41.O BRASILEIRINHO E AS COPAS DO MUNDO....

OSNY MATTANÓ JÚNIOR

 

 

 

 

 

O BRASILEIRINHO E AS COPAS DO MUNDO DE FUTEBOL

 

 

 

 

26/06/2018

O BRASILEIRINHO E AS COPAS DO MUNDO DE FUTEBOL.

CAP. 1

        O brasileirinho é qualquer pessoa que sonha, que sonha com o futebol, com o mundo do futebol, é um pai, uma mãe, um filho, uma filha, um irmão, um amigo, uma namorada,....

        No Uruguai, em 1930, o brasileirinho entrou entre os torcedores no Estádio para torcer pela seleção brasileira, na 1ª Copa do Mundo. A seleção brasileira teve dificuldades para a sua formação, pois um desentendimento entre os times do Estado de São Paulo e do Estado do Rio de Janeiro fez com que os melhores jogadores não fossem para a Copa.

        O brasileirinho mesmo assim foi confiante com sua bandeira na mão e seu grito ¨prá frente seleção!¨

        Na Copa a seleção pegou na primeira fase a Iugoslávia e a Bolívia, e somente o primeiro colocado no grupo se classificaria. O Brasil perdeu para a Iugoslávia e derrotou a Bolívia, mas foi eliminado já na 1ª fase da Copa.

        O brasileirinho ficou decepcionado, porém voltou com uma mensagem, com uma boa experiência sobre sua viagem, sobre a Copa do Mundo, ele aprendeu que conviver é ser melhor seja qual for o contexto e o local, devemos conviver melhor com as diferentes nações e diferentes culturas, aprender a respeitar as diferentes línguas e linguagens, inclusive a do futebol, e entendeu que sua frustração desapareceria ritualmente, não lhe roubando a cena e nem o jogo da vida, ele pensou ¨até 1934!¨

CAP. 2

        Já é 1934, o brasileirinho esta na Itália na Copa do Mundo de 1934, junto com a torcida brasileira no Estádio de Futebol onde o Brasil joga contra a Espanha; neste jogo ele testemunha uma arbitragem controversa, os jogadores do Brasil reclamam do árbitro que anulou um gol de Luisinho quando o jogo estava 2 x 1 para a Espanha, e o zagueiro Espanhol Quincoces tirou com a mão na bola, a bola chutada pelo brasileiro Patesko, quando ela ia entrar no gol, o árbitro alemão Alfred Birlem não marcou o pênalti. Mas em outro lance, houve outro pênalti a favor do Brasil cobrado por Valdemar de Brito, porém defendido pelo goleiro espanhol Zamora.

        O Brasil acabou eliminado da Copa do Mundo de 1934 ainda na primeira partida, no jogo contra a Espanha, que venceu por 3 a 1.

        O brasileirinho ficou todo chateado com o resultado da partida e saiu todo alterado do Estádio de Futebol, porém ao chegar em sua casa percebeu e compreendeu que o futebol é feito de trapaças, de erros, de mentiras, de enganos e de violência, ou seja, que o futebol é um esporte violento onde o mais forte e mais preparado ou treinado vence seu opositor, da mesma forma acontece com a arbitragem, a mais preparada se sai melhor em sua performance nos jogos da Copa do Mundo, a arbitragem é o mediador entre os jogadores, a equipe técnica e a torcida, em casos de violência dentro de campo ela deve saber conter essa violência, ou seja, a responsabilidade daquele jogo era da arbitragem, onde os jogadores eram apenas as peças do espetáculo, toda a engrenagem era responsabilidade da arbitragem. É o árbitro quem nomeia e dita os lances do jogo de futebol, os lances polêmicos, faltosos, engraçados, tristes e/ou feios e absurdos; o brasileirinho começou a torcer pela arbitragem no restante da Copa do Mundo e depois disse ¨até 1938!¨

CAP. 3

        Chegou 1938, na França, era a Copa do Mundo, o brasileirinho foi assistir aos jogos da seleção brasileira que conquistou o 3º lugar, ela eliminou a Polônia nas oitavas de final e a Tchecoslováquia nas quartas, perdendo para a Itália na semifinal. Ganhou da Suécia na disputa do 3º lugar. E o jogador brasileiro Leônidas da Silva, conhecido como o Diamante Negro, foi o artilheiro da Copa com sete gols.

