimento, do pensamento, do cosmos que vão adquirindo formas e assim Gestalts e insights que pertencerão ao fenômeno paranormal, como ao fenômeno de conhecimento paranormal.
A criança descobre-se paranormal na medida em que vai crescendo e adquirindo conhecimento e saber, desenvolvimento da cognição e da afetividade que lhe permitem desenvolver a paranormalidade em fases:
0 – 2 anos de idade: paranormalidade de entrada
2 – 4 anos de idade: paranormalidade de saída
4 – 6 anos de idade: paranormalidade de poder
6 – 9 anos de idade: paranormalidade de conhecimento
9 – 14 anos de idade: paranormalidade sexual
14 – 30 anos de idade: paranormalidade de desenvolvimento
30 – 40 anos de idade: paranormalidade de intimidade
40 – 50 anos de idade: paranormalidade de produtividade
50 – 60 anos de idade: paranormalidade de amor
60 anos em diante: paranormalidade de crise final.
A criança condensa e desloca a psicomotricidade, a afetividade, o inconsciente, o conhecimento, a vontade, o desejo, o comportamento e desencadeia a atividade paranormal na direção do objeto desejado ou sonhado na vida anímica pelo paranormal, até mesmo pela atividade da vida onírica.
A função básica do neurônio é fazer operações: morfológicas, fisiológicas, comportamentais e até paranormais, segundo Mattanó. Tão mais inteligente e mais paranormal o indivíduo quanto maior o número de associações neuronais em seu sistema nervoso.
Osny Mattanó Júnior
Londrina, 29 de janeiro de 2021.
Mattanó aponta que o fenômeno sobrenatural ao qual ele é parte e testemunha é feito individualmente e em grupo e até publicamente quando os sinais aos quais testemunha são partilhados com vozes e mensagens, segredos e profecias, inclusive avisos sobre o futuro como pandemias e acidentes, terremotos, guerras, movimentos e protestos com violência, incêndios (no Brasil e no mundo), catástrofes ambientais, acidentes aéreos, 5 ondas de pandemias (do novo coronavírus), tsunamis, tragédias no esporte ( na Fórmula 1 (com o Ayrton Senna), no Voleibol e no Futebol (com o Pelé)), ameaças de guerras e de bombardeio (contra o Brasil), tragédias na música (com tecladista e pianista (do Eric Clapton), baterista e guitarrista, e violonista), tragédias com Paul e Linda McCartney, tragédias com David Bowie. A ameaça do Diabo dominar a Terra por 40 anos. Jesus Cristo avisando, dois dias antes do início da Copa do Brasil, que a Alemanha ganharia a Copa do Brasil. Que se eu tivesse um filho ele nasceria com problemas como alguma coisa em função da radiação que me acomete, ou seja, ele nasceria crucificado. Pois, bem, estes eventos e fenômenos foram testemunhados publicamente, são como os fenômenos de Fátima e de Medjugorje onde ocorrem com vários videntes e até por outras testemunhas em Medjugorje, o fenômeno paranormal nunca pode ser coletivo e individual ao mesmo tempo como em Fátima, Medjugorje e Cambé e Londrina com Osny Mattanó Júnior e sua família e outras testemunhas. Em Fátima e em Medjugorje o fenômeno foi coletivo e individual pois o êxtase foi coletivo e a mensagem foi individual, em Cambé e em Londrina o êxtase é substituído por uma telepatia que domina a mente e o comportamento, a atenção e a motivação e a mensagem é sempre coletiva e individual para todos que a testemunham.
Osny Mattanó Júnior
Londrina, 31 de janeiro de 2021.
Mattanó destaca que contribui para a Psicologia e a Parapsicologia com este livro sobre Fenômenos Paranormais do Conhecimento através da obra do Padre Quevedo com acréscimos e releituras de Osny Mattanó Júnior e que ele tem pleno conhecimento de que esta obra não é uma prática em Parapsicologia e nem em Psicologia e nem se apoia em teorias aceitas em Parapsicologia, mas é sim uma contribuição individual e pessoal de seu conhecimento e saber, de sua experiência, numa tentativa de explicar fenômenos difíceis de serem explicados pela Psicologia e pela Psicanálise, porém de explicações inúteis em sua praticidade, mas úteis a epistemologia do conhecimento, as teorias do conhecimento, e até suscitam um enfoque Psicanalítico do ponto de vista epistemológico quando observamos o Homo Sapiens como ser que evolui e com essa evolução seu comportamento, fisiologia, morfologia e neurônios, sede da paranormalidade, segundo Mattanó, sendo possível enquadrar a análise paranormal da mesma forma que a análise dos sonhos no estudo Psicanalítico e Psicológico segundo Osny Mattanó Júnior.
Osny Mattanó Júnior
Londrina, 04 de fevereiro de 2021.
Os LATINOS NÃO FICARAM ATRÁS nos GREGOS — Já nas "doze tábuas" castigava-se com pena capital a quem lançasse feitiços ou "maus fluidos" contra as searas alheias. Cícero recolhe e tenta analisar muitas adivinhações e visões.
Tácito, entre outros casos, conta como "apareceu (a Rufus) um fantasma de mulher de forma ultra-humana e se ouviu uma voz".
Lucano descreve "evocações dos mortos» para adivinhaçöes. Os dois Plínios, o Jovem e o Velho, se referem também a toda classe de fenómenos "misteriosos" falando-nos este, numa de suas cartas, até de uma casa "mal-assombrada" ao estilo dos tradicionais castelos ingleses. Plauto dedica uma de suas comédias, Hospedaria, ao tema das casas «malassombradas" etc.
No que se refere a encantamentos, feitiços etc., conta-nos Suetónio que Augusto mandou queimar mais de dois mil livros sobre o assunto, o que poderia dar-nos uma idéia de como estava cheio o ambiente de magia e ocultismo, se levarmos em conta que os livros então eram escassos e de dificil edição. Horácio, nas suas poesias, mais de uma vez faz alusão a encantamentos. Columela descreve prodígios do feiticeiro Dardano. Lucano fala da famosa feiticeira de Tessália, Ériton Fera.
A filosofia alexandrina com a qual Juliano, o Apóstata, pretendia subjugar o Cristianismo tinha por dogma fundamental a "evocação dos mortos" e apresentava os fenômenos usuais do espiritismo.
A paixão pelo ocultismo e pelos fenômenos maravilhosos existia em todas as camadas sociais, como afirmam São Gregório de Nissa, Lactâncio etc.
Mattanó aponta que os fenômenos ocultos e os do espiritismo revelam o lado obscuro do ser humano, que este lado já gerou revoltas e tumultos, muita literatura já foi destruída a seu respeito e que muitos também foram chamados de feiticeiros e endemoniados na Idade Média pela Igreja, que muitos já foram queimados em fogueiras por acusações de feitiçaria e bruxaria, de ocultismo, mas que na realidade estes eventos tratam apenas de eventos do nosso Sistema Nervoso Central e Periférico e da própria realidade ambiental de cada paranormal ou indivíduo acusado de bruxaria e feitiçaria, pois é o Sistema Nervoso Central e Periférico quem recebe, decodifica e interpreta e devolve a informação transformando-a em resposta e depois em consequência no meio ambiente, um depende do outro, e o paranormal e o bruxo ou feiticeiro respondem a estas contingências filogenéticas, morfológicas, fisiológicas, comportamentais, ontogenéticas, culturais, espirituais, da vida, do universo e paranormais, pois somos todos semelhantes constitucionalmente e respondemos da mesma forma aos mesmos estímulos, uns com uma característica outros com outra característica que é sempre genética e/ou aprendida e desenvolvida. A paranormalidade é ser um super-humano!
Osny Mattanó Júnior
Londrina, 09 de fevereiro de 2021.
IDADE MÉDIA E RENASCIMENTO — Na Idade Média há uma verdadeira epidemia de feiticeiros, bruxas, malefícios, sortilégios, endemoninhados etc., da qual teve bastante culpa a seita dos gnósticos.
Muitos autores como Júlio Óbsequens, o pseudo-Hipólito, Hieron de Alexandria etc. falam-nos de "médiuns espíritas", até produtores de efeitos fisicos, e descrevem alguns segredos de tais fenómenos físicos realizados fraudulentamente pelos falsos "médiuns".
O famosíssimo ilusionista Cagliostroan parece ter agido como "médium de efeitos fisicos" e, não é preciso dizê-lo, como um médium mais do que suspeito.
Esta febre pelo ocultismo não diminuiu no Renascimento, atingindo até pessoas de grande nomeada social, como testemunham Tasso, Ariosto e Celini.
Os papas como, por exemplo, Alexandre IV31 e VI 32 João XXII,ga Inocêncio VIII,34 assim como toda classe de escritores cristãos, não cessaram de advertir sobre os perigos sociais, fisicos, psíquicos e morais de semelhantes práticas
Material tom
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Mas nos começos do Espiritismo pareceu que esses fenómenos de efeitos físicos iam receber grande incremento. Eusápia Paladino foi talvez a médium mais destacada entre as mulheres, "realizando", perante os sábios que a controlavam, toda classe de movimentos de objetos, aparições de fantasmas completos ou rudimentares etc. Daniel Dunglas Home foi o mais famoso entre os médiuns homens. Com o descobrimento contínuo de fraudes (muitas vezes inconscientes e mais freqüentemente irresponsáveis), há anos que desapareceram os grandes "médiuns de efeitos fisicos" dignos de serem observados por especialistas, só ficando, cá e lá, alguns fenómenos isolados como em todas as épocas e povos.
Mattanó aponta que o médium de efeitos físicos depende de seu Sistema Nervoso Central e Periférico, de suas sinapses e história de vida, de seu desenvolvimento e conhecimento, de sua aprendizagem, intuição e sensação, de seus sentimentos e pensamentos, de sua cognição, atenção, motivação, habilidades psicomotoras, literárias, de escritor e musicais, de compositor e de instrumentista, de pintor e de desenhista, de investigador científico e com uma crítica pessoal e determinada que vise o bem de todos e não somente o seu próprio bem e deve evitar sempre de usar as suas habilidades de efeitos físicos para promover o mal e a desordem, as doenças e as loucuras individuais e sociais entre os seus e a humanidade. Ele deve estar atento e preparado para o contexto e suas contingências e até para fazer sua Abordagem da Abundância sobre os Efeitos Físicos, onde ele não se vê como os S – R – C, estímulos – respostas – consequências, comportamentos, funcionalidades, efeitos físicos, paranormalidade, inconsciente, fantasmas, objetos se movendo, luzes se ascendendo e se apagando, imagens de criaturas de fora da Terra e dos Infernos, imagens do Paraíso, imagens de Santos e de Deus, músicas e vozes, imagens de filmes e desenhos projetados na consciência, psicografia, etc.. e nem se vê tomado pelo controle, pela literalidade e pelas razões e pelo contexto, mas pela consciência espiritual que se move pela atenção e pela intenção espiritual onde você é como uma Hóstia Viva ou uma célula que transforma o meio ambiente milagrosamente através do milagre por meio da liberdade para viver e para se aprender a viver num plano espiritual.
Osny Mattanó Júnior
Londrina, 29 de março de 2021.
Mattanó testemunha que teve uma visão de como foi criada a Bomba Atômica da 2ª Guerra Mundial: ¨havia uma mão segurando um papel dobrado com um ramo de folhas pequenas dentro dele¨, esta visão foi mensagem dos extraterrestres que tenho contato em Londrina em 23 de maio de 2021 às 14h03.
Esta visão leva Mattanó a especular que lhe foi enviado por causa do seu Sistema Nervoso e das suas sinapses, do seu conhecimento e sabedoria, das suas relações sociais, religiosas, políticas e familiares, por ser testemunha de um novo tempo, de um tempo de mudanças, por ter repertório comportamental para assimilar e acomodar tal informação sem se prejudicar e sem prejudicar ao próximo e ao mundo ou ao universo.
MATTANÓ
(23/05/2021)
CONCLUSÃO — "Os fenômenos parapsicológicos têm sido assinalados em todas as épocas e em todos os povos. As descrições que chegaram até nós são fundamentalmente idênticas, embora as interpretações sejam muito diferentes nas diversas civilizaçöes", assim conclui, na obra já citada, Dingwall, um dos melhores historiadores da Parapsicologia.
Investigar se tais prodígios foram ou não reais, ou em que medida, e quais as suas causas etc., eis o objeto da Parapsicologia.
O objeto, pois, da Parapsicologia é fundamentalmente idêntico, único, uniforme, embora sejam atribuídos os fenômenos às mais diversas causas, até "sobrenaturais" como demônios, espíritos, larvas astrais, mahatmas, gnomos, génios, fadas etc. O fenômeno é um só. A interpretação que a ignorância científica de épocas anteriores tenha dado a esse fenómeno é diferença meramente acidental.
Os fenómenos parapsicológicos dão-se em todos os povos e em todas as épocas.
Os fenómenos parapsicológicos são próprios do homem, são humanos.
autorais
BRUXOS E FEITICEIROS PERANTE A CIÊNCIA
Na Biblioteca de Alexandria pereceram fantåsticos segredos de valor incalculável. — Sábios considerados bruxos. — Os "sábios-bruxos» começam a fazer-se respeitar — No século a "Ciência Oficial" interessa-se pela "bruxaria". Uma ciência de vanguarda.
Parece que na investigação dos fenômenos "ocultos" os antigos iniciados da Índia tinham chegado muito longe. Deles, provavelmente, receberam seus segredos os iniciados da Caldéia e do Egito.
Certamente conheciam algo e talvez muito do funcionamento dos fenômenos "misteriosos", mas parece insustentável, por falta de provas, a pretensão de alguns de que aqueles antigos "ocultistas" tivessem chegado a penetrar nos estudos desses fenómenos mais profundamente que os modernos investigadores. Seja o que for, é certo que esses conhecimentos eram guardados dos profanos com rigorosíssimo segredo. Os conhecedores das explicações eram muito poucos, e os práticos, mais numerosos, que realizavam os prodígios, ignoravam muitas vezes a sua explicação profunda e verdadeira, atribuindo-os erradamente à intervenção de diferentes forças extraterrenas.
com
Autores há que até afirmam terem sido as explicações naturais e verdadeiras redigidas em manuscritos guardados com desvelo na Biblioteca de Alexandria. Indícios históricos há disto, certamente, mas é dificílimo saber o verdadeiro valor desta afirmação. E mesmo concedendo que já então tivessem chegado até onde tanto custou chegar recentemente, aquela ciência ficou inútil para nós, pois tudo pereceu no incêndio da Biblioteca de Alexandria nos tempos de Teodósio.
Destruídos os manuscritos e dispersados os práticos da magia (aliás, ignorantes das explicações), a fenomenologia continuou sendo algo misterioso, sobrenatural na mente do povo]
INVESTIGADORES ISOLADOS — A ciência "oficial", por sua parte, "ignorava" essas "lendas". Só de quando em quando apareciam alguns investigadores isolados, fazendo brilhar pequenos clarões da verdade, misturados, porém, com muitos erros. Assim, por exemplo, Basílio, Valentino, Paracelso, Avicena e Agripa.
Os ocultistas, alguns deles cultos, estudaram esses fenômenos. Ocultismo é, tem-se definido, um conjunto de verdades que se tornaram loucas. Loucas e concretamente megalomaníacas. No começo do livro de Hartmann podemos ler: "Quaisquer que sejam as falsas interpretações que a ignorância de todos os tempos tem dado à palavra magia, sua única verdadeira significação é: a mais alta ciência ou sabedoria, fundamentada no conhecimento e na experiência prática"
É demais: não negamos que existam verdades na magia, no ocultismo... Mas o ocultismo é mais uma arte louca e pretensiosa do que uma verdadeira ciência ou sabedoria, dona de poucas verdades, sempre misturadas com muitíssimos erros.
Já Agripa assegurava que existiam estas verdades, quando, após muitos anos de estudos, defendia a si próprio: "Eu não duvido de que o título da minha obra sobre a "Filosofia Oculta ou Magia" poderá, pela sua raridade, seduzir a muitos leitores. Entre eles, alguns dotados de falso juízo e outros perversos; queiram entender o que vou dizer: por ignorância crassa eles terão dado à palavra magia o sentido mais desfavorável e, tendo só olhado o título, dirão que eu pratico as artes proibidas, que eu estendo as sementes da heresia, que eu ofendo a piedade e escandalizo os espíritos virtuosos. Tratar-me-ão de feiticeiro, de supersticioso e de diabólico, e dirão que eu sou realmente um bruxo. Responder-lhes-ei que, para as pessoas instruídas, ser mago não significa ser bruxo ou qualquer outra coisa de supersticioso ou demoníaco, mas um sábio". Assim se expressava Agripa em sua obra fez livros de magia, no prefácio "Cornelius Agripa ao leitor".
É, porém, tão pouca a luz oculta nas "trevas do ocultismo", que, no final de sua vida, Agripa teve de retratar-se de uma grandíssima parte de sua obra: "É verdade que sendo jovem eu mesmo escrevi três livros sobre a Magia que intitulei Da Filosofia Ocultas Quantos erros cometi então! Hoje, tornando-me mais prudente, devo refutá-los publicamente e reconhecer que tenho perdido muito tempo com essas futilidades". Retratação que tomamos como sintomática da pouca luz que há no "ocultismo".
Mattanó aponta que o ocultismo e a magia não são senão nada mais do que fenômenos do Sistema Nervoso Central do praticante, praticado por suas sinapses que entram em contato com o sobrenatural que também é produto do SNC do praticante, contudo este também tem lugar fora da consciência do praticante e em contato com o praticante revela sua natureza, como nas experiências quase morte, onde a consciência sai para fora do corpo e por vezes vai até o Paraíso e reconhece outras entidades ou almas, é através da magia e do ocultismo que o praticante experiência seu poder paranormal individual, não como um mágico ou como um agente do ocultismo, mas como alguém que tem mistérios e comportamentos inexplicáveis para a Ciência como o magnetismo e a radiação ou o poder sobre as luzes e lâmpadas, sobre os equipamentos eletrodomésticos.
Osny Mattanó Júnior
Londrina, 04 de junho de 2021.
ÉPOCA DO MAGNETISMO-HIPNOTISMO — Já modernamente, no século XVIII, Mesmer, com sua teoria do magnetismo animal, trouxe mais luz sobre o problema, mormente sobre as curas extraordinárias e a transmissão do pensamento. No mesmo sentido aprofundaram-se mais Puységur, Deleuze,S PotétÐ etc. A escola de Salpétrière, com Charcot, e a de Nancy, com Bernheimll e seu mestre Liébeault, lançam novas luzes sobre o assunto.
Mattanó especula que o magnetismo-hipnotismo trata-se de uma característica animal e do ser humano, trata-se de uma característica que vem associada as curas milagrosas e a transmissão do pensamento, e também a manipulação dos objetos no espaço, por exemplo, as nuvens, extraterrestres e almas, e até parte do universo e da Terra com sua influência social, assim descreve Mattannó seu próprio comportamento de magnetismo-hipnotismo.
(MATTANÓ)
(02/08/2021)
NEO-OCULTISMO — A escola do neo-ocultismo, liderada por Elíphas Leví, Stanislas de Guaita, Papus etc., no fim do século passado, tenta reconstruir os conhecimentos dos antigos iniciados. Mas seus esforços são pouco proveitosos para a ciência, por misturarem, sem critério diferencial suficiente, a verdade com os erros. Também os antigos encobriam seus segredos com expressões decifráveis só pelos iniciados; os neo-ocultistas, ao imitá-los, insistiram demais nos enredos.
Eis um detalhe sintomático: o mais destacado, talvez, dos neo-ocultistas foi Elíphas Leví (Alphonse Louis Constant), mas é bem sabido que, nos últimos anos de sua vida, abandonou o ocultismo, a que tinha aderido como a uma religião, e voltou ao seio da Igreja Católica, a que pertencera antes de aderir ao ocultismo-esoterismo.
Mattanó descreve o ocultismo como função do comportamento do Homo Sapiens e este função do seu Sistema Nervoso Central que é quem determina a codificação e a decodificação das mensagens que descreve como ocultas ou ocultismo através de suas sinapses. O ocultismo é produto das sinapses do Homo Sapiens e dos seus significados e sentidos construídos nas relações com elas e o oculto ou ocultismo.
(MATTANÓ)
(02/08/2021)
TENTATIVAS CIENTÍFICAS — É o espiritismo quem dá o ensejo para que alguns sábios se decidam a estudar os fenómenos "maravilhosos" de uma maneira científica.
Foi em 1851-1852, aos 2 anos do nascimento do Espiritismo Moderno que, na Grã-Bretanha, o Arcebispo de Canterbury, Edward White Benson, funda a "Cambridge Ghost Society". A Sociedade logo fracassa...
Em 1860 Myers e Sidgwick pretendem examinar diversos médiuns, mas logo ficam desanimados ante tanta fraude. As pacientes investigações não oferecem nenhuma garantia, nem para eles mesmos. Seus métodos de investigação nestes dificílimos temas logo lhes parecem deficientes.
