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13.MOÇART.
13.MOÇART.

OSNY MATTANÓ JÚNIOR

 

 

 

 

MOÇART

 

 

 

 

 

 

 

06/03/2018

MOÇART.

CAP. 1

        ¨Lá, lá, lá, lá, si, dó,...¨ mesmo sem pensar lá estava ele, Moçart, o Motoqueiro dos Infernos, tocando seu piano e transando com suas prostitutas até se cansar.

        Ao se cansar ele saía desesperadamente em sua motocicleta até encontrar sua vítima que habitualmente morria com vários tiros na cabeça e no corpo e depois era roubada, e ele vazava dando gargalhadas escandalizadas inconfundíveis, ele usava sua peruca de Lorde. Ele sempre voltava sozinho para sua casa para assistir televisão e depois voltava a tocar piano.

        Mas diante de um assassinato a polícia o pegou e o prendeu na cela de uma cadeia junto com bandidos. No meio desta estavam Marceo e Léos que o cercaram e o estupraram, então ele virou um lobisomem e acabou comendo todos eles, os encarcerados testemunharam tudo e contaram tudo para as autoridades que foram checar o que havia acontecido perguntando para Moçart o que havia acontecido? Ele disse apenas que havia dormido e acordado com uma dor de barriga, mas já estava melhor, e não sabia mais  nada!

        ¨A vida é perfeita para quem sonha¨ disse a diretora do Presídio para Lour que ficou transtornado com o que sabia e começou a bolar um plano para matar Moçart, para isto precisaria da ajuda de seus comparsas, Leil e Rits.

        Passavam mal do outro lado do Presídio os três irmãos D´Matta, o Dr. Osmio e a Sra. Dinha. Eles disputavam o controle do setor de trabalho escravo, concentração, extermínio e violência. Tudo girava em torno do tráfico de informações.

        Então Moçart foi amarrado por Lour, mas novamente ele se transformou num lobisomem e foi para cima de Lour que conseguiu escapar pois estava em outra cela, por precaução, todos testemunharam a dor de barriga e a transformação em homem novamente de Moçart.

        O Moçart disse ¨acabou a palhaçada aqui! Fica bem longe de mim!¨

        Oil disse ¨sou de verdade!¨

        Moçart foi liberado e voltou a praticar os seus crimes, matou mais de 30 jovens em série, gargalhando e com sua peruca de Lorde. Ele foi preso e novamente encarou o Moel que o humilhou, então ele se transformou num lobisomem e o comeu, não restando nem sequer os ossos, começou tudo de novo no Presídio.

CAP. 2

        Lá, lá, fá, si, fá, sol, sol, si, dó, ré, mi, lá... continuava o Motoqueiro dos Infernos, ele mesmo, Moçart em sua casa com seu piano até sentir o desejo louco de pilotar sua motocicleta e cometer atos insanos.

        E lá foi ele, ¨vruummm¨, saiu com sua motocicleta e sua cabeleira de Lorde e começou a atirar contra duas moças que caminhavam com sua avó na calçada em Londrina, bem nos cinco conjuntos, ele morava nos cinco conjuntos, numa casa de conjunto habitacional com sua mãe, uma pobre mulher abandonada que havia ficado surda de tanto escutar o piano de Moçart, ele o amplificava, pois era moda na época! Moçart saiu novamente com sua motocicleta e ¨vruummm¨ deu um pinote e alcançou um carrão Mercedes ao qual emparelhou e começou a atirar loucamente e começou a dar suas risadas escandalosas, o motorista do Mercedes saiu ileso pois o carrão era blindado, mas deu no pé!

        Moçart insistia perseguir os motoristas de ônibus da cidade de Londrina e foi numa investida que um deles levou um tiro na perna e começou a chorar, os passageiros se revoltaram e quiseram pegar o Motoqueiro dos Infernos que deu no pé..., Moçart tinha que tomar cuidado para passar desapercebido!