        A eliminação brasileira foi perturbadora. O segundo gol italiano foi de pênalti, cometido por Domingos da Guia sobre o italiano Piola. Domingos agrediu Piola em revide a uma agressão deste, que o árbitro suíço Hans Wüthrich desconsiderou, marcando somente a infração do brasileiro. Não só a imprensa brasileira, mas também a imprensa do país-sede da Copa, da França, considerou a marcação do pênalti rigorosa demais. O Brasil chegou a fazer um protesto formal na FIFA contra o juiz suíço Hans Wüthrich pela marcação do pênalti, mas a FIFA homologou o resultado final da partida.

        O brasileirinho achou que o juiz deveria ter expulsado o jogador que causou esse lance e não ter marcado o pênalti, que o juiz estava roubando.

        Além disso, Leônidas, considerado o melhor jogador do Brasil, desfalcou o Brasil contra a Itália por problemas musculares, mas depois disputou o 3º lugar com a Suécia, marcando 2 gols. A ¨rápida¨ recuperação de Leônidas gerou calúnias e especulações de que Leônidas teria comprado a Itália, ou que o próprio Leônidas teria fingido sua dores musculares como forma de buscar uma melhor premiação financeira por jogar. Leônidas processou o autor das acusações.

        O brasileirinho ficou satisfeito com o melhor colocação do Brasil numa Copa do Mundo e voltou comemorando para sua terra, onde foi recebido como herói e com uma história para contar, uma história de heróis e de guerreiros, de mensageiros da paz que lutavam por um país e por uma gente, por um sonho e por um novo alvorecer do Sol, falou das vitórias e da derrota da seleção brasileira e que isso não era o fim, mas o começo de um novo período, de uma nova história, de muitas conquistas e de muitas vitórias que fariam do Brasil um país campeão.

        O brasileirinho ouviu do seu professor que a seleção brasileira de futebol só começou a existir porque houve investimento e educação, muito trabalho e profissionalização, que a profissionalização dependia da educação, dependia das escolas e dependia do ensino do futebol. O futebol nasceu da educação! Da criatividade, da pesquisa, da educação física, das escolas, da tecnologia e da indústria!

        O brasileirinho disse ¨até 1942!¨

        Chegou 1942 e era período de guerra no mundo,as Copas do Mundo foram canceladas até o fim das guerras!

        O brasileirinho disse ¨até o fim dessas guerras!¨

        Chegou 1946 a não havia mais guerras...

        O brasileirinho disse ¨até 1950!¨

CAP. 4

        Na Copa do Mundo de 1950, no Brasil, a seleção brasileira era a favorita ao título. O brasileirinho comprou todos os ingressos e se preparou para todos os jogos e foi lá..., já na 1ª fase viu a seleção brasileira se classificar em 1º lugar, no quadrangular final, venceu a Suécia por 7 a 1 e a seleção espanhola por 6 a 1. O brasileirinho foi todo confiante assistir a decisão da Copa do Brasil no Maracanã, a seleção brasileira precisava somente de um empate para ser a campeã, mas o Uruguai derrotou o Brasil por 2 a 1, e de virada. O Maracanã havia sido construído para a Copa do Brasil e o Brasil perdeu na final para o Uruguai, a decepção foi tão imensa que o fato passou a ser chamado de ¨Maracanazo¨ pela imprensa de língua espanhola, que em português, significa Maracanaço.