Na Química, na Física, a matéria não engana. O inconsciente do homem, objeto de investigação para se poder estudar esses fenómenos, frauda inúmeras vezes com uma precisão assombrosa, com um talento que supera todo o imaginável. Os maiores e mais experimentados sábios podem ser enganados com suma habilidade, A pessoa mais honesta no consciente pode ser a maior trapaceira em qualquer manifestação do seu inconsciente.
O inconsciente engana não só aos observadores, mas também ao próprio consciente. São fraudes involuntárias, inconscientes e incoercíveis.
Em 1879, depois de ter constatado a necessidade de estudar seriamente os fenómenos chamados espíritas, a "Dialectial Society" de Londres não chega a publicar os trabalhos do Comitê.
tom
Por fim, depois de 1870, um sábio bem conhecido no campo da Química, William Crookes, comunica as observações que, durante vários anos, fez sobre os prodígios realizados por uma das irmãs Fox, Catharina, e pelo mais famoso dos médiuns, Daniel Dunglas Home. Essas são as primeiras observações sérias e sistemáticas, com intenção científica, sobre os fenômenos do espiritismo moderno, embora com muitíssimas falhas. Não em vão eram as primeiras investigações num campo dificílimo.
"SOCIETY FOR PSYCHICAL RESEARCH" — Deveriam passar ainda mais treze anos, 62 desde o nascimento do espiritismo, para que surgisse a primeira sociedade de investigação. Foi em 1882 Os mais destacados investigadores colaboraram com a Sociedade. As duas publicações periódicas da Sociedade, "Proceeding" e "Journal", recolhem milhares de casos, constituindo o acervo mais importante e criterioso dos fenómenos "misteriosos".
SOCIEDADES, CONGRESSOS E INVESTIGADORES — Logo funda-se uma filial da "Society for Psychical Research" nos Estados Unidos: a "American Society for Psychieal Research"; e no decorrer dos anos, em vários países, aparecem sociedades semelhantes Celebraram-se já alguns Congressos Internacionais. Nas nações mais cultas, os cientistas têm-se dedicado a estudar os fenômenos "misteriosos" relacionados com o homem.
Mattanó aponta que o espiritismo depende do SNC para ser presenciado como fenômeno neste mundo, mas não depende do SNC para ser presenciado fora deste mundo, ou seja, ele é regido por duas leis ou duas terras, uma natural que o prende e outra sobrenatural que o liberta e o ensina a se libertar da que lhe prende, a natural. No mundo natural dependemos dos neurônios e das sinapses para participar de um evento espírita, mas no mundo sobrenatural não precisamos e nem dependemos de neurônios e de sinapses para participar de um evento espírita, pois ele se faz ali mesmo, naquele momento, tem sua vida própria, sua existência definida que sobrenaturalmente organiza e reorganiza as essências de sua existência, ou seja, os porquês que ele existe! Os significados e os sentidos no mundo natural são como os nossos, naturais, terrenos, mundanos, cheios de amor e de ódio, e os significados e sentidos no mundo sobrenatural são diferentes, são sobrenaturais, são miraculosos, amorosos, misericordiosos, piedosos, acolhedores, tenros, meigos, suaves, doces, agradáveis, graciosos, mas podem ser também desagradáveis e penosos, ruinosos, e traidores, abafadores, e larápios, bandidos, criminosos, perigosos, assaltantes, doentios e loucos, terroristas e falsos, lunáticos ou profundamente desarmoniosos e desestruturantes, mal-intencionados e mortíferos.
O Paraíso, o Purgatório e o Inferno só existem para nós Homo Sapiens devido ao nosso cérebro que é quem nos permitiu o contato com Deus e sua Sagrada Escritura e todo o seu entendimento e compreensão, força para segui-la e anuncia-la, se retirarmos o cérebro de um indivíduo ele morre e não pode ser batizado e nem receber a 1ª Comunhão e a Crisma e se casar na Igreja, imagine isto na Criação, Adão e Eva sem cérebro? Não haveria Deus! Não haveria tentação! Não haveria demônio! Não haveria fruto proibido! Não haveria consciência!
(MATTANÓ)
(02/08/2021)
NASCE UMA NOVA CIÊNCIA — As primeiras investigações foram uma verdadeira revolução para o ambiente materialista da ciência de fins do século XIX e começos do XX. Os cientistas materialistas falavam em psiquismo. E até asseguravam que determinados fenômenos não podiam explicar-se senão pressupondo-se uma alma espiritual... A nova ciência interessava-se pelo estudo do espiritismo, dos milagres, dos endemoninhados, que os cientistas tradicionais nem consideravam.
Grande parte da ciência de então manifestou-se decididamente contra as investigaçoes psíquicas, e os numerosos erros em que caíram os primeiros investigadores alentou ainda mais os contraditores. Uns e outros, tradicionais e novos investigadores, exageraram criando um ambiente de polêmica muito prejudicial ao progresso das investigações. O exagero dos cientistas tradicionais, como bem analisa Richet no seu "Tratado de Metapsíquica", consistia em julgar impossível qualquer
cologici", de Bolonha; o "Comité Belgue Pour l'lnvestigation Scientifique des Phénomènes Reputés Paranourmaux" etc.
França: Rochas €1914), Geley (t1924), Flammarion 61925), Richet (t1935), Osty (+1938), Bergson (t1941) e os nossos contemporâneos: René Warcoller (t1962) e Robert Amadou.
Itália: Ermacora 61898), Lombroso (t1909), Morselli (±1929), Santoliquido (t 1931), Marzorati (t1931), Bozzano (t 1943) e entre os nossos contemporâneos: Ferdinando Cazzamalli, Gastone de Boni e Emílio Servadio.
Estados Unidos: Hare 61858), Hodgson (t1905), William James (t 1910), Prince (t1929), e nossos contemporâneos: Hereward Carrington, Gardner
Murphy e Joseph Banks Rhine-
Alemanha: Zöllner (882), Prel (t1899), Schrenck-Notzing (t 1920) e Driech ct1941).
Sâo dignos também de nota o russo Aksakov 902), o polonês Ochorowicz (t1918), e entre os contetnporâneos, Hans Bender; da Suíça.
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fenómeno extraordinário por considerá-lo contrário à Ciência. Essa afirmação apriorística confundia "contrário à Ciência" com "novo na Ciência". Por sua parte, os novos investigadores, sem atender à deficiência dos seus métodos de investigaçño, chegaram a desprezar a ciência clássica.
Mattanó aponta que o espiritismo depende do SNC para ser presenciado como fenômeno neste mundo, mas não depende do SNC para ser presenciado fora deste mundo, ou seja, ele é regido por duas leis ou duas terras, uma natural que o prende e outra sobrenatural que o liberta e o ensina a se libertar da que lhe prende, a natural. Podemos considera-lo contrário à Ciência quando nos atemos as suas leis naturais e como ¨novo à Ciência¨ quando nos atemos as suas leis derivadas do SNC – Sistema Nervoso Central, que trabalha através da sua interconectividade, associando áreas como a do tronco cerebral, a do córtex cerebral, a do tálamo e as dos gânglios basais que produzem a consciência, a cultura, o conhecimento e a realidade do corpo que por meio dos neurônios paranormais consegue efetuar trabalhos e atividades paranormais. No mundo natural dependemos dos neurônios e das sinapses para participar de um evento espírita, mas no mundo sobrenatural não precisamos e nem dependemos de neurônios e de sinapses para participar de um evento espírita, pois ele se faz ali mesmo, naquele momento, tem sua vida própria, sua existência definida que sobrenaturalmente organiza e reorganiza as essências de sua existência, ou seja, os porquês que ele existe! Contudo o mundo paranormal depende de neurônios especializados com estas propriedades comportamentais, fisiológicas e morfológicas, ou seja, adaptativas, neurônios paranormais. Os significados e os sentidos no mundo natural são como os nossos, naturais, terrenos, mundanos, cheios de amor e de ódio, e os significados e sentidos no mundo sobrenatural são diferentes, são sobrenaturais, são miraculosos, amorosos, misericordiosos, piedosos, acolhedores, tenros, meigos, suaves, doces, agradáveis, graciosos, mas podem ser também desagradáveis e penosos, ruinosos, e traidores, abafadores, e larápios, bandidos, criminosos, perigosos, assaltantes, doentios e loucos, terroristas e falsos, lunáticos ou profundamente desarmoniosos e desestruturantes, mal-intencionados e mortíferos. Já os significados e os sentidos na paranormalidade adquirem propriedades ilusionistas, cinéticas, holográficas, sonoras, de topografia acústica e visual cerebral virtual, super-humanas e telepáticas que levam o indivíduo e suas relações a contingências de caráter científico e de poder para fins de análise e interpretação científica. (MATTANÓ; 23/11/2024).
METAPSÍQUICA E PARAPSICOLOGIA — A nova ciência usou vários nomes. Na Inglaterra e nos Estados Unidos prevalecia o nome de "Investigações Psíquicas", que não se deve confundir com "psicológicas" ("Psychical Research" não é a mesma coisa que "Psychological Research").
Richet, no seu "Presidential Adress", perante os membros da "Society for Psychical Research" de Londres, em 1905, introduzia o nome de "Metapsíquica",21 triunfando a denominação nos países latinos. Já antes, em 1837, segundo as investigaçöes de G. Van Rijnberk,Ž2 Görres tinha empregado um termo quase idêntico, "Metapsicologia", para designar as mesmas investigações e fenômenos.
Na Alemanha nasceu o nome de "Ocultismo científico" ou também "Parapsicologia", usado pela primeira vez, ao que parece, por Max Dessoir23 em 1889, sendo Jules Bois o principal popularizador do termo. Boirac, em 1908, divulgava o termo "parapsicológico"" O nome "Parapsicologia", mais tarde, foi adotado nos Estados Unidos.
Outros nomes menos freqüentes são "Psicologia Supranormal", "Psicologia franscendente", "Estudo do Mediunismo", "Psicologia Desconhecida" etc.
Hoje, sem que se tenha conseguido perfeita uniformidade, prevalece o nome de "Parapsicologia" para designar a ciên-
24, Boirac; Émile: "La Psychologie inconue", 3a ed., Paris, Alcan, 1912. Mas a primeira edição foi em 1908, como afirmamos no texto. Pessoalmente só possuímos a 30 ed., que é a que utilizamos.
cia contemporânea, desde 1934 especialmente, com a nova orientação recebida após a publicação do primeiro livro de Rhine,25 reservando-se o nome de gMetapsíquica" às investigaçöes mais Foi o próprio Rhine o incentivador dessa tendência ao definir a Parapsicologia como uma «Metapsíquica experimental e científica".
Após árduos trabalhos, a ciência parapsicológica encontrou por fim seu caminho e é reconhecida e respeitada como ciência de vanguarda. O reconhecimento "oficial" como ciência data de 1953, do Congresso Internacional de Parapsicologia, de Utrecht. Nessa mesma data e Universidade surgia a primeira cátedra de Parapsicologia, regida pelo Dr. W. H. C. Tenhaeff. Posteriormente foram multiplicando-se as cadeiras universitárias de Parapsicologia nos países mais adiantados.
A investigação dos fenómenos "misteriosos" do homem sempre interessou a certos grupos e destacados sábios. Mas a invesfigação sistemática e com intenção científica só começou em 1882 com a chamada Metapsíquica. Em 1934, reformando-se e aperfeiçoando-se os métodos, nasce a Parapsicologia. A partir de 1953 as conclusões da Parapsicologia são oficialmente reconhecidas como científicas. |
Mattanó aponta que também contribui para o estudo da Parapsicologia com seus estudos aqui realizados em forma de Epistemologia Parapsicológica que tem suas próprias ideias e valores, suas próprias contribuições a Ciência Parapsicológica como seu caráter puramente neurológico e cerebral, evolutivo, seletivo e competitivo, adquirido ao longo da jornada dos Homo Sapiens em meio às adversidades do meio ambiente que deveriam ser superadas mediante ferramentas e instrumentos, inclusive corporais e cerebrais, dentre eles os parapsicológicos. Estes sempre foram muito difíceis de serem discriminados e compreendidos devido ao seu valor evolutivo, seletivo e competitivo, estes mecanismos biológicos garantem e protegem estruturas do nosso corpo que são essenciais e importantes para a nossa sobrevivência e reprodução, ou seja, superação das adversidades e exigências do meio ambiente, ainda mais em seu tratando de neurônios paranormais, teoricamente seriam os mais evoluídos, seletivos e competitivos para um corpo. (MATTANÓ; 23/11/2024).
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UMA CIÊNCIA NOVA
Nem de mais nem de menos. A ciência do mistério. — Tentativa de definição.
Há definições tão amplas que parecem querer incluir dentro da Parapsicologia todo o saber humano, Essas definições refutam-se por si mesmas.
DEFINIÇÕES RESTRITAS — "A Parapsicologia estuda as funçöes psíquicas ainda não incorporadas definitivamente ao sistema da Psicologia." Segundo essa definição, bastante difundida, a Parapsicologia não seria mais do que a força de choque da Psicologia, um avanço na investigação de fenómenos hoje mais ou menos obscuros. No momento em que todos esses fenômenos fossem entendidos pela Psicologia ou, em último termo, pela Psiquiatria etc., a Parapsicologia já não teria mais razão de ser.
Essa definição é parte da verdade. Há fenômenos que podem, durante algum tempo, ser considerados como parapsicológlcos, extraordinários, obscuros, e passar depois a ser pouco menos do que de domínio público. E o que aconteceu com o hipnotismo, considerado em épocas antigas como fenómeno "ocultista", transe devido à possessão de um espírito ou demônio, e hoje tido por todo o mundo como um fenómeno natural e até vulgar. Mas há outros fenômenos, como a telepatia, que,
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mesmo quando cientificamente comprovada, continuará sempre sendo fenómeno parapsicológico pelo seu caráter essencial de fenómeno à margem da Psicologia normal ou patológica.
Outras definições são bem mais amplas, mas também parciais, limitadas: "A Parapsicologia estuda todos os fatos nos quais a vida e o pensamento se manifestam por fenômenos aparentemente inexplicáveis" (Boirac), ou "é um ramo da Psicologia que trata de fenômenos mentais e seu comportamento nos casos que parecem exigir princípios ainda não aceitos" (Rhine).
Em definições como essas, além das expressões: inexplicåvelÞ ainda não aceitos, de que falamos antes, incluem-se os elementos: mental, pensamento, vida. Então qualquer fenômeno do espiritismo, da demonologia, dos milagres, qualquer fenômeno, enfim, capaz de apresentar uma controvérsia sobre seu caráter extraterreno seria por este mesmo fato excluído do estudo da parapsicologia, por não oferecer certeza, à primeira vista, de seu caráter mental, da vida humana, do poder do pensamento. Em definitivo, só os naturalistas declarados poderiam ser parapsicólogos em muitos casos, para não dizer, em todos. Os fenómenos parapsicológicos, porém, sempre estiveram envolvidos em interpretações das mais contraditórias e misteriosas, mas geralmente de caráter "místico".
Seria o caso, porventura, de se estudar primeiro se tais fenómenos eram ou nâo mentais, vitais, do pensamento? Entåo teríamos o parapsicólogo estudando uma matéria que não sabe ainda se lhe pertence...
Dever-se-ia esperar que outras ciências determinassem o caráter mental ou vital de determinados fenômenos, para só então o parapsicólogo estudá-los? Afirmar isto seria o mesmo que ignorar a origem desta ciência, que nasceu precisamente para investigar se esses fenómenos "misteriosos" existiam de fato e, em caso positivo, se superavam na realidade as forças da natureza, ou ainda quais os fenômenos que superavam e quais os que não superavam estas forças.
Os fenômenos mentais e vitais, por conseguinte, não são a única matéria de estudo parapsicológico.
Omitimos outras definições de maior ou menor difusão entre os parapsicólogos, mas também incompletas.
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DEFINIÇÃO 31
O CAMPO É MAIOR — Robert Amadou, representando o sentir mais geral dos metapsíquicos e parapsicólogos, dá em diversos lugares da magnífica obra "La Parapsychologie" definiçöes bem mais amplas. Por exemplo: "O fim da Parapsicologia é a constatação e a explicação de fatos desconcertantes, estranhos, misteriosos, cujos caracteres desorientados podem agrupar-se na vasta categoria, profundamente heteróclita, do oculto perceptível das experiências mágicas, do maravilhoso empírico. Sobre esses fatos, a Parapsicologia quer pronunciar o veredicto da Ciência. Sua ambição não é menor nem mais modesta. O lema dos estudos que, sob a direção de Robert Amadou, levam-se a cabo na "Tour Saint Jacques" pode-se considerar como outra definição de Parapsicologia: "Rien de ce qui est étrange ne nous est étranger*.
Como se vê, não nos limitamos, como fazem alguns autores, aos fenômenos chamados Psi-Gamma e Pai-Kappa. Nosso conceito de Parapsicologia é bem mais amplo, de acordo com destacados metapsíquicos e parapsicólogos e apoiado na história e na finalidade desta investigação. Segundo a expressão de Robert Amadou: "Nada daquilo que é estranho é estrangeiro para nós"* se oferece a possibilidade, mesmo remota, de ser resultado das faculdades humanas.
Mattanó aponta que para a Parapsicologia nada é estranho ou estrangeiro, talvez porque ela aborda o próprio corpo do indivíduo e sua alça ressonante virtual paranormal que está sediada no seu próprio cérebro e utiliza neurônios especializados, neurônios paranormais, essa alça ressonante virtual paranormal faculta o indivíduo paranormal de comportamento paranormal virtual através de simulações que ele aprende por algum gatilho comportamental estressante e depois desenvolve a vida toda, até dominá-lo e formar uma nova rede de significados e sentidos, de comportamentos, de conceitos, de contextos, de funcionalidades, de linguagem, de topografias, de relações sociais, de Gestalt e de insights, de argumentação e de linguagem, de chistes, piadas, humor, charges e caricaturas, de fantasias, de lapsos de linguagem, de atos falhos, de esquecimentos, de niilismos, de substituições, de conversões, de atos ilocucionários e de atos perlocucionários, de pressupostos e subentendidos, de modos de mostrar, fazer e dizer, o posto, de simbolizar, de realizar uma semântica e uma semiótica, uma hermenêutica, de lidar com arquétipos, com o inconsciente, com o subconsciente, com o comportamento e a consciência, a cultura, o conhecimento e a realidade, de modos de equilibrar sua homeostase e seus ciclos circadianos. Quando o indivíduo está doente e plenamente incapaz a alça ressonante virtual paranormal sofre lesões e se degenera, prejudicando sua ação sadia em conjunto com o corpo, de modo que responderá sem lucidez e insanamente durante este período, perdendo seu poder de autogestão. (MATTANÓ; 04/12/2024).
HÁ MUITO QUE INVESTIGAR — O campo em que a Parapsicologia trabalha é imenso. Às vezes tratar-se-á de aparentes incorporações: um suposto endemoninhado, um "desencarnado" que parece falar por boca de um "médium"... Outras vezes será preciso estudar, ao menos como investigação prévia, um suposto milagre, ou os poderes extraordinários que se atribuem a um feiticeiro, a um faquir, a um bruxo. Não raro a ciência "tradicional" fica surpresa perante o anúncio de fatos que hão de suceder depois de 20, 30, 100 anos, quando seria "impossível" prevê-los por vias normais, e vê que os fatos comprovaram os prognósticos; ou perante adivinhações de fatos sucedidos a milhares de quilómetros de distância... E que dizer de uma mesa que se eleva pelos ares desafiando, ao menos aparentemenente, a lei da gravidade? Que pensar de um ignorante e analfabeto que de repente começa a falar em línguas estrangeiras? Ou de uma adolescente que passa os pés descalços sobre brasas sem se queimar ou sentir dor? Ou
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ainda de outro indivíduo que escreve automaticamente em um canto, enquanto numa outra parte do aposento se ouvem vozes, músicas, ruídos sem causa aparente? Em um recipiente hermeticamente fechado aparecem objetos que momentos antes, segundo se afirma, estavam em longínquas terras; faIa-se de curas extraordinárias; comentam-se aparições de fantasmas, membros humanos tangíveis, separados do seu corpo e que não obstante continuam a viver; respostas aparecem escritas em papéis sem que ninguém tenha sido visto a escrevê-las. Enfim, são em número incalculável fenómenos assombrosos, incríveis, isto é, parapsicológicos.
São reais? São alucinações, fraudes... ? Como se explicam esses fenómenos reais ou aparentes? Já é tempo de surgir especialistas perfeitamente preparados para entrar por estes difíceis mas interessantíssimos problemas. Já é tempo de não negar nem afirmar em nome da Ciência sem prévio estudo especializado.