CAP. 3

        Foi fugindo para as Montanhas que ele encarou o cara das Montanhas, o ¨own my own tears¨ que sempre dizia ¨cresce forever... hey baby eu loukynho cusa forever, reason why, wanna die, another unniverse forever...¨, ele era amigo do Vendedor que sempre respondia a quem lhe perguntava com a mesma resposta ¨só compra isso aquele tipo que se interessa pelo produto!¨ O Vendedor estava afirmando que os consumidores eram os responsáveis pelo consumo dos seus produtos, que havia mecanismos na sociedade para impedir a venda e o consumo desse ripo de mercadoria mas os consumidores aceitaram o comércio deles para seus fins exclusivos como o abuso, a exploração, a violência, a pedofilia, a lavagem cerebral, a tortura, o estupro virtual, o curandeirismo, o roubo e o tráfico de drogas, de pessoas, de escravos e de órgãos, ou seja, os consumidores eram os mantenedores dessa cadeia viciosa de violência, ¨é claro que deveria ter alguém financiando essa  barbaridade¨ disse o Escritor. Sem dinheiro os fenômenos deixam de existir, os políticos e as autoridades param suas atividades, os trabalhadores entram em greve, os estudantes ficam sem escolas, a água e o alimento não são produzidos e não chegam nas casas das pessoas, a cultura para de ser produzida e de ser comercializada, a sociedade para de funcionar e de se equilibrar. Moçart encarou uma nova realidade e fez dois amigos, o cara das Montanhas e o Vendedor.

CAP. 4

         Moçart começou a dar suas risadas e subiu em sua motocicleta e saiu atirando, pois sua cabeça ficou explodindo com as ideias do cara das Montanhas e do Vendedor, ele botou sua peruca de Lorde e matou três mulheres que conversavam em frente a um ginásio e saiu gargalhando, depois foi matar outros dois meninos perto do mercadinho da vila leste, então ele voltou para sua casa e foi tocar piano e começou ¨ré, ré, ré, mi, dó, fá, fá, sol ¨silver and gold¨¨. Sua vizinha a Dona Josefá dizia toda noite ¨só Deus pode parar esse homem, ele é um louco, insano, um bandido e ainda por cima fica com essa música dos infernos!¨ Ninguém sabia, mas ele trabalhava para um grupo de artistas e pessoas famosas que mandavam matar seus adversários através de métodos cruéis e ¨limpos¨, ele era um profissional!

CAP. 5

        Moçart se vendeu, se prostitui e se encantou com as garotas de programa da vila Portuguesa, da rua Acre e da Leste-Oeste, ele começou se prostituindo e assassinando seus compradores com uma gilete que ele escondia entre os dentes debaixo da língua, ele quando ia dar um chupão no pescoço da vítima passava a gilete na veia do pescoço e ela sangrava até a morte e gritava alto ¨ahh ahh allhhh caralho, seu filho da puta ahhh allhhh¨ e caia morto no chão todo ensanguentado, Moçart saia todo excitado e feliz do encontro, ele pegava sua moto e ia para o seu mocó onde havia outro piano e lá ele tocava sem parar ¨lá, lá, lá, ré, mi, fá, sol, lá, lá, lá, ré, mi, fá, sol, dó, ré mi, lá...¨ e gritava alto ¨ahhh, ãããhhh, amanhã, depois, ahhh, die¨, ele estava alucinado e endiabrado, só pensava em assassinar quem ele julgava ser ignorante, porque escolhiam a prostituição e não o casamento e a masturbação.