        O brasileirinho aprendeu que nem sempre podemos realizar nossos sonhos, que nem sempre nossas expectativas são correspondidas e que devemos saber lidar com as frustrações, mesmo que tão grandes e impossíveis de aceitar, tão traumáticas e dolorosas, que há um dia para a vitória e um dia para a derrota, um tempo para a ganhar e um tempo para perder, um período para se alegrar e um período para se entristecer, o brasileirinho sacou seu violão e foi tocar aquela canção para se esquecer da mais nova decepção, e disse ¨até 1954!¨

CAP. 5

Passada a ressaca da disputa de 1950, o Brasil voltou à Copa em 1954, mas novamente ficou pelo caminho. Na primeira fase, passou em primeiro lugar no grupo que tinha Iugoslávia, França e México. Na etapa seguinte, quartas de final, já em formato de mata-mata, perdeu para a Hungria, de Puskás, por 4 a 2, terminando o torneio em 5º lugar.

O brasileirinho descobriu novamente a frustração e o seu poder, toda a tristeza de ter perdido uma Copa do Mundo, mas percebeu que depois da derrota vem a vitória em Jesus Cristo e no Seu Amor que são maiores do que o futebol e suas disputas heroicas como as dos grandes gladiadores do Império Romano que sacrificava cristãos em nome da sua diversão e alegria com suas práticas esportivas fundamentadas no assassinato e no sofrimento, na tortura de cristãos, porém o cristianismo sempre vence e venceu, seja onde e quando for! Esta foi a lição que o brasileirinho levou dessa Copa do Mundo, a de que a vitória só está em Deus! Pois os homens podem perder!

CAP. 6

O primeiro título do Brasil na Copa do Mundo foi conquistado em 1958. Sob o talento do então jovem Pelé, o time canarinho brilhou no torneio disputado na Suécia e levou a taça. Na primeira fase, a equipe foi a primeira colocada do grupo que tinha União Soviética, Inglaterra e Áustria.

Nas quartas de final, passou pelo País de Gales. Na semifinal, eliminou a França com uma vitória por 5 a 2, com três gols de Pelé. O mesmo placar se repetiu na final, contra os suecos, dessa vez com dois tentos de Pelé, dois de Vavá e um de Zagallo.

O brasileirinho aprendeu que quem espera cedo madruga e um dia chegou a sua hora de levar a taça do mundo para casa com a seleção brasileira que brilhou com Pelé, Vavá e Zagallo, é só alegria e euforia a primeira das copas que a seleção brasileira conquistaria ao longo de sua história de vitórias, derrotas, alegrias e tristezas, inclusive tragédias.

CAP. 7

Quatro anos depois, a seleção brasileira voltou a encantar e conquistou o bicampeonato mundial. A Copa de 1962 foi disputada no Chile. Na fase de grupos, o Brasil liderou diante de Tchecoslováquia, México e Espanha. Pelé, que fez gol na estreia, se machucou ainda na segunda partida, e Garrincha assumiu o protagonismo.

O Brasil passou, nas fases seguintes, por Inglaterra e Chile, até reencontrar a Tchecoslováquia, com quem havia empatado por 0 a 0 na fase inicial, na final. A decisão acabou 3 a 1 para os brasileiros, com gols de Amarildo, Zito e Vavá.

E não é que o brasileirinho ficou feliz de novo com sua ginga e seu samba que encanta todo mundo como mesmo na corda bamba da sociedade que não o inclui e produz riquezas como produz riquezas para a seleção brasileira de futebol e faz campanha para incluí-la em todos os setores da vida e da sociedade do nosso país e do resto do mundo, o brasileirinho não sabia mas estava em processo de alienação e tipificação, perda de sentido e de significado para o país e para o mundo para favorecer privilegiados que se divertem no trabalho.

CAP. 8

A expectativa para um inédito tricampeonato na Copa de 1966 era grande, mas o Brasil não conseguiu repetir o sucesso das edições anteriores, ficou marcado por certa bagunça e alguma desorganização, e deixou o torneio precocemente, ainda na fase inicial.