Mattanó aponta que o indivíduo com comportamento paranormal possui um cérebro com neurônios paranormais e com uma alça ressonante virtual paranormal que se liga ao corpo para intermediar suas ações comportamentais paranormais, sejam lá quais forem, os fenômenos existem e o cérebro também existe com um corpo que torna isso tudo realidade. Cabe ao investigador descobrir o que é fenômeno paranormal e fenômeno normal, por isso eu digo que os fenômenos existem e que não há fraudes, mas apenas fenômenos paranormais e fenômenos normais, com significação e sentido próprios e propriedades em seus estímulos, respostas e consequências, ou seja, em suas funcionalidades que nos ajudarão a discriminar o que é paranormal e o que é normal. (MATTANÓ; 04/12/2024).
TENTATIVA DE DEFINIÇÃO — É difícil encerrar numa definição tantos e tão variados fenômenos. Algumas definições que se têm apresentado esquivam a dificuldade caindo em tautologias. Por exemplo: "A Parapsicologia tem por objeto a constatação e análise dos fenómenos de aparência paranormal", ou "estuda os fenômenos parapsicológicos e com eles relacionados". Os termos que se querem definir não devem entrar na definição. É justamente "os fenómenos parapsicológicos e com eles relacionados", "os fenómenos de aparência paranormal" que queremos definir.
Mas os termos empregados nessas definições e outros termos equivalentes de contínuo uso na Parapsicologia: paranormais, parapsíquicos, parapsicológicos, supranormais...
Nós aqui, ou por enquanto, os tomamos como sinônimos de extraordinário, surpreendente, à margem do normal, inexplicável à primeira vista.
Paranormal — em sentido amplo, aqui especificaremos o significado do termo — não significa anormal no sentido pejorativo da expressão. Fenómeno paranormal não é sinónimo de patológico, próprio de doentes ou loucos... O limite, porém, entre paranormal, anormal, normal, é muitas vezes simples questão de graus nem sempre fácil de precisar. E a freqüência
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Alguns esclarecimentos: usamos o nome "ciência", e não o termo "disciplina" ou algum equivalente. A Parapsicologia é ciência em qualquer sentido em que tomemos a palavra. Assim, é experimental em muitos aspectos, e nesse sentido se equipara à Física ou à Biologia. É rigorosa em suas argumentaçöes, e nesse sentido coincide com a Filosofia.
Mas alguns afirmam que só seria ciência se em todos os fenómenos estudados fosse experimental e todas as suas experiências pudessem ser repetidas com êxito igual em circunstâncias semelhantes. Só se tomássemos o conceito de ciência neste sentido tão restrito e inexato é que a Parapsicologia não seria ciência...
«À primeira vista inexplicável": esta inexplicabilidade aparente dos fenômenos pode ser devida à sua estranheza, que os faz distar do nosso comum julgamento, ou à sua aparente contradição aos pressupostos científicos fundamentados ou comumente aceitos.
"Possivelmente resultado": nåo afirmamos que, de fato, sempre derivem das faculdades humanas, nem que seja obrigatória a constatação prévia de que derivam delas.
"Faculdades humanas": em todos esses fenómenos há um homem, mesmo que seja considerado bruxo, feiticeiro, médium, endemoninhado ou santo... Ou, ao menos, há uma testemunha, como, por exemplo, uma adolescente numa "casa assombrada". Sempre intervém o homem quando menos para comprovar ou testemunhar. Há, pois, a possibilidade (como notamos no item anterior) de que o fenómeno se deva ao homem, a forças "ocultas" (talvez de atuação à distância) do homem.
Nao ignoramos que a Parapsicologia também estuda e tem feito experiências com animais e plantas. Mas, ao menos por enquanto, a maioria dos estudos que se fizeram com animais e plantas foi para fazer luz sobre fenómenos do homem. Robert Amadou, depois de ter incorporado implicitamente na sua definição a "Parapsicologia animal", acrescenta numa nota: "Nosso estudo, não obstante, será consagrado exclusivamente à Parapsicologia humana". 2 É sintomático.
DEFINIÇÃO 35
Contudo, se quisermos incluir os animais e as plantas nas suas manifestaçöes "misteriosas" como objeto da Parapsicologia, no fim da nossa definição podemos substituir o termo "humanas" pela expressão Ados seres vivos deste mundo".
Sublinhamos a expressão "deste mundo", que na nossa definição provisória está implícita no termo "humanas". A este respeito escreve com muito acerto Amadou: a expressão "deste mundo" «repousa por inteiro numa hipótese que bem se pode chamar a teoria geral da Parapsicologia. Parece fora de dúvida que a hipótese de base da Parapsicologia é a de que estas forças estão em relação com o espírito humano (deste mundo, não dos "desencarnados"). Se algum estágio posterior da investigação requeresse outro investigador, o metafísico, a apreciação da conclusão desse último não seria do campo do parapsicólogo como tal" 3 Tenhamos também em conta que os milagres, antes de serem afirmados ou negados, devem ser estudados pelo parapsicólogo,
CIÊNCIAS LIMÍTROFES — Como se vê, a Parapsicologia tem muitos pontos de contato com outras ciências. Como autêntica ciência, não só não contradiz outros ramos do saber, mas os pressupõe, deles se serve e com eles colabora.
Concretizarei num só exemplo: suponhamos uma cura extraordinária, inexplicável ao menos à primeira vista. Vários ramos da ciência, não apenas a Parapsicologia, estão interessados no assunto. Deve o médico, em primeiro lugar, ver se a cura pode-se explicar simplesmente com os dados da Medicina. Se assim for, nem o teólogo, nem o metafísico, nem o parapsicólogo devem intervir.
Mas suponhamos que a Medicina "fique sem resposta" ante semelhante cura. Há que atribuí-la já, sem mais pesquisa, ao demônio, aos espíritos "desencarnados", a Deus...? Não. Desde o momento em que aparece como surpreendente, à primeira vista inexplicável, segundo o critério da Medicina e afins, a cura passa para o terreno do parapsicólogo.
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A missão do parapsicólogo é investigar exaustivamente com sistemas próprios, tratando de descobrir qualquer dado que o possa pôr na pista de uma explicação das chamadas em Parapsicologia de "extranormais". Ao mínimo indício, se preciso, pedirá a colaboração do especialista em Psiquiatria, Psicologia, Fisiologia, Física etc., até Ilusionismo segundo demandar o caso. O parapsicólogo ideal seria o especialista em todas essas matérias, simultaneamente. Nas sociedades de investigação parapsicológica há membros especialistas nos diversos campos, cujo trabalho é assessorar naquilo que possa ter relação com a sua especialidade.
Em muitos casos a investigação deverá aprofundar-se mais no campo da Parapsicologia, tratando de se descobrir qualquer explicação, chamada estritamente, como veremos, de paranormal.
Só quando, além da explicação ordinária, ficar excluída toda possibilidade de explicação extranormal e paranormal, é que o parapsicólogo deverá verificar se é supranormal, antes de deixar as conclusões ao teólogo.
Mattanó aponta que a Parapsicologia é difícil de se definir pois envolve muitos fenômenos que só quando além da explicação ordinária, ficar excluída toda possibilidade de explicação extranormal e paranormal, é que o parapsicólogo deverá verificar se é supranormal, antes de deixar as conclusões ao teólogo. Isto pois, a Parapsicologia é uma ciência que tem muitos pontos de contato com outras ciências. Como autêntica ciência, não só não contradiz outros ramos do saber, mas os pressupõe, deles se serve e com eles colabora. Vemos que a Parapsicologia é uma ciência criada a partir de outras ciências e que por isso, na minha opinião, deveria estudar o fenômeno paranormal e o fenômeno normal, e distinguir os seus significados e sentidos, conceitos e contextos, sua funcionalidade comparada, e sua linguagem, sua topografia acústica e visual virtual cerebral e simulada comparada, entre o fenômeno paranormal e o fenômeno normal, e entre diferentes indivíduos para estabelecer um desvio padrão estatístico, seus símbolos e simbologias, o trabalho e a educação, a moral e a sexualidade, e suas habilidades comportamentais paranormais e normais. (MATTANÓ; 17/12/2024).
Concretizarei num só exemplo: suponhamos uma cura extraordinária, inexplicável ao menos à primeira vista. Vários ramos da ciência, não apenas a Parapsicologia, estão interessados no assunto. Deve o médico, em primeiro lugar, ver se a cura pode-se explicar simplesmente com os dados da Medicina. Se assim for, nem o teólogo, nem o metafísico, nem o parapsicólogo devem intervir. Vemos que é criteriosa a opção pela investigação parapsicológica, sendo bastante seletiva. (MATTANÓ; 17/12/2024).
Mas suponhamos que a Medicina "fique sem resposta" ante semelhante cura. Há que atribuí-la já, sem mais pesquisa, ao demônio, aos espíritos "desencarnados", a Deus...? Não. Desde o momento em que aparece como surpreendente, à primeira vista inexplicável, segundo o critério da Medicina e afins, a cura passa para o terreno do parapsicólogo. Vemos que a Parapsicologia surge como opção de investigação, mas pessoalmente não acredito que deveria ser assim, pois os verdadeiros fenômenos paranormais ocorrem continuamente e muito invariavelmente, intermitentemente, pois pertencem ao Sistema Nervoso Central do paranormal, faz parte da sua vida, das suas habilidades naturais, do seu desenvolvimento psicológico, inconsciente e comportamental, inclusive social, escolar e trabalhista ou profissional e familiar e afetivo, não há como renunciar a uma habilidade paranormal, ela acaba fazendo parte do seu repertório comportamental que se distingue entre paranormal e normal. (MATTANÓ; 17/12/2024).
A missão do parapsicólogo é investigar exaustivamente com sistemas próprios, tratando de descobrir qualquer dado que o possa pôr na pista de uma explicação das chamadas em Parapsicologia de "extranormais". Ao mínimo indício, se preciso, pedirá a colaboração do especialista em Psiquiatria, Psicologia, Fisiologia, Física etc., até Ilusionismo segundo demandar o caso. O parapsicólogo ideal seria o especialista em todas essas matérias, simultaneamente. Nas sociedades de investigação parapsicológica há membros especialistas nos diversos campos, cujo trabalho é assessorar naquilo que possa ter relação com a sua especialidade. Vemos que o caminho certo está sendo trilhado pela parapsicologia como uma especialidade que depende de outras especialidades ou ciências, pois faz parte de uma realidade, cultura, conhecimento e consciência que tem o seu mesmo locus. (MATTANÓ; 17/12/2024).
Em muitos casos a investigação deverá aprofundar-se mais no campo da Parapsicologia, tratando de se descobrir qualquer explicação, chamada estritamente, como veremos, de paranormal. Vemos que a explicação paranormal depende de uma teoria e de uma prática fundamentada, mas sobre tudo de uma teoria e de especulações que criem hipóteses e deduções para o trabalho de campo do parapsicólogo, ou seja, para suas explicações. (MATTANÓ; 17/12/2024).
OS GRANDES GRUPOS DA FENOMENOLOGIA
Os fenômenos que a Parapsicologia estuda requerem uma dupla divisão:
Fenômenos ¨extranormais" (se é que se podem juntar estas duas palavras como já o fez Richet) são fenómenos "misteriosos"), mas que, na realidade, não excedem o poder das faculdades e dos sentidos conhecidos pela Ciência tradicional, embora em funcionamento extraordinário, ou manifestações extraordinárias, à primeira vista inexplicáveis.
Fenômenos "paranormais" são aqueles que se devem a faculdades desconhecidas pela Ciência tradicional e recentemente descobertas ou estudadas pela Parapsicologia. Faculdades que tradicionalmente foram ignoradas pela Ciência. Alguma coisa nova.
Por fim, a Parapsicologia estuda os fenômenos possivelmente "supranormais" ou "transcendentes", até verificar se, segundo a Parapsicologia, tais fenómenos não têm explicação natural possível. Só então a Parapsicologia abandonaria o estudo desses fenômenos, deixando-os ao especialista em Mís-
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tica, Teologia etc., que, com os seus meios próprios, trataria de descobrir a finalidade filosófico-teológica desses fatos supranormais.
Numa segunda divisão mais ou menos bem delimitada e que se entrosa com a anterior, os fenômenos parapsicológicos podem ser:
Neste volume só estudaremos os fenômenos de efeitos psíquicos de conhecimento, tanto extranormais como paranormais.
Mattanó aponta que os fenômenos extranormais que, na realidade, não excedem o poder das faculdades e dos sentidos conhecidos pela Ciência tradicional, embora em funcionamento extraordinário, ou manifestações extraordinárias, à primeira vista são inexplicáveis, e os fenômenos paranormais que podem ser: a) De efeitos psíquicos (telepatia, precognição); b) De efeitos físicos, ou de influxo do psiquismo sobre a matéria (assombrações, levitações...); c) De efeitos mistos ou psicofísicos (curandeirismo, feitiço, faquirismo...). Para Mattanó tanto os fenômenos extranormais quanto os paranormais podem ter suas causas nas faculdades psíquicas e neurológicas dos indivíduos, especificamente no Sistema Nervoso Central do indivíduo que pode desenvolver poderes extranormais e poderes paranormais, da mesma forma que adquire poderes normais, pois já adquire uma rede de significados e de sentidos, de conceitos e de contextos, de comportamentos e de funcionalidades, de linguagem e de topografias, de símbolos e de simbologias, de relações sociais, de Gestalt e insights, de argumentação e linguagem, de pressupostos e subentendidos, de atos ilocucionários e atos perlocucionários, de mostrar, dizer e fazer, do posto, de modos de relação social e de alfabetização, de semântica e de hermenêutica, de arquétipos, de estilo de vida, de atos falhos, esquecimentos e lapsos de linguagem, de niilismos e de substituições, de piadas, charges, humor, caricaturas e chistes, de fantasias, de condicionamentos, de formas de aprendizagem, de adaptação comportamental, fisiológica e morfológica, inclusive a personalidade, caráter e temperamento, de consciência, cultura, conhecimento e realidade, de subconsciente, de pré-consciente, de inconsciente e de ciclos circadianos, de homeostase, de musicalidade, de inconsciente pessoal e coletivo, de evolução, seleção e competição e de involução. (MATTANÓ; 20/12/2024).
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PARTE
' Extranorrnais ' de Conhecimento
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ACUIDADE DOS NOSSOS SENTIDOS
Assombrosa acuidade que podem alcançar as nossas sensações. — Esperança para as pessoas que perderam algum órgão dos sentidos. — Os cegos podem ver sem olhos.
É inegável que alguns radiestesistas, cartomantes, adivinhOS, médiuns etc. e mesmo pessoas comuns obtêm êxito no conhecimento de "coisas ocultas". Pomos à parte agora os truques, as casualidades, as sugestões. só tratamos das "adivinhaçöes" autênticas.
Todos esses prodígios de "aparência paranormal" chegam, de fato, a ser paranormais, extra-sensoriais, devido a uma faculdade capaz de conhecer sem o auxílio dos sentidos?
A PERCEPÇÃO HIPERESTÉSICA — Hiperestesia (de hiper = sobre; estesia = sensação) significa exaltação da sensação. Hiperestésico é quem capta e pode manifestar estímulos mínimos. As pessoas que manifestam com alguma freqüência esse fenômeno, e por extensão outros fenômenos extranormais, são chamados "sensitivos" (reservando-se o nome de "metagnomos» para os que manifestam fenómenos paranormais).
Mattanó aponta que a percepção hiperestésica pode ser resultado da combinação de um Sistema Nervoso Central ¨ótimo¨ para a execução desse comportamento e o contato com seres alienígenas que por contato contaminam o cérebro e a sua funcionalidade, alterando seu comportamento, fisiologia e morfologia, criando um indivíduo com poderes paranormais, com percepção hiperestésica, sendo importante ressaltar que esses poderes podem ser transmitidos geneticamente, tornando-se padrões evolutivos, seletivos e competitivos que modelam a nossa espécie e suas relações sociais. (MATTANÓ; 20/12/2024).
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A HIPERESTESIA EM CERTOS ANIMAIS — Se olharmos para certos animais, ficaremos pasmados com a sensibilidade, hipersensibilidade, que podem ter seus sentidos fundamentalmente iguais aos nossos.
As borboletas maChos da espécie selene" são atraídas pela fêmea, na época do cio, até a distância de 11 km.
Um cachorro de caça se guia por admirável hiperestesia do olfato sobre o mínimo cheiro de que fica impregnado o chão pisado há uma hora ou mais por uma lebre que passou por lá.
A sensibilidade dos sentidos de certos animais serve para alertar-nos e obrigar-nos a admitir a possibilidade da hiperestesia no homem, ao menos uma hiperestesia inconsciente.
Mattanó aponta que a hiperestesia no Homo Sapiens tomo o caminho encoberto, instintivo, naturalístico e biológico, animal, voltada para sua percepção inconsciente e instintiva, oferecendo ao indivíduo meios de se orientar através de estímulos escondidos numa densa escuridão onde o instinto é sua luz que lhe guia, sua hiperestesia que o ajuda a se orientar e a seguir o caminho correto para a luz, para a solução dos seus conflitos ambientais, sejam eles internos ou externos. (MATTANÓ; 20/12/2024).
HIPERESTESIA EM SUJEITOS NORMAIS — De algum modo, todos somos hiperestésicos, isto é, todos somos capazes de captar estimulos mínimos com os sentidos. Às vezes esses estímulos são tão pequenos que o consciente não tem como reagir e cair na conta da percepção hiperestésica inconsciente. São sensações inconscientes.
O doutor Hereward Carrington descreve uma experiência interessante a respeito de algumas dessas sensações inconscientes (no caso, subconscientes).
Introduzida uma pessoa numa sala na qual nunca tenha estado, damos-lhe somente uns quatro ou cinco segundos para que observe tudo, o mais que puder. Após sair da sala, poderá dar conta de uns 10 ou 16 Mas se a hipnotizarmos em seguida para aproveitar as sensações que de fato teve e das quais não se deu conta conscientemente, observaremos que poderá enumerar, sob o efeito da hipnose, que faz surgir certas sensaçöes inconscientes, mais uns 40 ou 50 objetos que estavam na sala e dos quais só inconscientemente tivera conhecimento.t
O descobrimento das sensações inconscientes não é coisa recente. Já em 1846, Gerdi afirmava "que era necessário habituar-se a compreender que pode haver sensações sem percep-
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cão (consciente) da sensação? Muitos anos antes, o talento de Platão ensinava a mesma tese, embora com linguagem um pouco metafórica. Escreve, com efeito, o famoso filósofo grego no "Philon": "Deves supor que dentre as impressões que recebe nosso corpo a todo o instante, algumas se detêm no corpo antes de penetrar até o espírito, ao qual deixam incólume (conscientemente), mas outras atravessam um e outro e produzem uma espécie de vibração, da qual uma parte é particular de cada um deles, e a outra comum aos dois". É, como se vê, a distinção entre percepção consciente, de um lado, e hiperestesia inconsciente, de outro.
Outro tipo de sensação inconsciente (no caso, pré-consciente) é aquela que não percebemos por força da inibição e concentração, mas que poderíamos apreender em qualquer momento se assim o quiséssemos. Por exemplo, ao ler estas linhas, só nos damos conta das idéias nelas expressas, mas ao mesmo tempo os nossos sentidos estavam sendo impressionados por barulhos que nos chegavam da rua, pelo contato do corpo na cadeira, na mesa e no chão, pela umidade ambiental, pelo ritmo da respiração e trajeto do ar pelas vias respiratórias, pelo frio ou pelo calor que nos circundam... Dessas sensações o conscrente pode dar-se conta se assim o desejarmosy
tlbdas essas sensações, tão pequenas que o consciente não percebe habitualmente, são exemplos do que chamamos hiperestesia.
Precisamente porque o consciente não capta, direta ou normalmente, tais sensações, é dificil determinar o número e a qualidade delas, Existem, porém, e são, entre outras coisas, o fundamento da tão discutida "propaganda subliminar".
3, Chamamos inconsciente a tudo aquilo que Freud chamava igualSe declaramos expressamente o contrário em algum caso particular, no conceito de inconsciente, incluiremos durante todo o livro o pré-consciente, o subconsciente, o transconsuente, o supraconsciente, o in. consciente coletivo, profundo Portanto, tudo aquilo que nàO é consciente, neste livro chamamos inconsciente.
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Na fita cinematográfica, por exemplo, grava-se num só fotograma e em segundo plano, suavemente, a palavra Num outro fotograma, e também pouco nítido, uma caveira. Quando a fita for projetada, numa cena de horror, ninguém poderá dar-se conta nem da palavra "sangue" nem da caveira. A ínfima sensação, porém, pode ser captada inconscientemente, e, surgindo à tona, a impressão tétrica do filme é, ou pode ser, acentuada.
Também o consciente pode chegar, pelo treino, por exemPIO, a graus fantásticos de hiperestesiaì Os marinheiros chegam a enxergar objetos a distâncias muito superiores às que atingem pessoas dedicadas a outras profissões. Os pintores chegam a distinguir matizes nas cores completamente indiferenciáveis para o comum dos homens. Certos aborígenas possuem, pelo exercício, um ouvido que supera a sensibilidade do mais sensível microfone e um olfato que lembra o dos cachorros de caça. Os cegos e os surdos-mudos freqüentemente apresentam algum sentido notavelmente hiperestésico, por serem obrigados a "atender" suas sensações, a tornar conscientes as sensações que em outras pessoas ficam inconscientes. Assim, muitos surdos-mudos podem chegar a entender a linguagem falada só pelo movimento dos lábios do interlocutor, e quanto isso é difícil, se compreende desligando o alto-falante da televisão enquanto se deixa ligada a imagem.