CAP. 06

        Moçart decidiu mudar de vida e foi fazer um Concerto de Piano de Natal no centro de Londrina. A multidão se reuniu e de repente ele começou dó, dó ré, mi, ahhh, doido, dó, dó, ré, mi, ahhh, miolos de macacos e pedaços de lombrigas, dó, dó, dó, ré, mi, o Sol queima mais do que a língua ardente e mentirosa dessa gente, então começaram a vaiar e a atirar pedras nele, uma dessas pedras atingiu a sua cabeça e ele perdeu a memória e começou a tocar uma música diferente e emocionante, uma música clássica que nunca se ouviu antes e da sua boca só saiam provérbios e metáforas, o povo começou a gostar e ficou até o final, depois de tudo Moçart não sabia quem era e foi levado para o Hospital onde o internaram e descobriram que ele sofreu um traumatismo que mudou a sua personalidade, Moçart de agora em diante seria outra pessoa em função de um acidente ou de uma tragédia, de um acontecimento inesperado e casual que poderia ter levado ele a morte ou a incapacidade, mas o transformou num novo homem e numa pessoa boa e melhor, ele abandonou a sua peruca e o comportamento de atirar nos outros e sair pilotando sua motocicleta, aliás, ele nunca mais conseguiu pilotar uma motocicleta, passou a andar de ônibus e a pé.

CAP. 07

        Agora Moçart andava a pé e de ônibus e numa dessas ele teve uma experiência que ele nunca esqueceu..., certa vez ele viu uma mão vindo em direção as suas pernas e ele achou que era um bicho, então ele deu um grito de bicha, mas para quê, o cara de sacou um canivete e apontou para ele, e ele disse: ¨o que é isso aí?¨ O cara do canivete disse: ¨é a tua salvação!¨ Moçart deu o sinal para o ônibus parar e então ele desceu e tentou fugir, mas o cara do canivete o perseguiu, então apareceu um cara de motocicleta que disse: ¨agora eu te pego carinha!¨ Moçart disse: ¨vai te foder, deixa Jesus te consolar!¨ Como podemos ver a personalidade de Moçart estava mudada, ele não agia como antes, não pilotava mais a sua motocicleta e nem tirava a vida de suas vítimas por nada, ele estava diferente..., o traumatismo craniano, segundo a equipe-médica provocaria um amnésia temporária, mas não se sabe por quanto tempo, ele ficou sabendo, mas não conseguiu compreender isso.

CAP. 08

        Moçart caminhava numa manhã pelo seu bairro e de repente apareceu um homem negro chamando ele de ¨carrasco filha da puta que tentou me matar no ano passado¨, Moçart não era racista, mas era assassino e não se lembrava disso, e  vivia se escondendo, mas agora estava se exibindo as claras como o próprio Sol, a lua e as estrelas, Moçart em função do traumatismo ficou com alterações em seu vocabulário, chamando as pessoas pela cor e não pela humanidade e pelo nome como fazia antes, será que Deus havia o abandonado? Mas Deus é amigo de assassinos? Certamente não! Até mesmo quando são artistas? Provavelmente não! Moçart estava com a corda no pescoço e a qualquer hora abriria seus olhos e descobriria onde estava e o que estava fazendo?! Moçart começou a perceber que havia algo errado, mas não sabia o que era.

CAP. 09

        Moçart foi almoçar no restaurante popular da sua cidade e quando pegou no prato de comida disse ¨estou com nojo disso!¨ Ele começou a gritar e a se socar violentamente, Moçart estava enlouquecendo ou estava com outros problemas em função do traumatismo craniano, ninguém sabia, então chamaram a ambulância e o levaram para a Clínica Psiquiátrica onde o examinaram e o diagnosticaram como esquizofrênico. Moçart ficou internado lá por 20 anos até que recobrou a consciência e voltou a se lembrar que tocava piano e que era assassino, mas o remédio aliviou a barra de assassino e liberou a de pianista, Moçart pode voltar para o mundo normal para trabalhar e tocar piano, porém com acompanhamento psiquiátrico permanente.

        Moçart comprou um teclado usado de plástico imaginando ser aquela gostosura e se achou o bom, ele foi se exibir e dopado não percebeu a humilhação e a vergonha que passou, do teclado nem saía som direito e o Moçart viajava na sua locução interior, nos seus delírios e nas suas alucinações que faziam-no ver e escutar na ausência da coisa vista e escutada, era muita estrela e pouca constelação....

CAP. 10

 

Osny Mattanó Júnior

Londrina, 30 de junho de 2023.