A seleção brasileira foi a terceira colocada no grupo que tinha Bulgária, de quem venceu por 2 a 0, Hungria, de quem perdeu por 3 a 1, e Portugal, de quem também perdeu por 3 a 1. O Brasil voltou para casa com apenas três jogos disputados e quatro gols marcados.

O brasileirinho percebeu que podia perder novamente e perdeu, ficou triste, pois já estava em processo de dependência psicológica e emocional de um programa de televisão que engrandecia indivíduos que se comportavam como crianças brincando e se divertindo num campo de futebol ou de brinquedos, onde outras pessoas mais poderosas as exploravam com capital e fama, dinheiro e poder, sexo e padrões físicos de saúde e força, para ficarem mais ricas e poderosas, e terem maior controle sobre as sociedades e suas adversidades.

CAP. 9

O tricampeonato mundial veio, sim, em 1970. E com maestria, com o time brasileiro sendo considerado um dos maiores de todos os tempos. Pelé e o esquadrão encantaram o planeta na edição do México.

A primeira fase terminou com três vitórias da Canarinho, que foi a primeira colocada do grupo que tinha Tchecoslováquia, Romênia e Inglaterra. Nas quartas e na semifinal, dois países sul-americanos foram deixados para trás: Peru e Uruguai, respectivamente.

A final foi disputada contra a Itália, no Estádio Azteca, e terminou com goleada brasileira por 4 a 1, com gols de Pelé, Gérson, Jairzinho e Carlos Alberto Torres. Jairzinho, inclusive, fez gols nos seis jogos que o Brasil disputou, sendo considerado o ‘furacão’ da Copa.

Eis então que o brasileirinho acordou feliz de novo e cantando o seu bom e velho samba que dizia ¨sou feliz de novo porque sou brasileiro¨, mas ele percebeu que sua sorte constrangeria o seu povo por um longo período sem títulos, pois muita confiança na subida faz com que a descida seja difícil e árdua, muito perigosa.

CAP. 10

A Copa de 1974 foi a primeira de um longo jejum que o Brasil passaria após conquistar o tri. O formato foi um pouco diferente das edições anteriores, com duas fases de grupos. Na primeira, com Iugoslávia, Escócia e Zaire, os brasileiros passaram na segunda colocação.

Na segunda fase de grupos, com Holanda, Alemanha Oriental e Argentina, o Brasil novamente terminou em segundo. O primeiro colocado, a Holanda, garantiu vaga na final, enquanto os brasileiros, pela posição, disputaram o terceiro lugar contra a Polônia, que ficou em segundo no outro grupo.

Os poloneses acabaram derrotando o Brasil por 1 a 0. A seleção terminou, portanto, na quarta colocação.

O brasileirinho ficou enchendo a sua pança com cerveja e guaraná, porque o título não queria vir para cá, e mesmo com as explicações do rádio, do jornal e da televisão, o muro ia ficando cada vez mais comprido e mais alto, difícil de ser superado, a repressão fazia as pessoas se afastarem por que pensavam que o brasileirinho estava tendo um ataque de epilepsia e na sua cuca estava um palavrão dizendo tudo ¨traidor do movimento!¨

CAP. 11

Na Copa de 1978, mais uma vez o Brasil ficou a um passo de estar na grande final, mas acabou caindo. Na primeira fase, passou em segundo no grupo que tinha Áustria, Espanha e Suécia. Na segunda fase de grupos, outra vez terminou em segundo lugar, classificando-se apenas para a disputa pela terceira colocação, e não conseguindo a vaga na decisão.

A disputa de terceiro e quarto foi contra a Itália, e o Brasil levou a melhor, com gols de Nelinho e Dirceu, vencendo por 2 a 1.