É o exercício que lhes permitiu a manifestação da hiperestesia. Se o podem manifestar, é sinal de que a capacidade estava aí; o homem possui uma grande capacidade sensorial. Isso é o que nos interessa destacar.
Mattanó aponta que a hiperestesia se dá quando o indivíduo aprende ou apreende coisas, estímulos, sensações do meio ambiente de forma inconsciente, negligenciando outras para que se ressalte outra mais importante para a sua sobrevivência, evolução, seleção e competição, para sua funcionalidade comportamental que também se torna seletiva e competitiva, se adequando a sua adaptação comportamental, fisiológica e morfológica atual. Torna-se evidente que também sua interconectividade cerebral orientada por imagens que produzem emoções e assim movimentam a mente consciente e inconsciente do indivíduo, alcança grande importância, na medida em que torna maleável o inconsciente e a sobrevivência do indivíduo diante do meio ambiente, aumentando sua hiperestesia, pois esta se torna função do cérebro e da sua interconectividade, inclusive das suas consequências como o comportamento que normalmente é reforçado, pois a hiperestesia é essencial, fundamental para a evolução das espécies, seleção natural e competição entre indivíduos, para a sobrevivência e para a reprodução do indivíduo, inclusive da sua vida doméstica e cultural. (MATTANÓ; 20/12/2024).
O PROBLEMA "VISÃO" DOS CEGOS DE NASCENÇA — Como em outros problemas, foram as experiências com animais que orientaram os investigadores para encontrar a verdadeira solução da "visão" nos cegos. Falaremos mais adiante do célebre cavalo Barto, um dos cavalos de Elberfeld, velho e cego. Não obstante sua cegueira, hoje é sabido que captava os movimentos aparentemente imperceptíveis dos assistentes.
Já há muito tempo que Rafael Dubois tratou longamente dos animais que "vêem sem olhos".
O grande naturalista Spalanzani chamava a atenção dos especialistas para que estudassem o escaravelho.
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Dezenas de vezes Spalanzani repetiu a experiência de cortar a cabeca de um escaravelho, e, não obstante, o escaravelho continuava a andar e evitava os obstáculos.
Esses fatos, evidentemente, devem ser ligados com o que acontece a alguns homens cegos, especialmente cegos de nascença.
Diderot afirma que há cegos que, entrando pela primeira vez em uma casa desconhecida, se desviam dos móveis com tal precisão que dão a impressão de que vêem.
Ducamp conta maravilhado o que presenciou no instituto de crianças cegas de Paris. Várias crianças cegas daquele instituto brincam e correm em vários jogos ao ar livre sem se chocarem. Zabal interrogou os diretores do instituto à procura de uma explicação, embora não obtivesse mais do que a confirmação do fato: são absolutamente cegos, porém, evitam os obstáculos.
Pessoalmente, tenho referências de um cego que gosta de "ver" televisão e de vários cegos de um instituto especializado na Itália que costumam subir ao terraço para "verem" entrar os barcos na baía.
Experiências semelhantes se repetem com relativa freqüência.4
Como explicar tudo isso? Falou-se do eco, como no caso dos morcegos, de radar, até de telepatia ou de percepção extra-sensorial.
Ora, que exista no homem uma emissão de sons para provocar o eco como os morcegos e, mais ainda, uma emissão de raios "antropoflúxicos" para imitar o radar, são teorias bonitas, mas totalmente desprovidas de fundamento. Não se devem explicar fatos difíceis por teorias ainda mais dificeis. Acudir à telepatia, ou qualquer outro fenómeno paranormal, é muito cômodo, mas o fenômeno paranormal só se deve admitir nos casos em que qualquer outra explicação normal ou extranormal seja impossível ou muito pouco lógica. E se os fatos podem repetir-se com regularidade e precisão contínua em determinadas pessoas, como sucede nos fenômenos que estamos analisando, então o recurso ao paranormal deve ser excluído.
direit)š
A explicação é a hiperestesia. No caso do escaravelho, por exemplo, todos sabem que ele tem o centro motor e sensitivo no tórax, não na cabeça. O escaravelho pode, perfeitamente, continuar a mover-se e a sentir sem cabeça. Os raios de luz solar refletem sobre os objetos e reincidem sobre o escaravelho, que, hiperestesicamente, com os nervos "a descoberto", os sente. Não é visão ocular ou retiniana, pois não tem olhos. O animal sente o contato dos raios luminosos, ou o eco de SuaS próprias pisadas, calor, ondulação do ar provocada pelo movimento, ou ondulação do ar ao chocar com o objeto etc.
O mesmo devemos dizer do célebre cavalo Barto, cego. Hiperestesicamente sentia as ondulações do ar, os reflexos de luz causados pelos movimentos dos assistentes, ouvia as palavras inconscientemente, tenuemente pronunciadas com o movimento das cordas vocais com lábios fechados etc. Ao longo deste capítulo compreenderemos melhor a explicação.
Mattanó aponta que a hiperestesia é um evento filogenético, isto é, depende da espécie animal, e serve para a sua reprodução e sobrevivência, amparando sua ontologia, cultura, mundo virtual, espiritualidade, vida e universo, no caso do Homo Sapiens. A hiperestesia depende do corpo e do Sistema Nervoso Central e como vemos pode depender do Sistema Nervoso Periférico para captar as sensações do meio ambiente, mesmo que por meio da telepatia ou que por meio das sutis mudanças no meio ambiente. Somente no Homo Sapiens a hiperestesia causa uma rede de significados e de sentidos que movimenta sua consciência através do seu inconsciente. A hiperestesia ajuda o herói em sua jornada mítica através de rituais pelos quais ele deve passar e extrair uma mensagem poética e hiperestésica para que sua viagem seja um sucesso e o monstro seja dado como morto ou derrotado, vencido ou superado, e a sua comunidade poderá agora desfrutar dos prazeres dessa hiperestesia ou mensagem poética. (MATTANÓ; 20/12/2024).
A HIPERESTESIA EM CERTOS HISTÉRICOS — Em certas doenças psicossomáticas observa-se, como sintoma ordinário, algum tipo de hiperestesia patológica consciente, bem conhecida pelos médicos e psiquiatras. Dizemos que é consciente porque consideramos comum a todos os homens a hiperestesia inconsciente, em maior ou menor grau.
Nos histéricos, por exemplo, pode-se dar, entre outros distúrbios do ouvido, certa hiperacusia (hiperestesia auditiVa), geralmente unilateral, de modo que ouvem pequenos ruídos grandes distâncias; ou grande intolerância para certos odores ou sabores (hiperestesia olfativa e gustativa), de modo que pode bastar uma só gota de alguma substância misturada na sopa para torná-la intolerável. Hiperestesia visuai pode ser observada em muitos neuropatas, que vêem pequenos objetos distantes como se usassem binóculos. Hiperalgesia (hiperestesia à dor ou hiperestesia tátil), de modo que um pequeno estímulo cause forte dor, é freqüente nos neurasténicos, como também nos histéricos, geralmente muito localizada, dificilmente geral.
É hiperestesia que facilmente se manifesta no breve tempo de uma crise. Se em tão pouco tempo pode manifestar-se
no consciente, é sinal de que a faculdade aí está. Inconscientemente pode ser de atuaçäo mais frequente.
Uma das experiências preferidas por Charcot, fundador, como se sabe, da escola de hipnotismo de Salpetrière, era a seguinte:
Escolhia entre os doentes do hospital alguns histéricos. Primeiramente, punha-os em estado hipnótico de sonambulismo, e neste estado lhes mostrava um papel em branco sugerindo-lhes que lá havia uma fotografia, Feito isto, misturava o papel com uma dúzia de outros papéis também todos em branco e perfeitamente iguais. Escolhia de propósito papéis nos quais à primeira vista fosse impossível descobrir alguma marca que os diferenciasse.
Antes de acordar os pacientes, sugeria-lhes que uma vez acordados continuariam a ver o retrato no papel. E os acordava. Apresentavam-se então todos os papéis a cada paciente. Este ia passando-os sem saber para que, só porque lhe mandavam. De repente, e precisamente ao chegar ao papel em que deveria estar o imaginário retrato sugerido, o paciente se detinha com surpresa por ver que um dos papéis era uma fotografia. Pelo lugar em que tinha sido colocado o papel em questão, Charcot comprovava o êxito da experiência.
Disso deve-se deduzir que houve hiperestesia, como bem analisa Binet.5 Apesar de os papéis parecerem inteiramente iguais, na realidade não o podiam ser.
O paciente tinha percebido por hiperestesia algum sinal característico e assim diferenciava o papel. Note-se que os experimentadores que sabiam o lugar que ocupava o papel em questão na maioria das experiências estavam ausentes, para não guiar eles mesmos com gestos involuntários a pessoa histérica.
Que se tratava de hiperestesia e não de telepatia, ou algum outro fenómeno extra-sensorial, paranormal, pode-se confirmar, como o fez o Dr. Bernheim, da escola de hipnotismo de Nancy, utilizando sujeitos menos sensíveis:
Beråheim repetiu a experiência de Charcot em vários sujeitos. Entre eles, por exemplo, uma empregada doméstica de dezoito a vinte anos, convalescente no hospital. Acordada da hipnose, reconheceu imediata-
5, Binet, A, e Féré, C.; "Le magnétisme animal", Paris, Alcan, 1887, pág. 16ti
com direitos autoras
mente o papel em questão, vendo seu retrato. Um exame minucioso do papel mostrou a presença de alguns sinais ou defeitos, muito pequenos, que poderiam ter servido de orientação Para comprovar essa suspeita, Bernheim resolveu fazer sinais semelhantes nos outros papéis. Não obstante, a sonâmbula continuou a distinguir "seu" papel. Bernheim mandou fazer entâo, exatamente, conscienciosamente, idênticos sinais em todos os papéis. Desta vez a sonâmbula desorientou-se repetidas vezes.
Bernheim fez outro tipo de experiência que nos interessa aqui. dos meus sonâmbulos imitava os meus movimentos sem os ver, quando me colocava atrás dele para executá-los. Quando eu fazia movimentos de rotação com os braços, punha-se também algum tempo depois a agitá-los, embora sem conseguir imitaçåo perfeita do movimento que eu executava..@ Em breve convencemo-nos de que o sonâmbulo ouvia o barulho dos nossos braços e dos nossos pés e que a idéia do movimento a ser executado era-lhe transmitida ao cérebro pelo ouvido, pois bastava executar o movimento sem nenhum ruído, isto é, sem tocar a roupa, para que ele ficasse imóvel."
Analisando profundamente as experiências que realizou, Bernheim chegou à conclusão de que não havia exaltação propriamente dita, aumento da acuidade dos sentidos, mas apenas da atenção, concentrando-a num ponto determinado. Nao é aumento da hiperestesia, mas só manifestação, no consciente, da hiperestesia de que esses indivíduos eram capazes (na medida em que se pode falar de consciente nos indivíduos hipnotizados).[1]
HIPERESTESIA NA HIPNOSE — Note-se que nas experiências que acabamos de citar, embora no começo se usasse o hipnotismo para dar as sugestões, o reconhecimento do papel se fazia estando acordado o paciente. Por conseguinte, mesmo no estado de vigília, existe ou pode existir uma hiperestesia assombrosa no homem.
Com hipnotizados especialmente sensitivos (assim se chamam, repetimos, as pessoas que manifestam a hiperestesia), é mais fácil experimentar a que graus de hiperestesia pode chegar o homem em certas circunstâncias. Com efeito, a manifestação da acuidade dos sentidos chega a limites insuspeitados.
Não só com os olhos semifechados, mas até com os olhos completamente cerrados, alguns hipnotizados sentem os raios luminosos com tal nitidez, que conseguem ver (visão autêntica) até objetos sumamente distantes, impossíveis de ser percebidos (conscientemente) por qualquer outra pessoa, em estado normal e com os olhos abertos.
AAcademia de Ciências de Paris nomeou uma Comissão para o estudo de alguns fenômenos do então nascente "magnetismo" ou hipnotismo. A Comissão, científica e séria, após cinco anos de estudos, concluía na proposição 24:
"Vimos dois sonâmbulos distinguirem, de olhos fechados, objetos colocados diante deles, designar a cor e o valor de cartas de baralho sem mexer nelas, ler palavras escritas à mão ou algumas linhas de livros que lhes eram abertos ao acaso. E estes fenómenos se davam mesmo quando, com os dedos, se lhes fechavam rigorosamente as pálpebras.'iï Já Braid, para citar um exemplo dos pioneiros da hipnose, relata o caso de um paciente que não possuía boa audição, mas, sugestionado, percebia o que se lhe dizia em cochichos, estando de costas e a mais de cinco metros de distância. Quem normalmente nào ouvia o tique-taque
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de um relógio senão à distáncia máxima de um metro, ouvia-o nitidamente, em hipnose, a dez metros de distância.S
O Dr. Bremant observou um hipnotizado em estado de sonambulismo que, do gabinete médico, seguia perfeitamente, através dos vidros da janela, um diálogo mantido em voz baixa no outro extremo da rua.9
Certos hipnotizados queixam-se quando uma agulha é aproximada a uns 20 cm deles. Por isso, acreditaram alguns investigadores que a sensibilidade saía do corpo formando uma capa ao redor. Assim, por exemplo, o Dr. Boirac,10 que repetiu com algumas modificações experiências anteriores do Cel. De Rochas Na realidade, nada há que prove essa exteriorizaçâo da sensibilidade. Não suspeitaram aqueles cientistas que, com só movimentar uma agulha e aproximá-la a dez ou vinte centímetros do corpo, o hipnotizado fosse capaz de notá-lo no próprio corpo pela ondulação do ar, pelo barulho imperceptível do movimento... Outros, segundo Braid, chegavam a mais, pois podiam sentir o movimento da mão a quinze metros de distância,
Insistimos: se na hipnose, pela força da sugestão, é possível manifestar tanta hiperestesia, é sinal de que a hiperestesia aí está, sinal de que os nossos sentidos, ao menos inconscientemente, são sumamente agudos.
Mais do que sensibilidade, a hiperestesia parece, às vezes, uma exacerbação alérgica, exagerada, da sensibilidade. Não só se percebe, mas "se aumenta", parece, a influência do objeto. É corno se todo o corpo estivesse em carne viva e muito excitável; não pode ser tocado, nem com suavidade, sem dor. De modo definitivo, isso nos mostra como as terminações ner-
9, Citado por Castellan, Metapsíquica", Buenos Aires, paidós, 1860, pág. 95.
11, Rochas, Albert de: "L'exteriorisation de Ia sensibilité", Paris, Chamuei, 1894 (houve ediçào posterior em 1909).
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Central confirmaram o fato, segundo depoimentos apresentados no último Congresso Internacional de Biomagnetismo.
Muitos dos tipos de experiências anteriores descritas e outras semelhantes podem-se ver nos bons tratados de hipnotismo como coisa relativamente freqüente.
Mattanó aponta que a hiperestesia de indivíduos que sentem uma agulha a 15 cm de distância do seu corpo e põem-se a reclamar em defesa, decorre justamente da sensibilidade cutânea promovida pelos pêlos da pela que se movimentam segundo a variação de energia transmitida via aproximação da mão com a agulha do seu corpo, geralmente, o antebraço que capta essa energia interacional, que pode ser a libido, a comunhão ou a segurança, a orgone, a eletricidade ou a energia vital do organismo, até mesmo a energia paranormal, que como as demais energias, dependem de neurônios especializados para sua finalidade energética. (MATTANÓ; 19/02/2025).
A CHAMADA VISÃO PAEW3TICA — Os conhecimentos obtidos por hiperestesia podem ser tão nítidos que alguns autores chamaram a este fenômeno "visão paraótica, hiperótica ou cutânea".
Paul Jagot encontrou (melhor dito, encontraram seus discípulos e o levaram ao mestre) um sujeito que, hipnotizado, lia perfeitamente as horas em um relógio colocado sobre a sua cabeça. Não se tratava de sinais inconscientemente dados pelos investigadores, pois estes trocavam os ponteiros do relógio por trás do sonâmbulo, e só o observavam depois do sonâmbulo ter dito a hora marcada.l*
O professor Lombroso encontrou uma histérica que, em ataques sonambúlicos de hipnotismo espontâneo, perdia completamente a visào pelos olhos, vendo, entretanto, quase com o mesmo grau de acuidade pelo lóbulo da orelha esquerda. Não só distinguia as cores, senão também os caracteres de uma carta chegada havia pouco. Mais ainda, se o experimentador concentrasse, com uma lente, alguns raios de luz sobre o lóbulo da orelha esquerda, ressentia-se ela vivamente e gritava, sacudia e cobria com o braço a orelha como faria com os olhos se esses fossem feridos com uma luz intensa demais. (Igual transposiçño dava-se com o olfato. A amónia e a assa fétida aplicadas ao nariz náo davam reaçäo alguma. Aplicadas ao queixo faziam espirrar e obrigavam a doente a afastar a cabeça em sinal de náusea e desagrado.
Foi famosa a menina Giselle Court. Os esposos Duport, camponeses da Gironda, na França, retiraram-na da assistência pública quando ainda tinha três anos. Após uma perturbação nervosa, a pequena ficara cega. Pouco a pouco, com o exercício e a vontade de vencer, foi hiperestesianclo as extremidades dos dedos até conseguir distinguir as cores com só aproximar e deter os dedos sobre elas.16
15, Lombroso, Cesare: "Riceree sui fenomeni ipnotici e spiritici", rim, 1909. Utilizamos a traduçäo francesa de Rossigneux "ÇHypnotisme et spiritisme*, Paris, Flammarion, 1922.
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levarmos em conta a especial relação eplgástrio-medula espinhal. Os "magnetizadores" deram especial importância a essa região. Alguns místicos sentiram enorme calor no epigástrio durante ou após os êxtases. Os hindus em geral, e os iogues em particular, consideram de capital importância o plexo solar ("chakra umbilical" ou "manipura chakra") como sede do "prana", isto é, a vitalidade ou faculdades normais, extranormais ou paranormais, usando nossa nomenclatura. Os pseudopossessos do espiritismo, da demonologia, da bruxomania, freqüentemente afirmam, como vimos, que sentem o "intruso" na boca do estômago e os que se crêem vítimas de feitiço, freqüentemente acrescentam que têm um "embrulho" no estômago. Por isso, tornou-se clássico que as pessoas que pretendiam fazer um pacto com o demônio ou com os espíritos, engolissem o papel do "contrato". As faculdades parapsicológicas "têm sua sede no epigástrio e no plexo soar", chegou a concluir Görres em 1837.21
Mattanó aponta que através da hipnose a hiperestesia pode se acentuar e dominar o comportamento do paciente hipnotizado, criando eventos estranhos, curiosos e bizarros, como vemos no caso de Osny Mattanó Júnior que é hipnotizado e está hiperestésico, apresentando mudanças comportamentais na leitura, na velocidade do pensamento e da psicomotricidade ou da motricidade das mãos quando vacinado para o covid-19, na compreensão das palavras e na sua interpretação, no trabalho profissional, no testemunho de crimes, na produção literária e musical ou artística, no contato com seres alienígenas telepaticamente, e na vida social e comunicacional, além de no manuseio de tecnologias de comunicação, aproveitamento de energia tipo 1, 2 e 3 e regeneração celular. Mas não é só isto. As faculdades parapsicológicas "têm sua sede no epigástrio e no plexo solar", chegou a concluir Görres em 1837. Pois geralmente o indivíduo relata sentir um embrulho no estômago quando tomado por estas forças, energias e eventos, ou seja, faculdades, que produzem significados e sentidos, conceitos e contextos, comportamentos, linguagens, funcionalidade, topografia cerebral virtual, argumentação e linguagem, vida onírica, vida anímica e vida paranormal, arquétipos e ciclos circadianos paranormais. O indivíduo abandona a vida normal e desperta para a vida paranormal que toma conta da sua personalidade por completo, até mesmo na vida onírica. (MATTANÓ; 19/02/2025).
OUTROS Tipos DE HIPERESTESIA — O que sucede com o sentido da visão (voltando ao tema), sucede com os outros sentidos, constituindo o para-ouvido, o para-olfato...
Pététin, por exemplo, descreve uma sonâmbula hipnótica que reconhecia pelas pontas dos dedos o sabor de várias substâncias: biscoitos, carneiro assado, carne de vaca cozida, pão de leite... Estudou e descreve casos de pessoas que nûo ouviam pelo ouvido, mas faziam-no quando se lhes sussurrava palavras nas pontas dos dedos ou no epigástrio„
Mas basta o que dissemos a respeito da visão, não precisamos nos deter na hiperestesia de outros sentidos.