O brasileirinho disse ¨eu vou com a seleção até o fim baby!¨ porque tá na hora do pega para capar, ¨eu sou a estrela de maior brilho no céu do meu país¨ disse ele, o brasileirinho, mas ele não sabia que havia uma tempestade de radiação gama sobre algumas regiões do mundo e o artista de nossas vidas estava contaminado, porém o Brasil levou a melhor e ficou em terceiro.

CAP. 12

Quem assistiu à Copa do Mundo de 1982 garante que a seleção brasileira tinha um dos melhores times de todos os tempos, mesmo sem ter conseguido chegar perto do título. A equipe, que contava com Júnior, Zico, Sócrates, Falcão e companhia, deu show na primeira fase e se classificou em primeiro no grupo que tinha União Soviética, Escócia e Nova Zelândia, com goleadas sobre os escoceses e os neozelandeses.

A segunda fase consistia em um triangular, em que o primeiro colocado avançaria à semifinal. Os brasileiros caíram em um grupo complicado, com Itália e Argentina. No primeiro jogo, os italianos venceram os argentinos. No segundo, foi a vez do Brasil derrotar os hermanos, por 3 a 1. A última partida, entre Itália e Brasil, se tornou, portanto, uma decisão.

A derrota brasileira por 3 a 2 sobre os italianos, com três gols de Paolo Rossi, ficou conhecida como a Tragédia do Sarriá, em referência ao estádio da disputa e da ‘zebra’ que foi o Brasil perder, mesmo com um time superior. A seleção brasileira, na colocação geral, foi a quinta colocada.

O brasileirinho aprendeu que acreditar demais nos homens pode ser errado, pois eles falham e são orgulhosos, se acham superiores e invencíveis e quando transmitem isto para as outras pessoas elas criam uma opinião pública que os eterniza como heróis sagrados, mas na verdade são apenas homens como os pedreiros e os marinheiros, como os sábios e os ricos, como os pobres e os perseguidos, como os bandidos e os policiais, como as autoridades e os políticos, são como o ouro e a espada, são coisas que criamos e agregamos valor para nos separarmos socialmente e economicamente, para criar divisas, pobreza e miséria, fome e corrupção, criminalidade, estupro e sequestro, tráfico de pessoas, de drogas e de informação, desemprego e desigualdade social, loucuras e doenças bio-psico-sociais, abandono de incapazes em nome desses heróis eternos que na hora de ajudar a população nos momentos de crise como invasões alienígenas ou covid-19, escolhem fazer o mal a famílias perseguidas por dinheiristas e poderosos, milionários e bilionários que se prostituem moral e sexualmente para se protegerem e terem algum prazer que é reflexo do que a vida vale para eles, apenas masturbação e violência, e não Amor e renúncia por algo maior e digno como a vida, a liberdade, o patrimônio, a saúde, o trabalho, a profissão, o trânsito, a sexualidade, a família, o corpo e a incolumidade pessoal, social e pública de pessoas discriminadas e perseguidas por causa da violência e do dinheiro, quando o dinheiro é mais importante do que a vida e a liberdade é porque a vítima está sequestrada ou as vítimas estão sequestradas, ainda mais se ela(s) estão em cárcere privado ou privação de liberdade por mais de 20 anos, presas em suas casas com medo do tráfico e do terror, com medo de ladrões e de sequestradores, com medo de assassinos e espancadores, com medo da violência que está generalizada desde 1999.

CAP. 13

O Brasil voltou a ser quinto colocado no Mundial seguinte, disputado na Argentina, mas dessa vez com menos brilho. A geração de Zico e Sócrates se despediu dos Mundiais nas quartas de final, contra a França, perdendo nos pênaltis.

Na primeira fase, os brasileiros haviam passado em primeiro no grupo de Espanha, Irlanda do Norte e Argélia. Depois, nas oitavas, derrotou a Polônia por 4 a 0. Contra os franceses, o craque Zico ficou marcado negativamente por perder um pênalti ainda no tempo regulamentar.

O brasileirinho aprendeu que assim como os nossos craques de futebol que nos decepcionam não ganhando a Copa do Mundo, nós também decepcionamos o país quando não trabalhamos e estudamos, quando traficamos e roubamos, quando somos estupradores e assassinos, quando somos criminosos e violentadores, quando somos sequestradores e doentes mentais capazes de tudo por nada, somos como os craques da seleção brasileira de futebol que decepcionam o país com seus erros e faltas, com sua inferioridade e incompetência para levar a diante relações amorosas, de perdão, de amizade, de trabalho, de escola, de família, de transtornos, mesmo que passando a noite inteira a chorar, o brasileirinho aprendeu que temos que ter o controle da situação com educação e trabalho, com a proteção de Deus, sem xingar Deus de ¨filha-da-puta, pedófilo, tarado, ladrão ou corrupto¨, mas buscando a Sua Proteção para todos os momentos de nossas vidas, difíceis, de perda e alegres, de vitória, de conquistas.

CAP. 14

A Copa de 1990 é uma das que os brasileiros desejam esquecer. Depois de passar em primeiro na fase inicial, com vitórias magras sobre Suécia, Costa Rica e Escócia, o Brasil encarou a Argentina, nas oitavas de final, e perdeu por 1 a 0, no jogo da ‘água batizada’, com os brasileiros acusando os argentinos de terem servido uma água que fez Branco passar mal. Com todas as polêmicas, a Canarinho terminou apenas na nona colocação.

O brasileirinho percebeu que as vitórias e as conquistas fazem parte do mesmo campeonato, do mesmo jogo, do jogo da vida e da família, dos amigos e do trabalho, da escola e da religiosidade, da educação e que depois de uma noite escura e densa sempre vem o dia iluminado e ensolarado para nos governar, e nos fazer começar de novo.

CAP. 15

Passados 24 anos desde o tricampeonato mundial, a seleção brasileira voltou a conquistar a Copa do Mundo em 1994. Comandada tecnicamente por Romário, o Brasil, mesmo sem um futebol totalmente vistoso, foi eficiente e ficou com a taça.

Na fase de grupos, a Amarelinha passou em primeiro, vencendo a Rússia por 2 a 0, derrotando Camarões por 3 a 0 e empatando com a Suécia por 1 a 1. Nas oitavas de final, eliminou os Estados Unidos, país anfitrião, por 1 a 0. Nas quartas, a vitória suada foi contra a Holanda, por 3 a 2.

A semifinal foi um reencontro com a Suécia, que dessa vez terminou melhor para os brasileiros, que venceram por 1 a 0. A final foi disputada contra o mesmo adversário da Copa de 1970, a Itália. Mas, agora, em vez da goleada por 4 a 1, a partida foi bem mais tensa, terminou empatada por 0 a 0 e foi decidida nos pênaltis, com o craque italiano Roberto Baggio isolando a última cobrança e o Brasil garantindo a conquista.

O brasileirinho entendeu que no jogo da vida as coisas podem se repetir, mas com eventos diferentes ou com variáveis diferentes, o herói tem que enfrentar o seu destino que lhe prova a mente, o comportamento e as habilidades, o caráter, o temperamento e a personalidade, sua motivação e interesses, seu repertório comportamental que se torna essencial para a solução de seus problemas e de suas adversidades, mesmo quando o jogo da vida é decidido nos pênaltis.

CAP. 16

Em 1998, o Brasil ficou pela segunda vez com um vice-campeonato. Na fase de grupos, a seleção, que tinha Ronaldo, Rivaldo e companhia, venceu a Escócia e Marrocos, e perdeu para a Noruega, se classificando em primeiro lugar. Nas oitavas, passou pelo Chile por 4 a 1.

A seleção brasileira derrotou a Dinamarca nas quartas de final, e passou nos pênaltis, de forma sofrida, contra a Holanda, na semifinal. A final foi disputada contra a França, que sediava a edição, e foi traumática para o Brasil, que acabou derrotado por 3 a 0. Antes do jogo, os brasileiros ainda passaram por uma tensão com Ronaldo, que teve um quadro de convulsão e quase não entrou em campo.