Os fenómenos da hiperestesia durante o sonambulismo hipnótico poder-nos-iam explicar certos casos de sonambulismo durante o sono natural. Regra, geral, quando um sonâmbulo caminha com os olhos fechados por lugares conhecidos, é porque a memória inconsciente guarda com todo o detalhe as distâncias, obstáculos etc. Mas em certos casos, os sonâmbulos caminham com os olhos fechados por lugares desconhecidos e obscuros ou por lugares conhecidos, mas evitando obs-
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EMISSÃO HIPERESTÉSICA 61
periências de PavlovA sobre os tão conhecidos reflexos incondicionados e condicionados aprofundaram e explicaram os automatismos no seu aspecto de movimentos involuntários e inconscientes em resposta a "sinais" externos, ou seja, de modo definitivo, em resposta às idéias e imagens conscientes ou inconscientes. Um interessante estudo sobre os movimentos inconscientes foi realizado por Jung.5
Há, pois, movimentos, ações, sinais mínimos correspondendo às nossas idéias, aos nossos sentimentos etc., sem que tenhamos vontade nem consciência de que os fazemos,
RELAÇÃO ENTRE IDÉIA E MOVIMENTOS INCONSCIENTES — Quantas idéias se refletem em movimentos externos?
Em algumas pessoas mais imaginativas e impulsivas, há movimentos reflexos das idéias sumamente amplos, "Um cego os veria?", poderíamos dizer.
Mas do ponto de vista da "adivinhação" do pensamento, não são esses sinais os que mais nos interessam, pois a "adivinhaçäo" não teria mérito. Queremos saber se existem outros sinais mais sutis, só perceptíveis, quando muito, por hiperestesia.
Já em 1908, Ernest Naville defendia: "penso que todo fenômeno psíquico de qualquer ordem que seja tem seu correspondente fisiológico".6 Evidentementeï essa correspondência fisiológica tinha de ser mímma, pois não se percebia à primeira vista.
Em 1929, Charles Baudouin, diretor do "Instituto Internacional de Psicologia", de Genebra, descobria o modo de ampliar os movimentos reflexos das idéias, a fim de fazê-los perceptíveis. Partindo das experiências antes aludidas de
Diableries", Paris, 1855. Veja-se também do mesmo autor: "L'automatisme psychologique. Essai de psychologie expérimentale sur les formes inferieures de l'activité humaine» (Thöse de doctorat ès lettreš), Paris, Alcan, 1903 (mas a primeira ed. data de 1889)
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EMISSÃO HIPERESTÉSICA
imagens, números etc., apesar de não ter havido movimento nenhum visível externamente. (Sem espelhos, por hiperestesia inconsciente, todos captariam aquelas palavras pronunciadas inconscientemente pela pessoa pensante; mas só nos sensitivos o captado subiria ao consciente.) A análise acústica do fenômeno revelou haver redução e alteração das consoantes como sucede na ventriloquia, Os sons, pois, provinham da laringe, principalmente, pois não excluímos outros sinais. São movimentos reflexos involuntários e irreprimíveis. O movimento dos órgãos da fonação foi também constatado de outras maneiras, por exemplo, com a análise de reflexos luminosos.13
Devemos citar as numerosíssimas experiências do Dr. Calligaris, professor de Neuropatologia da Universidade de Roma, Numa série de livros por ele publicados aparece a relação delas.14 Por essas pesquisas, observou como todo ato psíquico, consciente ou inconsciente, normal, extranormal ou paranormal, tem seu reflexo até epidérmico, especialmente em determinadas zonas particulares próprias para tal ato psíquico, zonas que ele chamou "placas" ou "campos". As experiências são numerosíssimas.
La delinguenza malatia Brescia, Vannini, 1942.
La fábrica dei sentimenti sul corpo dell'uomõ, Roma, Pozzi, 1932 "Le catene lineari dei corpo e dellO spiritu", Roma, Pozzi, 1928.
"Le catene lineari secondarie del corpo e dello spiritur, Roma, Pozzi, 1930.
Le meraviglie dell'autoscopia", Roma, Pozzi, 1933.
Le meraviglie dell'eteroscopia", Roma, Pozzi, 1934.
Le meraviglie della Metafisiologia", Brescia, Vannini,
Malattie infettiven, Udine, Instituto delle Edlzioni Academiche, 1938.
Malattie mentali", Milano, Fratelli Bocca, 1942,
Nouve ricerche sul cancro", Milanos Fratelli Bocca, 1940.
Telepatia e radio-ondecelebrali", Milano, Hoepli, 1934, e Brescia, Vannini, 1945.
'Iþlepatia e Telediagnóstisi", Udine, Instituto delle Edisione Academiche, 1935,
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do Jardim Zoológico e do diretor do circo Busth. A comissão só chegou à conclusão de que o caso devia ser tomado muito a sério e que se deveria investigar cientificamente e devagar, pois talvez se chegasse a conclusões que revolucionariam os postulados até então admitidos sobre o comportamento ammal.
Um mês mais tarde, em outubro, nova comissão científica, nomeada pelo Ministério de Educação, estudava o cavalo Hans, já conhecido em todo o mundo como "der kluge Hans" (o João inteligente).
A comissão científica, presidida pelo Dr. C. Stumpf, diretor do Instituto de Psicologia da Universidade de Berlim, declarou, depois de metódicos estudos, que o fenômeno era devido simplesmente à percepção hiperestésica por parte do cavalo, de movimentos inconscientes realizados por seu dono ou os assistentes, movimentos não percebidos pelo homem. O cavalo Hans batia no chão ininterruptamente tão logo percebia que se lhe fazia uma pergunta, até que algum espectador lhe fizesse o sinal de deter-se, sinal, repetimos, mínimo e inconsciente,
Já antes em 1903, Albert Moll, presidente da Sociedade de Psicologia de Berlim, chegara à mesma conclusão. Agora, porém, Pfungst, que com Hornbosten era assistente do Dr. Stumpf, demonstrava experimentalmente os movimentos que ninguém enxergava e que todos negavam produzir. Pfungst imaginou e construiu um aparelho de amplificaçào de movimentos muito engenhoso. Amplificados, os movimentos ficavam registrados sobre um cilindro. Sem ouvir ele próprio a pergunta, o professor percebia o momento exato em que o cavalo deveria parar de golpear.
Vimos no capítulo anterior que a linguagem fisiológica, os sinais hiperestésicos correspondentes às idéias, são automáticos, inevitáveis. Assim não será de estranhar que, tanto o cavalo como o professor Pfungst com seu aparelho, respondessem até às perguntas que não eram formuladas verbalmente, mas só pensadas. A idéia implica sinais inconscientes externos que, captados ou ampliados pelo aparelho, eram percebidos pelo prof. Pfungst ou pelo cavalo Hans e por eles se
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irmãos Paulo César e Gerson Sperb Scherer, de 12 e 11 anos (em 1961) de São Leopoldo (RS).
Mattanó aponta que a hiperestesia é uma resposta aumentada em relação aos estímulos, ou seja, ela amplia a funcionalidade comportamental da relação entre o estímulo e o indivíduo ou organismo, ela pode ocorrer até em animais, como vimos em um cavalo que era hiperestésico, e se mantêm através das suas consequências, tornando o indivíduo sensitivo e capaz de realizar coisas ou comportamentos que outras pessoas, consideradas normais, não realizam através dos sentidos, deixando, por exemplo, um sonâmbulo ser capaz de caminhar de olhos fechados pelo meio ambiente sem se ferir, pois já tem o meio ambiente guardado em forma de mapa em seu inconsciente, de modo que a hiperestesia aumenta a sensibilidade do indivíduo em relação aos estímulos e o meio ambiente, como um instinto de amor e de autopreservação, ou seja, como uma defesa inconsciente e comportamental desse organismo frente as adversidades do meio ambiente, que se resumem em estímulos e relações funcionais. (MATTANÓ; 26/02/2025).
OUTRAS DIFICULDADES — O caso atrás mencionado, em que o cavalo foi observado através de uma janela, não oferece dificuldade insolúvel. Estamos precisamente falando da percepçäo hiperestésica de sinais. Aqueles animais eram muito sensíveis, Captar os sinais através de uma pequena janela não é aumentar excessivamente a dificuldade, pois os sinais inconscientes se difundem por todo o corpo e cada uma das suas partes. Fica pelo menos todo o rosto do observador para transmitir o sinal visual. Para sinais auditivos, por exemplo, a dificuldade é ainda menor. E há outros tipos de "emissões»
E o cavalo Muhamet que foi observado por Maeterlinck em grande escuridão? Se a escuridão não era o bastante para impedir as observações de Maeterlinck, menos impediria as observações do cavalo. E não se trata só de ver, mas também de ouvir, sentir etc...
E o cavalo Barto, velho e cego? É maravilhoso, mas a questão é que a cegueira, mormente de nascença, não impede a "visão", como já estudamos no capítulo anterior. (Não se trata de vista propriamente dita, mas de toda classe de sensaçäo hiperestésica...).
Mattanó aponta que animais hiperestésicos podem nascer assim, com essa sensibilidade, até mesmo os cegos, e que eles substituem suas dificuldades sensitivas por novas formas de sensibilidade que substituem as problemáticas, num processo evolutivo, seletivo e competitivo, onde a sensibilidade e a hiperestesia é selecionada e reforçada como solução e meio para atingir suas necessidades comportamentais, fisiológicas e morfológicas ou adaptativas e assim resolver problemas. (MATTANÓ; 26/02/2025).
MAIS ANIMAIS "INTELIGENTES" — Conhecida ou suspeitada a solução das dificuldades, já foi fácil reproduzir o fenômeno.S Alguns preparadores de cavalos conseguiram amestrá-los até igualar e até superar os cavalos de Elberfeld. Houve vários, mormente nos Estados Unidos. Fizeram-se famosos os cava10s Lady e Black-Bear.
O cavalo Lady também dava respostas corretas às perguntas feitas em chinês.
O preparador do pónei Black-Bear fëŽ10 realizar, um dia, uma brincadeira. Perguntou ao cavalo a raiz quadrada de 841. Respondeu 49. Notado isso, o cavalo aproximou-se do seu treinador e, batendo para designar letras, formou a frase: "Você me amola".
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CUMBERLANDISMO 77
A prova baseia-se nos movimentos involuntários e inconscientes, mínimos, correspondentes ao pensamento da testemunha cuja mão o ilusionista mantém segura.
Claro está que em muitos casos não pode ser excluída a participação de outros sinais, como fonéticos, epiteliais etc., inconscientemente emitidos, e inconscientemente percebidos, mas influindo na conduta do ilusionista. Eu errei algumas vezes por interpretar mal os pensamentos do "colaborador" e outras vezes acertei ao ser guiado inconscientemente pelo público, quando o "colaborador" estava errado.
O mais curioso é a admiração do próprio colaborador inconsciente, que até jurara não ter ele indicado nada.
EXPERIÊNCIAS DE CUMBERLANDISMO — Entre 1910 e 1920, O professor Gilbert Murray, da Universidade de Oxford, e Presidente da S. P. R. de 1915 até 1917, fez em sua casa experiências de cumberlandismo, pensando tratar-se de telepatia extra-sensorial. Qualquer dos membros da família, geralmente sua filha, senhora Toynbee, escrevia num papel alguma coisa escolhida livremente. Fazia-se entrar então o Dr. Murray, que tinha permanecido ausente. O doutor tomava pela mão a pessoa que pensava, e outra testemunha tomava nota, palavra por palavra, das declarações do doutor. Por exemplo:
A senhora Toynbee pensou "no início de um trecho de Dostoievski, no qual o cachorro de um pobre homem morre em um restauranteÑ.
Chamado, o Dr. Murray pegou a mao da senhora Toynbee e disse: "Parece-me que é uma coisa tirada de um livro. Diria que se trata de um livro russo. Um homem muito pobres Parece-me que se trata de algo relacionado com um cachorro. Um cachorro muito infeliz. De repente me ocorre que é dentro de um restaurante e que as pessoas brigam, depois regressam e se esforçam por ser bons, não estou seguros.. Iþnho a impressão de que é alguma coisa assim como Gorki (por Dostoiewsky). Tenho a impressão de que é alguma coisa da Rússia".
No total das experiências, 505, houve 60% de acertos. Não precisamos aqui da telepatia, que igualmente teria dado resultado, a quilômetros de distância, Além dos sinais completamente cumberlandísticos, podem-se admitir alguns outros sinais, auditivos ou de outra espécie, inconscientemente emitidos. Esta possibilidade da explicação por cumberlandismo,
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dores formam em algumas sessões, seria o veículo pelo qual o interessado estaria manifestando ao inconsciente do médium as idéias a comunicar.
Muitas revelações, das feitas por um hipnotizado, por exemplo, podem explicar-se perfeitamente por cumberlandismo, sem necessidade de recorrer a conhecimentos paranormais... Um dos primeiros passos que se costuma dar, para desenvolver a "lucidez" nos hipnotizados, é precisamente puro cumberlandismo. O hipnotizado, para diagnosticar uma doença, por exemplo, põe as mãos sobre a fronte do consulente ou, pegando entre as suas uma mão do paciente, percorre lentamente os membros com possibilidade de estarem doentes.
Por cumberlandismo pode um "adivinho" fazer observações sobre o estado fisiológico, caráter, tendências, passado clínico imediato e até futuro iminente, isto é, aquele cujas causas já estão agindo no organismo.
Pelas causas anteriormente indicadas, os manuais de hipnose previnem o hipnólogo principiante a não se fiar muito naquilo que o hipnotizado revele sobre a outra pessoa com a qual está em contato. Freqüentemente não dirá mais do que aquilo que esta mesma pessoa pensa de si própria, talvez erradamente.
Os reflexos fisiológicos externos do pensamento de uma pessoa podem ser sentidos por outra, havendo contato corporal. Por esse meio pode-se conhecer o pensamento mesmo de outra pessoa. Isso, porém, não quer dizer que todos os sinais sejam transmitidos precisamente por contato.
Esse fenómeno da "adivinhação por contato" chama-se tecnicamente cumberlandismo.
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umas experiências de orientação, de sondagem, que começaram em Paris em 1925 no Instituto Metapsíquico Internaciorealizaram experiências tanto mais rigorosas quanto mais assombrosos pareciam aos investigadores os êxitos de Kahn. Mas ao fim tiveram de reconhecer "estamos perante um fenðmeno limpo e irrefutável", segundo a expressão do diretor do Instituto, Dr. Osty.6
Mas as experiências do Instituto Metapsíquico Internacional terminaram de chofre porque de novo, em 1931, um tribunal de Paris condenou Kahn como falsário. O tribunal não podia admitir tal capacidade humana de
Em todas essas experiências e outras que se poderiam citar, trata-se evidentemente de percepção hiperestésica dos sinais inconscientes, emitidos pelo "pensante": diríamos cumberlandismo, mas sem contato. Algumas pessoas facilmente podem pensar que se trata de telepatia, como pensaram Schottelius, Osty e quantos observaram Kahn, sem refletirem, entre outros vários detalhes, que era necessária a presença do experimentador que tinha escrito a frase ou feito o desenho. Com a ausência dele, nada sucedia. O fenómeno era, pois, sensorial; era o que chamamos hiperestesia indireta, do pensamento.S
Mattanó aponta que o cumberlandismo ocorre quando os reflexos fisiológicos externos do pensamento de uma pessoa podem ser sentidos por outra, havendo contato corporal. Por esse meio pode-se conhecer o pensamento mesmo de outra pessoa. Isso, porém, não quer dizer que todos os sinais sejam transmitidos precisamente por contato.
Esse fenómeno da "adivinhação por contato" é chamado de cumberlandismo. Para Mattanó o cumberlandismo se realiza quando temos um SNC – Sistema Nervoso Central ideal para realiza-lo, isto é, com neurônios especializados para esta tarefa e um organismo com interconectividade corporal, entropia e neguentropia ou organização e reorganização sensitiva e sensorial, hiperestésica, a ponto de se especializar e evoluir para a ¨advinhação por contato¨ ou cumberlandismo, que por sua vez se mantêm através das suas consequências, dentre elas os seus significados e sentidos, conceitos e contextos, comportamentos, e linguagens, relações sociais, gestalt e insights, topografia cerebral virtual, argumentação e linguagem, vida onírica, vida paranormal, atitudes defensivas do ego paranormal, ciclos circadianos, adaptação, evolução, seleção e competição. (MATTANÓ; 26/02/2025).
CRIANÇAS PRODIGIOSAS — Os casos que vamos citar, entre outros, talvez não sejam mais importantes que outros casos de "adivinhos", profissionais ou não. Mas os casos que cita-
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A FACE OCULTA DA MENTE
expressamente as atas: "Era capaz de dar respostas maravilhosas sempre que estas estivessem na mente da mãe, mas não podia fazer absolutamente nada se ela o deixava sozinho", ou: «o menino não pode ler se alguém não está sentado perto dele olhando o livro. Então lê bem, mas, se o deixam sozinho não pode". Captam-se, pois, sinais sensoriais. É um caso de hiperestesia indireta do pensamento.
Acerta, pois, plenamente Palmés, quando, referindo-se precisamente ao caso do menino Ludovico, escreve já em 1928ï antes do nascimento da Parapsicologia: "Os fatos aduzidos se diferenciam do cumberlandismo propriamente tal, em que... falta o contato muscular. As impressões correspondentes aos fenômenos mentais transmitidos seriam sinais acústicos ou visuais. Pode-se também recorrer à percepção tátil das distintas emissöes de ar produzidas inconscientemente pelos órgãos fonéticos do Tudo isso parece a explicação mais lógica nos casos em que o receptor está a curta distância do transmissor".
A regularidade com que o menino Ludovico, ou Bo, ou Ilga captavam o pensamento da mãe e a quase absoluta ausência de adivinhações com respeito a outras pessoas, explica-se muito bem por poucas noções que se tenham de Reflexologia. Os meninos, por afetividade, ou treino natural, tinham-se condicionado aos sinms reflexos característicos dentro da individualidade da mãe. Ora, o inconsciente tem, ou pode alcançar, uma grande sensibilidade para diferenciar os diversos estímulos. Pavlov13 conseguiu condicionar uns cachorros para um "sinal condlcionado" de 250 vibrações. Os sons imediatamente superiores e inferiores não constituíam sinal para os reflexos condicionados, apesar de parecerem ao consciente absolutamente indiferenciáveis.l$
14, Palmést Fernando Maria: "Telepatia", em "Enciclopedia Ilustrada Europeo-Americana", Madrid-BarceIona, Espasa-Calpe, 1928, LX, pág. 577.
Das traduções hispano-americanas pode-se ver: "Los reflexos condicionados aplicados a Ia patología y psiquiatria", Montevidéu, Pueblos Unidos, 1955, ou em "Obras Escogldas", México, Ed. Quetzal, 1960,
direitos
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A FACE OCULTA DA MENTE
cias com cartas. Por quê? Não seria porque se estava ausente o conhecedor do escrito, a experiência fracassava? Mas, diante dos papéis impregnados, a sensitiva não precisava de Sinais inconscientes dos assistentes; bastava a hiperestesia direta do olfato, do gosto ou do tato sobre os objetos.
Sendo a doente extraordinariamente hiperestésica, como demonstram estas últimas experiências com papéis impregnados, não será de estranhar que, por hiperestesia dos sinais inconscientes, captasse indiretamente os pensamentos dos assistentes. As experiências de Tambow, como se vê, não provam a clarividência fisiológica, isto é, visão retiniana através dos corpos opacos (supondo que fossem verdadeiramente opacos os materiais empregados). Menos ainda, provam a clarividência ou telepatia parapsicológica, extra-sensorial, São, porém, de alto valor em prol, uma vez mais, da hiperestesia indireta de pensamento, isto é, adivinhação do pensamento dos assistentes por meio dos sinais inconscientemente emitidos por eles"
Mattanó aponta que a hiperestesia indireta de pensamento trata-se de um sensibilidade do indivíduo a sinais inconscientes emitidos por um codificador ¨x¨ que controla a mensagem hiperestésica indireta de pensamento ou sensitiva, de modo que os sinais substituem a linguagem e as palavras, transformando-se numa outra linguagem, mas agora de sinais indiretos que levam a crer que a telepatia é uma farsa. Contudo a telepatia existe no contexto alienígena e humano quando controlado ou influenciado, contaminado ou determinado por alienígenas e não subtrai a hiperestesia indireta de pensamento, o que me leva a pensar que a telepatia entre os Homo Sapiens é uma farsa ou é produto de contaminação alienígena, pois o ¨telepath¨ humano continua com o comportamento hiperestésico indireto de pensamento, indicando que ele não tem este comportamento e que também nunca teve controle sobre ele, comportamento, este, a telepatia. (MATTANÓ; 26/02/2025).
O MECANISMO DE cžW1'AçÅo DE SINAIS — Sabe-se que há certas emissoes de sinais correspondentes aos atos internos, embora seja difícil determinar em cada caso quantos e de que tipo São os reflexos fisiológicos externos, os sinais emitidos.
Sabe-se também que o homem pode captar esses mínimos sinais ou reflexos fisiológicos externos correspondentes ao pensamento de outra pessoa presente, pois o homem é hiperestésico ao menos no inconsciente.
A HIP (hiperestesia indireta do pensamento) é a captação e interpretação, geralmente inconsciente, desses sinais. Nos sensitivos essa interpretação passa ao consciente sem que o consciente, geralmente, saiba donde veio essa "adivinhação", razão pela qual freqüentemente foi atribuída ao "além".
19, Riehet ("Traité de Métapsychique", 2a ed., Paris, Alcan, 1923, pág. 235) inCIina-se pela clarividência paranormal, embora admita a possibilidade remota de se explicar os fatos por hiperestesia direta, isto é, criptoscopia fisiológica através dos envelopes, Com efeito é enorme a dificuldade de explicar os fatos por hiperestesia diretav Mas, na hiperestesia indireta do pensamento, nåo pensou o célebre metapsíquico, como também náo os investigadores de Tambow...
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plo: quiseram provar a frenologia servindo-se das manifestaçöes de pessoas submetidas à hipnose. Diziam: se estimulamos uma determinada zona do crânio e o hipnotizado reage segundo o sentimento correspondente à zona frenológica excitada, isto prova evidentemente que a frenologia está certa quando diz que "Cada sentimento... tem uma sede no crânio e o estímulo dessas zonas provoca o sentimento". Não poderia ser fingimento por parte do hipnotizado, porque como poderia um hipnotizado "analfabeto" saber qual o sentimento que se deve excitar nessa ou naquela zona?
Esse raciocínio vem já dos primeiros estudiosos do hipnotismov Assim Braid, segundo citação do Dr. Murphy,25 demonstrava a frenologia com a seguinte observação:
Um paciente, quando se lhe estimulou a zona da cordialidade e do afeto, abraçava o médico, ao ter estimulado o órgão da combatividade no lado contrário da cabeça, com o braço correspondente golpeou dois cavalheiros que imaginou que iam agredi-lo, de tal forma que quase deixou um deles estendido no chão; enquanto isso, com o outro braço continuava a abraçar o médico da maneira mais afetuosa.
E assim com outras zonas. Mas o argumento não serve: o hipnotizado, por hiperestesia indireta do pensamento, poderia adivinhar as idéias preferidas do experimentador e acomodar-se a elas nas manifestações.
A mesma falha de argumentação têm cometido muitíssimos investigadores da hipnose½ Alguns experimentadores querem provar suas teorias sobre o hipnotismo baseando-se nas descrições dos hipnotizados, incultíssimos nas teorias hipnóticas. Outros experimentadores provam teorias diferentes, aduzindo esse mesmo argumento das descrições dos hipnotizados incultos...
No entanto, poderia ser que os hipnotizados, apesar de não saberem nada de hipnose teórica, captassem, por hiperestesia indireta do pensamento do seu hipnotizador, as teorias preferidas do próprio hipnotizador...
Murphy, Gardner: "Historical Introduction to Modern Psychology",
Néw York, Mareourt Brace and co., 1949; e Londres, Routtedge and Kegan Paul, 1949, Traduçáo espanhola: "Introdueeión histórica a Ia Psicologia contemporánea", Buenos Aires, Paidós, 1960
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O INCONSCIENTE SE LEMBRA DE TUDO
Lembrou-se do que vira quando bebê. Um analfabeto aprende obras literárias só de ouvi-las uma vez, — Graças à memória do inconsciente recupera-se uma fortuna. —— O nosso inconsciente não esquece nada.
O filósofo Delboeuf sonhou que no pátio da casa encontrara duas lagartixas enterradas na neve e rígidas pelo frio, Thrnou-as, aqueceu-as nas mãos e colocou-as numa greta do muro. Depois colocou ao lado delas umas ervas que lá cresciam. Ainda em sonho pronunciou o nome da planta: "Asplenium ruta muralisn (sici O nome se lhe apresentou como algo familiar. Delboeuf nåo se lembrava de quase nenhum dos nomes técnicos das plantas aprendidos na época de estudante. Como, pois, era possível aquele conhecimento técnico? Após 16 anos encontrou casualmente a explicação: em casa de um amigo encontrou um pequeno álbum de flores secas, no qual estava escrito, por seu próprio punho: "Asplenium ruta muraria". O próprio Delboeuf o escrevera muito tempo antes, depois de consultar um botânico. Delboeufjá nem se lembrava de que sua irmã presenteara aquele álbum ao amigo. Única variante: "muraria' por "muralis".l
Casos semelhantes são bastante frequentes. Isto nos prova, evidentemente, que se guardam em nosso psiquismo an-
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tigas lembranças que o consciente já esquecera completamente. Surge, pois, a pergunta: até que ponto chega a memória do inconsciente? As respostas, dá-las-emos por partes.
ÉPOCA INFANTIL — Para saber até onde chega o poder mnésico do inconsciente, um primeiro passo importante é, sem dúvida, constatar que o nosso inconsciente lembra-nos coisas que conhecemos quando ainda não tínhamos uso da razão- Esse fato tem-se comprovado inúmeras vezes.
O Dr. Maury, por exemplo, conta que uma noite sonhou que era menino e que vivia em um povoado de frilport. Lá imaginou ver um homem fardado que diria chamar-se "fulano". Maury gostava de analisar seus sonhos, Embora nåo tivesse a menor idéia daquele homem nem daquele povoado, onde pensava não ter vivido nunca, havia no sonho uma vaga sensaçño de "já visto". Passado algum tempo encontrou-se com a antiga ama-seca. A aia disse-lhe que, sendo ele muito criança, fOram a mencionada localidade, onde o pai devia construir uma ponte, e que havia lá um policial com o mesmo nome que lhe tinha sido dito no sonho.Z
Foi essa uma impressão de "já visto" que, contra toda verossimilhança, se confirmou.
Mais ainda, tem-se comprovado também que a lembrança pode-se referir até àquelas sensações que se teve quando criança de colo!
Maury, Alfred: somtneil les rêves, Études psyehologiques ces phénomènes et les divers états que sty rattachenf, 4a ed., Paris, 1878, pág. 92.
3, pela memória do inconsciente explicaram-se muitos casos de "já visto". Essa memória pode referir-se a antigas sensações inconscientes ou impressöes conscientes já esquecidas. As antigas impressões (conscientes ou inconscientes) podem ter sido causadas náo pelo mesmo objeto de que agora a pessoa se lembra senào por uma fotografia, cinema, Mas queremos dizer com isto que não haja outras explicações para outros casos de "já vistõ. Muitas vezes, com efeito, essa impressåo de lembrança se deve a diversas ilusöes: "Já vi aquilo", e na realidade nunca o viu mas o imaginou ou (contra a opinåo que nos parece insustentável, como veremos, de Leonard, que nega a corrente de união, ou lembrança de sonho a sonho). Outras vezes a ilusào é que na realidade vimos alguma coisa parecida, mas nao a mesma e freqüentemente haverá ilusao completa, uma "falsa lembrança", ou o distúrbio psíquico chamado em Psicologia 'lembrança do presente", (Cf. Bergson, H.: "EEnergie spirituelle", Paris, Alcan, 1924, pág. 117, assim como "Revue philosophique", 1908, 12.)
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Mattanó aponta que o inconsciente guarda as memórias de quando estávamos na época infantil, através da marca e do mapa cognitivo, dos caminhos cognitivos que são registrados nos neurônios do nosso cérebro e é por causa disto que podemos acessar estas memórias em outros momentos de nossas vidas, com ou sem auxílio da hipnose, por exemplo, com auxílio da psicoterapia ou da psicanálise ou da psiquiatria. (MATTANÓ; 26/02/2025).
LEMB}UA-SE ATÉ DO "NÅO-PERCEBtDO" — É um passo a mais para compreendermos até onde chega a memória do inconsciente.
Muitos são os aspectos e casos que se poderiam analisar sobre a lembrança do anäo-percebido". Com efeito, como vimos, o inconsciente lembra-se do que só ouviu em tenra idade. É um tipo de "nâo-percebido", já que as criancinhas "não prestam atenção»F São freqüentes os casos de lembrar-se do que se ouviu completamente distraído; eis outro tipo do que chamamos «não-percebido". Podemos lembrar-nos até daquilo que jamais poderia perceber o consciente, lembrança de sen: saçöes hiperestésicas e inconscientes, como veremos neste e no próximo capítulo.
Agora queremos indicar outro aspecto: possivelmente não existe algum estado de tal que possa até atingir o inconsciente. O exemplo típico é dado por Charcot numa das suas famosíssimas aulas na Salpêtrière.
Uma doente, depois de violenta crise provocada por uma emoçáo, esquece tudo, desde um mês antes da crise (amnésia retrógrada), e depois não pode fixar nada nem guardar nenhuma lembrança (amnésia atual). Charcot, o célebre investigador do hipnotismo em doente, analisa assim o caso da aula: "Na realidade, os fatos que ela esquece tão rapidamente no estado de vigília, e que não pode fazer aparecer no seu consciente estavam verdadeiramente registradas (pelo inconsciente). A prova é que, espontaneamente, ela conseguiu lembrá-los de noite, no sonho. Mandamos que fosse observada por dois vizinhos de cama e comprovamos assim que ela freqüentemente sonha alto e que nos seus sonhos faz, às vezes, aos que é incapaz de fazer reviver no estado de vigília. Mas a prova de que o inconsciente se Iembra de tudo está, especialmente, no fato seguinte: essa mulher que conseguimos hipnotizar encontra, durante a hipnose, todos os fatos sucedidos até o presente momento, e todas as lembranças revivem associadas, sistematizadas, ininterruptas, de modo que formam uma trama contínua e como que um segundo "eu", que contrasta estranhamente com o "etF oficial, do qual todos conheceis a amnésia profunda"
Mattanó aponta que o inconsciente se lembra de ¨tudo¨, mas este ¨tudo¨ é selecionado dentre muitas outras respostas e estímulos que desencadeiam respostas no mesmo momento no corpo do indivíduo, através da evolução, seleção e competição, que estabelecem o que é focado e o que não é focado pelo holofote da consciência diante da escuridão do inconsciente. (MATTANÓ; 26/02/2025).
O INCONSCIENTE APRENDE IMEDIATAMENTE COISAS COMPLEXAS — Entre os casos espontâneos é clássico o referido por Michea e citado por muitos autores.
Um jovem açougueiro, num acesso de mania, recitava páginas inteiras da "Fedra" de Racine. Curado da sua mania, por mais esforços que fizesse, não conseguia recordar-se de um verso sequer. Declarou ter ouvido uma só vez a leitura dessa tragédia, quando pequeno.6
Poucas coisas São tão complexas quanto as línguas. O próximo capítulo intitula-se: "O inconsciente, a melhor escola de línguas". É por isso que não nos deteremos no tema da complexidade dos dados que pode arquivar o inconsciente.
Mattanó aponta que o inconsciente participa da aprendizagem comportamental e cognitiva, mas também da aprendizagem inconsciente diante da riqueza de estímulos e acontecimentos para se estudar, ler e interpretar, e depois decidir, isto, pois, tomamos decisões inconscientes, muitas vezes e acertamos sem saber o porquê? Trata-se do inconsciente agindo através do seu aprendizado! (MATTANÓ; 26/02/2025).
A EXTENSÃO QUALITATIVA DA MEMÓRIA — Mede-se a memóna não só pelo tempo durante o qual retém os dados aprendidos (extensão temporal, de que logo falaremos), nem só pela quantidade de dados que é capaz de armazenar (extensão quantitativa ou complexidade, à qual acabamos de aludir e da qual todo o presente capítulo vem a ser um comentário), mede-se também pela minuciosidade dos detalhes que chega a conservar. Isto vem a ser a extensão qualitativa.
Em matéria de detalhes, isto é, no aspecto qualitativo, o inconsciente chega a limites insuspeitados.
Desde Bottley, são relativamente freqüentes na hipnose experiências como a seguinte:
"Coloca-se sob os olhos do sonâmbulo uma série de folhas de papel superpostas e ordena-se-lhe que escreva, à medida que se vai ditando. Após ter escrito algumas linhas sobre a primeira folha, esta é retirada subitamente, e ele prossegue escrevendo sobre a segunda, caso não tenha notado a falta da primeira, para o que se pode fazer alguma sugestño direta, Opera-se da mesma forma com a segunda, depois com a terceira e a quarta folha, ficando escritas sobre cada uma delas apenas algumas linhas. Em cada página, o sonâmbulo é capaz de retomar sempre o ponto em que havia parado na anterior. Finalmente, quando termina a quarta folha, coloca-se-lhe nas mãos a quinta, ordenando-lhe que releia em voz alta tudo o que escreveu e que coloque a pontuação nos lugares necessários. Ele pode executar tudo isso com extraordinária exatidão, não omitindo nenhuma palavra e fazendo as correçöes nos devidos lugares das quatro folhas retiradas."7 Sobre a folha em branco!
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O fenômeno pode ser reproduzido aproveitando-se outros estados de inconsciência, diferentes da hipnose, como, por exemPIO, o sonambulismo espontâneo, durante o sono natural.
O Arcebispo de Bordeaux refere o seguinte caso: um jovem sacerdote, durante o sono, levantava-se, sonâmbulo, para escrever sermões e compor música, O Arcebispo acompanhou o sonâmbulo várias noites seguidas, Com precisåo matemática, o jovem, de olhos fechados, apanhava todo o material necessário. Quando compunha músicas traçava primeiro as pautas com uma régua, As notas e o texto eram perfeitos, e, se havia erros, ao "reler", corrigia-os nos lugares correspondentes. Os sermões, lia-os em voz alta do começo ao fim com os olhos fechados! Corrigia as passagens de que não gostava, O Arcebispo, suspeitando que o sonâmbulo talvez enxergasse através das pálpebras fechadas, interpôs obstáculos, como folhas de papelão diante do sonâmbulo, quando esse "lia". O padre continuava lendo calmamente, imperturbável. Outras vezes o Arcebispo substituía as folhas escritas por outras folhas de igual formato, peso etc., e o padre 'Slia" sobre as folhas em branco o que estava traçado nas outras. Também corrigia nas em branco os erros ou frases menos felizes, sobre os lugares exatos correspondentes aos das outras folhas.8
Como se vê por essas manifestações, a minuciosidade da memória do inconsciente é assombrosa.
Mattanó aponta que o inconsciente é minucioso em relação a memória, aumentando sua capacidade discriminatória e verbal, descritiva e testemunhal. (MATTANÓ: 26/02/2025).
O TEMPO NA MEMÓRIA INCONSCIENTE — Eis outro fator de grande importância. Três aspectos que na realidade se interpenetram, podem ser aqui considerados: até que idade anterior podem retroceder nossas lembranças; até que idade avançada se arquivam no inconsciente; e por quanto tempo se conservam.
ATÉ QUE IDADE ANTERIOR PODEM RETROCEDER NOSSAS LEMBRANCAS? — Já apontamos alguns casos de memória de fatos sucedidos antes do uso da razão e até na primeira infância. Tais casos são relativamente frequentes.
Mais ainda: um tipo de experiência é apresentado sob o aspecto e denominação de "regressão" na idade. O hipnotizado é levado pela força da sugestão a anos passados, reproduzindo então critérios, gestos, linguagem, ocupaçoes ou jogos próprios da idade sugerida.
Material
Alguns autores que não têm considerado suficientemente o assunto defendem a "regressão" a um estágio uterino anterior à mielinizagão, ou, até, pré-uterinos Os melhores especialistas evidentemente contestam esse fato. Tais "regressões" são puramente fictícias. O paciente, submetido a sugestão, é capaz de criar magníficas fantasias. É verdade que, em alguns casos, o inconsciente poderá revelar fatos ocultos, e que depois se comprova corresponderem a épocas de pré-mielinização ou pré-uterinas sugeridas. Não se trataria nesses casos de autêntica lembrança do inconsciente, mas apenas, em última análise, de conhecimento atual paranormal. Geralmente será mera projeção ao passado de conhecimentos atuais conscientes ou inconscientes.
Está claro que, na "regressão" hipnótica, não se trata de verdadeira regressão no tempo e que, portanto, não se pode esperar uma acomodação total da personalidade à idade sugerida como esperavam alguns hipnólogos menos avisados. O inconsciente toma do seu arquivo inúmeras lembranças, para fingir a "regressão" que se lhe impõe, mas nem por isso se desprende da personalidade adulta presente.
Há pessoas que "regridem" a idades infantis, e, submetidas ao teste de Rorschach, procedem aparentemente com psicologia infantil, o que demonstra a memória do inconsciente. Mas um psicólogo experimentado descobrirá logo detalhes de madureza, o que demonstra que a regressão é só aparente,
Um homem desenhou uma árvore com traços e ingenuidade próprias da idade sugerida de seis anos, mas não omitiu as raízes, detalhe que, aos seis anos de idade autêntica, teria omitido. Outro indivíduo, depois de aceitar a sugestão de que tinha quatro anos, perguntado repentinamente sobre que horas eram, não conseguiu reprirmr um gesto de consultar o relógio de pulso.
Esses e outros exemplos, mostram que se trata de memória (e imaginação...).
Outros autores, como Butler,9 querem ver no instinto, animal ou humano, uma memória inconsciente herdada. Mas será que os primeiros animais e os primeiros homens não
direiios
tinham instintos? Em todo o caso, o instinto, reflexos incondicionados, fatores hereditários do caráter e outros, só num sentido muito lato poderão ser chamados "memória", uma espécie de memória inconsciente de épocas passadas, transmitidas de pais a filhos.
Mattanó aponta que as lembranças que podemos acessar em nosso inconsciente normalmente dependem do conteúdo recalcado infantil, doméstico e familiar que se fecha com a identificação da criança com o genitor no complexo de Édipo, por volta dos 5 anos de idade, e que lembranças anteriores a este período são vagas e imprecisas, difíceis de serem acessadas, tornam-se ¨apagadas¨ e difusas. (MATTANÓ; 26/02/2025).
ATÉ QUE IDADE AVANÇADA SE ARQUIVAM AS LEMBRANÇAS?
Parece que até à morte. Mais ainda; como é sabido, é precisarnente nos moribundos que o inconsciente parece aflorar mais, surgindo lembranças "até dos primeiros anos de vida".
Os velhos, com freqüência, lembram até conscientemente os seus primeiros anos, a sua infância, a sua juventude, e continuamente falam deles.
São muitos os casos em que pessoas muito velhas mani. festam de repente, por qualquer associação de imagens, lembranças do inconsciente, lembranças tao antigas, tao esquecidas pelo consciente, que ninguém as reconhece como tais dando origem a interpretações às vezes supersticiosas. Tornou-se clássico em Psicologia Experimental o seguinte caso:
Uma anciã, ao passar por um lugar qual nunca estivera", úldivinhou" de repente que naquele local tinha havido plantações de violetas. Fato surpreendente, porque aquele local, edificado e central, não poderia sugerir absolutamente tais plantas anteriores. Mas a senhora, sem poder explicar o motivo, estava convencida do que afirmava. Fizeram-se averiguaçöes e comprovou-se que de fato, mais de trinta anos antes, naquele local se tinha derrubado um edificio, tendo ficado acertado que, até nova construção, o terreno serviria para plantações de um famoso jardineiroe A senhora, porém, Ignorava absolutamente essa circunstância.
O tempo encarregou-se de elucidar a questão. O marido da senhora, intrigado também, pensou muitas vezes no assunto. Um dia, quase de repente, lembrou-se de que, pouco antes de ser vendida a propriedade, ele mesmo comprara lá um ramalhete de violetas para sua esposa, entào convalescente de uma doença. Então a esposa se lembrou de que seu marido, ao dar-lhe as flores, lhe dissera onde as comprara.lO
Ambos haviam se esquecido, mas o inconsciente "não esquece nada". Ao passarem por aquele lugar, trinta anos após, efetuou-se a associação das idéias e brotou misteriosa lembrança.
10, "Enciclopedia Ilustrada Europeo-Americana", Madrid-BarceIona, Espasa-Ca1pe, no artigo "Vaticinio", pág. 382.
Mattanó aponta que o inconsciente não se esquece de nada e que na velhice ele aflora ainda mais, desafiando a memória e a cognição ou inteligência dos mais novos que custam a acreditar no que veem e escutam, no que testemunham e especulam como ¨caduquice¨, mas que na realidade trata-se de um trabalho psíquico inconsciente e comportamental, que me parece ter o objetivo de aproximar os mais jovens e cuidadores dos mais velhos que são incapazes e mais vulneráveis, mais necessitados, o inconsciente é uma forma de defesa e de proteção contra a morte e o abandono. (MATTANÓ; 26/02/2025).
POR QUANTO TEMPO O INCONSCIENTE CONSERVA AS LEMBRANÇAS? — Implicitamente esta questão está já respondida nos itens anteriores: desde a infância até a velhice parece que o tempo não afeta a memória do inconsciente.