O brasileirinho descobriu que o jogo e o campeonato da vida é imprevisível, mesmo quando ele é tudo o que precisamos ter, para nos libertar-nos e realizar os nossos sonhos, mesmo quando o fim é traumático para toda a equipe e para todo o país, aprendemos que sem Deus nada somos, que quando necessitamos de intervenção médica e hospitalar recorremos invariavelmente a Deus e aos Santos e Santas da Igreja, que quando temos problemas inéditos e graves de saúde como o de uma convulsão num momento tão importante para a vida do atleta e dos torcedores, somente Deus pode ser essencial e os planos de Deus devem ser respeitados, pois envolvem curas, milagres, conversões, bênçãos, Amor e Misericórdia, vitórias, uma nova vida e a sua salvação e a da sua família. Só Deus é maior do que as doenças deste mundo!

CAP. 17

Quatro anos depois, o Brasil chegou para a Copa da Coreia do Sul e Japão depois de uma disputa tensa de Eliminatórias, com trocas de treinadores e time desajustado. Felipão, porém, colocou ordem na casa e conduziu o Brasil ao pentacampeonato. Ronaldo, recuperado de uma grave lesão no joelho, deu a volta por cima e foi o artilheiro, com oito gols.

A Amarelinha venceu Turquia, China e Costa Rica na primeira fase, terminando em primeiro lugar com 100% de aproveitamento. Nas oitavas de final, deixou para trás a Bélgica. Nas quartas, derrotou a Inglaterra por 2 a 1. A semifinal foi um reencontro com a Turquia, e terminou 1 a 0 para o Brasil.

A final foi disputada contra a Alemanha, em Yokohama. O time de Felipão soube disputar a partida, venceu por 2 a 0, com dois gols de Ronaldo, e garantiu o pentacampeonato.

O brasileirinho aprendeu que a felicidade volta para aquele que acredita em Deus e no trabalho, o trauma foi superado e agora Ronaldo se superou e levou o Brasil ao pentacampeonato, o coração do brasileirinho se alegrou com a seleção brasileira de futebol.

CAP. 18

A última Copa da geração de Ronaldo, Cafu e Roberto Carlos foi marcada por certa soberba e desconcentração. O time, que era o mais badalado, chegou ao Mundial sem foco e, diferentemente das três edições anteriores, não chegou perto da final.

Na fase de grupos, passou em primeiro lugar, vencendo Austrália, Croácia e Japão. Nas oitavas, teve uma boa vitória contra Gana, por 3 a 0. Nas quartas, porém, encarou uma França mais disciplinada e perdeu por 1 a 0, com gol de Henry, terminando o torneio na quinta colocação.

O brasileirinho viu seu sonho ir embora outra vez, só porque havia soberba entre os atletas e muita desconcentração, o orgulho tomou conta da seleção que se julgou maior do que o campeonato, prejudicando o significado e o sentido de disputa e de igualdade entre os competidores, os atletas haviam sido engolidos pelo monstro e estavam sendo digeridos, pois estavam em trevas e sem mensagem alguma para si mesmos e para seu país, que era a vitória do campeonato.

CAP. 19

Em contraponto ao que ocorreu em 2006, o Brasil chegou na Copa do Mundo de 2010, sob o comando de Dunga, muito mais fechado e concentrado. O resultado, porém, não foi diferente. A seleção novamente fez uma boa primeira fase, liderando o grupo que tinha Portugal, Costa do Marfim e Coreia do Norte, e depois passou bem nas oitavas contra o Chile, por 3 a 0.

Nas quartas, o adversário foi a Holanda, mas o desfecho foi o mesmo de 2006: derrota e eliminação. O resultado foi 2 a 1 para os holandeses. O Brasil terminou em sexto lugar na classificação geral.