A CORRENTE DA MEMÓRIA — Para sabermos até que ponto chega a memória é importante mais um dado. Já temos visto como as coisas sucedidas em estado consciente arquivam-se no inconsciente. Arquivam-se também no inconsciente as sas sucedidas durante os mesmos estados de inconsciência. E a passagem de um estado a outro de inconsciência não está fechada para a memória do inconsciente. Por exemplo, o sucedido durante a inconsciência de uma crise histérica surge na hipnose. O sucedido na hipnose surge à tona, por exemplo, no desdobramento da escrita automática. O sucedido durante o sonho é lembrado, por exemplo, na alucinação quando se fixam os olhos numa bola de cristal etc. Thido parece indicar, pois, que a memória do inconsciente forma "uma trama contfnua, ininterrupta", segundo a frase de Charcot já citada.
Eis um caso de lembrança, no sonho natural, de algo realizado na inconsciência da sugestão pós-hipnótica.
O Dr. Voisin hipnotiza um homem. Feito isto, sugere-lhe que ao acordar, em vigília, deverá assassinar uma mulher que entao estava deitada num leito próximo, e sugere também que deve esquecer tudo. Acordado do sono hipnótico, sem saber por quê, o indivíduo dirige-se à cama que estava perto e, sem hesitar, apunhala um manequim de mu. lher, perfeitamente dissimulado. Os magistrados, diante dos quais se realizava a experiência, não conseguiram do suposto assassino nem a confissão do crime nem a descrição do ato, nem o nome do cúmplice que o sugerira. Era uma açûo em vigília, mas imediatamente esquecida por efeito da sugestão pós-hipnótica. frês dias depois, o homem volta à Salpêtriére. Sua fisionomia mostra as marcas do sofrimento moral intenso e de insónia pertinaz. Queixa-se de ver todas as noites, assim que adormece, uma mulher que o acusa de tê-la assassinado com uma faca. Acorda sempre excitadíssimo. Rejeita o sonho como absurdo, mas conciliando novamente o sono, surge o mesmo sonho da trágica aparição. Os médicos tiveram então de explicar-lhe tudo para que o pobre homem não ficasse louco.ll
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Bernheim, depois de fazer muitas experiências corroborando o fenómeno de que pelo hipnotismo se podem relembrar fatos que pareciam totalmente esquecidos ou nunca percebidos, passou nas suas experiências ao fenômeno de que agora tratamos. Demonstrou à saciedade como, durante a hipnose, podem ser lembrados todos os fatos que em anteriores hipnoses haviam realizado, mas com a sugestão pós-hipnótica (eficaz, portanto, só para 0 consciente) de que depois fossem esquecidas,12 Pede-se a um hipnotizado que descreva o que se lhe mandou esquecer e é curioso comprovar quào perfeitamente se lembra de tudo o que, quando consciente, se chega a pensar que não viu, nem sentiu. A "corrente" da memória fora já amplamente confirmada por Janet.13
Mattanó aponta que a ¨corrente¨ da memória se rompe com sugestão pós-hipnótica, revelando que o hipnotizado permanece controlado, mesmo conscientemente, de modo que os seus significados e sentidos, conceitos, contextos, comportamentos, funcionalidades, Gestalt e insights, relações sociais, linguagem, argumentação e linguagem, ciclos circadianos, vida anímica, vida onírica e vida paranormal conscientes também permanecerão sob controle. (MATTANÓ; 26/02/2025).
UMAS CONCLUSOES PRÁTICAS — A sugestão pós-hipnótica para esquecimento não é eficaz no inconsciente. Sugestões pós-hipnóticas de esquecimento, por exemplo, de traumas para cura de psiconeurose, muitas vezes não corresponderão ao método mais indicado, pois, passado algum tempo, por efeito de associaçöes ou certas contradições espontâneas, o trauma "esquecido" pode surgir de novo à tona.
Não se deve pensar, outrossim, que certas sugestões até ridículas, não são perigosas pelo simples fato de que depois se dão sugestões pós-hipnóticas de esquecimento; o esquecimento não é total e algum dia poderia influir no comportamento do paciente. É esse um dos perigos da hipnose de palco.
Mattanó aponta que a sugestão pós-hipnótica para o esquecimento torna-se falível devido as condições ambientais e suas relações com o organismo, sua interconectividade cerebral e corporal ou orgânica que pode gerar eventos de equivalências de estímulos ou de recuperação espontânea e assim levar ao fracasso o esquecimento, pois tornar-se-ão novamente conscientes as informações mantidas esquecidas de maneira involuntária. (MATTANÓ; 26/02/2025).
PANTOMNÉSIA oU HIPEREMNÊSIA? — Se somos pantomnésicos (do grego "mnésis" = memória, e pantom" = de todas as coisas), lembramos tudo, absolutamente tudo. Se somos hiperemnésicos (do grego "hipert' = sobre, extraordinário; e "mnesisî' = memória), então nossa memória inconsciente seria, sim, admirável, superaria tudo o que geralmente se pensa, mas não seria precisamente memória de tudo.
12, Bernheim, suggestion, psychotérapie", Paris, 1891, págs. 133 ss.
13, Janet, Pierre: psychologique, essai de Psychologie experimental sur les formes inferieures de ractivité mentale", Paris, Alcan, 1889, págs. 336 ss.
Material
O dilema é antigo. Foi Richet que propôs o termo "pantomnésia": "Para indicar — escreve que a memória não esquece nada e que tudo o que impressiona nossos sentidos (acrescentamos nós: ou nossa inteligência, vontade, imaginaçäo. ) permanece fixado no cérebro inconsciente, eu proporia a palavra 'pantomnésia'. Pela sua etimologia, significa que nenhum vestígio do nosso passado cognoscitivo se apaga". [2]
Não é possível provar experimentalmente que não se esquece absolutamente nada.
Mas a pantomnésia parece lógica.
O que se poderia esquecer mais facilmente? Os casos espontâneos e experiências que se têm conseguido realizar e que expomos até aqui mostram precisamente que as coisas que mais facilmente se esqueceriam também se guardam no inconsciente; são os fatos captados na época infantil antes do uso da razão, e os fatos não captados, por serem insignificantes ou por distraçäo até em pessoas que padecem de amnésia (falta de memória) total, no consciente. As coisas mais complexas, ou mais detalhadas e minuciosas e em pasmosa quantidade, são arquivadas imediatamente. O passar do tempo não parece influir na memória do inconsciente, nem parece haver barreiras que impeçam a passagem da vida consciente ao arquivo do inconsciente, nem que separem os diversos estados de inconsciência. Forma-se assim uma trama do «eu" único perfeitamente unido e ininterrupto que nada pode esquecer.
Não temos falado diretamente nos dados recebidos por vias paranormais, pois teríamos antes de explicar o paranormal dificil de ser compreendido aqui. Mas também as percepçöes paranormais são arquivadas.
Os casos observados e as experiências feitas autorizam-nos a deduzir que nada se esquece em nosso inconsciente. Já no início da investigação metapsíquica, numerosos autores, tais como Janet, Flournoy, Richet e outros, defendiam a pantomnésia contra a hiperemnésia.
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Podemos fomentar a associação de imagens e excitar o inconsciente, fazendo, assim, trabalhar o arquivador.
Conta-se na biografia do sábio espanhol Amor Ruibal que sua prodigiosa memória consciente (pré-consciente) permitia-lhe encontrar sem fichário o que precisava na sua confusa biblioteca pessoal. Um dia, porém, memória consciente falhou e apesar de empregar várias horas não encontrou um folheto raro sobre o Código de Hammurabi.
Encarregou alguns auxiliares de vasculharem livro por livro, dependência por dependência, pasta por pasta, para encontrar o folhetos Inútil. Profundamente contrariado e preocupado, pois precisava com urgência do folheto, deitou-se aquela noite e em sonhos viu o folheto em determinado lugar inesperado. Acordou cedo. Rapidamente foi ao lugar para constatar se era verdade... Lá estava o folheto extraviado.15
O inconsciente, aguçado pelo desespero da situação, "trabalhou no seu arquivo" toda a noite, até encontrar a lembrança desejada.
Às vezes é bem longo o tempo empregado pelo arquivador, até encontrar a lembrança que procura.
Brockelbahk, por exemplo, perdera um canivete de estimaçâo. Procurava-o em vão. Conscientemente decidiu não pensar mais no assunto. Mas o inconsciente ficou alerta. Certa noite, seis meses mais tarde, o inconsciente conseguiu encontrar a lembrança arquivada. Brockelbank sonhou então que usava umas calças velhas, há muito tempo abandonadas, e que lá se encontrava o canivete. Por que sonhou isso? Intrigado, quis ver se era verdade e foi em busca das calças. No bolso COtn o qual sonhara estava o canivete.te
Maury esforçava-se por lembrar determinada coisa interessant.e antes de deitar-se à noite. E assim muitas noites ia "provocando" o arquivador. Em sonhos, com alguma freqüência, vinham lembranças e mais lembranças.
Método quase idêntico, embora admita melhor técnica, é o da hipnose. Pela hipnose, em alguns casos, podemos obter excelente para a vida prática, sob a direçäo de algum
médico técnico em hipnotismo, com o que reduziremos ao mínimo o perigo de fomentar o automatismo e outras decorrências perigosas.
Um conhecido especialista em hipnose refere-nos o seguiste caso:
A Srta. W. procurava encontrar uma carta comercial muito importante, que perdera um ano antes da nossa entrevista... Em estado hipnótico, e em resposta a perguntas específicas, disse, primeiro, quando recebera a carta; depois, em que oportunidade a utilizara; e por último, quando a vira pela última vez. Foi no quarto para hóspedes, de sua tia, em Boston, enquanto preparava a mala para viAjar.
— "Náo a colocou na mala?"
"Desde então não a viu mais?"
Acordando-a, informei-a de que deixara a carta no quarto para hóspedes em Boston. (Em vigília ela afirmara que a última vez que tinha visto a carta fora num escritório de New York). Ela não acreditava ser isso possível, mas disse que o comprovaria escrevendo para sua tia. Algumas semanas mais tarde, rui informado de que a investigaçäo confirmara a revelação feita durante a hipnose. A carta fora encontrada em Boston, Felizmente, sua tia a tinha guardado.r[3]
Por meio da hipnose ou associaçoes, testes, drogas etc., o psiquiatra poderá algumas vezes obter do inconsciente lembranças que o auxiliem na recuperação do paciente. O advogado poderá obter dados preciosos para a reconstituição dos fatos do seu cliente etc. Pela hipnose chegou-se por vezes a bastante profundidade do arquivo. Uma experiência quase de rotina é a comprovação da memória do inconsciente durante a hipnose, "E conseqüència, a imaginação exalta-se também, dando à linguagem dos pacientes um brilho e um colorido notável: a memória reproduz com notável precisão cenas e pormenores que, em estado de vigília, estão completamente esquecidos ou jamais fixados" 18
Mattanó aponta que a pantomnésia é uma utopia, pois o cérebro possui várias áreas que respondem ao mesmo tempo, provavelmente, para o mesmo estímulo, por exemplo, criando diversas explicações e crenças para o mesmo fato ou objeto de estudo que está mantido na mente inconsciente, esta reserva todas estas áreas, não sinapticamente, mas psiquicamente e comportamentalmente em poucos neurônios especializados, capazes de grandes tarefas, de arquivarem grandes arquivos e de terem como manipula-los e os desenvolverem, neurônios mais evoluídos, seletivos e mais competitivos, por isso existe um holofote que ilumina essa escuridão chamada inconsciente, que reside nesses neurônios especializados e que seleciona respostas para a competição ambiental do organismo no meio ambiente, para a sua sobrevivência e reprodução. (MATTANÓ; 26/02/2025).
A CRIVI'OMNÉSIA — Para chegar às capas mais profundas do "iceberg" não há técnicas viáveis. Tratar-se-ia simplesmente de causar uma tempestade, um profundo desarranjo no psiquismo. Diríamos dar a volta ao psiquismo, ou fazer explodir o "iceberg", dividir a personalidade de forma que consciente e inconsciente "se apresentem em público" conjunta ou sucessivamente: dupla personalidade, tríplice etc.
Às vezes, esses profundos desarranjos surgem como resultado de graves traumas físicos ou psíquicos, assim como doença, acidente, golpes na cabeça, desgraças, medos...
Especialmente essas manifestações do inconsciente mais profundo sempre se apresentaram nimbadas de mistério, porque só recentemente se descobriu a sua origem na memória do inconsciente. É por isso que a memória do inconsciente foi chamada também "criptomnésia", que etimologicamemte significa "memória de coisas ocultas". Explicando o conceito, diríamos que é memória sem aparecer como tal, sem se saber que se trata de lembranças.
Uma grande parte do próximo capítulo poderia ser aduzido aqui, como exemplo de "lembranças ocultas", resultado de profundo desequilíbrio psicofisico.
Os atos psíquicos, provavelmente todos os atos psíquicos normais, extranormais, paranormais, conscientes ou inconscientes, arquivam-se para sempre na memória inconsciente desde a mielinização dos nervos,
A memória do inconsciente chama-se em Parapsicologia "pantomnésia": memória de tudo, nada se esquece.
com
O INCONSCIENTE, A MELHOR
ESCOLA DE LÍNGUAS
Uma jovem aprende quatro línguas diferentes em apenas quatro dias. — "Após a morte* uma húngara esqueceu o húngaro e começou a falar espanhol. — O inconsciente poliglota.
Falar línguas estrangeiras sem tê-las aprendido... O fenômeno foi chamado por Richetr xenoglossia (do grego xenos = estrangeiro, e gloto = falar). Fora da ciência experimental o fenómeno é mais comumente chamado "glossolalia" (falar línguas) ou "dom das línguas".
A FRAUDE É A PRIMEIRA EXPLICAÇÃO — Houve um caso que se tornou famoso por ter sido observado por Richet.
"Uma senhora, de uns trinta anos de idade, desconhecia absolutamente o grego. Apesar disso escreveu na minha presença compridas frases em grego. .. Encontrei depois de algumas investigações. os livros dos quais a mesma senhora extraíra as frases, o dicionário grego-francês
caril
e francês-grego de Byzantius e Coromelas (Atenas, 1851, 2a edição), a Apologia de Sócrates, o Fédon de Platão e o Evangelho de Säo João. s"
O interessante é que algumas frases se aplicavam muito bem às circunstâncias. Uma tarde, por exemplo, ao cair do sol, a senhora escreveu em grego uma frase que se encontra no dicionário citado: "Quando está no seu nascimento ou no seu ocaso, a sombra projeta-se longe". A frase é transcrita sem acentos e com um pequeno erro: um alfa por um epsílon, Richet considerou importante o caso dessa senhora. Ela escrevera em grego um total de vinte linhas, 622 letras, com somente 6% de erros, além da ausência de acentos.Ž
Supondo que a senhora conhecesse o abecedário grego, o esforço da memória não seria grande, dado que as frases foram escritas em pequenas "doses", em diversas ocasiões, Era fácil que as fosse aprendendo. E, se a senhora não conhecia as letras gregas, para aprendê-las necessitaria no máximo de uma hora. Da acentuação grega, mais dificil de lembrar, ela esquivou-se. Quanto ao significado das frases, no dicionário de Byzantius e Coromelas constava certamente o significado, depois das frases gregas. Na França, não são freqüentes as ediçöes apenas em grego da Apologia, do Fédon e dos Evangelhos: costuma-se fazer edições bilíngiies. Nestas condiçöes é facílimo estudar, para cada sessão, algumas frases curtas e até aplicá-las às circunstâncias, principalmente se se escreve espontaneamente e não tem resposta a perguntas.
A hipótese de fraude não foi excluída, no caso, admitindo-se que poderia se tratar de uma dessas fraudes inconscientes ou ao menos irresponsáveis, muito freqüentes. Richet afirmara "que se trata claramente de visão mental de vários fragmentos de livros"; reconhece, porém, que não se pode rejeitar a hipótese da fraude. Justas críticas fez o Dr. Dessoir, defendendo a explicação por fraude.3 A "Society for Psychical Research" discutiu o assunto, concluindo que, provavelmente, tratava-se mesmo de fraude; só em última hipótese é que se poderia falar numa representação visual memorizada por pantomnésia inconsciente]
direitas
Outra observada, Helena Smith, deu também mostras de xenoglossia fraudulenta por fraude inconsciente, isto é, não com a vontade deliberada e consciente de enganar.
Helena Smith afirmou, durante um transe, que, em uma reencarnação anterior fora a rainha Antonieta e antes ainda Simandini, filha de um xeique árabe e esposa do príncipe hindu Sivrouka Nayaka senhor de Kamara. Moravam na fortaleza de Tsehandraguiri, construída por seu esposo em 1401...
Todo o esplendor e luxo do mundo oriental era descrito de modo meio fantasmagórico por Helena. Descreveu também fatos históricos da épocm E o surpreendente, ou, ao menos o que mais nos interessa: em urna ocasiño, em transe, escreveu uma linha em árabe e empregou palavras em sânscrito. Foi só após muito trabalho que professores da Universidade conseguiram verificar que a linha em árabe e as palavras em sânscrito eram reais, como também os fatos históricos a que ela aludiu.
O Dr. Flournoy, fingiu-se espírita, para poder investigar com plena liberdade o assunto H. Smith. Após vários anos de observação da médium e pacientíssimos estudos, chegou à conclusão clara e indiscutível de que tudo era fraude, inconsciente, mas fraude. Todos os dados, personagens, acontecimentos históricos a que Helena aludia, provinham de um livro francês (única língua que ela conhecia), muito raro em Genebra, publicado em 1828. A frase árabe tinha sido incluída por um médico na dedicatória com que oferecia a um amigo o livro escrito por ele em Genebra. O médico, Dr. Rapin, freqüentara a casa de H. Smith.5
Quanto às palavras em sânscrito, comprovou-se que Helena Smith folheara uma gramática e um dicionário sânscritoss
Não se tratava de ler e falar "o sânscrito", como com exagero pouco sincero tem-se afirmado. Flournoy diz que eram unicamente algumas palavras em sânscrito; escritas ou pronunciadas. Flournoy sugere a explicação: "Um dos membros da Sociedade de Investigações Psíquicas de Genebra, o Sr. J., tinha estudado alguma coisa desse idioma, raro na Suíça, e possuía uma gramática do mesmo (Harler, C. de: "Grammaire pratique de Ia langue sanscrite", Paris; Louvain, Bonn, 1878)
no próprio aposento em que se faziam as sessões; nessa casa, H. Smith esteve fazendo sessões durante um ano inteiro, precisamente o que precedeu à erupção da fantasia hindu".6
Em matéria de xenoglossia a fraude mais singela pode ser de um efeito altamente surpreendente como mostra o caso seguinte, entre outros muitíssimos que se poderiam citar.
Em uma sessåo de psicografia, um médium escreveu as palavras: "Hemek Habacchar e assinou Cardosio" (sie). Interrogado, o ignorante médium explicou aos sábios que as palavras significavam "Vale de lágrnnas", acrescentando que se encontravam uma única vez no Antigo Testamento.7 Após várias investigações descobriu-se que existira um médico português, chamado Fernando Cardoso, que tinha abraçado a religião judaica. O ignorante médium não podia saber palavras hebraicas nem seu significado. O caso foi tido pelos espíritas como manifesta intervençáo do "espírito" do médico que ninguém conhecia e menos ainda o seu judaísmo. Descobriram-se mais tarde as obras de Cardoso no "British Museurn", cheias de citações hebraicas: novo "argumento" em prol da intervenção do "espírito".
O argumento parecia insofismável, e não obstante era um simples truque como se desvendou depois, ao encontrar-se num pequeno livro alemão de provérbios e sentenças as palavras "Hemek Habaccha = Vale de lágrimas", com a indicação de serem o mote do médico português-judeu B. Cardosio (sic). Daí as tinha tomado o médium, sem suspeitar que no livrinho encontravam-se dois erros: o nome do médico não era , e sim Fernando, e o sobrenome não era "Cardosio", e sim Cardoso. Comprovou-se também que outras frases xenoglóssicas, empregadas pelo mesmo médium em outras ocasiões, foram tiradas do mesmo livro. O médium foi desmascarado.S
tom
Os médiuns espíritas que se fizeram mais famosos em xenoglossia foram Eglinton e Valiantini, sem contar H. Smith na Xenoglossia imprópria de inventar línguas. Eglinton e Valiantini em repetidas sessões falaram várias línguas.9 Valiantini, porém, é mais do que suspeito por ter sido apanhado em fraude com demasiada freqüência. A respeito de Eglinton, escreve o próprio Richet, geralmente muito entusiasta: "A sinceridade de Eglinton é bem problemática."10
A fraude, portanto, talvez inconsciente ou ao menos irresponsável, explica muitos casos de xenoglossia "aparente".
Mattanó aponta que a xenoglossia trata-se de uma fraude ou de um fenômeno ¨aparente¨ pois com as investigações acerca do histórico do codificador acabamos encontrando provas de que ele copiou ou imitou, discriminou, esteve atento ou ficou controlado pela língua que está afirmando ser um fenômeno de xenoglossia, mas que na realidade alguns parapsicólogos chamam de pantomnésia, mas eu chamo de repertório comportamental ou repertório comportamental básico. (MATTANÓ; 26/02/2025).
XENOGLOSSIA IMPROPRIAMENTE DITA — Um outro tipo de pseudoxenoglossia, seria o de inventar línguas novas, mesmo perfeitas. É o caso, por exemplo, da famosa médium espírita Helena Smith do qual falaremos no próximo capítulo. Inventar línguas como o fez Helena Smith prova o talento do inconsciente, mas não é xenoglossia propriamente dita.
Também não é xenoglossia entender línguas, embora geralmente os autores incluam no conceito de xenoglossia o fenômeno de entender línguas desconhecidas.
Eis um caso bastante antigo, do século XVII, mas bem comprovado e que se tornou clássico.
A sra. Rainfaing ficou viúva. Um "médico-bruxo", chamado Poirot, pediu-a em casamento. Não foi ouvido. Deu-lhe então estranhos "filtros", para conquistar-lhe o amor. Inútil. Dirigiu então toda a "bruxaria" no sentido da vingança, abalando a saúde da sra. Rainfâing. Depois sucederam coisas tão estranhas a essa senhora, que a julgaram possessa do demônio, Os médicos declararam nada entender do seu estado e a recomendaram aos exorcismos da Igreja.
Por ordem do Sr. de Poreelets, Bispo de Toul, foram nomeados exorcistas o Pe. Viardin, doutor em Tbologia e Conselheiro de Estado do Duque de Lorena, e mais outro jesuíta e um capuchinho. No decorrer desses exorcismos, intervieram também muitos religiosos e padres de Nancy, inclusive o Bispo de Triboli, o sufragâneo de Estrasburgo, o embaixador do Rei da França e o bispo de Verduns Foram também enviados dois doutores da Sorbonne.
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A Sra. Rainfaing foi "exorcizada" várias vezes em hebraico, só com o movimento dos lábios, sem se pronunciar uma palavra. E a suposta possessa entendeu perfeitamente a fórmula do "exorcismo". O Dr. Garnier, doutor da Sorbonne, deu-lhe várias ordens e perguntas em língua hebraica, Ela respondeu que só falaria em francês, acrescentando: "Não é bastante que eu lhe mostre entender o que diz?"
O mesmo Dr. Garnier, falando-lhe em grego, errou distraidamente na declinação de uma palavra. A "possessa" lhe disse:
— Você errou.
— Mostre-me em quê — exigiu ainda em grego o doutor.
— Contente-se — respondeu a Sra. Rainfaing — com que denuncie seu erro. Não falarei mais dele,
Em grego, pediu o doutor que ela se calasse- Em vão:
Ordena-me que me cale, mas eu não me calarei.
E assim outras frases semelhantes fôram feitas pelos exorcistas, seguidas de respostas mais ou menos confusas da Sra. Rainfaing.. 11
Não é estranho que, com os escassos conhecimentos da época, e ambiente de demonologia e bruxaria, o caso fosse tido como indubitável possessão diabólica. Mas disso não havia nada.
Interessa-nos, e foi no que insistiram os exorcistas, o fato de que entendera a língua, mas já sabemos que, mesmo ignorando completamente as línguas estrangeiras com que se dirigiam a ela, a Sra. Rainfaing podia captar o sentido das perguntas e ordens por hiperestesia indireta do pensamento. Logo mais insistiremos nisto-
Pouco importaria agora saber se a Sra. Rainfaing entendeu diretamente a frase estrangeira que ouviu, ou se somente captou as idéias do doutor, sem entender diretamente as frases estrangeiras, Afirmamos que bastaria a percepção da idéia, por hiperestesia indireta do pensamento consciente ou inconsciente. A importância dos sinais fonéticos provavelmente deve,
no caso, reduzir-se, porque a língua empregada era desconhecida para a sensitiva. Mas há outros muitos sinais comuns a toda a espécie humana, como indicamos no capítulo da hiperestesia indireta do pensamento.
Por hiperestesia indireta do pensamento, podia a Sra. Rainfaing captar os pensamentos dos interlocutores. Podia, portanto, responder em francês, sua própria língua, de acordo com o que diziam a ela em hebraico, grego ou latim.
A mesma coisa se diga do erro que denunciou: por hiperestesia captou a reaçäo (talvez só inconsciente) do cérebro do Dr. Garnier, percebendo indiretamente que o doutor errara.
Nem sequer era preciso recorrer à percepção paranormal, extra-sensorial, do pensamento de seus interlocutores. Bastava, uma vez que estavam presentes, a hiperestesia.
É curioso que um ocultista como Elíphas Leví, dê lições de senso comum àqueles "homens tão sérios", que atribuíam o fenômeno ao demónio. Assim se expressa o famoso ocultista: "Admiro-me de que homens tão sérios não tivessem notado a dificuldade que teve o pretenso demónio em lhes responder em uma língua estranha à da doente. Se o interlocutor fosse o demônio, não somente teria entendido o grego (latim ou hebraico), mas teria falado em grego (latim ou hebraico). Uma coisa não custaria mais do que a outra a um espírito tao sábio como maligno "12 Os parênteses são nossos.
Casos semelhantes são relativamente freqüentes.
Mattanó aponta que a xenoglossia impropriamente dita refere-se ao repertório comportamental básico que abrange o imitar, o discriminar, a atenção e o controle dos estímulos ambientais por meio do contexto que contêm elementos discriminadores que mantêm esse comportamento. (MATTANÓ; 26/02/2025).
XENOGLOSSIA PROPRIAMENTE DITA — Falando com propriedade, xenoglossia é empregar línguas desconhecidas pelo consciente.
Usamos o termo empregar para incluir a xenoglossia falada, escrita, pelos movimentos da mesa, ou qualquer outro sistema de expressão.
A xenoglossia escrita etc., não se diferencia da xenoglossia falada. A única diferença é meramente extrínseca. Mais
com
ainda: a escrita automática etc., facilita a manifestação da xenoglossia, ficando tudo no âmbito do inconsciente.[4]
Neste capítulo vamos tratar unicamente da xenoglossia propriamente dita.
Mattanó aponta que a xenoglossia propriamente dita trata-se do comportamento de usar línguas desconhecidas pelo consciente, através dos repertórios comportamentais básicos que são imitar, atenção, controle e discriminação. (MATTANÓ; 26/02/2025).
XENOGLOSSIA TRAUMÁTICA
Uma menina de dez anos sofrera uma fratura de crânio por causa de uma queda. Veio ter conosco — escreve o Pe. Herédia, SJ — uma mulher, muito aflita, temendo que a filhinha estivesse possessa do diabo; pois falava chinês. Fomos ver a menina. Efetivamente, por momentos punha-se a falar numa língua desconhecida para nós.
— Como souberam vocês que é chinês o que ela fala? — pergun-
— Padre, é porque um chinês que lava a roupa a ouviu falar e disse que é chinês.
— Pois chamem o chinês.
Após algum tempo, Chegaram dois chineses em vez de um.
— Vocês ouviram esta menina falar? — perguntei-lhes. Um dos chineses fez um sinal afirmativo.
— Pergunte em chinês quais as flores da Califórnia (lá sucedeu o fato), de que ela mais gosta.
Um dos chineses fez a pergunta, e a menina desatou a falar com estraordinário desembaraço. A princípio os chineses começaram a sorrir, mas depois ficaram muito sérios-
— Que foi que eia disse? — perguntei. Um dos chineses repondeu: — Duas toalhas de mesa, três fronhas, seis pares de meias, três lenços — e calou-se,
— Não disse mais nada? — insisti. Um dos chineses não quis responder, mas o outro, vendo que eu tirara a carteira para recompensá10s se me dissessem tudo, acrescentou:
Disse outras coisas muito feias que não me atrevo a repetir"
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hipnose é bastante parecida, com outros estados de inconsciência, nos quais o fenómeno surge espontaneamente: febre, transe, narcótico, traumatismo psicofisico.
Uma moça, quase analfabeta, posta artificialmente em estado de sonambulismo hipnótico, recitou um longo trecho oratório em latim, língua da qual ela não sabia sequer urna palavra. Comprovou-se, seguindo as orientações dadas pela mesma hipnotizada, que anos atrás um tio da jovem recitara um dia aquele mesmo trecho perto do quarto de dormir da moça, que então se achava doente"
Uma mulher em estado de sonambulismo (hipnótico) recitou, sem hesitar, longos capítulos da Bñlia hebraica, apesar de, acordada, não conhecer uma única palavra dessa língua. Descobriu-se que ela simplesmente repetia o que ouvira de um rabino que tinha o hábito de ler a Bíblia em voz alta e do qual fora empregada quando moça'a
Durante o estado hipnótico, o inconsciente apresentou com toda exatidão e vivacidade tudo quanto ouvira uma só vez anos atrás sem nada entender e, possivelmente, ouvido por sensaçöes hiperestésicas.
Mattanó aponta que a xenoglossia traumática também ocorre segundo os repertórios comportamentais básicos e a história de vida do codificador que apresenta sensações hiperestésicas, e assim significados e sentidos característicos da sua condição. (MATTANÓ; 26/02/2025).
UM CASO DISCUTIDO
Um jovem professor, inicialmente por curiosidade, e, com grande surpresa, depois já por necessidade mórbida, dedicou-se meses e meses, quase sem interrupção, ao perigoso exercício da escrita automática ou psicografia. Conseqüéncia: o equilíbrio psíquico desse jovem rompeu-se, originando fácilmente desdobramento da personalidade e automatismo notável.
O Pe. Garo, Cónego da Catedral de Nancy, e mais outros seis sacerdotes quiseram presenciar pessoalmente o fenomeno que julgavam inacreditável- Chamaram o jovem. Esse, que era católico, acedeu imediatamente. "Entregaram-lhe um papel e lápis, convidando-o a responder a algumas perguntas encerradas em um envelope fechado que estava sobre a mesa." O jovem escreveu as respostas adequadas, Uma delas em latim. Frase feita, náo original. Tinha, porém, sentldo de acordo com a pergunta.
XENOGLOSSIA 127
O Cónego Garo e os outros seis padres não tiveram dúvidas: respondera em latim quem ignorava completamente o latim. Só podia ser obra do demônio...! E levantaram a sessão imediatamente.
Foi a primeira teoria explicativa.
Logo apareceu outra teoria: "Seriam os espíritos". E o caso foi publicado na "Revue SpiriteP18 embora uma testemunha, o comunicantey não estivesse seguro de se tratar de um fenômeno espírita. "Li — escreve o articulista, leigo — grande número de obras sobre o Espiritismo e confesso que ainda não existe clareza sobre o assunto... todas as afirmações são hipóteses sem nenhuma justificação."
Hoje, com o avanço da ciência, o caso parece simples, podendo ter duas explicações fáceis e naturais.
Os mesmos padres ali presentes haviam formulado as perguntas contidas no envelope. Não seria difícil ao jovem, notavelmente hiperestésico e treinado, captar dos padres o conteúdo do envelope. Hiperestesia indireta do pensamentos
O conhecimento das perguntas, ao que parece pelo teor da relação, foi inconsciente no jovem. Inconscientes parece que foram também as respostas, facilitadas aliás pela psicografia. Nem houve necessidade de se passar ao campo da consciência. Isso facilita muito o fenômeno.
Mas uma das respostas fora dada em latim... Não há nada de estranho em que um professor católico ouvisse frases em latim. Todos as ouvem, na Igreja. Nada há de estranho que soubesse, ao menos inconscientemente, o significado de algumas frases latinas ouvidas, ou porque o significado fosse compreensível, ou porque lhe tivesse sido explicado. Mesmo que não se lembrasse conscientemente dessas frases e do seu significado, o inconsciente não esquece nada, é pantomnésico. Pois bem, a uma das perguntas feitas pelos padres, inconsciente e hiperestesicamente captadas pelo jovem, se associou mais facilmente uma frase latina... Onde estaria o mistério?
Mas propomos outra explicação mais verossímil. Os padres tinham formulado as perguntas. Para elas coincidimos com a solução anterior. Para as respostas mantemos a mesma linha: respostas inconscientemente formuladas pelos padres e
caril
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captadas nos mesmos. Tudo se reduz à hiperestesia indireta do pensamento dos padres, tanto para as perguntas como para as respostas, incluindo a resposta em latim.
Mattanó aponta que até mesmo os médiuns são resposta hiperestésia indireta do pensamento, pois são sensitivos e respondem segundo seus repertórios comportamentais básicos, de atenção, discriminação, controle e imitação. (MATTANÓ: 26/02/2025).
HIPERESTESIA INDIRETA DO PENSAMENTO — Entre as causas da xenoglossia, como explicação total, ou como explicação parcial completando a pantomnésia, parece que a hiperestesia indireta do pensamento (ou a telepatia, em último caso) é o fenómeno parapsicológico que mais freqüentemente intervém.
O espírita Ernesto Bozzano, atacando um livro de Sudre, [5]afirmou: "Para compreender uma língua, não é necessário que o médium a conheça, porque lhe basta o pensamento do consulente. Não assim quando se trata de falar ("inteligentemente", de acordo com as circunstâncias): nesse caso é taxativo e necessário que o médium conheça a língua. A clarividência (ou hiperestesia indireta do pensamento, ou telepatia) é impotente para fazê-la conhecer, e tal impotência deriva do fato de que a estrutura orgânica de uma língua é pura abstraçäo e, em conseqüência, não se pode ver nem perceber no cérebro de outrem"
Se, pois, o médium não conhece uma língua e a fala, o fenómeno se deveria aos espíritos, segundo Bozzano.
O Pe. Balducci, depois de conceder que entender línguas é fenómeno natural, acrescenta: "Nos livros ou no cérebro de outrem poder-se-ão, quando muito, ler frases em língua estranha, mas não (para usá-las) entendendo o seu significado coisa que pressupõe o conhecimento abstrato da língua. esse o argumento principal que dá um valor absoluto à nossa afirmação" (de que a xenoglossia inteligente se deveria ao demónio). [6]
XENOGLOSSIA
Há fatos e experiências que refutam essas teorias: não apenas palavras e frases, mas também significados, sentimentos, idéias, conceitos abstratos etc. podem ser captados hiperestésica ou paranormalmente.
Os mesmos Bozzano e Balducci se contradizem: afirmam que se podem captar frases no cérebro do interlocutor. Afirmam que se podem entender as frases estrangeiras ouvidas, "lendo? o pensamento de quem as pronunciou. Por que então não se pode entender o significado dessas frases captadas? Por que só se entenderia o ouvido, e não o captado? Em ambos os casos é "ler" o pensamento.
E mesmo que Balducci e Bozzano tivessem razão, que necessidade há de entender para falar? Eles concedem que o sensitivo pode captar frases na mente do interlocutor. Pois bem: se o interlocutor conhece a resposta, é evidente que no seu cérebro se associa automaticamente a frase-resposta adequada a cada pergunta consciente. O sensitivo pode captar e pronunciar automaticamente essa frase-resposta, mesmo sem entendê-la. A resposta será de acordo com as circunstâncias, "inteligente*, Parece que Bozzano e Balducci se esqueceram de que a xenoglossia, a resposta, pode ser "inteligente", sem que o sensitivo entenda o sentido do que diz..
Já falamos, quando se tratou da hiperestesia indireta do pensamento, no caso dos meninos Ilga K. e Ludovico.
Apesar de ainda não ter começado as primeiras lições elementares, liga "lia" de cor ou recitava qualquer trecho de escritos ou discursos em qualquer língua, contanto que sua mãe fosse na sua presença lendo mentalmente ou pensando o mesmo trecho. O menino Ludovico falava inglês, espanhol e até um pouco de grego (além do francês, sua língua pátria), justamente as línguas que conhecia a mãe. E na ausência da mãe só sabia francês.
Se as mães pensavam inteligentemente nessas línguas, a xenoglossia dos filhos era inteligente.
O pensamento captado por hiperestesia indireta pode ser o pensamento (sentimento, inconsciente. Aliás, é mais freqüente captar o pensamento inconsciente do que o pensamento consciente, como veremos ao falarmos
Mattanó aponta que a hiperestesia indireta do pensamento ocorre segundo as mesmas leis e princípios das demais, segundo os repertórios comportamentais básicos, imitar, controlar, ficar atento e discriminar estímulos que se aumentam segundo a sensibilidade ou hiperestesia do codificador que formula seu pensamento consciente, seu conhecimento, sua cultura e sua realidade ambiental para se adaptar e solucionar problemas e adversidades ambientais, com o fim de sobreviver e se reproduzir num mundo evolutivo, seletivo e competitivo. (MATTANÓ; 26/02/2026).
Osny Mattanó Júnior
Londrina, 26 de fevereiro de 2025.
[1] . De fato, a inibição com respeito ao que se passa ao redor ajuda à percepção (consciente) de sinais mínimos. Mas as experiências e a conclusão de Bernheim parece-nos que devem ser completadas ou explicadas. Em primeiro lugar a concentração explicaria os êxitos dos sujeitos em questão e de outros não muito bons sensitivos. Mas daí não se pode deduzir que melhores sensitivos não poderiam acertar onde fracassaram os sujeitos experimentados por Bernheim. Temos outras muitas experiências e casos espontâneos, como veremos, que mostram que a hiperestes1R não tem limites tão estreitos. Por outra parte, a concentração (e inibição) explica os casos de hiperesconsciente, mostrando que de fato nàO há aumento da sensibilidade em si mesma, mas simples aumento da manifestação no consciente da capacidade de sensação. Penso que a inibição consciente não afete a hiperestesia inconsciente: veremos, com efeito, que até quando o consciente atende fortemente a outra coisa, o Inconsciente capta mímmos estímulos: é realmente hiperestésico até limites insuspeitados.
Nutna palavra, a concentração e a inibição consequente fariam com que o consciente percebesse mais, não se referindo ao inconsciente, que sempre seria hiperestésico.
Mattanó aponta que a hiperestesia parece ser uma característica sensitiva do indivíduo que responde a estimulação e gera consequências no meio ambiente, como vemos no caso de Osny Mattanó Júnior que possui hiperestesia visual e auditiva, sendo que da hiperestesia visual responde a estimulação criando imagens projetadas do seu próprio cérebro ou do seu cérebro em interação com outros cérebros por meio da telepatia e da hiperestesia auditiva que dá vida e som as imagens projetadas no céu que está ao seu alcance visual, gerando significados e sentidos, comportamentos e uma linguagem que toma conta da consciência humana, da cultura, do conhecimento e da realidade criada pelo cérebro, pelo tronco cerebral, pelo tálamo e pelo córtex cerebral, podendo alcançar o prosencéfalo e desencadear reações de dor, medo e de extase, emaravilhamento e prazer, e noutros casos desencadear emoções e sentimentos e o trabalho do tronco cerebral e da ínsula que age como um atalho para configurar padrões sentimentais, de modo que o comportamento sensitivo e a hiperestesia visual e auditiva seja otimizada e tenha menores custos e maiores benefícios comportamentais, fisiológicos e morfológicos, ou seja, adaptativos, para a solução de problemas e as exigências do meio ambiente. (MATTANÓ; 23/01/2025).
tom
[2] . Richet, Charles: "Traité de Métapsychique", 2a ed., Paris, Alcan, 1923, pág. 59.
com
[3] . Rhodes, Rafael traduçûo de Novena, Domingo Juan: "Hipnosis, teoria, práetiea y aplicaeión", 2a ed., México, Aguilar, 1958, pág. 146
tom
[4] . As idéias inconscientes expressam-se inconscientemente por meio de movimentos reflexos automáticos, da mao que segura o lápis (ou pêndulo, copo, mesa etc.), O fenómeno em si é simples. O "nustériõ da psicografia e de fenómenos afins provém de outros fenómenos que explicam de onde vêm as idétas, estilo etc. manifestados. Esses fenômenos de conhecimento são os que explicamos neste tomo.
Heredia (de), S. J, , Carlos Maria: "Los fraudes espíritas y 10s fenômenos metapsíquicos", 5a ed., Montevidéu, Mosca, 1945, pág. 249, Traduçào portuguesa: "As fraudes espíritas e os fénômenos metapsíquicos", 3a ed., Petrópolis, Vozes, 1958, pág. 214.
[5] . Sudre, René: "Introduction à Ia Métapsyehique Humaine", Paris, Payot, 1926. (Modernizado e aumentado em "fraité de Parapsychologie", Paris, Payot, 1956).
Bozzano, E.: "Per Ia difesa dello spiritismo. A propósito delta 'Introduction à Ia Métapsyehique Humaine' di René Sudre", Nápoli, 1927, pág. 96. Trad. de Franco, Araújo: propósito da Introduçño à Metapsíquica Humana. Refutaçño do livro de René Sudre", 2a ed., Rio de Janeiro, Federação Espírita Brasileira, s. d. (1960), pág. 107. (Obs.: Os parênteses são nossos.)
[6] 1. Corrado: Indemoniati", Roma, Colleti, 1959, pág.
(Obs.: Os parênteses são nossos.)
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