O brasileirinho percebeu que eles estavam lutando contra o monstro inconsciente de suas mentes e comportamentos, talvez delírios e alucinações, alterações de comportamentos, agressividade e hostilidade, pobreza afetiva e talvez, de linguagem, o monstro não lhes despertava coragem para enfrentá-lo com dignidade e Amor, o monstro habitava o mundo recalcado de cada atleta, mesmo que imposto e sofrido por contaminação virtual, pois o Amor é a base de todo sofrimento, de toda a dor, de toda a aflição, de todo problema e adversidade, de todo delírio e de toda a alucinação, de toda alteração do comportamento promovida por radiação gama, coisa que não é humana e nem de Deus, mas de alienígenas.

CAP. 20

Em 2014, o Brasil voltou a sediar um Mundial, e encarou o torneio cercado de expectativas, mas acabou com o maior vexame da história das Copas. Após passar em primeiro no grupo com México, Croácia e Camarões, a seleção encarou o Chile, nas oitavas, e passou nos pênaltis, com dificuldades.

Nas quartas, eliminou a Colômbia, com placar apertado, por 2 a 1. Mesmo assim, a torcida foi esperançosa para o duelo contra a Alemanha, na semifinal, no Mineirão. O que se viu, porém, foi um desastre. Com o time completamente perdido, o Brasil levou cinco gols ainda no primeiro tempo e, no fim, foi eliminado após uma goleada por 7 a 1. Na disputa de terceiro e quarto, contra a Holanda, outro vexame: derrota para os holandeses por 3 a 0, terminando a edição na quarta colocação.

O brasileirinho testemunhou o desastre da seleção brasileira de futebol em terra brasileira, dando um passo para o vexame, para a humilhação na história das Copas quando perdeu para a Alemanha por 7 a 1, e depois para os Holandeses por 3 a 0, ficando em quarto lugar no campeonato. O brasileirinho aprendeu que o monstro age em qualquer lugar, até dentro de casa, na própria pátria diante dos seus tesouros futebolísticos, ele aprendeu que sonhar é só para quem dorme e não vê a noite passar, mas aquele que vê a noite passar conhece os seus monstros.

CAP. 21

O Brasil, com a chegada de Tite em 2016, se acertou no ciclo para a Copa do Mundo de 2018 e chegou ao Mundial da Rússia com boa expectativa. Na primeira fase, passou em primeiro no grupo que tinha Sérvia, Suíça e Costa Rica. Nas oitavas de final, eliminou o México, por 2 a 0.

A seleção brasileira, porém, acabou eliminada nas quartas de final, após perder para a Bélgica por 2 a 1, e terminou a edição na sexta colocação geral. Mas, com a permanência de Tite, se reorganizou e representou um dos principais palpites para a copa de 2022, que começou no dia 20 de novembro de 2022.

O brasileirinho compreendeu que diante das trevas e das noites mal dormidas só existem monstros e fantasias, coisas da sua própria mente que cria objetos para sofrer e sentir medo, pânico e loucura, ansiedade e angústia, que nada disso mais lhe fazia algum sentido, senão torcer para a seleção brasileira de futebol.

CAP. 22

Eliminado nos pênaltis nas quartas de final da Copa do Mundo, o Brasil terminou o torneio apenas na sétima posição.
Entre as equipes eliminadas nesta fase do torneio, a Holanda foi a melhor e ficou em quinto. A Inglaterra vem logo em seguida, em sexto. Já Portugal, que caiu para o Marrocos, ficou em oitavo.
O Brasil somou 10 pontos na Copa do Mundo, com três vitórias, um empate e uma derrota.

O brasileirinho se cansou desta longa narrativa cheia de comentários e disse ¨Brasil, é o país de Deus, do futebol, da música, da saúde, da novela, da literatura e do carnaval! Eu vou continuar minha aventura pelo mundo do futebol, mesmo com coisas de outros mundos!¨

 

 

Osny Mattanó Júnior

Londrina, 01 de junho de 2023.